Confiance escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 12
Their skin in craters like the moon




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Dizem que os sonhos dizem muito sobre nós e nossos desejos, e se fosse realmente assim, Megan precisava urgentemente de um analista.

Em seu sonho, ela estava no centro do Regenera Brasil junto com Davi. Mas havia um detalhe peculiar: eles estavam trajados de Peter Pan e Sininho. E o mais perturbador é que parecia não haver nada de errado com isso.

“Eu amo Megan Lily, eu amo Megan Lily.” A garota cantarolava, batendo a ponta iluminada de sua varinha na testa de Davi.

“E você acha que precisa reprogramar meu cérebro para eu te amar?” Ele abriu os olhos, sorrindo para ela.

“Então diga. Diga, Davi.” Suplicou ansiosa, vendo-o inclinar o corpo para frente.

“Eu te amo, Megan Lily. Eu te amo, Megan Lily.” Ele sussurrou, sorrindo e a puxando pela cintura. “Se você não acredita, eu vou te provar.”

E o que se seguiu foi um replay daquela madrugada mágica, e Peter fez Sininho sua mulher, assim como Davi havia feito Megan. E ao final, todo o pozinho mágico os envolveu, fazendo-os voar para longe.

“Megan?” Davi cutucava o ombro nu da garota, um pequeno sorriso no rosto. “Megan, acorda.”

What?” Ela piscou os olhos, encarando o rapaz.

“Você estava resmungando ‘fly with me, Davi’.” Ele contou aos risos, vendo-a corar. “O que você sonhou?”

“Hã, digamos que eu tenha uma certa fascinação pela Terra do Nunca e o Peter Pan.” Foi só o que ela comentou, ainda corada. “Well, que horas são?” Ela tratou de mudar de assunto.

“Perto do meio dia...” Davi observou o relógio do celular. “Hum, gostei do plano de fundo. Somos nós dois?”

“Yeah, nossa selfie no terraço da Marra.”

“Temos selfies bem mais bonitas que essa, que tiramos nas nossas reuniões.”

“Mas nenhuma vai ser do dia em que eu conheci meu Golias.” O sorriso se apossou do rosto do programador ao ouvir aquilo. “Estou com fome.”

“Então somos dois... Será que tem morango e laranja aqui nos Estados Unidos?” Davi perguntou com a voz rouca, acariciando a bochecha dela.

“Então você gostou do sabor?”

“Na verdade eu conheço algo com um gosto bem melhor.” Respondeu Davi, subindo em cima de Megan.

~M&D~

Manuela saiu da sala de reunião com um sorriso enorme no rosto. O projetor 4D havia impressionado, e muito, os acionistas e investidores, o que significava que não teria problemas em ter o projeto vindo à tona.

Mas também significava o fim do Júnior, pelo menos por hora.

E então minha sucessora, qual o veredito?” Jonas atendeu a ligação depressa.

“Todos amaram o projeto e vi alguns olhinhos brilhando. Acho que vou conseguir que aprovem o projeto.” A pernambucana mal conseguia disfarçar o contentamento na voz.

Isso é ótimo.” Jonas vibrou com a notícia. “Bom, aproveite que você está em São Francisco e conheça mais sobre como a Marra International funciona, está bem?

“Vai ser um prazer.” A moça desligou o telefone, logo indo até o assessor que a acompanhava e saindo pela empresa. Ali perto, um homem a observav.

“Pamela? Yeah, aqui é Paul Mckee, tudo bem? Well, tenho algo a te contar, algo que você provavelmente não irá gostar.”

~M&D~

Começaram o passeio pela ponte Golden Gate, os dois montados em bicicletas. Seguiram para o Golden Gate Park, e de lá pegaram o carro de Megan novamente, tentando destrinchar os locais favoritos dela em um dia. Foram ao Pier 39 (um gosto inusitado para uma patricinha como a americana), The Walt Disney Family Museum, Coit Tower e Chinatown.

E apesar de ainda quererem mais, o dia foi chegando ao fim. Se dirigiram para a Marra ao entardecer, para que Davi resolvesse um pequeno problema que Murphy havia enviado. Enquanto o rapaz cumpria sua função, Megan se dirigiu para o terraço, sentando em um banco acolchoado e observando o sol se pôr.

“Olha, to começando a achar que você estava certa. São Francisco é mesmo linda.” O comentário a pegou de surpresa, provocando um sorriso.

“Já acabou? What time is it?” A loira perguntou enquanto ele sentava ao seu lado.

“Quase 18h.” Ele encarou o relógio de pulso. “Aparentemente a Manuela já resolveu tudo, não sei ao certo como. Esses americanos são bem chatinhos.”

Megan riu da comparação, colocando a mão na perna dele.

“Me disseram que as brasileiras também são very boring.”

“E os brasileiros?” O programador entrou na brincadeira.

“Ah, esses me disseram que são bem ousados.” Ela aproximou o rosto do dele.

“Já as americanas... Agora tenho a prova de que são bem diretas.” Ele acariciou o rosto dela, brincando com um mecha do cabelo loiro.

“Conseguiu descobrir qual é mais bonita? Rio de Janeiro ou São Francisco?”

“Depende.”

“Do quê?”

“De em qual dos dois você está no momento da pergunta.” Foi o que ele disse antes de selar seus lábios. Quando eles se separaram, Megan desviou os olhos. “O que foi?”

“Eu estou com um pouco de medo.”

“Medo de quê?”

“De que você esteja me usando como, like, um prêmio de consolação.” Ela suspirou. Davi segurou a mão dela com carinho.

“Eu não vou te dizer que eu já esqueci a Manu ou que eu não a amo mais. Nem vou dizer que eu te amo, porque eu já disse isso uma vez levado pela emoção do momento e... Bom, você sabe como isso terminou.” Ele a fez encará-lo nos olhos. “Mas eu não estou te usando, Megan. O que eu sinto por você é muito forte, muito mesmo.”

“Você ainda pensa em voltar para a nerdestina?” Ela segurou a mão dele com força, temendo a resposta.

“Eu não sei.” Ele suspirou. “Megan, eu estou... Confuso. Eu tenho sentimentos por vocês duas, mas são diferentes. Não deu certo com a Manuela, e nenhum de nós tem como saber se vai dar certo entre a gente. Então podemos ir dando um passo de cada vez, por favor?”

Yeah, acho que sim.” A resposta não era a que ela queria, mas ela sabia que era a que ele podia dar no momento. “Agora, que tal irmos jantar? Conheço um restaurante very cool. E depois... Bom, conheço um ótimo lugar para terminarmos a noite.”

“Acho que sei qual é o lugar, e preciso dizer que gosto de como você pensa.”

Ele a enlaçou pela cintura, os dois saindo caminhando em silêncio, deixando nas sombras uma figura solitária.

~M&D~

Como imaginado por Davi, eles terminaram a noite nos lençóis de Megan, mas sem sacanagens. Ela disse que queria simplesmente passar a noite ao lado dele e ele concordou. Deitaram abraçados e assim permaneceram.

E quando a manhã chegou, eles foram juntos para a Marra, os dois igualmente ansiosos em relação ao resultado do investimento do Junior.

Chegaram de mãos dadas e se dirigiram juntos para a sala de reunião, mas uma surpresa desagradável os esperava lá.

“Manuela Yanes, a sucessora de Jonas Marra.” Ouvira um homem anunciando, e observaram a nordestina recebendo os cumprimentos de diversas pessoas. “Devo dizer que fiquei impressionado com o Junior, mas o seu projetor... Que fantástico. Foi fácil escolher.”

“Realmente, o projetor foi uma ideia brilhante.” Um rapaz de cabelos negros e encaracolados sorria para ela. “Foi quase unanimidade dos acionistas votar nesse projeto para novo lançamento da Marra. Além do que, os investidores amaram.”

What?” A voz de Megan saiu alta e aguda, atraindo a atenção de todos. Eles se viraram, encarando ela e Davi. A garota tinha a expressão indignada; Davi, ressentida. “Como assim o Junior não...”

“Srta. Marra, os acionistas votaram e...” Um dos homens tentou se explicar.

“Votaram em what? Só tinha um projeto, e era o do Davi.” A loira parecia cada vez mais nervosa.

“Na verdade, a Manuela apresentou um projeto fascinante de um projetor 4D, ontem depois do almoço.” O rapaz de cabelos escuros falou. “E todos perceberam que as possibilidades de venda e lucro dele são bem maiores que as do Junior.”

“Obviamente, porque o Junior não é um projeto que visa o lucro.” O comentário de Davi foi ácido, enquanto fuzilava a ex-namorada.

“Então você já tem a resposta, sr. Reis.” Outro acionista falou. “Isso não é uma empresa filantrópica, mas sim uma que visa lucros. Lamento desapontá-lo, mas não iremos produzir o seu projeto.”

“Sua nerdestina...” Megan tentou avançar em Manu, mas Davi a segurou. “Me larga, Davi. Eu vou ensinar à essa tramp que não se deve agir de maneira sorrateira com os outros.”

“Como se você tivesse muita moral para isso, né gringuinha?” A morena se pronunciou pela primeira vez. “Eu fiz o que era melhor para mim, Megan. Para mim e para a Marra. E o melhor para a Marra não era o Junior.”

“Como você pode dizer isso?” Perguntou Davi, a voz falha. “Você dizia que era a mãe do Junior.”

“Pelo visto, esse cargo já foi reocupado.”

“E por alguém bem melhor.” Garantiu Megan. “Porque uma mom luta e protege seu filho, não simplesmente o descarta e coloca outro no lugar.”

“Não estamos falando de pessoas, Megan.”

Yeah, e sim de vadias sem noção, just like you.” Davi puxou Megan, fazendo-a encará-lo.

“Não vale a pena.” Ele garantiu, dando um selinho nela. “Vem, vamos embora. Não há mais o que fazermos aqui.”

“Mas Davi...”

“Por favor, Megan. Vamos para sua casa e vamos arrumar a mala. Eu quero voltar para o Brasil logo.” Vendo a tristeza dele, Megan assentiu. Ela entrelaçou seus dedos, começando a puxá-lo pela mão. Mas antes de sair, virou-se para a inimiga.

“Isso não acabou, Manuela Yanes.”

“Pode ter certeza que não, Megan Marra.” Retrucou a moça, enquanto o casal saia pela porta. “Você vai pagar por ter tirado o Davi de mim.”


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Notas finais do capítulo

Hey peanuts, como vão?
Desculpem novamente a demora, a vida anda corrida com a volta do semestre letivo. Bom, eu amei todas as cenas dessa semana, e quis colocar a de Peter e Sininho aqui. Espero que gostem, ok?
E tentarei voltar antes do final de semana que vem.
Até lá peanuts.



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