Forever escrita por Shin Damian


Capítulo 1
Forever.


Notas iniciais do capítulo

Inspirada na música "Forever" do Kiss, uma fanfic sem maiores maldades, narrada pelo Kogitsune, "A Raposinha", que na verdade é um RaposinhO <- ênfase no "o".

Songfic, com a letra da música escrita em itálico (indicando que é a letra da música)

Aspas (indicando que retirei os trechos de algum lugar... Sério, tem gente que não entende isso).

Negrito são os sentimentos explícitos na música.

Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521108/chapter/1

.:Kogitsune:.

Eu o observava de longe. Todos os seus hábitos, desde o acordar até o adormecer. Sua casa é uma morada estranha, de madeira e incrivelmente cheia de selos para repelir youkais ou espíritos mal intencionados, não que eu seja um deles.

Via seu andar calmo e isso me fazia esgueirar pelo jardim em busca de mais informações, tudo simplesmente porque eu já o tinha visto antes, andando com quem mais amo nesse planeta e com toda a sinceridade, isso não me agrada.

— Tanuma, feche a porta, não queremos que as raposas invadam a casa. – ouvi a voz grave de um homem que de vez em quando aparecia e sumia daquele lugar.

O garoto de cabelos escuros o obedeceu pela metade, deixando ainda um pouco mais de um metro de porta aberta e observava. Olhava diretamente pra mim, como se conseguisse ver quem realmente sou. Acompanhava meus passos e ria das minhas gracinhas e caretas.

— Você não é um youkai, não é? – perguntava e tentei responde-lo, mas provavelmente, tudo o que ouviu de mim foram ganidos. – É só um filhote mesmo. – riu e jogou-me um onigiri.

Eu não queria a piedade daquele humano, mas... Eu já estava naquele lugar há dias e não havia comido nada até então. Aquele bolinho de arroz era a coisa mais saborosa que recebi até agora para comer.

Aquele ato se repetiu por dias em uma, duas, três semanas inteiras e quando chegava no que os humanos chamam de final de semana, ele ficava lá, conversando comigo... Mesmo com a chuva forte.

— Você não deveria estar aí. Onde está sua toca, Raposinha? – comentou, deitando-se na varanda para ficar mais próximo. Se eu levantasse o corpo, meu nariz encostaria no dele. – Você está longe de sua mãe?

Fiquei triste quando tocou no assunto. Curvei-me e olhei para o enorme lago, cheio de youkais carpas e um ou dois Kappas que brincavam um com o outro. Senti algo quente me envolver e quando dei por mim, estava no colo daquele humano, enrolado em uma toalha.

— Solte-me! Não pode me tratar assim! – debatia-me em seus braços, mas como pensei, ele não me ouvia.

— Calma! Estou secando você e o deixarei ficar aqui dentro. Darei água, comida e o que precisar. – comentou, acariciando minha cabeça e... Pude sentir o cheiro... Aquele cheiro vindo do casaco preto. Soltei-me rapidamente e fui em direção àquele aroma, enrolando-me na peça de roupa, que com toda a certeza do universo, não pertencia àquele humano. – Eu sabia... – comentou. – Você o conhece, não é? – fiz que sim com a cabeça. – É triste saber que tenho que competir com youkais. Você deve ser uma gracinha. – fez uma cara engraçada.

— Tanuma, sua cara é engraçada. – falei em um riso.

— Você se diverte com isso, não é? Posso ver sua sombra em minha parede e você parece uma garotinha, RaposinhO. – deu ênfase no “o”. Só agora percebeu que sou um raposo?! Que decepcionante. – Você cresceu... E se tornou muito forte. – comentou.

“...Eu ouço o eco da promessa que eu fiz
'Quando você é forte, pode seguir sozinho'
Mas estas palavras soam distante quando olho pra você
Não, eu não quero seguir sozinho...

E então lembrei que prometi ao Natsume e a mim mesmo que seria forte como a minha mãe foi, lutaria dia e noite para me tornar um kitsune líder daquela floresta. Aprendi a bater naqueles youkais que se achavam os donos do MEU território. Aprendi que algumas ervas fazem mal, outras fazem bem... Aprendi que muitos humanos não gostam de raposas... Mas acima de tudo...

Aprendi que não quero e não consigo mais parar de pensar em você... Natsume. Você que me ensinou a ser forte, a lutar para conseguir ser o Kitsune que sou hoje e o que provavelmente serei amanhã. A cada dia eu luto mais e mais contra a saudade que sinto do seu cheiro e da sua voz, porque... Você é o único humano que me trata bem, que me acolheu, que realmente acreditou em mim.

— Natsume... – murmurei e comecei a chorar ao lembrar, que do jeito frio e meio indiferente, ele ainda demonstrava o quanto me adorava, o quanto se divertia comigo e com o Madara-san.

Olhei meio minuto para o humano de cabelos pretos e o vi triste por alguns momentos. Levantou-se e buscou pra mim água e comida.

— Eu volto logo, Raposinho. – falou em um tom calmo e acariciou minha cabeça novamente.

E mais uma semana ia e outra vinha. Eu continuava no mesmo lugar, naquela peça de roupa que me fazia lembrar aquele humano. O meu humano.

Tanuma escrevia naquele bloquinho, mas logo parava e saía de casa, voltando horas depois com um casaco igualmente preto. Todas as vezes que olhava pra mim, parecia entender o que eu queria dizer, porque há tempo que não consigo comer nem beber nada.

— Ainda sinto saudade dele, Tanuma. – tentei falar em um tom que ouvisse, mas as lágrimas vinham.

— Chega, não é mesmo? – comentou e saiu do quarto.

Não entendi. Não entendo os humanos. A chuva continua lá fora e aquele moreno simplesmente saiu de casa. Uma tempestade.

O verão é assim. Cheio de calor e chuva... Mas mesmo estando quente lá fora, sinto frio e preciso me aquecer no casaco do Natsume. Por que não posso gostar do Tanuma? Por que tem que ser o Natsume? Por que ele é tão especial?...

Ah! É... Porque... O Natsume... É o Natsume.

Ele todo é especial... Porque seu olhar é tão solitário quanto o meu, que mesmo em um lugar cheio de youkais, não consegue achar um que tenha a mesma dor que o dele... Por que ele tinha que ser um humano? Por que muitos tinham que gostar dele?

Por que o cheiro dele... Tem que estar tão forte? Por que posso ouvir sua voz? Por que consigo diferenciar o coração dele? Por que...

Por quê?... Aqueles olhos do Natsume... Aqueles olhos brilham ao me ver. Por que aquele rosto ganha um sorriso? Por que eu consigo vê-lo?

— Natsume? – chamei. – Natsume! –afirmei e levantei, indo de encontro àquele humano.

“...Eu vejo meu futuro quando olho em seus olhos
O seu amor faz meu coração viver
Porque eu vivi minha vida acreditando que todo amor é cego
Mas tudo em você, está me dizendo desta vez...

— Kogitsune... Você saiu da sua floresta de novo... – sua voz era firme e um pouco carregada, mas não consegui retrucar, apenas o abracei forte. – Tanuma me disse que estava aqui... Pensei que fosse embora logo... Mas você não tem jeito.

— Meu coração vai explodir... – sussurrei.

— Explodir? – perguntou um pouco assustado e apenas sorri. – Por quê?

— Porque eu estou com você, Natsume. – comentei com um sorriso no rosto, ainda em meio às lágrimas.

“...É pra sempre, desta vez eu sei
E não há nenhuma dúvida em minha mente
Pra sempre, até que minha vida termine...

Eu queria estar em seus braços e ver seu sorriso. Porque acima de tudo, Natsume é meu melhor amigo, mesmo sendo um humano. Pra sempre, é como eu queria estar com ele, mesmo que essa presença durasse só um verão.

“... Eu te amarei pra sempre...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se leu até aqui, não custa deixar um comentário, juro que sua mão não vai cair.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forever" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.