My Alien escrita por naath


Capítulo 1
Único




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[ Pierre’s POV]


Saía do colégio em meu novo carro – presente de aniversário que ganhei de meu pai – quando uma coisa alienígena vindo de outro mundo me atravessa a rua na frente do carro, tive que frear bruscamente para não atropelar o alienígena.
Tudo bem, ele não era um alienígena, mas para isso só lhe faltavam as anteninhas e a pele esverdeada.
Era um cara, 17 anos no máximo, cabelos pretos e meio cumpridos, batia no pé de sua orelha, piercing no lábio e no nariz, um lápis preto carregado nos olhos... meu Deus, que olhos!  Mas eu estava muito nervoso na hora para notar tudo isso e coloquei a cabeça para fora dando um grito:
- PERDEU O AMOR À VIDA CARA?
Ele se assustou mais com o meu grito do que com a freada do carro, e, para a minha surpresa ele me respondeu chegando perto do vidro de meu carro:
- Pois é, perdi, e você, um imbecil, não quis me matar, sabe ia ser um grande favor, obrigada!
Choquei com aquelas palavras, agora que ele chegara mais perto eu notei... ele era tão lindo , mas ainda assim parecia um alienígena, não por seu físico mas por querer morrer assim, só alguém de outro mundo gostaria de ser  morto.
- Uol, peraí – eu disse fazendo ele se afastar do carro, pois as buzinas atrás de mim estvam já irritantes e eu tive que encostar o carro – como assim perdeu  o amor a vida?
- Longa história.
- Eu tenho duas horas antes do curso de francês, acaba antes disso? – também sei ser gentil  ta bom ?
- Esquece cara, me deixa – me disse o alienígena indo embora.
Eu o achei muito triste, confesso: sou frágil para sentimentos, sim, eu sou... gay, e me encanto por caras simples e tão gays quanto eu, apesar de ter todas as garotas que quiser aos meus pés, fico com algumas só para ficar com a fama de gostosão, afinal, não saio dizendo para todo mundo que na verdade eu gosto da outra fruta... então, dentro dessas circunstâncias eu fui com o carro atrás dele.
- Pare de me seguir – ele disse freando os passos.
- Entra aí, te levo para casa.
- Não quero ir para casa. Quero morrer, eu já disse. Me deixe!
Eu detesto, detesto  pessoas quando começam com esses ataques emo, isso devia ser proibido por lei.
- Entra aí ou eu te quebro a cara!
Pensei que isso não iria funcionar, já que o que ele queria era morrer, mas ele deu a volta no carro e entrou.
- Beleza, estou com fome, vamos comer em algum lugar? Ai você me conta o que aconteceu. – sugeri.
- Você é terapeuta, psiquiátrico, psicólogo, ou alguma coisa do gênero?
Não, e você, é um alienígena?
- Não... mas posso ser se você quiser...
- Tudo bem, vamos para onde você quiser – ele disse por fim.
Dirigi então para um café da cidade que eu adorava passar a tarde de sábado sem fazer nada, só com meu notebook e uma boa xícara de café ao lado.
Entramos pela porta e avistei uma mesa bem ao fundo, nos dirigimos para lá.
Pedi um lanche para mim e para o Alien, chegaram rápido, e eu fui puxando assunto.
- Pode começar me dizendo o seu nome – pedi, era estranho ficar o chamando de alienígena.
- David, qual é o seu?
- Pierre, prazer, agora que nos conhecemos você pode me contar.
Ele deu uma mordida no lanche e abaixou o olhar, eu vi que ele estava evitando o assunto, mas ao mesmo tempo percebi que ele estava precisando desabafar.
- Minha mãe... me botou para fora de casa...
- Porque isso? – me assustei.
A minha vida inteira fui mimado pelos meus pais, não sabia o que era uma briga com eles, agora quando vi que ele havia sido botado para fora de casa me surpreendi.
- Ér... não quero falar sobre...isso – a última palavra saiu um sussurro que eu tove que fazer um esforço para conseguir entendê-la.
- Tudo bem – eu toquei sua mão – confia em mim, pode me contar...
Ok, foi uma coisa muito gay o que fiz, acho que ele ficou mais assustado ainda.
Ele puxou a mão e a escondeu rapidamente, suas maçãs do rosto coraram e ele sussurrou:
- Não vai... rir... nem... fugir... ou...
- Prometo que ficarei quietinho e só ouvirei –prometi.
- Eu... sou... homossexual...
Eu esperei ver se ele não falaria mais nada.
- Está chocado? – perguntou.
- Não – dei de ombros – eu também sou.
- SÉRIO?
- Sim, quer dizer, mas não conte a ninguém, pouca gente sabe...
- Não contarei.
- Mas sua mãe te colocou para fora só porque é gay? – voltei ao assunto principal.
- É, ela é... homofóbica, e me pegou na cama com um ex-namorado, que me deixou ao ver a atitude de minha mãe.
- Ual, que... mal isso...sinto muito... se eu puder fazer algo por você...hey, você pode ficar em casa!
- Posso? Sério? Mesmo ? – ele parecia ter se alegrado.
- Sim! Pode! – eu respondi.
- Obrigado – ele disse corando.
- Você é lindo... – as palavras escaparam de minha boca antes que eu pudesse contê-las, ainda que eu pude conseguir segurar o ‘mesmo parecendo um alienígena’.
- Você também... – ele respondeu.
Estávamos muito perto um do outro, nossos rostos muito juntos, até que um cara, nem tão alto, olhos claros, cabelos castanhos, uma aparência muito bonita, adentrou o local com uma arma na mão e todos se agitaram.
- Calma gente, eu só quero UM de vocês, e é UM específico... ah, achei!
O Cara se dirigiu a nossa mesa e assustou David.
- Sebastien!
- David... seu inútil! S eu pai foi até minha casa tirar satisfações comigo! Ele me deu esse olho roxo! Fora que se eu fosse hetero eu não poderia ter filhos, creio eu, pois o chute nas minhas partes baixas já me deixou totalmente sem ar, da próxima vez pense duas vezes antes de pedir para nascer.
O cara puxou o gatilho e eu empurrei David para longe me atirando na sua frente, e sendo assim, o alvo da bala.
Tudo começou a rodar e eu só pude ver o tal de Sebastien  correndo em direção à porta antes de apagar completamente.
                                                                                              •••
Acordei no dia seguinte com David ao meu lado, tinha uma para abatida, e preocupada, mas se alegrou ao me ver acordado.
- Pierre!  Que bom que acordou! Seus pais estavam preocupados!
Depois de muita conversa com David, mamãe e papai, acabamos acolhendo David em casa, e eles me deixaram uns minutos a sós com o alienígena moreno.
- Hey, Obrigado, aquela bala era para ser em mim- ele agradeceu.
- Que é isso, não foi nada, eu não queria que você morresse, agora que eu havia encontrado a pessoa com quem eu me identifiquei, não, não ia te deixar ir embora assim...
Ele depositou um beijo em meus lábios, e me disse:
- Nunca me abandone, eu nunca te abandonarei, Pierre.
Fiquei realmente feliz por aquilo, acho que David seria a pessoa ideal para mim... e foi, hoje completamos quatro anos juntos, o pessoal do colégio ficou espantado quando depois de um mês eu assumi nosso namoro, mas ninguém me contrariou, até porque não acho nada de mais o astronauta se apaixonar pelo alienígena.


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Notas finais do capítulo

Estava com vontade de escrever uma one shot, :~ vai entender essas vontades de escritores... >.



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