Bitchcraft escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eu costumo dizer que essa fanfic é o resultado do que seria uma mistura de AHS: Coven e X-men, com uma pitadinha da minha insanidade rsrs

Divirtam-se XD



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Bruxa: s.f. Mulher a quem se atribuem poderes demoníacos; mulher que pratica a magia negra; feiticeira.
Fig. Mulher velha e feia.
Bras. Boneca de pano.
Certa borboleta noturna.

Fada: s.f. Ser imaginário representado numa mulher dotada de poder sobrenatural.
Mulher notável pela graça, espírito, bondade e beleza.
Destino, auspício.

Há muito tempo essas são as definições das palavras bruxa e fada, no entanto, o que as pessoas desconhecem é que elas não são verdadeiras.

A luta entre fadas e bruxas tinha como objetivo a dominação de uma espécie sobre a outra, por causa da ambição das primeiras. Fadas nunca foram sinônimos de beleza e bondade, sempre foram ambiciosas e egoístas, usando seus poderes de forma violenta contra as bruxas, que na verdade, queriam a paz.

Com a batalha silenciosa atingindo níveis de violência extrema, marcada, principalmente, pela caça em 1692, as bruxas juntaram-se e conseguiram vencê-la. O destino das fadas não foi a morte, mas sim a prisão eterna no Inferno Negro, o que propiciou a paz que as bruxas tanto desejavam.

Mais de 300 anos depois, as bruxas ainda vivem em silêncio, espalhadas pelo mundo em escolas especiais.

***

Sophie Williams morava em Connecticut, mas havia sido expulsa de casa por sua mãe fanática religiosa por ser considerada como um “demônio” depois de demonstrar habilidades que nenhum ser humano conseguiria dominar.

Ela morou com sua tia por algum tempo depois de sair de casa, mas os olhares de estranheza de seus tios e primos era insuportável. Ela não se encaixava na família, simplesmente não se encaixava. Por isso saiu de casa novamente e mudou de identidade, se tornando Rain Becker. Agora estava livre para viver como quisesse e escolheu morar em Salem, porque sempre foi fascinada pela história das bruxas.

***

Estava chovendo. Sophie varria o chão da loja de brinquedos em que trabalhava, quando ouviu o sino tocar. Um cliente.

Ela largou a vassoura e pôs-se atrás do balcão, para atender a pessoa. Os clientes eram duas mulheres, uma delas tinha cabelos castanhos até o ombro. Vestia um vestido preto até o joelho e saltos altos. Estava de óculos escuros também. A outra era uma garota de uns 16 anos, tinha cabelos loiros e também vestia um vestido preto, mas não tão justo quanto o da outra mulher.

- Com licença – A mulher disse, simpaticamente – Você é Sophie Williams?

- Como disse? – Rain perguntou, assustada. Como aquela mulher sabia seu nome verdadeiro?

- Oh, desculpe, Rain Becker, não é? – Ela sorriu e tirou os óculos escuros.

- Quem é você?

- Eu sou Felicia Coast, da Garden School.

- Em que posso ajudá-la?

- Estou aqui para convidar-lhe a se juntar a nós.

- Por que eu?

- Eu sei o que você é.

Aquelas palavras a atingiram como uma pedra. Rain ficou assustada. Sabe o que?

- Você sabe o que eu sou? – Ela sorriu para tentar disfarçar – Como assim?

- Você faz coisas que ninguém mais consegue, não é? Coisas que nem ciência pode explicar...

Rain parou de sorrir e ficou mais assustada ainda. Ela sabia.

- Eu estou certa? – A mulher perguntou, com um sorriso intimidador.

- Do que está falando?

- Eu sou como você.

- Desculpa, eu não sei do que está falando – Ela pegou a vassoura e voltou a varrer o chão.

Felicia levantou sua mão, apontando para a vassoura. A cor negra de sua pupila espalhou-se pelos olhos e eles ficaram negros, assim como sua mão. Instantaneamente, a vassoura também escureceu, parecia uma sombra. Ela fez um movimento brusco com a mão e apontou para a parede. O objeto seguiu o trajeto da sua mão e chocou-se contra ela, partindo-se em vários pedaços.

Rain estava impressionada. O que diabos era aquilo que acabara de ver?

- Umbracinese – Felicia falou, enquanto seus olhos voltavam ao normal – É a capacidade de controlar as sombras, a escuridão.

- Oh meu deus – Ela disse, boquiaberta. Havia percebido naquele momento que não era a única. Havia mais dessas pessoas com dons incríveis, uma delas estava bem à sua frente.

- Você não é a única que pode fazer coisas inexplicáveis, não está sozinha.

Rain estava paralisada, olhando para o que sobrou da vassoura no chão, impressionada com o que via.

- Você é uma bruxa – Felicia disse.

- Ah... O que? – Ela perguntou, voltando à realidade.

- Uma bruxa... Você é especial.

- Não pode ser – Ela voltou a olhar a vassoura – Bruxas não existem – Em outro momento, ela acharia graça e estaria gargalhando, mas nada daquilo parecia normal.

- Existem sim, e você é uma delas.

Ela fitou Felicia, estava perplexa, mas no fundo acreditava naquilo tudo.

- Como me acharam? – Ela perguntou, olhando para as duas. A garota não havia falado nada desde que chegara.

- Digamos que uma de nossas garotas possui um dom muito especial... E além do mais, nós, bruxas, somos atraídas umas pelas outras e sempre sentimos quando há alguma por perto, é como um sexto sentido.

- Todos esses anos eu pensei que eu era anormal, uma aberração.

- Mas você não é, nenhuma de nós é.

Ela finalmente abriu um pequeno sorriso.

- Você pode continuar vivendo sozinha ou pode se juntar a nós.

- Eu não sei...

- Moramos em uma grande escola, sempre há espaço para mais uma de nós – A garota loira que estava ao lado de Felicia finalmente falou – Você será bem-vinda.

Rain ficou calada por um instante, pensando.

- Você pode vir conosco conhecer nossa casa, se não quiser ficar, pode voltar para a sua família – Felicia sugeriu.

- Eu não tenho família – Ela abaixou a cabeça – Fugi de casa... Eles sempre me olharam estranho.

- Oh, desculpe – Ela disse – Mas seu lugar não é com eles, e muito menos aqui sozinha, deixe-me ajudá-la.

- É só uma visita.

***

Minutos depois, Rain estava dentro de um sedan preto, em direção à Garden School. Felicia o dirigia, enquanto a ela e a garota estavam sentadas no banco de trás.

- Qual o seu nome? – Perguntou Rain.

- Mia.

- Meu nome é Rain.

- Eu sei – A garota sorriu e olhou para a rua. As gotas da água da chuva molhavam o vidro da janela do carro – Então... Me mostre o que você faz – Ela perguntou, sorridente, quando voltou a olhar para Rain.

- Eu não sei se consigo fazer agora.

- Tente.

Rain direcionou a mão para a janela e se concentrou. Não precisou de muito esforço.

As gotas de água estavam se juntando em um círculo no vidro. Elas começaram a cair quando ela parou de apontar a mão.

- Você controla a água! – Mia ficou impressionada – Que incrível!

- Obrigada – Ela sorriu.

Felicia olhou pelo retrovisor e apenas sorriu.

- O que você faz? – Perguntou Rain.

- Ah, eu não posso fazer aqui – Ela respondeu.

- Por que não?

- Se a Mia manifestasse seus poderes dentro desse carro aqui e agora, você poderia se machucar – Felicia interrompeu.

- Por quê?

- Eu te mostro quando chegarmos.

***

Felicia parou o carro em frente a um grande portão preto e o segurança que ficava em uma espécie de guarita abriu ao ver quem era.

Ela dirigiu o sedan por uma pequena estrada entre árvores até chegar à grande construção. Parou o carro e quando elas desceram, Rain ficou encantada com o lugar.

A escola parecia uma mansão, era feita de tijolos brancos, com altas janelas de molduras douradas, por onde ela viu algumas garotas passando. Também havia um grande jardim na frente, com uma grande passarela de pedras até a escadaria da porta.

- Bem-vinda à Garden School – Felicia disse.

As três caminharam pela escadaria e chegaram até a porta. Quando ela a abriu, Rain pôde ver o interior, era ainda mais impressionante. Com uma escada de madeira no centro e um lustre de algo que parecia um cristal no teto. Algumas garotas passavam por ali e cumprimentaram-nas.

- Venha comigo até a sala de Virginia – Felicia chamou.

- Quem?

- A diretora.

- Mia, você pode ir.

- Ok, tchau.

Antes de ir, Mia virou-se para Rain e disse:

- Te vejo depois.

As duas subiram as escadas e caminharam por um corredor cheio de portas, como um hotel. Havia garotas entrando e saindo dos quartos a todo momento.

No fim do corredor, havia mais uma pequena escada em espiral. Elas subiram até encontrar um pequeno corredor decorado com quadros e um papel de parede vermelho vinho com detalhes dourados. No fim, havia uma porta, onde tinha uma placa de metal com o nome “Diretora” gravado.

Felicia bateu na porta e ouviu um voz feminina dizer “entre”, então ela entrou.

A sala de Virginia Gardner era ampla. Cheia de retratos de mulheres que Rain não conhecia. Com uma estante cheia de livros e um sofá em vinho.

No centro, havia uma grande mesa de madeira vermelha cheia de objetos e papéis em cima e depois dela, havia uma grande cadeira confortável que estava virada para a janela atrás dela. A cadeira girou e ficou evidente a pessoa que estava sentada nela. Uma mulher loira de cabelos muito curtos. Tinha um sorriso misterioso.

- Seja bem-vinda, Rain, eu sou Virginia Gardner, a diretora desta escola – A mulher disse.

- Oi.

- Sente-se, por favor.

Rain sentou-se no sofá, meio desajeitada.

- Acredito que Felicia já lhe contou onde está, não?

- Sim.

Virginia levantou-se e andou até a estante de livros. Passou a mão por alguns deles e escolheu um.

- Acredito que ela também tenha contado o que somos e te fez uma proposta.

- Sim.

- Eu quero que saiba que não será problema nenhum aceitá-la aqui, na verdade, será um prazer... Inclusive, seu lugar já está pronto e você já pode ir vê-lo, a não ser que decida partir... Você deseja ficar?

- Ah, eu... Ah... – Ela estava nervosa diante daquela mulher. Era mais intimidadora que Felicia – Eu não sei... Não tenho dinheiro, não tenha praticamente nada.

- É justamente por isso que a queremos aqui – Virginia colocou o livro sobre a mesa, caminhou até o sofá onde Rain estava e se sentou.

- Mas...

- Não, não precisa de dúvidas, tudo o que queremos é proteger nossa espécie... Rain, você é especial, seu lugar é conosco.

- Eu não sei...

- Esse lugar é como uma escola normal, só que também é uma casa, e essas garotas são suas irmãs... Você pode ir trabalhar se quiser, pode fazer o que quiser, apenas queremos que isso aqui seja a sua casa.

Rain ficou em silêncio por um momento, estava pensando. Pensava se deveria largar tudo por isso. Na verdade, não tinha muito o que largar. Seu namorado havia rompido o namoro e ela já estava cansada de viver sozinha, além disso, ali ela se sentia normal, não se sentia uma estranha deslocada do mundo.

- E então, você aceita? – Virginia perguntou.

- Sim – Ela respondeu e sorriu.

- Que ótimo – A mulher também sorriu – Seja bem-vinda.

- Vamos, eu vou te levar para conhecer o resto da casa – Felicia disse.

- Oh, esperem – Virginia caminhou até sua mesa e pegou o livro – Eu acho que você deveria ler isso, tem cara de quem gosta de ler – E o entregou a Rain.

- Obrigada – Ela pegou o velho livro e foi embora, junto com Felicia.


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