Cartas para a Sabe-Tudo | Dramione - One-Shot escrita por Lara by Green


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse antes, estou trabalhando em outra fic, e o resultado desta aqui definirá se postarei ou não. Então comentem, deixem suas opiniões e/ou dicas. Digam o que gostaram e o que não gostaram, e o que posso melhorar.
Um autor só existe por conta de seus leitores.

Enjoy!



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A vista da torre de astronomia era linda.

"Quase tão linda quanto ela", pensou.

Há meses que se comunicava com Granger por meio de cartas. Era a única maneira de conversar civilizadamente com a garota que lhe tirava o sono, de modo que ambos saíssem inteiros ou, no mínimo, sem cicatrizes.

Obviamente ela não sabia quem era o garoto por trás das doces palavras recebidas, mas a Sabe-Tudo de Hogwarts se mostrava cada vez mais encantada por ele.

"Por que não acaba de uma vez por todas com esse mistério? Quero saber quem está me tirando a atenção das aulas." Respondeu-lhe uma vez.

Tratou logo de desconversar, declarando que quanto menos soubesse melhor era, tanto para ela, quanto para ele. Mas claro que, teimosa do jeito que é, a grifinória não cooperou, e deixou de responder suas cartas por duas semanas. Duas semanas insones para ele.

Ainda não sabia se sua última tentativa havia dado resultados, e esperava nervoso o relógio marcar dez horas.

"Querida Hermione,

Sinto muito! Não imaginei que ficaria tão aborrecida por negar contar-lhe quem eu sou. Claro que esperava uma bronca, afinal, como disse uma vez: te conheço melhor do que pensa. Mas jamais pensei que chegaria a tanto.

Me dar um gelo de duas semanas? Quem diria que a Sabe-Tudo sabe ser traiçoeira também?!

Mais uma vez peço desculpas pela minha ignorância, mas sinceramente acho que seria melhor para nós dois continuarmos assim. Porém, diante da sua insistência, permitirei que saiba quem sou eu. Contudo, aviso desde já: você não gostará de saber.

Não, não revelarei a resposta nesta carta. Se quiser descobrir, encontre-me.

Estarei te esperando na torre de astronomia esta noite, às 22h.

Com amor,

Eu."

Olhou o relógio pela terceira vez desde que chegara. Faltavam cinco minutos. Assim que guardou novamente o objeto dentro das vestes, ouviu passos na escada.

"Sempre pontual", pensou, abrindo seu característico sorriso.

Respirou fundo e fechou seus olhos. Não havia mais escapatória.

– Malfoy?

Abriu seus olhos, encontrando a morena lhe encarando.

– O que faz aqui? - a garota tornou a falar.

– Achei que fosse mais esperta do que isso, Hermione.

– Hermione? - a garota arregalou seus olhos - Que brincadeira é essa, Malfoy?

– Brincadeira, Granger? Eu não estava brincando.

– Então - a grifinória tirou as tantas cartas recebidas de dentro do bolso - Era você o tempo todo?

Suspirou antes de responder.

– Sim, era eu o tempo todo.

– Por quê? - a garota o olhava, confusa.

– Achei que tivesse deixado claro nas cartas.

Ela abaixou novamente seus olhos para as cartas que segurava, e leu um trecho:

"Sei que deve estar surpresa, afinal quem mandaria cartas para você, certo? Obviamente não aqueles patetas que você chama de amigos.

Francamente, Hermione, você merece companhia melhor. Mas quem sou eu para falar alguma coisa, se nem mesmo seu olhar eu mereço, quanto mais sua companhia?!"

– Como eu não percebi? - riu, divertida, tirando um sorriso do garoto.

– Acho que você só vê o que deseja.

Ela o encarou novamente.

– Por que, Malfoy? Por que agora?

– Como eu disse em uma carta, não aguentava mais guardar isso pra mim.

Hermione mordeu o lábio inferior. Milhões de pensamentos passavam em sua cabeça.

"Isso é mentira! Ele só quer brincar com você!", gritava sua mente. Mas como poderia, se seu coração dizia que o garoto em sua frente estava sendo sincero pela primeira vez desde que o conheceu?

– Hermione - Draco a chamou.

– Desde quando, Malfoy? - perguntou secamente.

O loiro engoliu em seco diante do tom de voz dela.

– Desde o terceiro ano. Mais especificamente, desde que você me deu aquele soco. - relembrou.

– Então você gosta de apanhar? - riu, debochadamente.

– Não, eu gosto de conhecer as pessoas de verdade. Eu vi quem você era realmente naquele dia, Hermione.

– E quem eu sou?

– Uma garota forte, que não se deixa abalar por qualquer coisa que dizem - declarou, olhando no fundo dos olhos castanhos da garota - Que dá a volta por cima quando a insultam, e soca a cara do idiota.

Hermione riu.

– Você me disse algo parecido certa vez.

Observou as cartas em sua mão, e pegou a que procurava.

"[...] Sim, eu te conheço. Meu passatempo favorito é te observar. Aprendi muito com isso.

Aprendi, por exemplo, que é uma garota mais forte do que aparenta. Acredito que seria capaz de quebrar a cara de qualquer um que mexesse com seus amigos. Pois é, só com seus amigos, porque apesar de forte, você não se considera tão espetacular a ponto de se defender desta maneira, só faria isso por eles.

Eles sequer imaginam a sorte que têm."

O garoto sorria timidamente.

– Malfoy - ele a cortou delicadamente.

– Prefiro que me chame pelo nome, se não se importa - ela ergueu uma das sobrancelhas - Sei que não está acostumada, mas quando me chama de Malfoy, tenho a impressão de que está colocando um muro entre nós.

– Porque estou - ela disse firme - Acha que depois de tudo o que me fez, apenas algumas cartas mudariam tudo?

– Hermione... - a garota o cortou.

– Não, cartas não mudam nada, Malfoy.

– Eu não... - foi interrompido novamente.

– Mas palavras sim.

Foi a vez do sonserino ficar confuso.

– O que?

A garota respirou fundo, e segurou um dos pergaminhos.

– Você escreveu:

"Imagine como foi, pra mim, descobrir que, depois de todo esse tempo, estou apaixonado por você. Sim, Hermione, apaixonado.

Não consigo mais esconder isso, apesar de você nem desconfiar de quem sou. Apenas precisava admitir.

Eu amo você!"

– Como posso acreditar, Draco? - seus olhos encheram-se de lágrimas - Como posso saber que tudo isso foi sincero?

– Porque foi. Tudo o que eu escrevi - foi então que a ficha caiu.

"Cartas não mudam nada, Malfoy, mas palavras sim", a garota dissera. Entendendo o recado, o loiro aproximou-se dela.

Segurou o pequeno e delicado rosto, fazendo-a encará-lo.

– Hermione - enxugou uma lágrima solitária que escorria por sua face - Eu amo você!

Antes que pudesse pensar em dizer mais alguma coisa, a garota retirou uma carta do bolso, e o entregou.

Ele olhou, confuso, a garota parada em sua frente, e engoliu em seco antes de abrir.

"Querido Malfoy,

Sei que deve estar surpreso, afinal quem mandaria cartas para uma doninha, certo? Obviamente não aquelas víboras que você chama de amigos.
Mas era necessário.

Imagine como foi, pra mim, descobrir que, assim como você, estou apaixonada. Sim, Draco, apaixonada.

Não posso mais esconder isso, apesar de você nem desconfiar que sei quem você é. Apenas precisava admitir.

Eu também amo você!"

– Como?

– Achei que fosse mais esperto do que isso, Malfoy.

– Desde quando? - ainda encarava a carta em suas mãos, sem acreditar no que lera.

– Desde o terceiro ano. Mais especificamente, desde que você fugiu depois que te dei aquele soco - repetiu as palavras do garoto - Eu vi quem você era realmente naquele dia.

Ele a encarou intensamente.

– E quem eu sou?

A garota imitou o sorriso sarcástico de Malfoy.

– Um idiota.

Draco abriu o maior sorriso que dera em toda sua vida. Não conseguiu conter-se.

Puxou a grifinória pela cintura, colando seus corpos, como sonhara fazer durante anos.

– Eu amo você, Sabe-Tudo!

Antes que abaixasse cabeça e, finalmente, colasse seus lábios aos doces lábios dela, ouviu-a dizer:

– Eu amo você, doninha!

Ele então soube que, pela primeira na vida, poderia ser feliz.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :)
Beijos:*