Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 8
Flirting back.




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–Clara, você tá pronta? A gente tem que estar lá em meia hora, e eu não quero me atrasar. –Gritou Felipe.

–Eu já estou pronta, mas não consigo achar meu celular. –Ela disse, revirando todas as cobertas por cima da cama.

–Eu vou ligar pra ele, e você procura. –Felipe agarrou o celular, que estava em cima da pia do banheiro e discou o número de Clara.

Clara continuou em silêncio enquanto esperava o celular tocar. Suas orelhas a guiaram quando ela escutou a melodia bonita e charmosa de Titanium, do David Guetta. Ela rapidamente foi até um canto do quarto, onde algumas roupas estavam espalhadas pelo chão. Ela as revirou e pegou uma calça jeans, de onde tirou o celular do bolso.

–Achei. –Ela gritou de volta, enquanto apertava desligar e checava se haviam mensagens ou chamadas perdidas. Quando viu que havia uma mensagem, ela abriu-a e sorriu quando viu o nome que aparecia na tela. Marina Meirelles.

Aguardo as provas de roupa hoje. Te vejo daqui a pouco!

Marina e Clara vêm trocando mensagens até demais nos últimos dias. Desde o dia da cafeteria, as duas haviam começado a realmente se dar bem, o que, no fundo, Clara estava adorando.

Eu também, mal posso esperar pra te ver num vestido rosa!

Clara apertou o botão enviar e jogou o celular para dentro da bolsa, com um sorriso no rosto.

–Pro quê você tá sorrindo? –Perguntou Felipe.

Aquele dia era realmente importante para os dois. Por mais que fosse o correto que Felipe não comparecesse, eles iriam escolher os vestidos para todas as damas de honra. No caso, não havia nenhum pajem e sim quatro damas de honra.

–Nada, só uma mensagem. –Ela olhou para Felipe enquanto coloca os sapatos. –Vamos. –Ela disse, animada, e os dois foram até o carro.

Clara estava olhando para o lado de fora quando sentiu o telefone vibrar. Ela o buscou por dentro da bolsa e leu a resposta de Beca com um risinho escapado.

Odeio te iludir, Clarinha. Mas é mais fácil que o Felipe e a Vanessa me convençam a me casar, do que me fazer usar um vestido rosa ;)

Clara riu enquanto colocava o celular novamente dentro da bolsa. Os olhos de Felipe passearam por Clara, e depois por seu celular.

–Quem fica te mandando mensagem? –Ele perguntou. –Eu sei que não é o Cadu, porque ele prefere um milhão de vezes uma ligação a uma mensagem de texto. –Felipe olhou da rua para Clara, e depois para a rua novamente. Ele percebeu que a irmã estava usando o celular muito mais nos últimos dias.

–Marina. –Ela respondeu, totalmente incomodada. Felipe havia começado a fazer perguntas demais desde que ela havia contado o que fez com Cadu. Parecia até que ele estava suspeitando que ela continuasse vendo aquela pessoa, pelas costas de Cadu.

–Vocês têm ficado terrivelmente próximas. –Ele respondeu.

–Bom, é isso que acontece quando duas pessoas se conhecem. –Ela respondeu, olhando para ele com uma das sobrancelhas levantas. O que ele queria dizer? –Isso é um problema? –Clara não sabia o que pensar.

–Claro que não, só tenha cuidado com ela. –Ele respondeu.

–Por que?

–Porque... Você é uma pessoa boa e ela não. –Ele disse, simplesmente.

–O que você quer dizer? –Ela virou o corpo, assim observando Felipe melhor. Ela realmente não entendia de onde aquilo tudo estava vindo. Tudo bem, Clara sabia que Felipe não era fã número um de Marina, mas ela achou que, pelo menos, os dois se entendiam.

–Nada. –Ele disse, exalando um suspiro irritado. –Eu quis dizer que vocês são pessoas totalmente diferentes. A Marina é egoísta, e não se importa com ninguém além dela mesma. Você não... Você se importa com todos, e é totalmente o contrário. Você acredita em amor, em esperança... Na verdade, você acredita em quase tudo.

–Isso não é verdade, ela se importa com a Vanessa. –Sem saber porquê, Clara entrou em estado defensivo por Marina. Claramente, Felipe não a conhecia muito bem.

–Se importa? Porque, assim... Ela é totalmente contra nós dois nos casarmos. Eu sei que ela sempre diz á ela que ela está cometendo um erro. Se ela realmente se importasse com ela, o apoiaria em qualquer decisão que ele tomasse.

–Isso não é verdade, Fê. Ela se importa sim com a Vanessa. Ela me contou... Tudo bem que ela é contra compromisso e casamento, mas ela ama a Vanessa e quer que ela seja feliz. Quando ela diz essas coisas, ela só está brincando. –O tom de Clara estava ficando cada vez mais estridente.

–Sem ofensas, irmã, mas você acabou de conhece-la. Você não a conhece como eu conheço, logo não vê as coisas que eu vejo. Acredite em mim, Marina não se importa com ninguém que não seja ela mesma.

Clara continuou em silêncio enquanto olhava para Felipe. Ela não sabia de onde ele havia tirado tudo aquilo e, sinceramente, ela sentia muito por Marina. Tudo bem que ela sempre foi aquela idiota sarcástica, mas Clara sabia que ela era mais que isso. Ela não tinha muitas provas disso, mas com certeza podia dizer. Não sabia se por causa montagem repleta de fotos das duas durante vários anos que estava debaixo da cama dela, ou pelo que havia aprendido sobre Marina Meirelles em todo esse tempo. Clara acreditava que Marina tinha um bom coração, mas talvez o problema fosse que Marina não acreditava nela mesma.

...

Clara e Felipe chegaram vinte minutos antes do horário combinado.

–Vocês estão todas adiantadas? –Perguntou Vanessa, que chegou logo depois.

–Você sabe, é melhor prevenir do que remediar. –Uma das meninas, loira e alta, com um sotaque do Sul, respondeu.

–Bom de ver, Amy. –Disse Felipe. –Stacie. –Ele sorriu para a morena. –Oi, Marina, como você tá? –Perguntou ele.

–Bem. Vanessa me avisou para chegar um pouco antes, então achei que trinta minutos estaria bom. -Ela disse.

–E ela estava certa. –Disse Felipe, antes de dar um beijo rápido em Vanessa.

Clara olhou para Marina e assobiou. Ela sorriu quando viu a morena andar até sua direção.

–Acha que ele ficou impressionado por eu ter chegado mais cedo? –Ela perguntou.

–Totalmente. –Ela sussurrou.

–Então, como você tá, Clarinha? –Perguntou Marina.

–Bem melhor se você parar de me chamar assim. –Ela disse.

–Bom, não vai acontecer nunca, então se acostuma. –Marina riu.

–Então se acostuma comigo fazendo isso. –Ela deu um tapa, mais parecido com um soco, no braço de Marina. –Toda vez que você me chamar assim. –Ela riu enquanto Marina passou a mão pelo local onde Clara havia batido e gemeu.

–Deus, se você fosse tão agressiva assim na cama eu com certeza ficaria sem conseguir andar por uma semana. –Ela murmurou.

–Não tem graça. –Clara respondeu.

–Tem um pouquinho de graça, sim.

–Não. –Clara respondeu, dando língua para Marina enquanto as duas continuaram a andar em direção á loja de vestidos.

Desde quando sexo virou uma coisa com a qual as duas podiam fazer piadas? Clara sentiu-se confusa até em perguntar por isso. A verdade era que as duas estavam se dando bem e ela não tinha intenção nenhuma de estragar tudo.

Todas as mulheres (e Felipe), entraram na loja e automaticamente começaram a conversar. Menos Marina, que deu um passo para trás e observou enquanto todo mundo conversava e tentava entender o que eles fariam. Clara continuou escutando as ideias de Felipe e Vanessa enquanto seus olhos continuavam focados em Marina, que continuou sozinha e parecia estar assustada e confusa.

–Eu acho que nós devíamos escolher roxo como a cor do vestido das damas de honra. –Disse Felipe, que concordava com Vanessa, e notou que Clara não estava realmente prestando atenção. Seus olhos ainda focavam em Marina. –Você tá pelo menos me escutando? –Perguntou Felipe.

Clara voltou a realidade e encarou as duas figuras á sua frente. –Desculpa. Claro. Eu só... Me sinto mal pela Marina. Ela não conhece muito bem ninguém, e muito menos sabe alguma coisa sobre compras.

Felipe respirou fundo e estalou os dedos na frente do rosto de Clara, quando percebeu que ela havia voltado sua atenção novamente para Marina. –Terra chamando Clara. –Ela balançou a cabeça e voltou a concentrar-se nos dois.

–Tô aqui, desculpa. Acho que roxo é uma excelente escolha. –Ela sorriu.

–Se você quiser fazer companhia pra Marina, tá tudo bem. –Pronunciou-se Vanessa.

–Não, eu tô bem aqui. –Ela respondeu, olhando novamente para o rosto assustado de Marina.

–Então por que não chama ela aqui, pra que ela pelo menos possa se enturmar? –Perguntou Felipe. Vanessa olhou para ele, orgulhosa.

–Ok. –Ela foi até Marina. Felipe sabia que a irmã tinha um ótimo coração, mas havia algo no jeito que ela havia agindo depois que conheceu Marina que o diferencia do jeito que ela agiria normalmente.

–Oi. –Disse Clara, enquanto Marina terminava de olhar um monte de vestidos que estavam em um dos provadores.

–Eu não acredito que vou ter que usar uma coisa dessas. –Ela suspirou, passando as mãos por cima de um tecido que havia lhe chamado atenção.

–Ah, não seja uma criancinha. Você vai ficar linda. –Ela sorriu, enquanto via Marina revirar os olhos.

–Esse é meu medo. Eu sou uma durona, não uma garotinha. –Ela colocou em pauta.

–Você vai ficar bem. É só continuar usando esses brincos pontudos que ninguém vai ter dúvidas disso. –Ela riu.

–É, eu acho que sim. Você acha que a Vanessa iria ligar? –Ela perguntou, enquanto continuava a olhar todos os vestidos. Um por um, frustrada. Não queria ter de usar nada daquilo.

–Definitivamente. –Ela deu risada. –Então... –Ela começou, quando lembrou-se que havia algo que precisava perguntar a Marina. Ela imediatamente virou a cabeça para encarar Clara.

–Então? –Ela perguntou.

–Eu tava pensando no chá de panela e na despedida de solteira, e... –Clara parou de falar quando viu um vestido que lhe interessava. Ela o tirou do cabide e deu uma olhada mais de perto.

–E? –Pergutou Marina, sem saber onde Clara queria chegar com aquilo. Clara saiu de seus próprios pensamentos e voltou a prestar atenção em Marina.

–E eu estava me perguntando se você iria querer me ajudar a planejar eles. Eu sei que o Felipe me disse que você iria ajudar a planejar o casamento, mas isso é uma coisa que eu vou ter que fazer sozinha, e... Seria legal ter alguém pra me ajudar. –Ela perguntou, esperançosa.

Marina olhou para os próprios pés enquanto ela os mexia sem parar, nervosamente. Ela não se importava de ajudar a planejar o casamento tanto quanto ela se importava em ficar sozinha com Clara. Desde o dia na cafeteria, Clara têm passeado pelos pensamentos de Marina quase todos os dias. A última vez que uma mulher havia ficado em sua mente por tanto tempo, foi quando ela era amiga de Nancy e, bom... Aquilo não terminou muito bem. Ela sabia que tinha de se afastar daquela amizade antes que se envolvesse demais, mas alguma coisa a impedia de fazê-lo. Alguma coisa em Clara era diferente e intrigava Marina, então... Sem pensar duas vezes, ela olhou para Clara e sorriu.

–Claro. –Ela aceitou. –Obrigada por me incluir. –Agradeceu, quase vermelha de tão tímida.

–Nada, eu preciso de toda ajuda que puder, então você vai estar me fazendo um enorme favor. –Clara respondeu feliz por Marina ter aceitado. Ela abriu a boca pra dizer mais uma coisa mas foi cortada por Vanessa.

–Gente, acho que achamos um vestido para provar. –Ela gritou. Todas as meninas se entreolharam antes de revirar sua atenção exclusivamente para Vanessa. Todas foram até onde ela estava parada. Marina olhou para o vestido roxo. Ele era tomara-que-caia e tão curto que talvez mal fosse capaz de tapar suas partes íntimas, o que a deixaria sentindo-se vulnerável e quase nua.

–Não. –Ela disse, assim que viu o vestido. Os olhos de Clara brilharam quando ela viu o vestido, e logo o retirou dos braços de Stacie.

–Você vai provar isso, agora! –Ela olhou para Marina, com o vestido em mãos.

–Não, não vou. –Ela respondeu, dando dois passos para trás.

–Ah, você vai! –Clara repetiu.

Felipe observou a intimidade das duas de longe. Por dentro, sentia uma pontinha de curiosidade para saber como as duas ficaram tão próximas em tão pouco tempo. Ele também não pode evitar perceber que Marina estava flertando com ela, o que ele já esperava. O que ele não esperava era ver sua irmã flertando de volta. Claro, ele estava só vendo coisas.

–Ok, eu provo se você parar de me encher o saco. –Disse Marina, já em frente á um dos provadores.

–Viu, eu tinha certeza que você não diria não pra mim. –Clara riu.

–Cala essa boca, Clarinha. –Ela brincou, enquanto pegava o vestido das mãos de Clara.

–Vem calar. –Ela respondeu, fazendo com que o estômago de Marina embrulhasse enquanto seu coração disparava.

Sem se importar se estava realmente vendo coisas ou não, Clara estava inquestionavelmente flertando com Marina.


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