A Filha Original escrita por Zia Jackson


Capítulo 40
Morto-vivo


Notas iniciais do capítulo

ãoOlá flores, recebi menos reviews do que eu esperava no cap anterior,mas sou muito grata para as divas que comentaram *3*

Esse cap será narrado por Elijah, certo?



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Elijah

Ver Katherine morta foi pior do que todas as dores que já senti na vida, saber que ela morreu para me salvar me faz querer morrer também.

Nos instantes depois que ela deu seu último suspiro, eu fiquei arrasado. Lembro-me de ficar pegando o corpo sem vida e balança-lo, como se fosse "pegar no tranco", de tão maluco que fiquei, até a beijei esperando que algo fosse acontecer (Como em A bela adormecida ou Branca de Neve).

Depois que ela morreu, não me lembro de muita coisa, foi como se o mundo tivesse em pause , eu não escutava o que me diziam, não via nada a não ser o rosto da garota que eu amava ( que ainda amo). A única coisa que me lembro é das lágrimas, dos gritos e da dor, tanto emocional quanto física (já que Petros me arrastava para o aeroporto). Lembro-me de desmaiar e acordar em Atenas, novamente sendo arrastado. Agora, estou na casa dela, há milhas de onde tudo ocorreu.

– Cara, levante desse sofá e pare de chorar feito uma marica. - Petros diz - Você tem que comer alguma coisa.

É incrível o quanto o garoto é insensível.

– Você não tem coração? - Indago

– Tenho, mas também tenho cérebro. Katherine não gostaria de vê-lo nessas condições.

Katherine. A mera menção ao seu nome já me faz ter uma crise de choro.

– Meu amigo é maricas e eu não sabia - O filho de Zeus resmunga.

Deixo a provocação de lado e me foco no sofá bege, tão macio e perfeito que só poderia ter sido escolha dela. Estar em sua casa é como pegar um pouquinho de sua essência, sinto como se a qualquer momento ela fosse brotar do chão e dizer "Ei, foi uma Pegadinha" , mas infelizmente isso não acontecerá. Depois de uma eternidade a fome é tanta que me vejo obrigado a levantar-me. Petros acaba de sair da casa, levando consigo dinheiro mortal ( que obviamente foi encontrado na casa) para o fim de comprar roupas novas para nós. Vou até a cozinha e fico pensando no que Petros me disse sobre o corpo, sobre como um buraco apareceu e puxou para si uma Katherine sem vida, fico me perguntando para onde aquele buraco a levou.

Abro uma das gavetas e tiro de lá uma batata chips , a abro e subo as escadas sem nenhum propósito. À esquerda, uma porta branca está entreaberta, a abro completamente e entro no recinto. É um quarto, com paredes brancas e detalhes em preto . A cama de casal arrumada no estilo comercial de loja se destaca no centro do quarto. Em cima do criado mudo, descansa uma adaga de bornze celestial.

– Ah, Kat, pode me ouvir? - Murmuro para as paredes

Em resposta , o silêncio reina.

Abro uma das gavetas da comoda e pego uma camiseta do Imagine Dragons ,quem sabe algo que pertenceu a Katherine me faça melhorar. Volto para a sala e, comendo a batata, me jogo no sofá. Minutos depois Petros aparece.

– Eu saio de casa e você levanta.

– Eu saio da casa - O corrijo - Ela não é sua, é de Katherine.

– Sem neura.

Bufo

– Como você pode ser tão indiferente? ELA MORREU! - grito, ou melhor, berro - SALVOU NOSSAS VIDAS LÁ NO TÁRTARO E AGORA ESTÁ MORTA. FOI SUA AMIGA , FOI MEU AMOR, E AGORA ESTÁ MORTA!

– Ei, se acalme, não fui eu quem a matou.

– Mas por que não liga? Por que age como se fosse tudo normal?

– Quem disse que eu não ligo? Você acha que não estou triste, acha que foi coincidência eu comprar roupas pretas para nós? Eu também sinto Elijah, mas sei que focar lamentando é errado, é o tipo de coisa que ela odiaria.

– Você não entende, nunca entenderá.

– Pare de reclamar e aja. Você quer ficar triste? Fique. Mas não venha descontar a raiva em mim.

Bufo e vou para o quintal, porém acabo trombando na porta de vidro e caio no chão.

– EU ODEIO SER UM SEMIDEUS - grito -ODEIO. ME MATEM, QUERO MORRER

– Miss teatro, para de drama e vai ver a luz do sol.

Petros a porta e me joga para o quintal.

– Veja o que encontra aí fora.

Olho para longo lugar, que é cercado de grama, nada de interessante a não ser os buracos tampados onde, certamente, Katherine invocava os mortos. Volto para a casa e me jogo de novo no sofá, desta vez notando os desenhos sob a mesinha de centro. Os pego e observo,retratam vários objetos e pessoa ( dentre elas eu), apenas um mostra quem os desenhou. O dobro e coloco no bolso da calça.

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Três da manhã, acordo suando frio. As roupas limpas e o cheiro de sabonete me fazem lembrar do quanto é bom poder tomar banho. A porta do quintal está aberta, mesmo eu me lembrando de te-la fechado. Desembainho e espada e vou para fora. Lá não encontro nada, estou determinado a voltar para dentro quando uma voz familiar diz algo.

– Oi.

– Quem é você? - Falo

– Nem uma semana de morte e já se esquece de meu nome? - Ela diz, aparecendo em minha frente. O longo cabelo preto está limpo e sedoso, o rosto remete a uma deusa e a túnica negra a deixa incrivelmente maravilhosa.

– Kat...Katherine? - Gaguejo

– Não, é o Petros vestido de travesti. é claro que sou eu, cabeção.

Sinto alivio

– Você voltou.

– Não. Só vim fazer uma visita, agradeça a meu pai por isso.

–Obrigado, Hades - Murmuro - Kat, onde você está? Eu posso fazer algo? O que aconteceu? Por que diabos você me salvou?

– Não quero que você se lamente, siga sua vida. - Ela diz, ignorando minhas perguntas - Você vai morrer um dia, como todos morrem, quando isso acontecer nos encontraremos, se formos para o mesmo lugar, nada nos separará.

– Onde você está? - Repito

– No Elísio.

– Se vingou de Perséfone?

Ela ri

– Digamos que eu botei fogo no pomar de romãs.

Rio

– Mesmo?

– Sim. Mas ela não fez nada comigo, entrei correndo no Elísio e me salvei.

– Só você, mesmo. Escute, você vai parecer sempre?

– Infelizmente não, é contra as regras. Em vida, essa é a última vez que me vê. O resto de seus dias serão solitários, e reze para morrer antes de Petros.

Estico as mãos para toca-lá, mas meus dedos atravessam o seu rosto.

– Não sou eu de verdade, é só um fantasma. - Ela fala

Katherine olha para a lua.

– é hora de ir...

– Não - A interrompo - Fique...

– Lembre-se que eu te amo, Elijah. Para todo o sempre.

Após dizer isso, ela evapora. Deixando em seu lugar uma pequena tulipa vermelha em um vaso , e onde antes eu jazia, sobra um projeto de semideus se debulhando em lágrimas.

Morrer é tudo o que quero.


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Notas finais do capítulo

Então, esse foi o penúltimo cap, segunda posto o epilogo e adeus fanfic :(.
É tão dificil me desapegar dos personagens e de vcs :( :(



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