O Lago do Cisne escrita por Virgo


Capítulo 9
Mais Se Viu Perdidamente Apaixonado




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Phoenix era teimoso, não podia negar. Fez de tudo para que pudesse se encontrar mais vezes com Cygnus. Treinava muito mais pesado do que antes e agora ajudava com o treinamento dos Aspirantes, fazia algumas missões rápidas e ajudava os demais como podia. De início, a sua ideia era apenas fazer as coisas rápido para conseguir sair mais cedo, porém seu esforço foi reconhecido e esse direito foi lhe dado sem que precisasse escapulir as escondidas. Tudo, para poder passar mais tempo ao lado de Cygnus, este querendo ou não querendo.

Cygnus era igualmente teimoso, sempre tentava sumir das vistas do leonino, mas este sempre o encontrava, ele nem mergulhava mais no lago por ter medo daquele louco pular atrás. Percebeu que Phoenix vinha todos os dias, sempre quando ele estava perto de se transformar, e sempre tentava dar inicio a uma conversa, que a principio, Cygnus ignorava, mas com o passar dos dias, o mínimo atraso era o bastante para deixar o aquariano louco.

Para onde Cygnus ia, Phoenix estava logo atrás, já conhecia o lago inteiro por culpa do loiro e suas andanças.

¬ Hyoga! - Phoenix só não gritava por educação. - Fale algo! Estás sempre calado, nunca fala comigo! Parece mudo!

¬ Para de me chamar de Hyoga. - continuava sério. - Cygnus, me chame de Cygnus. - exigiu.

¬ Porque?

¬ Porque só quem tinha um grande valor para mim me chamava de Hyoga. - se virou para Phoenix.

¬ Mas é por isso mesmo que lhe chamo de Hyoga.

Phoenix sorria vitorioso. Adorava quando conseguia arrancar alguma reação do aquariano. Dessa vez, ele se mostrava encabulado, estava corado e surpreso, chegou a desviar o rosto para esconder a vergonha que sentia e sair andando, para não dizer correndo, para bem longe do mais velho.

Não queria admitir, mas Phoenix já era alguém importante para ele, a ideia de que a maldição podia levar o leonino fazia com que Cygnus tentasse de tudo possível para afastá-lo, porém, não conseguia nem mais se lembrar de como era seu dia a dia sem ele logo atrás.

¬ Quem era aquela garota de ontem? - tentava esconder a curiosidade e o ciúmes, brincava com o próprio cabelo e sentado a beira do lago. - Eu entendo o desespero dela em te procurar aqui, mas porque ela chamava-te de Ikki?

¬ Está com ciúmes? - perguntou ladino enquanto estava deitado ao lado do rapaz.

¬ Jamais!! - Cygnus estava da cor de um tomate o que arrancou risos do mais velho, o aquariano definitivamente não sabia mentir. - Pare de rir seu idiota!

¬ N-não dá!! - só faltava chorar de rir, demorou um pouco até se aclamar. - Você fica mais bonito corado. - expressou-se de uma maneira incrivelmente inocente, como se nem tivesse notado as próprias palavras e, se era possível, Cygnus corou ainda mais. - Mas para adoçar seu ciúmes. - continuou em tom de brincadeira. - Ela é minha irmã caçula e a forma com que ela me chama, Ikki, é explicado pelo fato de que ela não conseguia falar meu nome quando bebê, só o Ix, mas sempre soava como Ikki. E como eu sou um irmão babão, deixe que ficasse assim. - o sorriso que surgiu em seus lábios era um tanto sonhador e nostálgico.

¬ Nunca te imaginei assim. - declarou Cygnus ao estudá-lo com cuidado.

¬ Assim como? - questionou curioso.

¬ Com um sorriso puro nos lábios, felicidade no olhar e personalidade amável. - Cygnus agora brincava com uma mecha de cabelo do mais velho, finalmente estava conseguindo lê-lo. - Quer dizer, Ikki, que você tenta ser forte, quando na verdade é tão dócil? - foi a vez de Ikki ficar encabulado com as palavras e comportamentos do aquariano, tirando-lhe risadas que se assemelhavam ao badalar de sinos.

Aos poucos, Phoenix percebia que o aquariano dava-lhe mínimos sorrisos, que com o passar dos dias foram se tornando mais frequentes e vivos. Ikki percebeu, que estava alcançando o coração do rapaz aos poucos, bem aos poucos, avançava lentamente, mas de maneira incansável pela muralha gélida que ocultava o coração pulsante de Cygnus. Mal ele sabia que o próprio coração já tinha sido invadido há muito tempo pelo outrem.

¬ Ikki. - Cygnus e Phoenix olhavam para o céu noturno admirados. - Quais estrelas lhe protegem?

¬ Meu pai disse que nasci sob Leão, mas minha mãe dizia que eu nasci sob estrelas sem nome. - ele apontou para um grupo de estrelas muito brilhantes próximas a Órion. - Minha mãe dizia que um dia essas mesmas estrelas se tornariam uma constelação ou símbolos de uma lenda. - sorriu de canto, um sorriso um tanto enigmático. - Queria viver tempo o bastante para ver essa constelação nascer. - ele sorriu mais abertamente e olhou para Hyoga. - E tu?

¬ Meu pai disse que nasci sob a proteção de Aquário, como ele, mas que as estrelas que brilhavam mais intensamente quando nasci, foram aquelas. - também apontou para o céu, para o que parecia ser uma cruz, junto de Dragão e Lira. - Dizem que aqueles são os cisnes que puxam o carro solar de Apolo, meu nome se deve a isso também.

¬ Hun... - ele não resistiria a brincadeira. - Combina com você. - disse com um sorriso sapeca, era incrível como ele era capaz de alterar o sorrisos de maneira tão sutil que suas mensagens se tornavam tão claras quanto a água, no entanto, esta clareza foi recebida com um olhar gélido em troca.

¬ Vou fingir que não ouvi. - declarou, o que fez o mais velho chorar de tanto rir, adorava tirá-lo do sério.

Hyoga gostava das risadas de Phoenix. Eram calorosas e rudes, mas alegres. Ikki também gostava das raríssimas risadas de Cygnus, lembravam em muito o som de sinos e variavam de forma que suas risadas pareciam sinos com som de oração ou sinos com sons trovejantes, que lhe conferiam um ar solene e, por vezes, divertido e inocente.

¬ Hunnn... - o moreno olhava cobiçoso para o pessegueiro que tinha junto do lago. - Hyoga. O que acha de comer pêssegos? - Hyoga, que até o momento lia um pergaminho sentado em uma pedra, parou tudo o que fazia e olhou para os pêssegos que pendiam sobre suas cabeças, metros acima.

¬ Não seja tolo. - advertiu um tanto frio. - Esse pessegueiro é enorme. Pode até conseguir subir, mas quando for descer, vai acabar se matando. - concluiu e voltou a ler logo em seguida.

¬ Foda-se! - e se colocou a escalar a arvore.

¬ Ikki! - Cygnus se levantou e deixou o pergaminho de lado. - Desça dessa arvore antes que não tenha mais volta! E seja mais educado comigo, seu grosso! - advertiu novamente, só que mais irritado.

¬ Deixa de ser fresco! - como já estava no topo, pegou três frutos e atirou para o rapaz abaixo de si, que os pegou desajeitado. - Vai pegando os que eu mandar. - falou-lhe divertido. - Acho melhor usar sua capa para guardá-los no momento.

Não estava gostando daquilo, mas fez o que o mais velho sugeriu. Quando terminaram a “colheita”, tinha pêssegos o bastante para uma semana. Ikki agora ameaçava descer.

¬ Pelo amor de Atena, Ikki. Tenha cuidado! - Cygnus exclamou ao vê-lo escorregar.

¬ Sua falta de fé em mim é desanimadorAHHHHHHHHHHH!!!

¬ IKKI!! - Hyoga correu até o rapaz caído sem dar a mínima atenção para os pêssegos, ele não se mexia, parecia desmaiado e o pior, não respirava. - IKKI!! - Hyoga o chacoalhava desesperado. - IKKI!! NÃO FAÇA ISSO COMIGO!! - ele já tinha lágrimas que ameaçavam escorrer nos cantos dos olhos.

Ikki abriu os olhos repentinamente, pulou sobre Hyoga e começou a fazer cócegas no rapaz, como se ele fosse uma criancinha, o aquariano ria loucamente e as lágrimas, antes presas, agora escorreriam livremente. Ikki deu-lhe um susto gigantesco, tanto que, quando soltou Hyoga, este deu um soco forte em seu peito que doeu, por mais que se recusasse a admitir.

¬ Idiota!! - bradava. - Pensei que tinha acontecido alguma coisa!! Tem ideia do meu estado?! Nunca mais me assuste! - ainda tinha lágrimas nos olhos.

Phoenix não reagia, nem parecia se importar com o sermão. Quando viu umas das lágrimas de Cygnus escapar de seus olhos, ele se inclinou, acariciou o rosto do rapaz, que se calou, e secou a lágrima, porém não antes de beijar-lhe a ponta do nariz, fazendo a cor sumir do rosto do menor para depois voltar muito mais intensa, parecia que todo o sangue de seu corpo migrara para o rosto.

¬ Não gosto de ver-te chorar. - sorria de forma dócil. - Não estraga em nada sua beleza, mas ficaria muito mais bonito se chorasse de alegria. - Cygnus tentou esboçar um pequeno sorriso.

¬ Promete que jamais vai me assustar desse jeito novamente? - questionou um tanto nervoso.

¬ Prometo nunca te deixar! - por fim abraçou o rapaz que corou ainda mais.

¬ Acho que você bateu a cabeça... - o comentário fez Ikki rir.

Phoenix não queria admitir, ainda não estava pronto, mas não demorou muito tempo para perceber a verdade em seu coração. Dias vinham, dias iam, semanas passavam, meses minguavam e o sol se punha em todos eles. O sol se punha, de repente o lago fica rodeado por luz e um belo rapaz vestido como um príncipe aparece. De dia, ele é um cisne e de noite voltava a ser um rapaz, porém sua forma pouco importava, Phoenix sentia que aquilo que eles tinham estava além da amizade, muito além.

Quanto mais tempo passava com o rapaz, mais se viu perdidamente apaixonado.

Ao ver tudo aquilo, Afrodite se sentiu irada, quebrando diversos móveis de seu palácio até se virar para um servo totalmente ensandecida.

¬ CHAME EROS!! CHAME MEU FILHO!!


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acham que vai rolar no próximo cap? hehe
Bem, espero que tenham gostado ^.~

Bjs. L



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