O Lago do Cisne escrita por Virgo


Capítulo 11
Enfim Meu...


Notas iniciais do capítulo

Tá bem clichê, mas eu me pergunto o que não é clichê hoje em dia hehehe Perdão pelos personagens um tanto OOC ^///^ Eu não sei vocês, mas imaginar o Ikki sendo carinhoso com outra pessoa que não seja o Shun é assustador e sinistro pra mim o.O



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A noite, Phoenix não abandonava o lago, ficava a noite inteira por lá, por vezes dormiu no local. Sua amizade com o “Príncipe do Lago” crescia mais e mais a cada dia, a intensidade dela chegava a ser assustadora para tão curto período de convivência, mas, se prestasse atenção, veria que aquilo estava muito além da amizade.

Phoenix já aceitava seus sentimentos em relação à Cygnus e gostava deles, estava disposto a batalhar para que aquele sentimento fosse correspondido e mesmo que não fosse, procuraria se contentar com a amizade do loiro. Cygnus era outra história, ele tinha conhecimento dos próprios sentimentos e até supunha os do amigo, mas ele tinha medo de se deixar levar e sofrer no final.

Ikki procurava Hyoga entorno do lago, fazia mais de uma semana que o loiro se escondia dele, desde um “quase beijo” o loiro se escondia e o leonino não entendia. Primeiro porque ele cair em cima do loiro foi um acidente e segundo porque quem iniciou o “quase beijo” foi o loiro, não ele.

Ele suspirou, só tinha mais um lugar para procurá-lo, se ele não estivesse ali, Ikki provavelmente teria cavado um buraco até a gruta onde o rapaz se escondia.

A casa de Cygnus era simples. Fazia uso do terreno, de forma que só precisou erguer duas paredes, colocar uma porta e uma janela. O interior da casa também era simples, uma cama, uma pequena lareira com um fogão acoplado, uma mesa, duas cadeiras, um baú onde guardava roupas normais - apesar de passar boa parte do tempo com suas ricas vestes, o aquariano sempre as trocava por roupas normais lá para o meio da noite - e uma estante com alguns pergaminhos e placas.

Hyoga estava com roupas de treino, suas vestes brancas estavam jogadas sobre a cama, assim como sua coroa. Estava sentando de costas para porta, com a cabeça apoiada nas mãos, cotovelos apoiados nos joelhos, e olhos fechados, não parava de suspirar. Ikki se aproximou devagar e tencionou tocá-lo, mas hesitou.

¬ Phoenix... - o aquariano o chamou em um sussurro. - O que faz aqui? Sabe que não quero vê-lo por hora.

¬ É por isso mesmo que vim! - ditou afastando a mesa e sentando-se de frente para o outro. - Quero saber o motivo de sua birra! - outro suspiro.

¬ Estou tentando entender... - sua voz saia tristonha.

¬ Entender o que?! - Phoenix não gostava de vê-lo triste, por isso sempre tentava animá-lo. - Que eu não abracei o chão carente quando cai, porque você parecia mais carente que ele?

Cygnus esboçou um pequeno sorriso, deixou de apoiar a cabeça e começou a afagar os fios negros e rebeldes do mais velho, que apoio o queixo em seu joelho e o observava com carinho. O aquariano deixou escapar outro suspiro, o que sentia estava começando a machucá-lo.

¬ Não. - respondeu, ainda tristonho. - Estou tentando entender o que sinto.

¬ Sente!? - Ikki tentou não demonstrar esperança quando o mais novo o mirou. - Hyoga... Sabe que pode me contar o que quiser, não é? Sabe que estou disposto a ajudá-lo a carregar o peso que for, não é? - ele agora segurava a mão livre do aquariano. - Porque tem tanto medo de falar comigo?

¬ Você está certo, Phoenix. - já era a terceira vez que lhe chamava de Phoenix, ele só o chamava assim quando estava muito irritado ou muito mal. - Eu estou com medo. Muito medo. - Ikki estava começando a ficar irritado com os enigmas do loiro.

¬ Medo do que? - porém sua fala era mansa, sabia que aquele era um momento delicado demais para sua grosseria tão característica.

Hyoga não respondeu, apenas virou o rosto. Foi a vez de Ikki suspirar, sabia que o outro era teimoso e que não adiantava em nada insistir, então se levantou, ainda segurando a mão do mais novo e passou a levá-lo para fora.

¬ Vem. - o chamou quando o mesmo hesitou. - Vamos ver as estrelas.

Cygnus o seguiu, talvez observar as estrelas o faria bem. Mesmo que já estivessem deitados no macio tapete de relva, onde brotavam florzinhas de variados matizes, observando cada uma das constelações, o leonino não soltou sua mão em momento algum. Não que achasse aquele contato ruim, muito pelo contrario, aquele simples contato lhe dava força, coragem e segurança.

¬ Medo de dizer o que sinto à ti. - os olhos de Hyoga só transmitiam um pedido, não me deixe. - Medo de perdê-lo. Medo do que pode vir a pensar e sentir. Tenho medo de tudo, Ikki.

O rapaz queria chorar tamanha a incerteza presente em seu coração, mas jamais se daria ao luxo de chorar na frente do, agora consagrado, Cavaleiro de Leão.

¬ Se eu contar os meus medos e o porque deles, você parará de ter os seus?

O sorriso que enfeitava o rosto moreno era travesso. Phoenix se aproximou perigosamente de Hyoga. A distancia entre seus rostos era tão pequena, que eles podiam sentir a respiração um do outro, enquanto a de Cygnus era fria, a de Phoenix era quente. Suas respirações causavam calafrios, o olhar de desejo velado dos dois causava arrepio e a proximidade dos corpos causava sensações engraçadas na região do abdômen.

¬ Tentar não arranca pedaço. - respondeu com um pouco de surpresa em tudo o que fazia.

O sorriso de Ikki só aumentou. Sem aviso, lembrete ou prévia, o leonino tomou os lábios de Cygnus sem pudor algum, a principio, o beijo era apenas um contato, mas este foi evoluindo pouco depois, graças a Hyoga que deu espaço e liberdade para língua morna do moreno explorar sua boca. Conforme o beijo se aprofundava, mais os corpos se envolviam.

Quando o ar se fez necessário, os corpos se afastaram, mas sem cortar o contato. Cygnus tinha sua cintura presa e Phoenix tinha o pescoço enlaçado. Mesmo que o ar fosse tomado com certo desespero, Ikki não deixou de distribuir beijos por todo o rosto de Cygnus.

¬ Eu tinha medo de não ser correspondido. - disse entre um beijo e outro. - Eu tinha medo que você me negasse ao descobrir o que eu sentia. Eu tinha medo que achasse errado e se tornasse impassível. Eu tinha medo de te perder para algo tão tolo quanto o preconceito. - ele cessou os beijos para mirar os olhos brilhantes por lágrimas presas. - Agora me diga, seus medos não eram os mesmos? - Hyoga confirmou.

Ikki sorriu e tencionou tomá-lo ali mesmo, mas foi impedido.

¬ Aqui não! - ditou Cygnus, o afastando.

¬ Onde então? - perguntou lambendo o queixo do loiro.

Cygnus sorriu, ergueu-se e sem se afastar muito do mais velho, o guiou até uma entrada oculta, de seu esconderijo submerso. A gruta em que Hyoga passava seu tempo era mais agradável que a casa dele, tinha uma cama maior e mais confortável, muitas estantes de pergaminhos e placas, um buraco no chão pra uma fogueira e uma mesa com cadeiras estofadas, mas isso pouco importava, o alvo era a cama.

¬ Hun... - Ikki não resistiria a uma brincadeira. - Então é aqui que o meu cisne se esconde? - deu ênfase no “meu” antes de deitá-lo na cama. - Um bom gosto. - o aquariano riu em meio ao beijo.

¬ Essa foi sua melhor forma de dizer que sou sortudo por ter você? - o desejo não era mais contido e era muito bem expresso na voz rouca.

¬ Na verdade tenho formas muito melhores! - Phoenix praticamente atacava o pescoço de Cygnus com beijos e chupões, recebendo risos e gemidos em resposta.

Ikki estava tão agoniado para estabelecer um contato mais intimo, que rasgou a camisa de Hyoga, este estava em seu colo fazia algum tempo.

¬ Ikki... - o chamou em meio a um suspiro. - Diga-me a verdade. Seu amor por mim é tão intenso quanto diz? Hun...

Phoenix não queria largar o pescoço do rapaz, mas a vontade de expressar tudo o que sentia de qualquer forma era maior, algo nada convencional para o seu ser.

¬ Esta vida não dura para sempre, então me diga o porque de ficar esperando, se estando juntos de mãos dadas é melhor do que ficar sozinho. - o olhar de Ikki continha desejo, porém o amor e carinho expresso neles era o que mais chamava a atenção. - Juntos ficamos mais fortes, sendo capazes de amparar um ao outro quando a luz faltar. Portanto, segure minha mão. - ele buscou a mão de Hyoga e entrelaçou os dedos antes de prosseguir. - Eu prometo fazer tudo o que puder para vê-lo feliz. Segure minha mão e nada poderá ficar entre nós, apenas segure minha mão. - ele roubou um beijo. - As noites podem ficar mais escuras e a paz pode desaparecer, tornando nossas vidas difíceis, mas continuarei lutando por seu amor. Ambos estamos cansados de ser solitários, mas esse sentimento é real, eu serei o único para você da mesma forma que você será o único para mim. Eu peço apenas que segure minha mão e que acredite. Eu moveria montanhas para alcançá-lo e o Mar do Tempo para não deixá-lo.

Hyoga sorriu, beijando o mais velho e retirando sua camisa o mais rápido que podia, tentando aumentar o contato entre os corpos. Ikki queria rir e prosseguir com o ato, mas ainda tinha coisas a falar, se começou, ele queria terminar.

¬ O que sinto por você é quase indescritível. - as mãos de ambos passeavam vagarosamente pelos corpos. - É como um raio de vida. Como um louco a gritar, um delituoso grito de amor. Como uma explosão de júbilo.

¬ Como uma faísca de vida brilhando. - continuou Hyoga. - Como um jovem menestrel cantando sobre alegria. Como um belo grito, um rugir de sofrimento e de felicidade, tão extremo... um amor furioso ecoa dentro de mim, um feliz e mágico sentimento. - Hyoga vibrou quando sentiu as mãos do mais velho junto ao seu baixo ventre.

¬ Um estupendo grito de uma tristeza louca por sofrer de amor. Mas tão sereno. - beijou-o sem pudor mais uma vez. - Como uma raiva insana, como um assalto de felicidade. Tão extremo... Um amor tão furioso, que se torna um feliz e mágico sentimento.

Ao sentir suas calças serem puxadas de leve, Cygnus sorriu e apartou um beijo, somente para sussurrar rente ao ouvido de Ikki.

¬ Seja gentil. - Phoenix sorriu. - Afinal... a primeira vez é inesquecível. - não precisou de muito mais para fazer o bravo general ateniense perder o controle.

Cygnus deixou-se levar. As palavras apaixonadas que Phoenix murmurava junto ao seu ouvido e, principalmente, as caricias que lhe propiciava deixavam-no extasiado. Aos poucos, deixou-se relaxar. Não sabia que o leonino era capaz de tamanha paixão e de tanto carinho.

Desde então Hyoga nunca mais negou qualquer carinho vindo de Ikki. Várias vezes entregou-se ao amante, que o visitava, principalmente, nas sombras da noite. Dedicou-lhe todo o seu amor, ou, por outra, retribuiu na medida o muito que recebera.

Certa noite, enquanto desfrutava do calor que o corpo junto ao seu emanava, Phoenix perguntou:

¬ Você tem sido feliz, Hyoga?

¬ Mais do que imaginei ser algum dia. - respondeu estreitando ainda mais o espaço entre eles. – Porque pergunta? - o mais velho pareceu sem graça.

¬ Queria saber se gostaria de me acompanhar no Festival de Atena.

Hyoga sentou-se em um pulo.

¬ Ensandeceu?! - sua preocupação chegava a ser palpável. - Esqueceu-se de minha maldição só porque é imune a ela? - Ikki suspirou e também sentou-se.

¬ Tenha calma, Hyoga...

¬ Não me venha com: Tenha calma! - Cygnus escondeu o rosto entre as mãos. - Eu não quero feri-los, Ikki. Eu não quero.

¬ Você não vai. - disse abraçando o companheiro. - Eu falei com o Mestre do Santuário. Durante o Festival de Atena nenhuma maldição vigora, é como se fosse um dia de paz para todas as almas presentes no Santuário. - o aquariano continuou calado. - Será apenas uma noite, a maldição não vai vigorar, ninguém vai morrer, vamos estar juntos, vamos nos divertir, honrar nossa deusa e as Amazonas vão parar de me seguir.

¬ Apelar para o meu ciúme é muito vil da sua parte. - sibilou o aquariano.

¬ Vamos, Hyoga. - se o ciúme não funcionou, hora de apelar para o carinho. - Não vai custar nada. - ele deitou-se com o outro, dando-lhe diversos beijos por rosto e pescoço. - Se não for por você, para sair dessa vida monótona ao menos uma vez, faz por mim...

Cygnus Hyoga era facilmente dobrado por Ikki, então não demorou muito até o aquariano concordar. E o que podia acontecer de todo ruim? Seria apenas uma noite.


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Notas finais do capítulo

Eu sei... Não foi a cena de amor mais picante que vocês já viram, mas vai, dá pro gasto minha gente. E para uma primeira tentativa de escrever algo desse teor, estou até orgulhosa de meu trabalho.
Espero que tenham gostado ^.^

Bjs. L



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