Hanako, sentada no sofá e a olhar para o príncipe, perguntou-lhe o que eram servos de almas:

– Então, o que é? - disse curiosamente.

– Sabe... Hum... - O príncipe quase não conseguia falar. Deve de ser muito difícil de explicar.

– Servos de almas são pessoas que morreram sem serem amadas verdadeiramente... - disse o rapaz por fim.

– Então nunca foste amado verdadeiramente? - Perguntou Hanako, obtendo como resposta o aceno de cabeça afirmativo por parte do príncipe.

– ... E... também quer dizer que vou morar com mortos vivos?

– MORTOS VIVOS?! Nós não somos mortos vivos, pois não? - Disse um cowboy ruivo na outra ponta da sala, contradizendo as palavras frias de Hanako.

– Hana-chan, tenho a certeza que te enganaste, porque como vês, não temos aspeto de mortos vivos... - Acrescentou Ren, ao ouvido de Hanako.

– Se não queres levar outra vez com a tampa da panela, sai já de perto de mim e chama-me pelo o meu nome verdadeiro! - Irritou-se a rapariga. Ren afastou-se após aquela "ameaça".

– Eu ainda não estou cá há muito tempo, mas não é costume o Ren levar uma tampa de raparigas, pois não? Isto é normal? - Sussurrou um bailarino para um criado.

– Não, Cecil: Não é. - Respondeu-lhe o outro.

– Mas agora passa a ser.

– Credo Hana-chan, para de ser assim... - Suplicou um músico loiro.

– Eu... eu...

– Tu...?

– Eu já disse PARA ME PARAREM DE CHAMAR HANA-CHAN! - Vociferou irritada. - Bem: Continua lá ó senhor príncip-

– O meu nome é Masato.

– Então continua lá, Masato-san.

– Como eu estava a dizer, as nossas almas faleceram sem qualquer amor contido nelas. Como uma segunda oportunidade, Deus ofereceu-nos novas formas...

– Então quer dizer que vocês não eram assim.

– Claro! - Exclamou Shou. - Achas que eu tinha orelhas e uma cauda de gato na minha antiga vida?

– Mas, - prosseguiu Masato, ignorando as interrupções - tínhamos de conseguir com que alguém do mundo atual nos amasse.

– E porque é que foram logo escolher a minha pessoa?

– Mais ninguém nos consegue ver. - Respondeu-lhe o criado, sentando-se a seu lado.

– É por isso que precisamos desesperadamente de si, Hanako-san... - Concluiu Masato

– ... Só assim é que poderemos renascer como humanos normais. - Completou o criado.

– Esperem lá - Prosseguiu Hanako. - Querem que eu me apaixone? Ainda por cima por vocês?

– Não é necessário o sentimento da paixão, apenas amizade serve.

– Mas claro, se quiseres demonstrar paixão, estás à vontade. - Disse Ren.

– Por isso, vamos ser amigos, Hana-chan! - Exclamou alegremente o músico, abraçando Hanako.

– Eu já disse "Nada de Abraços" e PARA DE ME CHAMAR HANA-CHAN!