Era incomum um presidiário da SHIELD receber visitas, afinal ninguém queria conhecê-los, ali estava a escória da humanidades, assassinos, psicopatas, mentes fracas e manipuladores, no começo eles recebiam visitas, mas acabava sempre do mesmo jeito sozinhos.

Esse centro era o presídio nível B, composto dos vilões da SHIELD humanos, perigosos e horríveis, mas precisavam de menos cuidados e vigias do que o nível A onde se encontram as mutações da natureza, as experiências que deram errado, todos os vilões que até pouco tempo era impossíveis de combater. Mas o nível B era mais cuidado que o nível C onde estavam os vilões de mente fraca, assassinos, mas fracos.

Neste dia Nadia, passou pela segurança, assinou papeis necessários e foi revistada duas vezes, agora ela estava numa sala de paredes cinza claros, sem janelas e com uma mesa prateada no meio da sala com duas cadeiras também prateadas uma na frente da outra, ela estava andando de um lado para o outro.

Nadia pensou como deveria ter sido viver naquele lugar por 16 anos, ela certamente viu o padrão, era tudo sem cor e sem vida, era como se a SHIELD estava tentando fazer esse lugar o mais triste e miserável possível e eles provavelmente estavam, para lembrar os presidiários que ele nunca sairiam dali.

A porta se abriu e Nadia se virou para ela a tempo de ver Michael sendo empurrado para dentro da sala por um guarda, ele estava com os braços presos na frente do corpo por um par de algemas vestido com um macacão folgado cinza escuro, o guarda o guiou até a mesa e bruscamente o sentou na cadeira, e antes de sair mandou mais um olhar para Nadia.

Você tem certeza? Era o que seu olhar dizia, Nadia abriu um minúsculo sorriso para afirmar que ela tinha certeza, o guarda balançou com a cabeça e se retirou, Nadia então se sentou enquanto ouvia a porta sendo fechada mais uma vez.

– Então Michael – Nadia falou

– Então Nadia – Michael falou.

Ele tomou um momento pequeno e observou a garota, ela estava com uma calça preta, com botas estilo coturno e com uma regata branca, o formato de seu rosto, tom de pele, cor dos cabelos, até o jeito que ela sorriu com só um lado da boca era idêntica a Natasha, tão diferente dele, com a sua pele amarelada e cabelos pretos.

Nadia viu como ele parecia cansado, seu cabelo estava desgrenhado e sua barba mal feita, ele foi bonito, mas os anos desgastantes como um delinqüente estão impressos em seu rosto. Ela viu como ele a olhou parecia que ele estava a analisando

– É incrível o como você se parece com a sua mãe

– Exceto pelos olhos e por isso- Ela puxou um pouco a alça de sua regata para revelar uma mancha marrom em sua pele branca ela tinha isso desde que nasceu, foi a sua marca de nascença. - Não é da parte de minha mãe então eu achei

Antes de terminar ela viu com Michael puxou um pouco seu macacão para que ela pudesse ver a marca em sua clavícula, ela abriu um pequeno sorriso e olhou para a mesa antes de voltar atenção para cima e encontrar seu olhar, sua afirmação anterior estava correta, ela tinha o mesmo tom castanho-preto dos olhos de seu pai biológico.

Quando ela puxou o braço para si Michael notou uma macha roxa em seu braço e aquilo o chamou a atenção

– O que aconteceu? – Ele perguntou apontando para o barco dela

– Me machuquei lutando – Ela afirmou depois de acompanhar seu olhar

– Já? – Ele riu encostando-se à cadeira nfoi mais rápido do que eu pensei

Nadia acenou com a cabeça. O que ela estava fazendo ali, Michael se perguntava. A adolescente nunca demonstrou nem uma vontade de conhecer seu pai biológico e de repente esse interesse, esse pergunta também assombrou Natasha por um tempo, mas ela aprendeu com o tempo a não questionar as decisões de sua filha.

Nadia fez uma escolha, deve ter sido para o melhor.

Eles começaram a se juntar numa conversa, bom Nadia falava e Michael apenas fazia algumas observações e comentários, quando ela começou a falar sobre seus estudos e tudo o que ela aprendeu, com sua mãe, com Clint, com Steve, com Bruce, com Tony e com Thor Michael percebeu o quanto Nadia era inteligente.

Ele então começou a ficar calado olhando para a mesa e apenas ouvindo Nadia falar sobre como estudava para comunicações e como estudou quase todos os vilões níveis A da SHIELD, boa parte do nível B e poucos do nível C.

– Eu estudo vários ícones da SHIELD, você foi o primeiro eu sei de tudo que

– Por que esta aqui Nadia? – Ele a cortou rudemente

Nadia o observou, ele não parecia com raiva, mas obviamente não estava feliz, ela se assustou por um minuto pareceu mesmo que ele estava se interessando por ela e suas histórias, mas ela sabia que não era o caso. Michael nunca ligou para ela, e sinceramente ela não queria que ele ligasse.

– Em poucos meses vou fazer 16 anos.

Ele a olhou interessado ele realmente queria saber a resposta para a sua pergunta

– Vou me tornar uma agente e tenho que escolher entre uma das divisões da SHIELD

– Sim – Ele disse incentivando ela a continuar

– Eu queria te conhecer antes de tomar a decisão

– Eu não devo influenciar sua escolha – Ele pausou – Escute Nadia, você pode ter meu sangue, você pode ter meus olhos e meu gene, mas eu não sou o seu pai.

Tudo ficou em silencio por um segundo. Michael observou Nadia como ela estava quieta, ele pensou em como ela iria reagir, ela iria rir, iria chorar, ele só não esperava que seu rosto ficasse tão limpo e sem expressão, parecia eu nada a atingia, mas uma coisa que ela tinha em comum com a sua mãe.

– Você esta certo

Por essa ele não esperava

– Você não é meu pai e por isso que eu queria te conhecer, eu queria te olhar nos olhos e ver o quanto minha mãe errou. Eu decidi que eu vou passar minha vida tendo a certeza de que o mundo não vai precisar se preocupar com assassinos como você

Com essa ultima frase ela se levantou empurrando a cadeira e caminhando até a porta a mesma se abriu e antes de passar por ela, Nadia olhou mais uma vez para Michael ela não tinha mudado de posição, ela piscou e saiu da sala. Ela passou por todo o processo para se livrar do local e foi para fora dos portões entrando no carro de sua mãe que estava esperando.

– E então? – Ela pediu

Ela se inclinou sobre o vidro e olhou para fora, Natasha sabia que conseguiria a resposta mais tarde, não adiantaria pressioná-la, então, ela ligou o carro e saiu de perto do presidiário. O caminho para casa foi calmo e silencioso, Natasha estava curiosa, mas manteve suas perguntas para si mesma.

E Nadia agradecia por isso, por que ela ainda tinha muita coisa para colocar em ordem antes de realmente tomar sua decisão. Apesar de que quando ela chegou em casa, sua mente já estava quase feita. Ela saiu do carro e começou a caminhar para dentro da casa, acenou para os jovens guardando a entrada e entrou na torre.

Ela entrou no elevador e apertou o ultimo botão, demoraria um tempo então ela caminhou até o final do elevador e encostou a cabeça na parede. O dia foi exatamente como ela achou que iria ser e agora tudo o que falta é dizer a sua escolha, mas quando ela falar ela sabe que não terá mais volta.

Quando a porta do elevador se abriu, sua mente se limpou, sentado no chão virado para as paredes de vidro olhando para fora estava Thor, ela sorriu um sentimento de segurança encheu seu coração e ela começou a caminhar para ele quando foi parada por um braço ao redor de sua cintura, era Steve.

– Steve me solta, eu quero abraçá-lo faz tempo que eu não o vejo

– Nadia, ele sabe – Ele sussurrou.

Em Asgard, Thor ia toda a noite até Heimdall aquele que tudo vê e tudo sabe, o guardião da ponte do Arco Iris, ele podia ver todas as pessoas em todos os reinos e numa noite ele não conseguiu ver Jane Foster. Thor então arranjou um jeito de vir a terra usando um dos caminhou de seu irmão.

Quando chegou aqui, viu que a casa de Jane estava vazia correu imediatamente para a Torre Avenger e teve a horrível noticia.

Nadia soltou um suspiro e saiu do aperto de Steve, ela começou a fazer caminho para Thor, menos agitada que antes, ela se sentou do lado dele só que de costas para a parede de vidro e olhou para seu rosto, ele parecia desolado, acabado, não havia lagrimas em seus olhos, mas Nadia sabia que ele queria chorar, e ele continuou a olhar para fora.

– Você já se sentiu tão sem esperança que sua vida pareceu sem sentido?

– Algum arrependimento? – Ela perguntou

– Se eu pudesse voltar no tempo, desistiria de Asgard – Ele pausou por um momento - me mudaria para Migard e ficaria com Jane, eu desistiria da coroa, e todo o resto se isso significasse beijá-la uma ultima vez.

Nadia não disse mais nada, por que mais nada precisava ser dito, Thor deu uma ultima olhada para a cidade e se pôs de pé se afastando de Nadia e indo em direção a seu quarto. Nadia encostou a cabeça no vidro e ouviu Steve contando o que aconteceu para Natasha. Nadia fechou os olhos pensando em como Thor deve estar se sentindo deve ser horrível, ela sentiu alguém se aproximar re quando abriu os olhos viu sua mãe ao seu lado.

– Eu odeio quem fez ele se sentir assim. E eu vou passar o resto da minha vinha garantindo que monstros como ele não machuquem mais ninguém – Ela pausou e olhou nos fundos dos olhos de Natasha – Mãe, eu escolho Operações

Natasha fechou os olhos por um momento e suspirou, ela já sabia que havia uma chance de 50 % de Nadia escolher ser uma agente de campo, ela estava triste, mas estava orgulhosa ela sabia que sua filha seria a melhor agente que a SHIELD já conheceu.