As Últimas Lembranças de Dominique Weasley escrita por MahDants


Capítulo 5
As lembranças de Albus


Notas iniciais do capítulo

ÚLTIMO CAPÍTULO! ~marquem a fic como finalizada
O título do capítulo estava bem sugestivo sobre o que se tratava, então mudei para "As lembranças de Albus".
Preciso dizer palavras bonitas? Acho que vocês merecem. Então obrigada. De coração, eu fico tão, tão feliz mesmo depois de um ano após a conclusão do Último Relato, ainda tem leitores aqui... Mano, eu fiquei muito feliz com isso. Independente se você leu enquanto eu postava, ou leu faz um tempinho, ou leu recentemente... Eu te agradeço. Você me fez feliz.
E mesmo se você nem leu O Último Relato!
Obrigada pelas palavras de todos vocês. Menos os fantasminhas, os fantasminhas são mehs.
Esse capítulo é pra vocês, e mais uma vez obrigada por terem me acompanhado.

Espero que gostem ^^
Espero que chorem ^^ -q



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A gravação no MP3 acabou, assim como as lembranças. Com certa relutância, Albus tirou a cabeça de dentro da penseira e suspirou, tentando não chorar, mesmo que ainda ouvisse a voz da sua prima narrando todas aquelas lembranças e dizendo que o amava.

Albus deu um grito ensurdecedor e fechou os olhos com força, lembrando-se com clareza do dia em que Dominique havia se matado.

Aquele corredor no terceiro andar parecia vazio. As pessoas pintadas nos quadros mandavam olhares acusatórios para Rose e Albus, que estavam sentados no chão com um belo bolo de chocolate em suas frentes, e conversavam animadamente.

Os brasões da Sonserina e da Grifinória em suas vestes não impediam em nada aquela amizade.

Após dar uma tossida e limpar o canto da boca, Rose pôs uma mecha ruiva atrás da sua orelha e suspirou, desviando os olhos do primo.

“Falei com Dominique hoje” ela contou, roendo as unhas. A voz dela estava um pouco abafada por conta dos dentes cerrados.

Dominique. Há quanto tempo ele e Dominique não se falavam? Mais de um mês, talvez. Ele havia desistido de contar os dias. Admirava-a de longe, querendo fazer alguma coisa para acabar com sua tristeza, mas nunca pertenceu a Grifinória para ter a coragem de se aproximar.

“Parecia que éramos melhores amigas" continuou Rose, pondo um grande pedaço do bolo na boca. Albus esperou a prima continuar. "Sentia falta desses momentos, mas... Alice é minha melhor amiga. Dominique é minha prima. Gosto de eventualmente ter isso com ela, mas não quero misturar nada. Meus melhores amigos não podem ser da minha família. Entende o que eu quero dizer, Albus?” ele assentiu, ainda esperando mais palavras da prima. Sabia que ela tinha mais a falar. “O problema de Dominique" ela continuou. "É a cobrança. Ou sou amiga dela ou não sou. Ou ando todos os dias com ela, ou não ando nunca. Sabe o que eu realmente admiro? Aquelas amizades que passam, tipo, meses sem se falar, mas quando voltam... Parece que nunca se separaram. Queria que fosse assim com ela. Mas ela dramatiza tudo!"

Albus sentiu vontade de defender Dominique, falando que não era bem assim; mas olhando bem, Rose tinha razão. Deu de ombros, comendo mais bolo. Porque bolo era bom.

"Hoje foi muito legal. Ela realmente agiu como eu queria que ela agisse! Eu não queria me afastar completamente, só queria meu espaço. Sabe, uma vez por semana termos momentos como esses que tivemos hoje de manhã... Eu queria isso”

Albus mediu as palavras antes de dizer:

“Você deveria falar isso pra ela”

“Eu não sei...”

“Deveria” ele insistiu. "Sabe, não é drama de Dominique. Eu entendo um pouco o lado dela. Existem amizades assim, como você disse, mas a de vocês não eram assim. Vocês se falavam todo dia, Rose! Roxy tem o direito de dizer que queria uma amizade que 'passam meses sem se falar, mas quando voltam, parece que nunca se separaram'. Você não tinha o direito de se afastar do nada dela. Não sem explicação, pelo menos"

Rose parecia ter levado um balaço bem no estômago. Ela olhou para Albus preocupada, e claramente culpada, mas assentiu, garantindo que falaria com ela. E adicionou:

“Estou preocupada com ela” Albus notou que os olhos azuis da garota estavam marejados. “Ela não parece bem

Mas o que quer que Albus fosse retrucar, foi interrompido por uma Roxy com um sorriso alargado aparecendo no corredor. Ela sorriu para Rose, mas puxou Albus pela mão de um modo que a única coisa que ele podia fazer era sussurrar para Rose um “nos falamos depois”, antes de ser arrastado por Roxy para o corredor ao lado.

“Um primeiranista estava te procurando”

“E...?” ele perguntou, olhando a prima como se ela fosse louca.

“Trazia um recado de Dominique” ela sorriu maliciosa. Era a única prima que sabia dos sentimentos confusos de Albus. “Sala Precisa... Ela quer te encontrar”

Albus sorriu de canto, embora subitamente nervoso. Sentira falta de Dominique... Finalmente eles voltariam a ser amigos? Era isso? Ela queria pôr as cartas na mesa e voltar a se aproximar dele? Dessa vez, se fosse isso, ele não fugiria.

“Agora?” ele perguntou e ela assentiu.

Ele alargou o sorriso, sentindo o coração palpitante cada vez mais acelerado em seu peito, praticamente explodindo e saindo pela boca. Sentiu os dedos suarem e, antes que ele sumisse em direção a Dominique, Roxy contou:

“Ela gosta de você”

Albus petrificou. Tinha um sorriso demente nos lábios, e o olhar brilhava mais do que nunca quando olhou com uma interrogação no rosto para Roxy. Ela sorriu simpaticamente e explicou:

“Dê uma de lerdo e finja que não sabe de nada” pediu Roxy, andando até o primo e tocando em seu braço. “Mas ela sentiu seu cheiro na aula de poções hoje com a Lufa-Lufa. Cheiro de biscoitos da vovó Molly e perfume caro francês”

Biscoitos de banana com gotas de chocolate.

“Você acha que sou eu?”

“Claro que é você” Roxy revirou os olhos. “Dê uma de lerdo com ela, não comigo. Agora... Vai lá, garanhão”

Os dois riram e Albus seguiu seus caminhos cada vez mais ansioso. Se não fosse nada do que ele estava pensando, ele faria com que fosse. Ele precisava de Dominique. Ele estava cansado de estar afastado dela, cansado de admirá-la de longe... Só queria poder dizer que a amava e ser correspondido.

Quando entrou na Sala Precisa, Albus se permitiu observar o local, e viu em um canto um daqueles tocadores de disco antigo do outro lado da sala. As luzes estavam apagadas, mas ele via com clareza um espelho em toda a extensão de uma das paredes, e viu sua imagem refletida. Ele tinha o canto da boca sujo de chocolate. Maldita Roxy, que nada havia avisado!

Seu olhar caiu nos pufes no canto da sala, onde a prima já estava. Albus riu, olhando Dominique com vestido rosa, salto rosa, unhas rosas e tiara rosa. Seus lábios estavam vermelhos como sangue, e sorriu timidamente para o primo quando o viu. O coração do pobre Sonserino deu um salto, enquanto ele exclamava em mente a beleza daquela garota.

“Por que uma sala de balé?” ele perguntou.

“Sempre quis fazer balé” ela respondeu, parecendo muito nervosa.

“E por que você me chamou aqui?” ele quis saber.

“Porque eu queria... Eu... Bem, não sei” ela se atrapalhou com as palavras. "Vamos dançar?"

“Você e eu?” ele riu, mais para afastar o nervosismo do que qualquer coisa.

“É, Albus, eu e você!” ela falou e se levantou.

Ele precisava parar de se lembrar dessas coisas, porque estava começando a sufocá-lo, toda essa saudade que sentia. Eram lembranças que ele queria muito bloquear, mas depois de passar parte da noite afundado nas últimas lembranças de Dominique Weasley... O mínimo que podia fazer era se afundar nas próprias lembranças.

"A Roxy disse que você sentiu meu cheiro na aula de poções..." ele disse, sorrindo minimamente. O plano era deixá-la encabulada para arrancar alguma confissão, ou então a oportunidade perfeita para ele confessar o que sentia.

"Você se importa com isso?" ele reprimiu com todas as suas forças a vontade de revirar os olhos e gritar de uma vez naquela sala vazia, exceto pelos dois, o quanto estava apaixonado por ela.

"Por que você sentiu meu cheiro?" ele insistiu, perfurando os olhos verdes nos olhos azuis da garota.

Ele sentia a mão suando, praguejando internamente a sua droga de distonia. Ansiava desesperadamente que ela correspondesse seus sentimentos, mas também se preparava para o caso disso não acontecer. Se ela não falasse, ele falaria. Precisava falar.

"Talvez porque... Eu... Bem, talvez eu goste de você, tá legal?" falou Dominique. "É por isso que te chamei aqui hoje... Eu queria, precisava, contar isso"

Ele realmente não tinha se preparado pra ouvir aquilo. Acabou petrificando, sentindo descargas elétricas em seu corpo e a tensão caminhando dentro de si. Ele esperava que não estivesse com muita cara de bunda, mas sabia que estava quando as lágrimas invadiram os olhos de Dominique e ela se virou para ir embora.

Em um ato de desespero, ele a puxou para um beijo. Um beijo que queria dar há muito tempo, e fez algo dentro de si revirar. Sentia os dedos delicados dela em seu peito, que caminharam até seu pescoço, causando nele uma reação que ele jamais havia sentido antes. Era o primeiro beijo dele, não que alguém precisasse saber disso, e estava feliz por ter esperado aquele momento por tanto tempo, porque havia sido incrível.

Ele sabia, depois daquilo, que ela esperava por isso tanto quanto ele. O beijo era calmo, hesitante, ambos descobrindo e saboreando todas as sensações recebidas. Eles descolaram os lábios aos poucos, e por pouco Albus não os colou novamente. Abriu os olhos, encantado e extasiado, mas encontrou Dominique chorando.

Ele beijava tão mal assim? Seu estômago afundou e ele sentiu culpa por não ter experiência o bastante para tirar o fôlego da prima como ela havia tirado o dele. Na opinião dele, havia sido um beijo daqueles.

“Dominique, por que raios você tá chorando?” ele perguntou e ela se aninhou em seu peito, parecendo frágil ao ponto de quebrar se Albus a apertasse de volta. Ela havia intensificado o choro quando ele o arrastou até um dos pufes e se sentou com ela em seu colo.

“Fica aqui, Albus”

“Eu estou aqui” ele respondeu. “Para de chorar, por favor”

Albus estava desesperado, porque uma das coisas que mais odiava era ver Dominique chorando ou triste. Ele gostava de verdade daquela garota.

Albus abriu os olhos, se despertando da lembrança e olhando ao redor. Sabia que estava delirando, mas viu Dominique olhando para ele e sorrindo, com uma menininha igual a ela no colo. Quando a garotinha se virou para Albus, ele viu olhos verdes como os dele.

Era isso que eles poderiam ter sido. Sorriu involuntariamente para o fruto da sua imaginação, então ele estava sozinho de novo.

“Al, o que esse beijo significou?” ela perguntou, mordendo os lábios.

“Significou que eu parei de mentir para mim mesmo. Eu gosto de você, Nikki, sempre gostei. Só fingia que não porque precisava me convencer que não. Sabe, pelo fato de sermos primos. Isso é insano” ele explicou. “Mas... Por Merlin! Eu amo seu perfume”

“Eu gosto tanto de você...” ela disse.

Albus precisava parar de se lembrar daquilo, não o faria bem. Questionar-se o que teriam sido se ela não tivesse se matado. Naquele momento, tudo que ele pensava era em pedi-la em namoro e andar por Hogsmead com ela, anunciando para todos que aquela era sua garota.

Ele, inclusive, imaginava depois de Hogwarts, como contariam aos pais, e se ela se casaria com ele algum dia. Albus imaginou uma vida para os dois, mas ela tirou isso dele no dia seguinte. Ela não tinha esse direito.

“Então...” ele começou, pigarreando em seguida “Não seria absurdo te pedir em namoro agora, seria?”

Precisava quebrar algo. Ele foi até o banheiro, sem se preocupar em usar a Capa da Invisibilidade, e começou a chutar o sanitário com todas suas forças. Abriu a gravata e jogou água no rosto, lançando murros no espelho.

Ele sentia tanta falta de Dominique!

“Albus, eu te amo” ela falou.

"Eu também te amo" ele disse.

Muita falta.

"Eu preciso... Preciso fazer uma coisa hoje à noite, Albus".

"O quê?"

"Este é meu último dia... Vivendo".

Ele passou dois minutos para digerir aquela ideia.

"Claro que não, Dominique".

"É sim" falou. "Mas você não precisa acreditar, só... Me beijar".

"Você está brincando, né?"

"Não, eu realmente quero que me beije".

"Estou falando de...".

"Estou falando de beijo, Albus. Agora. Eu preciso"

E eles se beijaram. E eles fizeram amor. E ele dormiu.

Mas quando acordou, ela não estava mais lá.

Ela estava morta.

Albus respirou fundo e se acalmou; não podia entrar em um surto psicótico e destruir Hogwarts. Enxugou o rosto e entrou debaixo da Capa da Invisibilidade, andando tranquilamente - nem tanto - em direção a Floresta Proibida. As lágrimas em seu rosto caíam silenciosamente e, quando percebeu que estava finalmente sozinho entre as árvores, ele gritou.

Gritou o mais alto que pôde, e jogou a Capa no chão. Agarrou as folhas secas que estavam no chão e as atirou nas árvores, chutando-as em seguida com toda sua força e revolta. Chutou o chão e o socou, até que algo o furou, então ele se sentou no chão e chorou mais uma vez, socando o mesmo lugar que havia se furado.

– Eu odeio Dominique Weasley – ele sussurrou, chorando. – Merlin, eu odeio esse mundo. Eu não... Eu a quero aqui. Eu – ele socou a terra – quero tanto – socou novamente – ela aqui – socou mais uma vez – comigo. Dominique!

O seu grito ecoou pelas árvores e então ele viu: a pontinha de uma pedra. Franziu o cenho, reconhecendo-a de algum lugar. Cavou mais a terra e então um lampejo de reconhecimento passou por sua expressão.

Aquela pedra estava nas histórias do seu pai, exatamente no lugar que ele disse que provavelmente estaria a pedra da ressurreição. Ele, esperançoso, virou-a três vezes na palma da mão e então a sombra de Dominique Weasley apareceu na sua frente.

Ele arregalou os olhos e ficou estático. Dominique, com um vestido rosa e uma tiara da mesma cor na cabeça, ajoelhou-se na sua frente. Era bem mais sólida que um fantasma, isso ele podia notar. Ela poderia ter acabado de sair da Sala Precisa... Ele poderia ter acabado de beijá-la... Mas não, havia se passado um tempo.

– Sete meses – ele sussurrou, tentando tocar o rosto dela, mas sua mão apenas atravessou o seu rosto de porcelana.

– Você está me vendo? – ela perguntou em um murmúrio; parecia com vontade de chorar, mas sorria com os olhos. Ele apenas assentiu e ficaram em silêncio por um tempo.

As palavras pareciam ter escapado de Albus. Ele queria dizer tantas coisas, queria saber tantas coisas, queria jogar sua raiva nela, queria matar sua saudade. Mas ele apenas ficou parado, abrindo e fechando a boca sem conseguir formular alguma frase que tivesse nexo.

– Você está bem? – foi a pergunta dele. Dominique parecia querer chorar.

– Você não está.

– Não.

– É possível conviver com a dor, Albus, faça isso por mim – ela continuaria falando isso, se não tivesse sido interrompida pelo grito dele.

– Então por que você não conviveu? Por que você foi tão egoísta, Dominique? Droga! Droga, Nikki.

– Me desculpe – ela pediu e abaixou a cabeça.

– Você não pensou em ninguém! Você pensou no que Victoire sentiria um mês antes do casamento dela com o Teddy? Pensou nos seus pais ou em Louis? Você pensou em mim? Francamente, Dominique, você pensou em mim? Droga!

Ele chorava freneticamente, e não sabia dizer se o que via nos olhos de Dominique eram lágrimas, mas ela estava claramente angustiada. Culpada.

– Me desculpe – ela repetiu.

– Eu odeio você.

– Não diga isso – ela pediu, caindo no chão. – Por favor, não diga isso. Não diga.

– Desculpe – ele sussurrou. Viu-a colocar a mão em seu ombro, mas a única coisa que sentiu foi um gelado naquela região. – É só que...

– Eu sei – ela o interrompeu. – Albus, me escute: você tem que viver sua vida. Eu sei que é difícil, eu vi.

– Você está feliz? – ele questionou.

– Sim. Se bem que... A morte costuma ser tediosa às vezes – ela sorriu. – E também tem um pequeno detalhe. Você tem que viver sua vida, isso vai me deixar feliz. Eu acho até bonitinho você sofrer por tanto tempo por minha causa, mas eu quero você feliz, ouviu?

– Eu estou feliz agora. Me desculpe pelo que falei. Eu amo você. Caramba, eu amo muito você. Você não pode me pedir pra viver minha vida agora que... Você está aqui, Dominique.

– Infelizmente, não estamos no mesmo mundo – disse ela e suspirou. – Olhe, Albus, não chore porque acabou, nem na incerteza do que seria o futuro. Não vale a pena. Sorria e agradeça por ter acontecido, e por você ter sido sortudo o suficiente para isso. E, olha que sorte, você encontrou a pedra! Mas você não pode viver com o passado e se esquecer do futuro. Tenho observado muitas coisas e, mesmo que machuque dizer isso, Melanie Finnigan pergunta todos os dias a Rose como você está.

– Eu não vou te trocar – falou Albus.

– Você tem que fazer isso, Albus. Eu sinto muito, eu queria poder te abraçar.

Albus abaixou a cabeça e chorou.

– Por quê? – ele questionou. – A gente ia ter um futuro, Nikki. Eu imaginava... Imaginava tudo.

– Eu imaginava também – ela confessou.

– A gente saindo de Hogwarts. Você abrindo, sei lá, uma loja de roupas ou algo do tipo e eu um auror, e aí a gente se casava. Você ficava grávida de uma menina, com sangue veela, mas ela teria os meus olhos e a chamaríamos de Isabela. Eu amo tanto você, eu sinto sua falta.

– Eu não deixaria você chamar minha filha de Isabela – retrucou Dominique, mas seus olhos brilhavam com as lágrimas. – Sophia, sim.

– Parece um ótimo nome – sorriu Albus. Dominique também sorriu. – E então, quem sabe, teríamos um menino... Eu não pensei em nenhum nome, mas...

– Albus, pare – ela pediu, olhando chão. – Pare com isso. Isso não vai acontecer, meu amor. Desculpe. Desculpe, de verdade, mas não vai. Você tem que começar a sair com outras meninas e me esquecer. Eu estou morta, Albus, entenda. Eu não vou voltar.

– Você está aqui agora!

– Porque você está segurando essa pedra... Esse não é meu mundo mais, Al. Prometa-me que vai ser feliz. Se você quer que eu atinja a felicidade aqui, você tem que me prometer isso.

– Eu prometo – ele disse, confuso.

– Agora deixe a pedra cair no chão e não volte...

– Tem tanta coisa que eu ainda quero falar... Foram sete meses para só dez minutos de conversa, Nikki.

Por favor.

– Eu sinto sua falta.

– Você já falou isso, Albus. Mas por favor, faça o que eu estou pedindo.

Ele não entendia por que não poderiam passar mais um tempo juntos, mas entendeu que aquele pedido estava mais para súplica, e que era isso que a faria feliz no momento. Então ele suspirou.

– Eu amo você – ele disse. – Sempre amarei.

– Também amo você – ela disse. – Agora vá. Ah, espera, obrigada por não ter me deixado morrer virgem.

Albus riu entre as lágrimas, e deu bem uma última olhada em sua garota. Então ele deixou a pedra cair no chão e olhou o vazio por um tempo, sentindo as lágrimas escorregarem, dessa vez sem um sorriso alegre e divertido.

O dia começou a clarear e ele já via movimento nos jardins de Hogwarts ao longe. Albus não havia dormido nada, mas ali começava o ano letivo do Sétimo Ano. Ele suspirou e enterrou a pedra da ressurreição, caminhando, em seguida, em direção ao castelo.

Ao entrar em seu quarto, encontrou Scorpius. Ele não teve medo de parecer louco, só o abraçou apertado.

– Obrigado – disse Albus. – Tio Bill e Tia Fleur aceitaram, assim como os irmãos dela... Está mais do que na hora de aceitar também. E, bem, obrigado por ser meu amigo.

– Ah, que nada, só sou seu amigo porque seu pai é famoso – brincou o loiro.

– Deve ser isso sim – Albus sorriu de canto. – Estou falando sério. Obrigado por... Respeitar o meu tempo.

– Você faria o mesmo.

Albus assentiu, e se separou, trocando de roupa para um novo dia. Ele tomou café e conversou com os primos, rindo de vez em quando. A primeira aula daquele dia era com a Grifinória, de Defesa Contra as Artes das Trevas, e lá foi ele. As mesas tinham espaço para duas pessoas e, no canto da sala, estava Melanie Finnigan sentada sozinha.

Ela olhou para Albus quando ele entrou na sala; ele sorriu para a garota e caminhou até ela. Suas bochechas, geralmente branquinhas, atingiram um tom rosa e ela rapidamente ajeitou os cabelos negros encaracolados.

– Oi – disse Albus, colocando o seu livro em cima da mesa. – Tem alguém do seu lado?

– Não, não tem – ela respondeu com os olhos cinza brilhando. Albus sorriu e se sentou.

Dominique Weasley estava sempre certa. Ele não pararia de pensar nela nem tão cedo, muito menos deixaria de amá-la. A dor iria continuar ali, talvez para sempre, mas era possível viver com ela.

A única coisa que restava a Albus era ser feliz. E ele ia ser.


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Notas finais do capítulo

Lembre-se: se chorar, recomende!
PSKAPSKPA Brincadeira. Mas apareçam, isso me deixa feliz!

Vocês me pediram mais uma fic Albus e Dominique. Uma onde ela não estivesse morta. Pedido atendido! Estou escrevendo o terceiro capítulo, mas não postarei agora. Peço a vocês, quem quiser, que entrem nesse grupo https://www.facebook.com/groups/509459285819468/?fref=nf
Lá, eu vou avisar a todo mundo quando postar a fic. Entrem, entrem, entrem! Me avisem por review se entrarem, ok?

Até uma próxima :)
PS: a próxima se chama "Veela"