As Últimas Lembranças de Dominique Weasley escrita por MahDants


Capítulo 3
Hormônios, um baile e presentes de Natal


Notas iniciais do capítulo

Já estou indo responder os comentários, juro! Vocês são uns amores :)
Espero que gostem ^^
Ah, amores, eu queria pedir algo a vocês! ask.fm/MahDants
Por faavooooor, mandem perguntas pra mim :3 Pode ser qualquer merda, eu amo responder spdkspkdspk
Agora fiquem com o capítulo!



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Bom, a próxima memória é engraçada... Você não deve ter consciência dela e não me culpe! Meus hormônios estavam aflorando ali, e... Eu não tinha culpa, Albus Severus, pare de me culpar! Eu estou morta, você não pode fazer isso!

A memória seguinte era na Sala Precisa. Albus mal notou quando as manchas pretas se dissiparam, pois o lugar era mal iluminado. Paredes grossas e geladas enquadravam um cômodo pequeno e rodeado de espelhos onde no centro havia três meninos de cueca. Um Potter, um Malfoy e um Zabini. Eles pareciam ter treze anos e hospedavam nos rostos diversos cravos e algumas espinhas – principalmente o Zabini.

Esgueirada ali, escondida por trás de alguns armários, estava Dominique, olhando espantada aquilo tudo. Ela estava acompanhada de Rose Weasley, sua prima, e Alice Longbottom, sua amiga. As garotas tinham um olhar espantado, e ao mesmo tempo sedento, de curiosidade.

“O que estão fazendo?” sussurrou Rose para as outras duas. Dominique revirou os olhos e bufou.

“O meu, definitivamente, é maior” dizia Zabini, encarando suas partes cobertas pela cueca vermelha.

“O quê é maior?” questionou Rose, aos sussurros.

“Meu tanquinho está mais bem definido” gabou-se Scorpius, com a voz afinando aos poucos. Ah, aquela idade estranha que a voz dos meninos oscilava com facilidade!

“Isso eu tenho que concordar” sussurrou Dominique e soltou um risinho.

“Quer que eles nos peguem?” ralhou Alice. “Cale-se!”

“Estou calada”

“Vocês acham que se eu mexer nele... Ele cresce?” perguntou Albus, encarando a cueca preta pelo espelho.

“Não parece ser tão pequeno, Albus” retrucou Scorpius. “Não mexa, vai que faz mal”

“Já vi o James mexendo no dele” Albus contou.

“Não faz mal” garantiu Zabini.

“Você já mexeu?” questionou Malfoy.

“Bem... Não” respondeu Zabini. “Mas sei que não faz mal. De qualquer maneira, vocês me devem três galões, cada um. O meu é o maior”

Não me mate. Vou contar a razão por revelar essa lembrança... O seu... Bem, era o menor. Você era o mais magricela. Ai, Albus, os oprimidos e coitadinhos eram os meus favoritos na época. E, no quarto ano, quando eu realmente entendia o que era atração física, você mudou e... Uou! Atendeu minhas expectativas, querido.

Você havia entrado no time de quadribol da Sonserina, e estava bem mais atlético, além de mais desejado pelas garotas.

Quando a mancha voltou a se organizar em formas, Dominique e Albus estavam próximo ao lago nas proximidades de Hogwarts. Dominique tinha sua cabeleira loura presa em um rabo de cavalo mal feito, e as unhas pintadas de rosa antigo, reforçando sua ideia de dama, não de patricinha (ela estaria usando rosa pink se fosse uma patricinha). Seu olhar era atento no livro que lia, até Albus começar a tirar suas vestes.

“O quê, por Merlin, você fazendo?” questionou a loira.

“Tá calor” ele deu de ombros. “Vou dar um mergulho”

“Está maluco?” ela berrou, ao passo que ele já tirava a gravata verde e prata e desabotoava a camisa branca. “Esse lago está cheio de... De...”

“De...?”

Eu não podia responder, Albus Severus! Você estava sem camisa.

O olhar da garota caiu no abdômen dele, agora bem mais definido do que a última vez que vira. Seus braços fortes jogavam as peças de roupa no chão. Albus a olhava com a expressão divertida. Ela piscou.

“De bichos, oras!” desviou o olhar, desconcertada. “Eu, bem, é perigoso. Tire esse sorriso débil do rosto! Você tá curtindo com minha cara?”

“Eu jamais faria isso” ele ironizou. “Pode me responder por que está vermelha?”

“Você não é mais magricela” ela disse, engolindo em seco. “Belo corpo”

“Eu sei” ele riu, entrando no lago.

“Albus!” ela se levantou, preocupada. “Eu estava falando sério, Albus Severus Potter! Tem os sereianos aí... Por Merlin!”

Dominique tirou rapidamente sua capa e seu sapato, assim como o suéter cinza, e entrou de roupa e tudo no lago para procurar o primo.

Eu era da Grifinória ou não era?

“Albus!” gritou ao chegar à superfície.

Algo a puxou para baixo, e antes que ela prendesse a respiração, estava completamente embaixo da água. A única coisa a ser vista eram seus braços se debatendo do lado de fora do lago, então ela e Albus submergiram; ela furiosa e ele rindo como um retardado.

“Eu vou te bater! Você acha que essa água faz bem para o meu cabelo?! E você puxou meu pé! Sabia que medo faz mal pra pele? Ouvi dizer que sim. Albus Severus Potter, se eu tiver espinhas no meu rosto, eu vou muito socar o seu amiguinho aí de baixo!”

“Vai nada” ele disse e a abraçou, prendendo seus braços antes que ela fizesse alguma coisa. O olhar da garota caiu novamente no peito nu dele, e então ela desviou. Foi arrastada para fora do lago nos braços do primo.

Ela pisou forte no chão ao chegar em terra firme, e saiu andando até o castelo, deixando um Albus debilmente risonho para trás.

Eu estava irritada por diversos motivos. O primeiro deles é que você estava curtindo com minha cara e se tinha uma coisa que eu costumava odiar, era o deboche. Além disso, eu estava toda molhada e com frio por sua causa, e quase me afoguei por conta de uma brincadeirinha. Fora que, céus, o meu cabelo e minha maquiagem! Eu fiquei parecendo um pinto molhado, Severus!

Mas enfim, o mais importante: eu estava irritada porque eu havia me sentido atraída.

Vamos devanear um pouquinho comigo agora... Eu vou morrer virgem! Ah meu Merlin, Albus Severus Potter! Você já ouviu falar em necrofilia? É a prática de... Coisas... Com mortos. Faça isso comigo, é meu último pedido. Não quero ser virgem pelo resto da... Morte? Isso não faz muito sentido. Será que se você cutucar meu corpo morto, minha alma sente uma espécie de prazer espiritual?

Bobagem! Estávamos falando de você lindamente lindo e maravilhoso no Quarto Ano, algo que despertou o interesse de diversas meninas. Logo, você tinha a popularidade de James Sirius, embora reputação completamente diferente.

Então teve aquele baile de Halloween, um evento incomum que havia acontecido para celebrar alguma coisa sem importância, algumas semanas depois do incidente no lago. Todas as meninas estavam desesperadas por um par. Ou melhor, a maioria desesperada por você. Você, é claro, estava igualmente desesperado, pois eram muitas opções e pouco tempo para se decidir.

Eu estava, realmente e loucamente, esperando o convite de Lorcan Scamander. Foi nesse cenário que nos sentamos nos jardins de Hogwarts e passamos a debater sobre suas pretendentes.

As folhas secas estavam caídas no chão e servindo de suporte para que os primos Albus, Dominique e Rose se sentassem no auge dos seus 14 anos. Era fim de tarde, as aulas provavelmente já tinham acabado, e eles riam a cada frase pontuada, sem nenhum motivo aparente.

“Mas supondo que eu consiga fazer o Scorpius te chamar para o baile” disse Albus com um sorriso maroto entre os lábios. “Você vai com ele?”

“Supondo isso?” questionou Rose, fingindo pensar. “Não”

“Ela é bem categórica” murmurou Dominique. Albus riu.

“Rose, o Scorpius não é tão ruim”

“Ele é imbecil” contou Rose. “Não vou com aquele Malfoy para canto nenhum”

“Ele é um gato” disse Dominique. “E vocês ficam tão, tão bonitinhos juntos!”

“E você, Albus?” Rose desconversou. “Já decidiu quem chamar?”

“Não...” ele contou. “Digo, tem uma menina da Sonserina, mas ela já vai com o Zabini. E tem uma da Corvinal que é bem bonita, mas nunca a encontro em lugar nenhum”

“Chame alguém desse jardim” sugeriu Dominique.

“Aquela é bonitinha, Albus, convide-a” Rose apontou para uma lufana de cabelos pretos e curtos.

“Não, Rose, não”.

“Que tal... Olhe, a Finnigan é legal!” Dominique disse.

“Você já recebeu algum convite, Nikki?” questionou Rose, cerrando os olhos. “Olhe, Albus, Samantha Wade!”

“Já” respondeu Dominique, enquanto Albus avaliava a garota em questão. “De Frank Longbottom II, mas eu disse não”.

“Depois eu que sou categórica” retrucou Rose. “O que acha, Albus?”

“Acho que já existem muitas ruivas na minha vida” retrucou ele. “Samantha não”

“Por que não Belle?” questionou Dominique, apontando para uma velha amiga lufana deles. “Ela é bem bonita. Não mais do que eu, obviamente, mas os cabelos castanhos e seu tom de pele combinariam perfeitamente com um vestido verde-água. E, céus, combina tanto com seus olhos! Seriam o segundo casal mais bonito daquele baile”

“Dominique sempre exagerada” Rose revirou os olhos, embora sorrisse discretamente. “Então, Albus, Belle?”

“Ela é bonita mesmo” concordou Albus. “Tudo bem”.

Dominique bateu palminhas e Rose riu, empurrando o primo na direção da garota. As duas primas olharam o garoto caminhar desajeitadamente até Belle e dar um abraço na garota, assim como em Morgana Margareth, sua amiga. Eles conversaram por um tempo, até Albus sair de lá com uma expressão zangada.

“Eu desisto!” ele bufou. “Não quero ir a esse baile”.

“O que ela disse?” riu Rose.

“Bem, eu engatei numa conversa sobre o baile, e nem precisou perguntar nada, porque ela mesma disse ‘rumores que seu primo mais novo, Louis, vai me chamar. Pode descobrir se isso é verdade, Al?’. Então eu assenti e disse que falaria com você, que é irmã dele, sobre isso” ele revirou os olhos. As meninas riram na imitação do garoto da voz fina de Belle. “Louis fura-olho!”

“Fazer o que... Tem meu sangue” disse Dominique e riu.

“Não vou mais nessa droga” ele repetiu, cruzando os braços em uma típica cena de garoto mimado.

“Deixe de bobagem, Albus” disse Rose e revirou os olhos. “Olha, por que não...”

“Não vou” ele teimou. “Não sei quem escolher, as meninas todas estão com pares... A menos que uma de vocês duas queira ir comigo, ou minha irmã... Não, eu não iria ao baile com minha irmã. Eu não vou, esqueçam”.

No mesmo instante, uma folha caiu no cabelo liso de Dominique, causando risadas escandalosas de Rose e dela mesma, por causa do susto que a loura havia levado, mas Albus se concentrou para tirar a folha dali. Aquilo deixou Dominique tensa.

“Eu vou com você” disse Dominique subitamente.

“Você quer ir comigo?” ele perguntou, parecendo não ter acreditado.

“É, oras” ela deu de ombros, embora estivesse corada (assim como ele). “Por que não? Vai ser divertido!”

“E Lorcan Scamander?” questionou Rose, erguendo a sobrancelha esquerda.

“Ele não ia me chamar de qualquer maneira” ela deu de ombros.

Foi culpa daquela maldita folha. Eu fiquei com pena e um pouco encantada pelos seus olhos, e bem... Pode ter sido impressão minha, mas tinha um clima ali. Então decidi ir com você.

Só para deixar claro, Lorcan Scamander me convidou no dia seguinte.

Tudo ficou manchado novamente, e agora Dominique se arrumava para o baile. Ela havia prendido os cabelos em um coque meio solto e usava um vestido azul brilhante, e sapatinhos de vidro, assim como joias de diamante caríssimas mandadas por Fleur para o primeiro baile de sua filha.

Mamãe, e eu também, vamos admitir, havia surtado por conta do meu primeiro baile. É claro que já havíamos ido a várias festas chiques e de alto padrão, onde todos vestiam roupas de gala e a música chegava a ser mais alta que as vozes das pessoas, mas aquele era o primeiro baile que eu ia não como a filha do meio de Bill e Fleur, e sim como Dominique Weasley, acompanhada de um garoto.

Ela ficou feliz em saber que eu ia com você, e logo me mandou fotos de vários vestidos e trocamos diversas cartas decidindo detalhe por detalhe da minha aparência naquela noite. Eu estava satisfeita com ela.

Albus, quando a viu, ficou boquiaberto e sorriu de canto.

“Dominique Weasley não está de rosa?” ele brincou, oferecendo o braço para ela, que aceitou de bom grado.

“Bem... Às vezes temos que mudar um pouco” ela sorriu contidamente. Eles andaram de braços dados até o Salão Principal, local esse que estava irreconhecível.

Antes mesmo de entrarem na grande pista disponível, a diretora McGonagall apareceu na frente dos dois e sorriu bondosamente.

“Peguem uma máscara, crianças” apontou então para uma mesa. “Seu vestido está bonito, Dominique”.

“Obrigada, diretora” ela agradeceu e escolheu uma máscara azul claro, ao passo que Albus tentava achar algo masculino. “Essa está bonita, Al! Não, essa não, aquela ali!”

“Essa?”

“Sim!” ela exclamou e bateu palminhas. “Coloque-a no rosto”

A noite foi divertida. Nós rimos com as pegadinhas que James e Fred aprontaram, e do fora que eles levaram de suas acompanhantes em seguida. Não que eles tivessem se abalado com isso, obviamente; foi fácil arranjar com quem dançar.

Havíamos provado um pouco de cerveja amanteigada e estávamos rindo por qualquer besteira que o outro falava ou fazia. Dançamos até nossos pés não aguentarem mais, então a banda tocou uma música lenta.

Lenta, bonita e romântica.

Os olhares dos primos se encontraram.

“Me concede essa dança, mademoiselle?” ele ofereceu a mão. Dominique revirou os olhos e pegou a sua mão, sentindo-o puxar o seu corpo contra o dele para uma dança. “É nesse momento do baile que as pessoas conversam coisas fofinhas e bonitinhas. Sabe, nas músicas lentas”.

“Onde você aprendeu isso?” ela riu, apoiando o queixo no ombro do primo. Os dois se moviam com delicadeza ao som daquela música.

“Filmes trouxas com Rose Weasley” ele respondeu.

“Tudo bem então” ela sorriu, embora ele não pudesse ver.

“Eu gosto do seu perfume” ele comentou distraidamente e ela riu, nervosa.

“Obrigada. É francês. Sabe, último lançamento. Foi realmente difícil disputá-lo com Victoire, porque ela também o queria e não podíamos ter o mesmo cheiro. No fim, eu ganhei a briga. Ai, desculpe, estou tagarelando coisas que meninos não se importam. Desculpa”

“Tudo bem, eu gosto da sua voz” ele girou a prima, e depois colaram os corpos novamente. “Você deveria passar um verão conosco. Sei que ama a França, mas são bem divertidas as férias com a família Weasley reunida. Principalmente na casa da Tia Hermione. Descobrimos a utilidade de um patinho de borracha e o vovô Arthur ficou tão entusiasmado...”

“Vou falar com minha mãe sobre as próximas férias” prometeu Dominique, se afastando para encarar os olhos do primo. Eles pararam de dançar.

“Eu sou o cara mais sortudo desse baile” ele disse à Dominique. “Você está bonita”

“Obrigada” ela agradeceu, atingindo tons escarlates.

“Você está corada?” ele caçoou.

“Claro que não! Isso é a maquiagem, Severus...” ela mentiu.

“Ah” ele pareceu sem graça.

O baile chegou ao fim, e você foi me levar até o quadro da mulher gorda. Bem... Basta dizer que eu fiquei revivendo por três semanas o momento em que você se despediu de mim com um beijo na bochecha. Ai, Albus, você era tão apertável!

O Natal chegou e insisti para minha mãe para visitarmos nossos avós e minha tia, na França. Papai se impôs, dizendo que iríamos passar n’A Toca (esse era o combinado: verão na França, Natal e Páscoa com os Weasleys), mas depois da insistência de duas mulheres birrentas e com sangue veela, ele cedeu.

Eu estava confusa sobre meus sentimentos, e um tempo longe de você me faria bem para pensar sobre isso. Aparatamos para a França, e foi maravilhoso o nosso Natal lá. Andamos pela Paris trouxa, até que mamãe decidiu comprar presentes. Eu tinha dinheiro trouxa nas mãos para gastar com o que quisesse, então parei em uma loja de perfume.

“Bonjour” falou Dominique entrando na loja.

Eu ia comprar algo para mim, feminino e francês, quando senti um cheiro masculino. O cheiro era muito, muito bom, e imaginei sentindo aquele cheiro em você.

Dominique observava um homem testando vários perfumes e se aproximou, perguntando o nome daquele último. Ela pegou o frasquinho de líquido verde perfumado e comprou, pagando algumas notas de dinheiro trouxa para a vendedora.

O resto do meu Natal foi maravilhoso, como você pode ver aí nas lembranças. Ganhei presente dos meus avós, da minha tia, de mamãe e papai, mas mal podia esperar para te dar aquele perfume. E foi com ele que percebi o inevitável.

Eu estava apaixonada pelo meu primo. Aquilo me encheu de raiva por alguns minutos, e eu sempre tentava te xingar para ver se melhoraria, se eu colocava na cabeça que você não prestava, mas nada parecia dar certo. Nada deu certo, aliás. E eu estava apaixonada pela primeira vez na vida, um sentimento reconfortante, mas ao mesmo tempo cortante e doloroso.

Nós voltamos para Londres, para casa, e lhe mandei uma coruja. Tente ler o que estou escrevendo!

O Albus de dezessete anos se encontrava no quarto de Dominique. Ele nunca havia entrado ali, mesmo que fosse unido a Dominique, e se surpreendeu em como aquele lugar exalava a áurea da garota.

Absorveu todos os detalhes possíveis... As paredes eram pintadas de rosa claro na metade de cima, então havia uma divisória, uma espécie de adesivo contínuo que mostrava Paris, e a parte de baixo fora pintada de branco, rosa e verde, em listras verticais. Havia uma janela e um pequeno toldo rosa em cima, assim como um mini jardim em baixo, refletindo aspectos da arquitetura francesa. Sua cama perfeitamente forrada com um lençol de algodão rosa e preto, encostada na parede, tinha almofadas jogadas em cima.

E, o que mais tinha no quarto, espelhos. Espelhos para onde Albus se virasse: fosse a escrivaninha branca onde a própria Dominique estava sentada naquela lembrança, fosse em meio aos porta-retratos colados na parede, fosse no guarda-roupa, que tinha espelhos de corpo inteiro ali. Até mesmo o teto era um espelho, exceto pela parte onde um lustre bonito estava preso.

Albus andou por aquele quarto e se aproximou de Dominique. Tentou sentir seu perfume, mas era impossível. Aquilo era só uma lembrança. Acabou conseguindo ler por cima de seu ombro:

Oi Albus,

Como passou o Natal? Oh, Merlin, esta carta está muito formal. Estou revirando os olhos, só para avisar. Então, será que você não pode ir para A Toca hoje mesmo? Tenho uma coisa para te dar e não pode esperar Hogwarts! Então, já estou indo para lá... Espero você.

Com amor,

Dominique Isabelle Weasley.

Ele viu Dominique tirar sua coruja branca como a neve (a qual ele lembrava muito bem que ela havia decidido chamar de Snowhite, embora fosse um macho, por causa de um conto trouxa que Rose havia lido para ela alguns meses antes de ganhar o animal) da gaiolinha rosa que ficava pendurada em seu quarto e sussurrar:

“Entregue a Albus Severus Potter, na casa dos Potter”

Não muito tempo depois, Dominique estava se arrumando para ir de encontro com o primo quando ouviu algo batendo na janela. A coruja negra de James!

Nikki!

Minha mãe acabou de falar com a sua e... Bem, vocês já voltaram mesmo? Acho que sim. Estou indo agora para A Toca com o James, porque ele quer se encontrar com o Fred para algo que eu não sei. Lily também vai, e acho que a Roxy vai estar por lá. Vá também! Fale com a Vic, ela te leva aparatando, sei que leva. Quero te dar algo.

Um abraço,

A.S. Potter.

Dominique deu uma risada ao terminar de ler a carta e balançou a cabeça. Albus, vendo aquela lembrança, sorriu também, lembrando-se que já gostava dela e que ficou feliz, pois ambos tiveram a mesma ideia.

Dominique saiu correndo pela casa e bateu no quarto da irmã, que atendeu a porta com cara de tédio. A mais nova espiou o quarto e encontrou cabelos azuis num corpo sem camisa, então ergueu as sobrancelhas maliciosamente para irmã.

“Você é rápida” comentou.

“Dá um tempo” pediu Victoire. “O que você quer?”

Dominique, em resposta, entregou a carta de Albus para a irmã, que leu com um sorriso maroto nos lábios.

“Você é rápida” e entrou no quarto. “Teddy, vamos para A Toca?”

O garoto deu de ombros, então a imagem da lembrança se dissipou. Eles estavam n’A Toca. Teddy, Victoire, James, Fred, Lily, Roxy, Dominique e Albus. Os dois últimos tinham um pacote em mãos e sorriram um para o outro quando se viram.

“Eu comprei para você” disse Dominique, entregando a sacola para o primo. “Achei que o cheiro combinava muito com você”

“E eu comprei para você” ele entregou uma sacola. “Quebrando o suspense: é um espelho enfeitiçado. É um espelho, mas também é uma bolsa. Ele reflete, mas se você colocar a mão em sua superfície, ela entra e você pode guardar o que quiser aí”

“É maravilhoso!” exclamou Dominique dando um gritinho e abraçando o primo. “Obrigada, Al”

Ela o beijou na bochecha, e colocou a mão dentro do espelho, testando o presente e sorrindo bobamente.


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