Rosas de seda escrita por Charlotte


Capítulo 14
Capitulo 14




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Ninguém menos que Matheus estava lá, na companhia de Becca, ambos sentados no

banco de maneira despojada. Bernardo simplesmente deu meia volta e voltou ao corredor, não fiz nada além de segui-lo

–Parece que perdemos o nosso refúgio

Percebi que Bê se irritou em encontra-los lá, ele era muito territorialista. Penso em onde vamos nos esconder no recreio agora. Uma onda de raiva passou por mim, mas fiquei satisfeita em pensar que Matheus e Rebecca ficaram decepcionados por Bernardo não ter nenhuma reação além de dar meia volta. Passamos o recreio com Bruna e Thiago.

Voltamos para casa antes, BÊ precisava ir à casa dos pais, eu iria junto.

–leve uma troca de roupa, não sei quanto tempo vou ficar lá, se ficar muito tarde saímos de manhã direto para o cursinho

Peguei uma pequena mala para guardar minhas coisas, coloquei alguns cadernos só por desencargo de consciência.

–esta tudo bem? Não é nenhum problema sério?

–fique tranqüila, meu pai faz essas reuniões comigo e meu irmão sempre, já está pronta?

–sim, podemos ir

Descemos do elevador até o carro de mãos dadas, essa fase de início de namoro era muito gostosa, era um mundo de arco-íris e unicórnios, me achava muito boba, e eu e Bê parecíamos perfeitos um para o outro. Tudo era perfeito.

Já estávamos na metade do caminho quando o Bê começou a me encarar, eu estava cantando com a música que o rádio tocava, e eu cantava de uma forma muito envolvida com ela

–o que foi? Canta também!

–estragaria a imagem que você tem de mim

–será muito difícil isso acontecer! Vai, pode começar a cantar comigo, ajuda a relaxar

Ele resistiu, mas depois de eu insistir muito ele começou a cantar, no inicio ainda meio tímido e hesitante, mas depois se empolgou, ele tinha uma voz muito bonita. Parei de cantar sem ele perceber e fiquei ouvindo a melodia que saia do fundo de sua garganta e iluminava o seu semblante. Ele parecia cada vez mais tranqüilo. Senti um lampejo puro dentro de mim, como ele podia me passar uma sensação tão doce como aquela? Desejei que esse momento não acabasse, que ele nunca parasse de cantar, mas ele parou e ficou me encarando enquanto eu o encarava ainda hipnotizada, eu estava perdendo o controle de mim, cada dia mais ele tomava uma parte minha para si, e eu já não me importava com isso.

–você estava tão tranqüilo

–e você me abandonou no meio da música, isso não se faz

–a culpa é sua, você é muito bom, me intimidou- Meu celular vibrou, era uma mensagem de um número desconhecido

–por que essa cara quem é?

–o numero é desconhecido, mas é certeza absoluta que é o Matheus, a mensagem diz: “Me desculpe por hoje de manhã, mas Rebecca me contou que iria lá, e eu fiquei com medo que situação saísse do controle, e eu também queria te ver”. Hoje de manhã ele não parecia nada com alguém que estava tentando evitar confusão pelo contrário, ele estava como se fosse o novo imperador daquilo!

–ele esta tentando se aproximar de você, vendo se consegue te conquistar

–mas por que isso? Qual o interesse dele em nos separar? Por favor! Eles não percebem que não estamos no colegial mais?

Desliguei meu celular bufando. Fiquei observando a natureza por um tempo, estávamos quase chegando, estava um pouco nervosa de ver os pais do Bê novamente. Eu havia gostado deles na primeira vez, mas foi apenas um jantar e o primeiro contato, não tiveram muito tempo para achar defeitos em mim, mas agora eu passaria a tarde toda e a noite lá.

–você ficou quieta de repente, está preocupada com o cursinho?

–não, só frio na barriga de cometer alguma gafe hoje

–fique tranqüila que você sempre se sai bem, e é muito adorável, todos gostaram de você da ultima vez, e vão continuar gostando. Chegamos, fique tranqüila

–vou ficar, obrigada

Avistei novamente aquela imponente casa, conferi se eu estava totalmente em ordem, nenhum fio de cabelo fora do lugar, me aliviei do meu vestido azul marinho não ter amassado durante a viagem. O mordomo abriu a porta do carro para mim, eu agradeci e esperei Bê vir a meu encontro para que entrássemos juntos. O Senhor e a Senhora Rousseau nos aguardavam no hall de entrada

–Bernardo, Melody bem vindos!- disse a mão dele animada

–Bernardo que bom que chegou cedo, Como vai senhorita Melody?

–Muito bem, obrigada Senhor Rousseau

–Mel, se não se importa vou deixa-lá com minha mãe

–não, está tudo bem, pode ir com seu pai

–Então Melody, teremos a tarde toda para compartilharmos!

–Sim, Senhora Rousseau, será uma honra

–Cristina por favor, afinal já te considero minha nora

–Claro, Cristina

Estava bem mais calma agora, ela me dirigiu para a área da piscina, Vanessa estava tomando sol, mesmo com muitas nuvens no céu, e veio me cumprimentar quando me viu

–Que bom vê-la Mel, como você está? Marcus traga uma bebida para nós

–estou bem obrigada, e você?

–bem também, obrigada, mas diga-me, como está sendo morar com Bernardo? Ainda tem duvidas sobre o casamento?

Nos sentamos em uma mesa em frente a piscina, ali tinha uma linda vista, podia-se ver o horizonte delimitado pelas montanhas bem afastadas, vários tons de verde das plantações e matas. A brisa era muito refrescante e perfumada.

–Eu e Bê estamos nos dando bem morando juntos, ainda não tenho certeza absoluta do casamento, mas fica cada vez mais difícil imaginar uma vide sem ele

–que bom que vocês estão se apegando- disse Cristina- e como ele está? Você não sabe como uma mãe fica cheia de preocupações com o filho morando longe, ele tem se alimentado?

Achei tão meigo ela perguntar aquilo, quando soube que eles eram ricos achei que iriam ser frios e sem corações, mas estava muito enganada

–sim, ele está comendo bem, apesar que come muita carne e poucos legumes

–igualzinho ao Paul, é uma luta para fazê-lo comer vegetais, e é um péssimo exemplo ao Denis e o Henrique– disse Vanessa

–Dênis e Henrique?

–meus filhos, você não o conheceu da ultima vez que esteve aqui, vai vê-los hoje, eles chegam da escola umas seis horas, aproveite a paz enquanto pode

Ficamos conversando por um longo tempo, já estava à vontade com elas, Vanessa era a que mais falava, praticamente monopolizava a conversa, ela era divertida e engraçada, mas contava muitos detalhes como dizia Cristina.

–eu passei a lua de mel no Havaí...

–Vanessa não acredito que vai contar essa história para ela!

–ela já é adulta, não vejo problema nenhum nisso! Voltando, havíamos acabado de jantar em um restaurante esplendido, frutos do mar, claro, então fomos para nosso quarto de hotel, ele era grande, com uma linda vista do mar, você deveria ir lá com o Bê alguma hora, estávamos prestes a iniciar nossa noite de núpcias, e ele arrancava minha roupa com a mesma voracidade que eu arrancava as dele, parecia que o mundo acabaria amanhã. Ele me jogou na cama e se debruçou encima de mim, ai! aquilo foi tão sexy! Ele deslizou a mão por todo meu corpo, eu estava pegando fogo, então começamos a transar, ele era tão bom! se Bernardo for pelo menos metade do que Paul é na cama você será uma mulher muito, muito feliz! Mas então no meio da transa ele vomitou em mim! Acredita! O camarão deu intoxicação alimentar nele, ele passou o resto da noite no hospital tomando soro para reidratar todo o liquido que ele perdeu vomitando. E não foi só isso!...

Eu estava totalmente sem graça com os comentários e os gestos que ela usava enquanto contava a história, nem lembrava como havíamos chegado com a conversa nisso. Cristina mudou de assunto assim que teve uma oportunidade.

Me distrai bastante até a hora do jantar, Denis e Henrique haviam chegado, eles faziam muito barulho, mas estavam impecáveis, pareciam que haviam acabado de vestir o uniforme da escola e não que já estavam a cinco horas com ele. Assim que pisaram na sala de jantar todo o barulho que faziam acabou, eles estavam totalmente comportados.

Sentamos todos na sala de jantar e nos servirmos, não comentaram nada sobre a reunião, que continuou depois do jantar.

Aproveitei para estudar um pouco, a chuva forte lá fora deixava um clima gostoso, Vanessa foi dar banho no Henrique, o menor de 5 anos e Cristina foi conversar um pouco com os empregados. Havia começado a fazer os exercícios de física quando Dênis me chamou

–vamos brincar de esconde-esconde?

–esconde-esconde?- havia acabado de começar a estudar, mas seria indelicado negar isso a ele logo na primeira vez que nos falamos- por que não brincamos de jogo da velha? Você conhece muito bem a casa eu iria estar em desvantagem

–não! Esconde-esconde!-disse ele emburrado

–tudo bem, esconde-esconde ele me puxou pelo braço e me colocou de costas para a porta de vidro que dava em um jardim

–coloque as mãos nos olhos e conte até vinte

Fiz o que ele disse começando a contar, ouvi um deslizar e o barulho da chuva ficar mais forte atrás de mim, mas ele não se esconderia do lado de fora com essa chuva, então quando senti alguns pingos de água na minha perna e abri os olhos para ver se ele havia ido para fora fui empurrada com muita força. Aquilo me pegou de surpresa, ele havia aberto a porta atrás de mim e me atirado para fora onde cai com tudo no chão que estava uma lama enorme, e enquanto eu levantava o pestinha fechou a porta e trancou. Ótimo pensei comigo mesmo, a babá dele havia ido preparar um doce para ele na cozinha e não havia mais ninguém naquele cômodo

A chuva me encharcava, e estava um vento terrível, eu estava morrendo de frio. Tentava insistir para que Dênis abrisse a porta, mas o máximo que ele fazia era mostrar a língua para mim, o que eu tinha feito a ele para ele querer me ver encharcada?

Demorou alguns minutos para ver Cristina entrar na sala com o marido, Paul e Bê, ela ficou totalmente chocada quando me viu do outro lado da porta de vidro e Dênis em pé me observando como se eu fizesse parte de um aquário. Bê riu e veio abrir a porta, Paul ficou uma fera com Dênis, Cristina me pedia mil desculpas

–você está totalmente encharcada Mel, e tremendo, está aí há muito tempo? Como ninguém viu isso?-disse Bê

–vou pedir à governanta toalhas para você

–obrigada-disse tremendo- estou molhando todo o chão

–não se preocupe

Cristina voltou rapidamente com a governanta e as toalhas, Bê me enrolou nelas

–o que você está fazendo?

–um bolinho de Mel, mãe, vou levá-la para o quarto de hospedes que estão as coisas dela

–claro, vão rápido, ela precisa de um banho

Ele me pegou no colo alegando que era para não molhar muito o chão e me levou a um lindo quarto, mas não tive muito tempo para reparar nele pois Bê foi direto ao banheiro, ele ligou o chuveiro testando a temperatura e depois me olhou com um olhar muito malicioso

–o que foi? Seja Lá o que esta pensando nem tente!

Ele fechou a porta e antes que eu pudesse protestar novamente ele me beijou enquanto desenrolava as dezenas de toalhas que enrolou em mim exageradamente

–você esta muito fria

Ele me pegou no colo e me levou para baixo do chuveiro, de roupa e tudo, até estava com meu salto gatinho vermelho

–o que você esta fazendo?-disse rindo

Ele me olhou com aquele olhar de bad boy irresistível e me puxou para mais perto nos beijando ainda mais intensamente. Eu literalmente perdia meu fôlego

–fiquei muito tempo longe de você hoje, precisamos consertar isso

Ele já tinha sugado toda minha capacidade de pensar, ele entrelaçou sua perna na minha descendo com o pé até onde meu sapato encaixava no meu calcanhar, então o empurrou para baixo e impulsionou para que saísse, fez o mesmo com o outro, tirou meu cinto enquanto eu deslizava minhas mãos por todo seu abdômen e costas embaixo de sua blusa que ele tirou com facilidade entre um beijo e outro. Nossos corpos estavam se atraindo por uma gravidade inexplicável e em total sintonia. Só quando ele desceu o zíper do meu vestido me dei conta do que estávamos prestes a fazer

–Não- disse empurrando aquele maravilhoso corpo um pouco mais longe de mim- estamos na casa dos seus pais, não vamos fazer isso aqui!

Ele ficou um pouco emburrado, porém entendeu. Bê deu um meio sorriso e disse

–Como você quer, não faremos isso AQUI, em casa...

Tentei me recompor enquanto ele saia do Box e se secava com uma das toalhas no chão, estava me arrependendo vendo ele ali em pé sem camisa se secando

–espere, e se alguém te vir assim todo molhado!? O que vão pensar!?

–fique tranqüila, ninguém me verá

Ele deu uma piscadela e saiu, eu ainda sentia a pressão dele contra a minha pele, seu toque, me surpreendi como eu fui forte expulsando ele daqui, dei algumas risadas pensando na cena de nós dois embaixo do chuveiro, será que seremos tão vorazes um com o outro na lua de mel como foi com Vanessa e Paul? Hahahhah.


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