Atazagorafobia escrita por Jwoanin


Capítulo 1
Cap. Único


Notas iniciais do capítulo

Escrevi essa one em homenagem/de presente para Koya (Reh lindeza ♥), ela me escreveu uma fic song com a música do Radical Face - Black eyes que eu já estava entrando em desespero por não conseguir criar rs e eu amei ♥ por isso decidi escrever uma fic NejiHina em agradecimento.



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Já fazia meses que ela estava naquela situação, Hiashi disse que Hinata havia piorado um pouco com a ida de Neji para a Universidade de Princeton em Nova Jérsei, Estados Unidos, ela sabia que seria uma boa oportunidade e não pediu que ele ficasse, porque se ela houvesse pedido, ele nunca teria partido. E depois com o termino do namoro com Uzumaki Naruto ela estava precariamente pior.

A família Hyuuga sempre foi tradicionalmente budista, tinham suas próprias regras que eram levadas de geração em geração, uma delas era que toda mulher devia alcançar os vinte e um anos casada, com exceção das com convocação de Buda, nesse caso elas eram enviadas aos templos ainda meninas, a mesma coisa servia para os homens, com a exceção que, na maioria dos casos as famílias entregaram os filhos para servirem Buda por um ano de forma obrigatória, sendo assim, tinham até os vinte e dois anos para se casarem.

Hinata tinha vinte anos, Neji vinte e um.

Outra tradição nos Hyuugas era o casamento por acordo, ou “arranjado”, os pais tinham o direito de programar uniões dentro da própria família, no caso, primos com primos, irmãos com irmãos. Houve um tempo que esta prática foi escandalizada pelo governo, e principalmente pela igreja católica, mas como o “clã dos olhos puros” sempre foi grande e forte militarmente, ninguém nunca o contrariou de forma direta.

- Neji, como sabe, desde que seu pai morreu, eu venho te criado como um filho... – Hiashi era líder do clã, pai de Hinata, e tio de Neji. Seu irmão Hizashi salvou sua vida em um confronto contra rebeldes há quinze anos, desde então ele criou seu filho como se fosse seu – ... e sempre foi de meu agrado sua futura união com minha primogênita.

Sim, ele sabia disso, Neji e Hinata foram prometidos matrimonialmente quando ainda tinham quinze anos, a idéia na época foi devastadora para ambos, o Hyuuga gostaria de se casar com Tenten, sua namorada de ensino médio, por mais que amasse Hinata, não a desejava, ela era sua irmã e assim sempre seria.

O moreno suspirou cansado olhando para seu tio, a idéia de casamento não era mais incomoda há muito tempo, não para ele, sua função na vida sempre foi proteger sua prima, guiá-la e cuidar de seus problemas como se fossem seus.

Tenten havia terminado com ele antes da formatura do colégio, alegando que aquele amor não assumido por sua prima destruirá o relacionamento de ambos, lembra-se te der achado aquilo ridículo, tudo o que fazia era proteger Hinata, mas após sua ida para a faculdade sentiu que havia falhado nisso também.

Quando fez sua inscrição para Princeton, realizando a solicitação, a entrevista e gabaritando a prova, nunca pensou em ir, a verdade era que o gênio Hyuuga gostava de testar sua capacidade, na época tinha dezoito anos, ele e a morena tinham uma relação aberta e podia até apostar dizer que era apaixonado por ela. Hinata tinha atazagorafobia desde a morte de sua mãe, medo de ser abandonada, esquecida ou deixada de canto por pessoas na qual ela se apegasse, e por isso tinha o péssimo hábito de se excluir do mundo.

“- Por que faz isso senhorita Hinata? – perguntou Neji frustrado naquela época – se esconder das pessoas não resolve o seu problema...”

“- Neji ... – disse doce, lhe dirigindo um sorriso compreensivo – a melhor forma de não permitir que machuquem seu coração, é não lhes dando a oportunidade.”

Hinata começou a namorar Naruto pouco tempo depois disso, ele ficou curioso do “por quê?” ela nunca se socializava com o resto dos amigos de Neji, e passou a sentar-se com ela embaixo da árvore na praça, o moreno olhava a cena de longe claramente irritado, e quando soube do namoro de ambos, logo depois de receber sua carta de aprovação na universidade, não hesitou em ir.

“Medo de ser abandonada”

Fez suas malas se despedindo de forma superficial dela lembra-se de vê-la com lagrimas nos olhos enquanto ele se afastava. E enterrar a cabeça no ombro do pai enquanto ele ia embora, ele a estava deixando.

“Medo de ser esquecida”

Ela costumava lhe escrever cartas todas as semanas, ele as lia com um pouco de remorso, por mais que soubesse que Hinata era sua noiva, ela estava com outro, e ele não podia fazer nada. Eles não tinham um relacionamento, tinham somente a promessa de um, se ele permitisse que ela ficasse com outro, ela poderia, e ele não poderia negar-lhe felicidade.

Ele por sua vez, não costumava responder, sabia que estava sendo injusto com ela, mas não queria agir de forma diferente, pensou até em enviar uma carta para seu tio, cancelando o casamento dizendo que não voltaria, mas ele era egoísta demais para abrir mão dela dessa forma.

O tempo passou, e depois da terceira primavera, ela deixou de lhe escrever.

Neji suspirou em frustração, antes de encarar o líder do clã.

- Onde quer chegar senhor Hiashi – o moreno perguntou finalmente, por mais que não admitisse não gostava do que viria em seguida.

- Hinata conversou comigo – respondeu o mais velho com um tom mais baixo – você sabe, ela tem se tornado cada vez mais reclusa, conversar com ela tem sido um desafio.

Culpa, se ele não tivesse ido ela poderia estar bem, poderiam ter trabalhado o medo dela juntos, se ele não fosse um verdadeiro covarde.

- Ela não culpa você – disse seu tio, notando o conflito interno que se instalava no Hyuuga menor.

- Claro que não, ela nunca culpa ninguém além de si mesma – respondeu com um gemido de dor.

- Ela... quer cancelar o casamento.

- O que? – não!

- Ela não quer ser um fardo – disse cansado – você nunca respondeu suas cartas, ela pensa que a odeia.

- Eu não... – dor, essa era a melhor definição do que sentia, todos os seus músculos doíam, suas juntas travaram, e seus olhos deram um pequeno vislumbre de lágrimas, não podia chorar, ali não.

“Medo de ser deixada de canto”

Era verdade que não a respondia, e também é verdade que tem tentado evita-la ao máximo, não deveria se surpreender por Hinata achar que ele a odiava, porque era exatamente assim que ele tem agido, como se estar em um mesmo ambiente com ela lhe causasse náuseas, mas ela também tem evitado o menino, nunca lhe dirigindo o olhar, e sempre mantendo a cabeça baixa quando ele passava perto.

- Vou falar com ela – disse firme – não aceito que o casamento seja cancelado, Hinata é minha.

Hiashi sorriu pela declaração presenciada, enquanto observava o sobrinho se afastando devagar, indo de encontro a sua filha, constatou contentei que tudo se ajeitaria no final das contas. Assim como deve ser.

...

Não foi difícil de acha-la, ele a conhecia bem o bastante para saber os lugares onde a pequena Hyuuga gostava de ficar. Ela estava deitada no gramado do jardim dos fundos do clã, bem longe e escondida das pessoas, não que alguém ousasse se aproximar, todos sabiam que Hinata era tímida, e preferia não ter contato direto com os membros da família. Ninguém usava o termo “atazagorafobia”, como se o fato de ignorar um problema fosse o bastante para acabar com ele.

A observou antes de se aproximar, estava linda, com os cabelos espalhados pela grama enquanto olhava o céu, vestia um kimono branco com flores, parecia triste, triste de uma forma consolada, Neji suspirou, e se sentou ao lado dela.

- Ne..ji – disse com uma voz doce e surpresa.

- Oi senhorita Hinata – ele virou o rosto em sua direção e sorriu, a fazendo corar – seu pai conversou comigo hoje.

- ah – disse sentando-se – assim será melhor não é? P..Pode seguir sua vida – ela lhe respondeu com um sorriso.

Neji se demorou olhando-a sério, passeou com o olhar pelos seus olhos tristes emoldurados por cílios negros, a pele leitosa, as bochechas rosadas e os lábios em formato de coração entreabertos, por que ele nunca a beijou antes? Levantou uma das mãos e tocou o rosto da morena com a ponta dos dedos, contornando os traços, ela tremeu sobre seu toque e corou de maneira mais violenta, ele nunca a tocou antes.

- Não – disse firme – vou me casar com você.

Dito isso ele segurou firme o queixo de Hinata, conduzindo seu rosto para mais perto do seu, esperou que ela o afastasse e que gritasse que aquilo era loucura, mas ela não o fez, então, ele a beijou. Pressionou de forma leve seus lábios nos dela, que estavam entreabertos, degustando da boca rosada que vinha ansiando há muito tempo de forma doce, levantou a cabeça, e beijou-lhe ambos os olhos, que ainda estavam fechados, traçando um caminho de beijos pelo rosto delicado dela, que sorria de forma meiga.

- Se quiser se casar comigo, é claro.

Neji se afastou, esperando uma resposta, analisou a expressão de duvida na face bonita da amada, sentia seu peito subir e descer de forma descompassada, ela abriu e fechou a boca diversas vezes, antes de finalmente dizer algo.

- Atazagorafobia – disse sorrindo triste – “medo de ser abandonada, excluída ou deixada de canto”, o..ou como gosto de pensar, “medo que Neji se afaste ou que Neji me deixe”... Sua partida me fez concluir... que meu medo não inclui todo mundo, mas s..só uma pessoa em particular – algumas lágrimas deslizaram pelo rosto bonito enquanto ela falava – você.

Ele escutou estático cada palavra, e sua felicidade veio acompanhada de um pesar.

- Hiashi disse que... você piorou com o termino de Naruto e...

- Não, eu terminei com Naruto pouco tempo depois que você foi – disse desviando o olhar, estava fazendo um esforço imenso para soar firme – eu te escrevi – disse sorrindo magoada – achei que me odiasse... eu piorei, mas não minha fobia, eu me sentia triste, foi quando eu percebi que eu sempre amei você – disse agora virando o rosto pra ele, que a encarava em choque.

Ela estava chorando, estava chorando por culpa dele, ele que sempre prometeu protege-la, ele era a razão de tudo. O Hyuuga puxou o corpo delicado de Hinata contra o seu, colocando-a em seu colo enquanto passava os braços em volta da mesma, a abraçando de uma forma desesperada. Ele se sentia destruído pela dor dela, porque o que ela sentia, ele sentia também.

- Posso passar a vida me redimindo? – disse com a voz abafada.

- Pode – disse olhando para ele contente.

Dito isso, ele a beijou de forma doce, compartilhando a tristeza que ela sentiu, dando-lhe um beijo cheio de promessas.


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Notas finais do capítulo

Atazagorafobia foi um problema que eu desenvolvi quando era pequena, minha mãe me esqueceu no mercado e ai fiquei pirada AHSHAHSHAH então é um assunto que tenho muita familiaridade, por mais que eu tenha retratado ele na fic de forma doce.
Nunca escrevi uma NejiHina por medo de estragar o casal, mas sempre adorei os dois juntos ♥ então, o que acharam?