Desde então ele não me procurou mais, não nos falamos... as festas de fim de ano passaram não pude abraça-lo e cada dia que passava a agonia de não poder vê-lo aumentava, eu já estava a ponto de sair correndo ao encontro dele, era desesperador saber que ele acatou meu pedido, será que ele me esqueceu? Mesmo?

Meu orgulho era mais forte que minha dor, enfrentei isso com coragem, o que mais eu poderia fazer?

As aulas começaram e eu o vi, ele estava encostado na parede, lindo como sempre...tentei me segurar mas não pude, me dirigi a ele e o cumprimentei.

–Oi!

–Oi! – respondeu.

–Como você ta?

–Bem, to levando.

–Ah! E... (antes que eu terminasse uma moça chega e diz: - vamos amor?).

–Então tchau completei. –arrasada.

Eles saíram da minha frente e eu fiquei lá estarrecida, triste por ele já ter me esquecido e com raiva de mim por ter perdido ele...

Fui pra minha sala, começar tudo de novo, aulas chatissimas seguidas de outras piores, ainda bem que era o ultimo ano, mas isso não me incomodou mais do que ver o João Pedro com sua nova namorada aos beijos, meus beijos...eu não sabia que o ciúme tinha esse poder corrosivo.

Mas fui eu que quis assim...

Quanto mais os dias passavam mais ele parecia estar apaixonado por ela, e eu sofrendo por dentro pensando nisso, com medo de errar eu errei. A gente quase não se cumprimentava mais, tudo era vago... meros desconhecidos, eu queria dar a volta por cima e arrumar um alguém pra mim, mas foi em vão, todas as tentativas falharam, ninguém era bom o suficiente porque nenhum deles era o João Pedro.

Eu não fazia mais nada a não ser cineminha e computador, barzinhos? O que é isso? Ate o dia em que decidi mudar de fato, tomei um banho me arrumei, fiz o melhor que pude, rs e fui no barzinho onde a galera sempre se encontrava, quando chegamos (fui com a Carol), nos sentamos e começamos a curtir o ambiente, eu tentei não procurar o João no meio das pessoas mas como sempre foi mais forte do que eu, e o encontrei ... Estava com ela!

Fingi não ver, e continuei ali na boa, ficamos todos no mesmo barzinho fingindo estar tudo normal, mas eu não parava de encara-lo e nem ele a mim, que bom! Se ele me encarou é porque ainda se lembra de mim... –pensei sonhando.

No meio da noite, ainda no melhor da noite...o João Pedro chama sua namorada pra ir embora, me desiludi de novo! Mas fazer o que né? Ficamos mais um tempo lá a toa mesmo. Meu telefone apita, um torpedo...coração disparado, era dele...

“Quero te ver, saia dai e me encontre na rua de baixo... João Pedro”

Olhei pra todos os lados e sai de fininho parecendo uma criminosa, com o coração disparado em um monte de pensamentos, o que será que ele quer? Eu andava depressa, ansiosa...

Encontrei-o encostado na parede, com um pé apoiado.

–Oi! –Cumprimentei.

–Oi! – Respondeu.

–E então? O que você quer? –Perguntei.

–Hadassa, sem rodeios, eu vim aqui pra saber de você... você me esqueceu?

–E-EU? Esquecer você? – E agora? O que respondo? –Pensei.

–Ahh! Não Joao Pedro, eu não te esqueci...chega de esconder!

–Você tem certeza disso?

–Sim! Porque ta assim desconfiado?

–É porque quero dar um fim nessa estória hoje de uma vez por todas!

–Como assim? Já não tinha acabado?

–Você sabe que não, estamos nos enganando faz muito tempo... mas eu cansei de verdade de fugir de você e do que eu sinto, então vou te perguntar só uma vez...

–Quer ficar comigo?

Eu estremeci, fiquei imóvel e sem reação, eu sabia que se eu me fizesse de durona perderia ele de vez e, definitivamente eu não queria isso.

–Sim! –Respondi.

–Serio! – Perguntou exaltado.

–Serio, mas e sua namorada?

–Nos já acabamos faz tempo, mas hoje dei um fim nisso, por isso vim te perguntar se me aceita de novo na sua vida, porque se não me quisesse acho que eu morreria.

–Que exagero! –Retruquei.

–É foi pesado né? –Respondeu.

(risos)

Eu ainda estava rindo quando ele se aproximou de mansinho, colocou a mão na minha nuca e deu um sorrisinho e me beijou.

Nessa hora eu pude sentir que sempre o amei, nunca desde pequena eu nunca havia deixado de ama-lo. Que bom! Como foi bom provar aquele beijo, sentir aquele perfume... Inenarrável!

–Dassy, eu queria te dizer uma coisa, mas queria que, por favor, você não me criticasse ou risse de mim...

–O que foi? – Me assustei.

–Eu te amo!

E assim ele se declarou pra mim, no mais lindo e seco “eu te amo” que eu poderia sonhar... Ahh! Como estou apaixonada!

–Também te amo! (mais beijos)

Naquela noite eu nem dormi, estava sonhando acordada e rindo pras paredes... encantada, sem poder imaginar que eu um dia teria meu próprio conto de fadas... Surreal!