Bati a porta na cara dele e voltei pra cama. No outro dia cedo, fui ao refeitório tomar café, e me sentei junto da Carol, estávamos conversando quando o João Pedro passou e jogou um bilhetinho amassado no meu prato.Revirei os olhos e peguei.

“Dassy te encontro daqui meia hora, na praia...

Beijo marrentinha.”

Confesso que minhas duas pernas amoleceram na hora, pensei muito em tudo, e fui ao encontro dele...

–Oi!

–E ai? Confesso que pensei que você não vinha.

–Eu pensei em não vir.

–Mas veio e é isso que importa.

–João Pedro, na boa... o que você ta querendo com tudo isso?

–Nada, já te falei quero retomar nossa amizade.

–Amigos não se beijam João, você esta curtindo com a minha cara de novo não é?

–Hadassa será que você nunca vai esquecer isso?

–De verdade, não! Quer saber eu fiquei péssima com aquilo, me magoou muito ver a sua atitude, eu jamais esperaria aquilo de você, e foi por isso que não relutei quando você me beijou, achei que fosse sincero.

–Naquele dia pareceu não ser nada demais, mas depois foi... eu me apaixonei por você, você sempre foi diferente, sempre gostei disso em você.

–Mas eu acho que é um pouco tarde pra essas revelações João Pedro, eu não vou negar que você me balançou aquele dia, mas depois daquilo... te eliminei da minha vida.

–Duvido!

–Pense o que você quiser, mas esses beijos não vão mais acontecer.

Estávamos encerrando quando o Ricardo chegou gritando: -Já ta iludindo a esquisita de novo?

–Esquisita? –perguntei.

–É assim que a gente te chama desde sempre, rs.

João Pedro coçou a cabeça nervoso, e disse que era mentira, tarde demais tinha acabado de perder o fiapo de confiança que tinha comigo, olhei pra ele firme e sai sem dizer mais nada.( O cara me fala que sempre gostou do meu jeito diferente, e pelas costas me chamava de esquisita, poxa! )Me magoei de novo porque sou uma burra mesmo!

Dessa vez fiquei com tanta raiva que peguei minhas coisas e fui embora sem que ninguém percebesse, não queria dar explicações, deixei um bilhete pra Carol dizendo que passei mal e por isso precisei ir.

Me tranquei em casa e disse pra minha mãe dizer a quem me procurasse que eu não estava na cidade, queria me isolar do mundo, essa foi a primeira vez que fiquei assim, parecia uma doença forte, nada me dava animo, fiquei assim por dias...minha mãe me passava os recados sempre da Carol, e dele...ele queria de todas as maneiras falar comigo e isso estava estressando minha mãe que já não tinha mais desculpas pra inventar...quando ficou um dia inteiro sem ligar, pareço louca mas fiquei triste em perceber que ele tinha desistido.

À noite quando subi depois do jantar, ouvi um barulho muito forte e um grito, abri a janela correndo e vi ele arrebentado no chão, rs tinha caído da arvore que fica em frente meu quarto, cara! Ele não sabe nem subir numa arvore?

Fui ajuda-lo, mas quando cheguei minha mãe já estava lá, e cheguei gritando: Você é louco? O que tava fazendo? Quer se matar?

Minha mãe disse: -Calma Dassy, o que é isso?

–Desculpa mãe, mas não sei o que esse idiota tava tentando fazer.

–Eu queria falar com você, só assim eu consegui, e acho que quebrei umas costelas. –respondeu choramingando.

–Eu não to nem ai pras tuas costelas, não quero saber de você escalando a arvore da minha casa.

–Dassy eu preciso falar com você.

Entramos no meu quarto depois de meia hora subindo as escadas, rs.

–Fala.

–Eu sinto muito se te magoei de novo, olha eu passei esses dias todos tentando falar com você, mas você sumiu do mapa...só tive essa opção e me dei mal, rs.

–João Pedro na boa eu não quero mais te ver, já foram umas três mancadas que você deu comigo então eu peço, por favor, me esquece!

–É isso mesmo que você quer?

–Sim! – respondi com um enorme nó na garganta.

–Ok. Não te perturbo mais.

–Eu agradeço.

Ele saiu mancando da minha casa, e eu fiquei pra trás disfarçando e tentando engolir o choro.