Meu Conto escrita por Nessa pml


Capítulo 4
Capitulo 4 A reviravolta




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Cheguei em casa e fui pro quarto, não queria ver ninguém, nem mesmo minha mãe que veio atrás querendo me mostrar o vídeo da peça, eu disse que não queria ver mas ela insistiu, gritei: -Não quero ver isso, droga! –Me arrependi!

–Me desculpa mãe! Mas serio agora não dá!

–O que foi? –perguntou.

–Nada mãe, só quero pensar...

–Não vou te chatear hoje, mas amanha vou querer saber, ok? –respondeu sabendo que algo tinha acontecido.

–Ok.

Eu rolei na cama a noite toda tentando entender o que foi que eu fiz pra aquele idiota fazer isso comigo, e também pensando em uma maneira de me vingar... mas não consegui. Então chorei... chorei muito!

Quando acordei pensei em não ir a aula, mas sei que minha mãe iria ficar torrando minha paciência, então decidi ir...

Na porta do colégio, estavam todos como se nada tivesse acontecido, como se não tivessem me humilhado a ponto de eu não querer mais estudar lá... respirei, fiz força, tentei... mas não entrei, fui andar. Passeei na praça tomei um sorvete tentando fingir que estava tudo bem, tentando me convencer disso. Voltei pra casa no horário, minha mãe não percebeu que matei aula, (ou fingiu não perceber). Joguei a bolsa no chão e deitei na cama, pra pensar...era só o que eu sabia fazer. E nesses pensamentos decidi que não ia mais sofrer, ate porque me convenci que eu não estava apaixonada e sim ferida pela humilhação, coloquei isso na cabeça e me mantive firme, confesso que não foi fácil passar na frente deles nos outros dias de aula... O primeiro foi sem duvida o pior, quando passei ele me olhou pensando que eu olharia com olhar triste e humilhado, mas fui forte passei como sempre, ignorei-o era como se ele não estivesse lá.

Os dias seguintes foram todos iguais, sem olhares nem troca de palavras, nada!

Já era dezembro as aulas já estavam mais curtas com o fim de semestre, e eu estava convencida que nunca havia conhecido João Pedro, eu sai a tarde e fui numa cachoeira onde sempre ia quando criança, eu sempre fazia isso... fiquei lá ate mais tarde. Quando eu ia seguindo a pé e sozinha ouvi um barulho e muita poeira se levantou, sai correndo ate por medo, mas fui ver o que era...Era João Pedro caído no chão, então o bom motoqueiro tinha caído, pensei em zombar, em ignorar...mas antes que eu fizesse o que havia pensado, notei que ele não levantou, fui ate lá. Ele estava com a nuca sangrando e com a calça rasgada, desmaiado.

Que susto! Me apavorei, claro! Peguei meu celular e liguei pra ambulância e pra mãe dele, quando chegaram todos vi que ele ficaria bem, então sai... Foi coisa à toa, eu acho.

Nem sei o que aconteceu depois, minha mãe disse que ele ficou na observação ate verem que estava tudo bem.

– Que bom. –suspirei aliviada.

Como todos os anos a turma tinha marcado uma viagem de férias, uma semana na praia, longe de tudo... Ah! Que maravilha, claro que eu e minha única amiga Carol estaríamos lá.

Peguei minha mala, meus livros vampirescos e entrei no ônibus, sentei no meio porque o fundão era dos populares, coloquei meus fones de ouvidos e entrei em orbita, isso não poderia durar né, porque o ralado (novo apelido do João Pedro) se sentou ao meu lado, fiquei surpresa, mas dessa vez não demonstrei.

–Oi! –perguntou.

–Sim! –respondi sem animo.

–Olha eu vim agradecer por você ter me ajudado quando eu cai, graças a você eu fui socorrido.

–Qualquer pessoa faria isso.

–Sim, mas você poderia ter me deixado lá, depois de tudo o que te fiz.

–Como eu já disse, aquilo não teve importância pra mim.

–Ah! Para com isso você ate saiu chorando.

–Sim, me senti humilhada e só! Agora por favor, me deixe ler em paz, ok?

–Ok, e de novo valeu por me ajudar.

(...)

Coloquei os fones de ouvido novamente e encostei a cabeça na poltrona, ate o fim da viagem.

Chegando lá, descemos nossas malas, nos instalamos na pousada e depois de tudo organizado, tomei um banho porque após o jantar teria um luau na praia, fui pro luau sem muita vontade, na verdade eu queria mesmo é descansar, mas a Carol insistiu pra que fossemos, então fui.

Como não gosto muito dessas coisas, fiquei mais isolada ate perceber que a Carol começou a conversar com um garoto que ela era muito afim.

–Me livrei –pensei.

Levantei e fui andar na praia. Enquanto eu andava percebi que estava sendo seguida, quando percebi quem estava me seguindo comecei a andar mais rápido.

–Dassy! Dassy! –gritou me chamando.

Como pode me chamar assim depois de tudo?-pensei.

–O que você quer?-perguntei.

–Aonde você vai?

–Vou andar, não ta vendo?

–Por que você não fica com a galera? ta rolando musica.

– Eu não gosto, disso.

–Escuta, porque você é assim?

–Assim como?

–Assim, excluída! Não gosta de nada...

–Não tenho porque gostar de tudo, eu tenho meus gostos, e não gosto e pronto ué!

–Ta certo então, posso caminhar com você?

– Acho que não.

–Você ainda não me perdoou né?

–Eu não tenho do que perdoar, eu fui a burra, você só foi você mesmo.

–Eu mesmo? E como você acha que eu sou?

–Você é aquele tipo de garoto que todas as meninas se apaixonam, e por isso você as esnoba se achando superior, e portanto se pensou que eu era como elas, se enganou! –rosnei.

– É assim que você me vê?

–Não! É assim que você se mostra, eu te conheci ainda moleque, éramos melhores amigos, pelo menos pra mim era assim... mas você mudou, hoje é esnobe e estupido...pena!

–Você gostava de mim?

– Eu gostava principalmente da nossa cumplicidade, mas enfim... tudo na vida acaba porque nossa amizade não né?

–Dassy, eu sinto muito se te magoei.

–Ok, sem problemas.

–Sabe eu quero retomar a nossa amizade.

–Não sei se isso é uma boa ideia.

–Dassy, vamos tentar? É serio, quero você de novo em minha vida.

–Sua vida? Nossa que exagero.

–Vou te confessar, quando te vi toda suja de agua que eu tinha te jogado, te reconheci na hora, eu sabia que era você, mas tive vergonha de te falar.

–Claro você esperou eu tomar a iniciativa, pra me ignorar né?

–Na verdade não, não sei por que fui assim com você, eu não sou assim.

–Digo e repito isso já não importa.

Nessa hora paramos, bom ele parou e eu continuei, então ele me puxou pelo braço e me deixou de frente pra ele.

–Desde o dia do acidente, quando minha mãe me falou que foi você quem me ajudou, não parei mais de pensar em você e me arrependi muito do que te fiz.

– Qualquer pessoa faria o mesmo João Pedro, isso não foi nada de especial.

–Pode não ter sido Hadassa, mas pra mim significou muito.

Agora ele se aproxima e me beija novamente, e mais uma vez eu não consegui me esquivar, que raiva!

–Cadê a plateia? –perguntei.

–Não tem plateia.

– Então você ta gravando? Qual é a piada da vez?

–Hadassa não tem piada, não tem joguinho eu te beijei porque senti vontade.

–Humm, por mim. –chacoalhei os ombros.

–Vou voltar, quero dormir. –falei.

–Espera, fica mais aqui comigo. –respondeu.

–Não! Já esta tarde e amanha temos atividades e quero levantar bem cedo.

–Ta com medo de mim?

–Eu? Medo de você? Porque teria?

–Porque você treme quando eu te toco.

–Hahaha você não perdeu o bom humor.- ironizei. Bom, já vou.

–Só depois que conseguir isso de volta. (pegou meu fone e ouvido).

–Me devolve. –gritei.

–Vem pegar. –gritou correndo.

–Ah eu não vou sair correndo como uma boba, isso não vai acabar como nos filmes com nós dois rolando na areia.

(risos)

–To nem ai, vem pegar aqui se quiser.

Se vocês acham que corri atrás dele, e quando o alcancei nos beijamos, se enganou de novo, rs.

–Ok, boa noite. –gritei enquanto saia.

–Dassy, volta aqui! –gritou de longe.

Entrei no quarto onde a Carol e eu estávamos, tomei um banho e me deitei. Passado um tempo ele bateu não porta e me chamou sussurrando: -Dassy, abre sou eu.

–O que foi? –resmunguei.

–Vim te devolver seus fones.

–Ok, obrigado e tchau!

–Espera, (...) me da mais um beijo?

–Não! E boa noite.


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