CADIMUS: Mutação escrita por Sombrio1


Capítulo 11
Gabriela - A-M-O-R


Notas iniciais do capítulo

Oe, boa noite. Nossa eu tava inspirado para escrever esse capitulo. Espero que gostem
AVISO: NESSE CAPITULO AS COISAS FICAM MAIS SOMBRIAS.
#Boa_Leitura



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O tecido do vestido branco que eu estava segurando, era mais fino que a seda e mais perfumado que uma orquídea. Um presente que minha mãe me deu no passado. Por anos eu havia o guardado, pois prometi a mim mesmo que o usaria apenas no momento certo. E o momento certo havia chegado.

Coloquei o vestido em cima da minha cama e vesti meu uniforme do hospital. Em meu corpo a minha excitação era demonstrada através de arrepios constantes, por anos eu o havia observado em Yale e agora o teria só para mim. Erick, eu o amava tanto.

Fui o mais rápido que pude para o refeitório, não estava com fome devido a minha agitação, mas minha garganta estava seca e eu precisava de água. O caminho para o refeitório era curto e eu já o havia feito tantas vezes que meus pés se guiavam praticamente sozinhos. Peguei um copo em cima da mesa e o bebi em pequenos goles para não machucar minha garganta com a água gelada.

– Vai ter uma reunião mais tarde. Will voltou. - Uma voz animada dizia em voz alta para todos ouvirem.

– Que horas vai ser a reunião? - Virei em direção à voz para perguntar e ao mesmo tempo ver quem era. Era Jade.

– As 18:30 - Jade disse com um sorriso grande e branco enquanto eu praguejava dentro de mim. Aquele dia estava combinado que eu deixaria meu turno às 17:00, agora eu teria que ficar para ouvir uma reunião idiota. Tomara que meu amor não se importe. Pensei.

Olhei para os outros funcionários que tomavam tomando seus cafés da manha e vi que não era apenas eu que estava com raiva da reunião que haveria mais tarde. Acho que a única em toda a Cadimus que estava animada era Jade, também ela havia falado naquilo a semana inteira.

– Quando Will voltar, eu quero ver o que Rixon vai fazer. - Dissera ela, mais para si mesmo do que para mim, enquanto desinfetávamos os bisturis que havíamos usados em uma cirurgia que havia acontecido há alguns minutos atrás.

– O que quer dizer? - Perguntei curiosa.

– Aquele idiota. Quem ele acha que ele é? - Ela continuou falando, sem prestar atenção em mim.

– Hey. - Toquei no braço dela. - Quer me responder?

– O Rixon é quem matou a Jhoana. - Ela disse para mim com uma certeza que me assustou.

– Tem certeza? - Perguntei para ela ainda não acreditando no que estava ouvindo.

– Você viu a cara dele. Ele não sentiu compaixão quando o viu Jhoana no chão, não acha estranho. Era como se ele estivesse preparado para aquilo. Era como se ele já tivesse visto aquilo - Ela disse enquanto colocava os bisturis em uma vasilha.

Mesmo Rixon não demonstrando sinal de compaixão por Jhoana eu ainda duvidava de que era ele que havia matado a Jhoana. Rixon era mau, mas acho que ele não seria capaz de matar Jhoana. Mas, desde que Jhoana havia morrido todos mudaram, desconfiando de todos, e se escondendo a noite com medo. Menos Rixon, ele era o mesmo, ignorante, estúpido, prepotente.

Joguei o copo vazio no lixo e fui em direção à sala da minha paciente do dia. Uma pequena garotinha chamada Jennifer que tinha câncer, eu daria a cura para ela hoje, aquilo me confortaria pelo dia inteiro, um dos motivos de eu me tornar medica era a sensação de fazer algo bom a alguém, como dar a cura a alguém que continha determinada doença fosse ela o câncer ou ate mesmo uma gripe simples.

Meus pés me guiaram rapidamente para o quarto dela, a ponto de eu me perguntar por que eu estava com pressa aquele dia. Acho que era o Erick, ele sempre me fez ficar assim. A maçaneta da porta branca estava fria, toquei meus dedos nela e abri Jennifer estava na cama, olhando alguma coisa na TV, com o controle descansando em cima das cobertas azuis, quando ela me viu sorriu gentilmente.

– Ola - Eu disse - Sou a Dr. Gabriela e vou cuidar de você. - Disse aquilo roboticamente, decorar aquilo fazia parte do meu treinamento para trabalhar na Cadimus. Jennifer sorriu para mim e se aprumou melhor na cama.

– Sou Jennifer. E muito obrigada por cuidar de mim. - Ela era muito gentil.

– Por nada, o prazer e meu. - Eu disse sinceramente para ela.

Andei ate ela e a observei, a pele dela era branca e seus cabelos eram cacheados em um estilo afro. Uma menina realmente muito linda. Coloquei a mão no bolso do macacão e tirei o remédio para o câncer. O remédio havia mudado muito com o tempo, antes dolorosas agulhas agora eram apenas pílulas verdes, mesmo sendo fácil aquilo era proibido vender em farmácia, aquilo era propriedade máxima da Cadimus. Jennifer me olhava com seus olhos brilhantes. Sorri para ela.

– Posso te perguntar algo? - Ela disse enquanto tirava a embalagem da pílula

– Quer perguntar se vai doer? - Perguntei a ela sorrindo, ela apenas acenou com a cabeça enquanto suas bochechas ficavam vermelhas. - O remédio e indolor e não demora muito, você só tem que tomar isso aqui. - Ergui a pílula chip para ela.

– Ah, sim. - Ela disse enquanto ria envergonhada. - Achava que teria agulhas e outras coisas.

– Antes tinha. - Eu disse. - Teve sorte.

Ela começou a rir novamente, dessa vez uma risada viva como de uma criança. Peguei no criado-mudo o medidor de sangue.

– Me dê seu braço. - Disse a ela enquanto ajustava o aparelho.

– O que vai fazer? - Ela perguntou com curiosidade para mim.

– Tirar seu sangue.

– Você havia dito que ia ser indolor. - Ela começou a se encolher na cama escondendo o braço e o mantendo afastado de mim.

– Mas não vai doer olha. - Mostrei o dispositivo para ela. - Olha, não tem agulha, eu só vou encostar ele em sua pele e ele vai fazer a coleta. Não vai sentir nada. - Ela pareceu mais tranquila depois que eu disso aquilo, então ergueu o braço.

Eu aproximei o aparelho da Mao dela e o encostei no polegar, ela fechou os olhos em resposta provavelmente achando que iria sentir algo, mas em menos de 2 segundos o aparelho bipou e as palavras CANCER apareceram e vermelho na tela.

– Olha - Mostrei o aparelho a ela.

– Já acabou? - Ela perguntou confusa.

– Sim.

– M-A-N-E-I-R-O - Ela soletrou a palavra, não pude deixar de sorrir para ela. - Desculpe-me, sou campeã de soletração e acabo fazendo isso o tempo todo.

– N-Ã-O S-E I-M-P-O-R-T-E. - Eu disse a ela soletrando também. Ela riu. - Agora engula isso entreguei a pílula chip a ela, e a observei enquanto ela lentamente colocava a língua e colocava o chip e engolia.

– Tem gosto de morango. - Ela disse após ter engolido.

– O chip tem sabor daquilo que você mais gosta de provar.

– I-N-C-R-Í-V-E-L - Ela sorriu após soletrar a palavra. Peguei a Mao dela e novamente encostei o aparelho no polegar dela, o aparelho vibrou e na tela apareceu a palavra LIMPA.

– Pronto você esta curada. - Sorri para ela e comecei a andar em direção a porta. - vou indo.

– Obrigada Dr. Gabriela. - Ela estava sorrindo e algumas lagrimas saiam pelo canto dos olhos dela.

– Por nada querida, você e um amor de pessoa, seus pais devem ser orgulhosos.

– Não tenho pais, quando eu era pequena minha casa pegou fogo e eles estavam lá dentro. - Ela disse tristemente para mim enquanto abaixava a cabeça.

– Sinto muito. - Eu disse. Eu sabia como era ruim perder os pais, eu já havia sentindo aquilo. Porem diferente dela meus pais morreram um a um, e eu vira a morte dos dois. - Sei muito bem o que sente.

– Meus pêsames. - Ela disse. E o silencio tomou aquele quarto de hospital por um período longo demais, curto demais.

– Tenho que ir agora. - Fui ate a cama dela e beijei o rosto dela.

– Posso te dizer mais uma coisa? - Ela disse enquanto eu preparava-me para ir embora.

– Claro querida, o que quiser. - Eu disse sorrindo para ela.

– Você tem cabelos muito lindos. - Ela disse enquanto sorria e ficava vermelha.

– Ah obrigado. - Sorri sem graça, era raro alguém elogiar meu cabelo. - Seu cabelo também e muito bonito.

– O-B-R-I-G-A-D-A - Ela disse e rimos juntas por um bom tempo.

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O hospital Cadimus continha vários funcionários, e durante esse pequeno em que eu trabalhava lá, eu nunca havia observado. A reunião havia mudado de lugar porque a pequena sala do presidente Willian era pequena demais para os funcionários. Por isso a reunião seria no salão de entrada da Cadimus, que era grande. O salão de entrada era amplo e circular, havia uma mesa no canto aonde mulheres passavam o dia atendendo telefonemas e atendendo cliente, no centro havia uma fonte com o símbolo da Cadimus entalhado em pedra. Varias cadeiras foram espalhadas pelo salão de entrada, e em um canto encostado a uma parede havia um palco com um microfone e em sua frente cinco cadeiras acompanhadas por uma única mesa de cor preta, por um momento eu me lembrei de quando eu ia a bares com os amigos a quinta para a noite do karaokê.

Sentei em uma cadeira e esperei a reunião começar e ao mesmo tempo torcendo para que acabasse logo. Kennedy, um funcionário muito antigo da Cadimus subiu no palco e com um pano azul que ele tirou do bolso ele limpou o microfone e saiu enquanto em linha indiana, Jade, Daniel, Alice, Mark e Rixon entravam e iam em direção as cadeiras posicionadas em frente ao palco. A sala entrou em profundo silencio enquanto entrava um jovem que devia ter entre os 48 anos com cabelo preto meio branco devido à idade e a pele meio corada por sol, ele usava óculos escuros e enquanto ele entrava algumas doutoras e funcionarias de mais idade cochichavam entre si dizendo “Nossa! Como ele ta Gato”. Eu não conhecia quem ele era até ele subir no palco e dizer ao microfone.

– Boa tarde! Para aqueles que não me conhecem eu sou Willian Cadimus, mas me chamem de Will por favor. – Ele sorriu e tirou os óculos, enquanto a elite abria alguns cadernos e se preparavam para fazer anotações. – Vamos à reunião agora. Primeiramente quero dizer a todos que eu não queria estar aqui, sabem por que galerinha? – Ele disse com um sorriso sarcástico no rosto enquanto olhava para todos que estavam presentes naquele salão. – Poxa ninguém sabe, que pena, mas eu vou falar o porquê. Primeiro: porque eu estava no Havaí surfando e tomando sol e tive que voltar pra esse hospital porque alguém me ligou dizendo que uma menina decidiu bater as botas aqui. E segundo: porque hoje e sexta e eu realmente preferiria estar tomando umas doses do que estar aqui, enfrentando a droga de uma reunião. – Ele não parecia nada com um presidente, mas era. Eu nunca havia o visto, mas os comentários das pessoas eram geralmente de como ele era sério e gentil. Mas pelo pouco tempo em que o vi ele não parecera nada com serio e gentil.

– Ela não decidiu bater as botas presidente Willian. – Jade disse.

– Por favor, me chame de Will. – Ele disse.

– Desculpe-me, mas devo lhe tratar com respeito.

– Não seja falsa Jade, sei que me chama assim pelas costas. – Jade engoliu em seco. – Mas voltando à morte da menina, como ela morreu mesmo?

– Foi assassinada, encontrada em seu quarto com a barriga aberta. – Rixon disse enquanto riscava alguma coisa no papel.

– Nossa, que pena. Quem ela era mesmo?

– Jhoana Walters. – Jade disse.

– Olharam as câmeras para saber quem era a matou? – Will perguntou enquanto acenava para que Kennedy arrumasse uma cadeira para que ele senta-se.

– Sim. Não havia nada. – Jade disse.

– Então temos um assassino, mas não temos nenhuma pista de quem ele é. – Willian disse enquanto coçava o queixo como se fosse um daqueles detetives de series de TV pensando.

– Pensamos em chamar a policia, mas Rixon disse que era péssima ideia. – Daniel disse.

– Bem pensado Rixon – Will disse enquanto todos no salão inclusive eu (que estava me segurando para não falar nada) exclamávamos ao contrario. – Como sempre você me surpreende com sua capacidade de pensar como um líder.

– Como é? – Jade perguntou sem entender. – Um líder chamaria a policia, não esconderia as coisas de baixo do pano.

– Você é uma líder? – Will perguntou.

– Ainda não. – Jade disse

– Então você não sabe o que é ser um líder. – Jade engoliu em seco novamente olhando carrancuda para Will. – Jade faz um favor para mim. Mantenha a boca fechada, porque você não sabe absolutamente nada. Ok? – Will perguntou a Jade.

– O.K. – Jade disse, enquanto olhava para os pés para tentar esconder sua raiva.

– Me deixa dar uma aula de liderança para vocês, um líder não e apenas o “certinho”, às vezes o líder tem que saber pensar. A Cadimus tá em uma situação fudida, se vocês chamassem a policia, a nossa situação estaria mais fudida ainda. O Rixon pensou bem. – Will se levantou e começou a aplaudir lentamente. – Parabéns Rixon. Pensou muito bem.

Rixon abaixou a cabeça e ficou quieto enquanto a reunião continuava lentamente e penosamente.

Quando a reunião acabou, me levantei rapidamente para ir para meu quarto pegar meu vestido. Comecei a andar em direção ao elevador, cliquei o botão e esperei enquanto e elevador descia, uma pessoa alta parou do meu lado.

– Boa Noite. – A voz de Will disse animadoramente para mim.

– Presidente Willian. – Eu o cumprimentei com um aceno de cabeça.

– Will, por favor. – Ele disse enquanto estendia a mão para mim sorrindo.

– Gabriela. – Peguei a mão dele e sorri. O elevador se abriu e entramos.

– Eu sei a pessoa que achou a Jhoana. – Abaixei a cabeça com vergonha, enquanto o elevador subia devagar. – Por favor, não se culpe, sei que não foi você.

– O.K. - Disse

– Você e nova aqui? – Ele perguntou me encarando.

– Sim, vim de Yale há pouco tempo. – Respondi a ele

– Ah, você e a menina prodígio. – Ele disse quase sorrindo.

– Sim – Não pude deixar de sorrir para ele.

– Então e mais que um prazer conhecer você.

– Obrigada. – As portas do elevador se abriram para o andar do meu quarto. – Tenho que ir, foi um grande prazer falar com você Will.

– O prazer foi meu. – Ele colocou a mão na porta do elevador para que ela não se fechasse. – Que tal um jantar semana que vem? Gostaria de conhecer você um pouco mais. – Mordi meu lábio inferior. Eu não estava gostando daquilo. – Ah vamos. E só um jantar, não vou matar você. – Ele sorriu novamente para mim.

– O.K. – Eu disse por fim

– O.K? Isso e um sim? – Ele perguntou

– Sim.

– Sim, o que?

– Eu saio com você Will.

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O armazém abandonado aonde eu havia escondido o corpo de Erick ficava a poucas quadras da Cadimus, minha respiração ficava cada vez mais lenta enquanto eu aproximava do armazém.

Uma chuva fina caia do céu lentamente, enquanto eu andava pelas ruas em direção ao armazém.

Quando cheguei ao armazém e abri as portas, o cheiro de podridão e decomposição inundou o ar ao meu redor. Ah, o cheiro do amor. Adentrei ao salão do armazém e fechei as portas e liguei a luz. O corpo de Erick estava sentado em uma cadeira aproximei-me dele e o beijei nos lábios, não houve resposta dos lábios dele.

– Não me ama mais Erick? – Eu disse para ele. Ele não me respondeu. – Vou considerar seu silencio como um eu te amo.

Beijei Erick de novo e observei que havia alguns insetos na mão dele, eu os espantei com a minha mão e larvas caíram ao chão, as esmaguei com meu pé. Olhei para Erick, ele não falava e não se mexia, mas era meu. Só meu.

– Eu te amo – Eu disse enquanto beijava os lábios dele, com um beijo fundo e demorado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem com o que vocês acham. :) Beijos :*



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