Eles aterrizaram no solo de Solaria e logo uma tropa de elfos se posicionaram a frente em alarde, o líder deles gritava de um lado para o outro que preparassem as defesas. Apesar de serem criaturas malignas, os elfos negros tinham posturas e jeitos quase parecidos com o dos humanos, eles apenas possuíam artefatos e magia vindas do pior dos feitiços.

— Estão prontos? – Charlotte pergunta olhando de Clarissa para Bloom, as duas assentem com firmeza e logo o primeiro ataque é feito, a magia combinada podia ser impressionante.

Bloom lançou flechas magicas de fogo, junto as bombas d’agua de Charlotte e os raios de escuridão de Clarissa. Elas estavam na linha de frente, coordenando os ataques, os meninos seriam os últimos a partirem para cima, pois elas apostavam primeiro em atacá-los com magia e depois mudar a formação se não funcionasse.

Alguns elfos ali no campo de batalha, foram afetados, mas ainda assim eles não pararam, era hora do plano B, as meninas giraram e os meninos tomaram a frente, enquanto elas pegavam suas espadas e arcos. Se eles não podiam ser afetados apenas por magia, elas usariam os dois.

Os elfos avançaram em uma formação única, a fim de sufocar quem quer que houvesse ousado invadir Solaria. Foi nesse momento em que um cavalo alado voou sobre a torre do castelo.

— Acima – Flora grita, quando o cavalo passa voando por eles, pousando logo atrás da linha de defesa deles.

Os meninos continuaram em sua formação prestando atenção nos elfos que se aproximavam e a linha de defesa se vira, a ponto de ver o cavalo alado se transformando em uma garota de cabelos loiros e um rosto em forma de coração.

— Alguém aqui pediu reforço? – pergunta a garota, quase ninguém ali a conhecia, poucos podiam saber quem ela era.

Violetta, Francesca, Camila, Ludmila e Natalia observavam a garota em dúvida, ela estava do lado deles ou contra eles. Caleb caminha até a linha de defesa com um sorriso no rosto, ele havia reconhecido a voz da garota.

— Você gosta do perigo garota – ele resmunga rindo.

Ela dá de ombros com um sorriso brincalhão no rosto e corre até ele para abraçá-lo.

— Achei que estava morta – Clarissa fala olhando a garota.

— Tenho sete vidas, sou um gato – ela brinca – miau.

Caleb e Clarissa riem juntos, o humor brincalhão da garota era como o de um bobo da corte que sempre surgia para alegrar a festa.

— Trouxe reforços? – Charlotte pergunta sem olhar para trás.

— Sempre meu oceano – fala a garota e aponta para o norte, onde uma tropa emergia da floresta.

Charlotte sorri significativa, aquelas duas tinham uma ligação sinistra.

— Pulemos as apresentações – ela fala – sou Louise, é um prazer.

Ela caminha até a linha onde Charlotte dividia com Bloom e Clarissa.

— Prontas para recuperar Solaria? – Louise pergunta e vê todos assentirem.

Ela sopra um apito que sai um som suave, logo a tropa ao norte avança com tamanha rapidez.

— Vamos nessa – Bloom fala sorrindo com empolgação.

Todos eles avançam com muita determinação, ao se aproximarem elas podem identificar que todos os seus aliados eram animais, alguns ali ficaram confusos, afinal, animais mágicos não lutavam a guerra de ninguém, eram sempre serem pacíficos, mas ali não eram animais mágicos, eram magos do reino de Aura, que haviam sido banidos de Terra de Baixo, pois eram muito diferentes, eles eram animagos, seres mágicos, que possuíam magia e podia se transformar em qualquer animal.

Louise era irmã de Dylan, mas ao contrário do irmão, ela possuía muita bondade e vontade de fazer o bem, Dylan sempre tivera vergonha dela, pois ela não se encaixava em nada. Clarissa e Charlotte a conheceram quando Caleb convidou-as ao reino de Aura, Louise era muito tímida e tinha medo de ser julgada pela futura rainha, mas ao invés disso, Clarissa e Charlotte acolheram a garota com muito amor.

A companhia da luz consegue levar a luta até a entrada do castelo de Solaria, onde o líder dos elfos aguardava seu oponente. Era Stella quem devia lutar com ele, mas foi Clarissa quem partiu para cima, com Stella logo atrás.

— Veja, se não são a realeza – fala o menor, sua voz era arrastada e continha um sibilo, como de uma cobra.

— Pronto para deixar o meu reino? – Stella pergunta com determinação.

O elfo sorri e logo desaparece, fazendo os soldados restantes também desaparecerem. A batalha havia sido ganha, por enquanto.

— Agora que ele sabe que estamos aqui, vai montar armadilhas e levantará barreiras para que a gente não recupere os outros reinos – Clarissa alerta e Stella assente – irei até a sala de defesa, vou levantar as barreiras.

— Eu irei em busca da chave de Solaria – Stella fala e Clarissa concorda, logo se separando ali.

Stella caminha até Violetta, Bloom e Tecna, logo pede que elas a acompanhe. As meninas percorrem os corredores do castelo de Solaria, as paredes tinham um tom meio alaranjado, combinando com o entardecer que se estabelecia no horizonte.

— O castelo muda sua cor de acordo com o sol – Stella explica para as meninas que pareciam maravilhadas com o lugar.

Elas continuam o caminho e descem uma escada em espiral que havia acabado de surgir em sua frente, como magia.

— É uma escada magica, só Solarianos podem passar por ela – Stella fala olhando a cara de curiosa das meninas – como vocês são minhas convidadas, são bem-vindas.

Ela empurra duas portas em cor de ouro e sorri para o idoso que estava perto de uma janela, olhando para um bosque.

— Meninas, esse é o guardião de Solaria – Stella fala para as amigas e aponta para o idoso que as olha com um sorriso sereno – oi vovô.

As meninas olham para Stella espantada, como ele poderia ainda estar vivo. Bloom levanta a mão, em dúvida se podia falar ou não, ele indica que sim com a cabeça e ela gagueja ao falar.

— Como pode existir uma floresta no subterrâneo? – pergunta incerta.

— O bosque do sol está aqui a mil anos minha querida – fala o idoso se levantando e caminhando até ela – somos nós os intrusos.

— Vô, preciso da chave – Stella fala e ele assente, logo entregando uma chave dourada para ela.

— Use com sabedoria querida, e não esqueça que só você pode usá-la, enquanto isso, ela permanecera invisível aos outros olhos – ele explica e Stella coloca a chave em uma corrente, pendurando-a em seu pescoço.

As meninas pareciam maravilhadas com a chave e mais ainda com o fato do avô de Stella ainda estar vivo.

— Agora irei me encontrar com minha amada – ele fala e Stella sorri, depositando um beijo na bochecha do idoso – adeus meninas.

As meninas se despedem dele e ele caminha até a janela, deixando-a transparente, passando direto por ela, caminhando para o coração do bosque.

— Meu avô só estava aqui por uma razão – Stella fala segurando a chave – esperando que esse dia acontecesse, como quem espera o pôr do sol, ele se despediu da minha avó e esperou por gerações e gerações.

— Agora ele pode ir em paz Stella – Bloom fala, colocando a mão no ombro de Stella – agora somos nós os guardiões, nós salvaremos o nosso mundo.

Stella sorri para as meninas e logo elas deixam a pequena sala, que desaparece na medida em que elas retornam para o andar de cima, era a hora delas brilharem.