O Sol de Chany escrita por Luana Araújo


Capítulo 1
O Sol de Chany


Notas iniciais do capítulo

Um romance BaekYeol que fiz em homenagem a minha maninha que ama esse couple :3



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Às vezes tudo o que você precisa está tão distante que nem seu coração é capaz de suportar, é como um grande vazio em sua vida, e você pode até tentar se salvar, mas a força que te suga para baixo é mais forte.

Chany sentia-se cada vez mais perto da morte, não porque estava doente, e menos ainda porque pensava em cometer suicídio, mas porque sua vida estava passando no vazio completo. Para todos ele era um garoto feliz, extrovertido e muito bom amigo, mas toda noite quando ele se deitava em sua cama suas lágrimas o derrotavam.

Mas você deve estar se perguntando o motivo de tanto sofrimento, e não pode imaginar o que esse garoto pode querer da vida, pois tem uma família unida, pais que o amam, uma saúde perfeita, e inteligência para construir um império. Não, você não o conhece, e não tem direito de julga-lo, pois o coração é um mistério que abriga a felicidade ou a mais profunda dor.

Querendo ou não Chany seguia seus dias como se tudo que se passava dentro dele não tivesse importância suficiente para arrancar o sorriso dos lábios, ele era forte e decidido. Ele seguia, mesmo que sobre ele existisse um peso sobre-humano, continuava depois de sentir os olhos arderem depois das lágrimas incessantes. Ele seguia porque sabia que um dia tudo aquilo iria acabar, com a morte ou com a vida.

¤

“Anda logo Chany, nós vamos perder o metrô!”

O melhor amigo de Chany, Suho, gritou alguns metros a sua frente.

“Não perca a linha man!”

Chany provocou despreocupado, enquanto procurava sua música favorita no celular.

“Diga isso para o seu chefe.”

Suho mostrou-lhe o dedo médio e saiu em disparada.

Eram amigos há anos, e um ajudava o outro nas encrencas com KyungSoo, o dono da empresa onde trabalhavam. Suho era o único no mundo que sabia que Chany não era feliz.

O garoto coreano, de 22 anos, e cabelos castanhos e olhos profundos, levava uma vida simples em uma quitinete que dividia com Suho. Todos os finais de semana ele ia para a casa dos pais, na cidade vizinha.

Ele queria mais do que isso, queria ser uma grande astro pop, e queria acima de tudo resolver o furacão que tinha no peito, mas este ele não fazia ideia de como.

Quando chegaram na empresa KyungSoo estava de braços cruzados os esperando no salão principal.

”Vocês estão atrasados... Mais uma vez.”

“Nosso metrô atrasou.”

Mentiu Suho.

“Talvez vocês devessem vir andando.”

KyungSoo não era do tipo carrasco, na verdade ele era muito condescendente, mas Chany e Suho abusavam da paciência do jovem patrão.

Depois do longo dia de trabalho Chany e Suho voltaram para o descanso do lar, quer dizer, Chany voltou, porque Suho tinha planos melhores para a noite, planos esses que envolviam belos pares de pernas.

Chany preferiu ficar em casa e compor algumas músicas, para um futuro show em uma casa noturna, que aconteceria em duas semanas. E era nesses momentos que ele conseguia expressar todo seu sentimento em versos perfeitos, mesmo que ele não tivesse noção do quanto eram bons. Mas era nesses momentos que as lágrimas corriam com mais ferocidade, e ele se perguntava por que sofria tanto, o que ele precisava para se sentir completo. E quanto mais ele tentava encontrar as respostas mais a dor aumentava.

Naquela noite a dor o estava sufocando tanto que ele estava perdendo o juízo, andava pela casa e batia pelas paredes, tropeçava e caia, estava fora de si. Saiu de casa ainda em prantos, e caminhou pelas ruas agitadas do bairro, alguns motoristas tiveram que alerta-lo com buzinas e gritos irritados. Ele não estava drogado, não estava alcoolizado, só estava atordoado. E talvez essa fosse a pior das alucinações.

E foi naquela noite, em meio as loucuras de sua mente que Chany viu sua morte de perto. Ele estava atravessando uma avenida agitada, quando um carro em alta velocidade o lançou pelos ares. Chany não sentiu nada, apenas um sopro no peito, e tudo ficou escuro.

¤

“Ei garoto, você precisa voltar, sua família está desesperada.”

“Chany, é o Suho... Cara, eu sinto sua falta.”

“Filho, meu doce menino, volte pra sua mãe.”

“Meu Chany, você vai vencer essa, meu garoto.”

“Ele está tão frágil.”

“Nem parece o mesmo.”

“O pessoal da empresa sente sua falta, Jongin e eu somos o que mais sofremos com sua ausência.”

“Olha pra você, está se recuperando, você é um cara forte.”

“Você só precisa abrir os olhos meu filho.”

“Volte para nós.”

“Vamos lá Chany, hoje seria um lindo dia para voltar a vida.”

E foi ao som daquela voz que Chany, que a muito lutava para recobrar o controle de seu corpo, conseguiu abrir os olhos.

A luz que entrava no quarto era forte, seus olhos piscaram algumas vezes antes de se acostumar. O primeiro cheiro que sentiu foi das flores que estavam ao lado da cama. E a primeira pessoa que viu, foi um enfermeiro de lindos olhos negros, e cabelos escuros. O jovem enfermeiro tinha uma expressão tranquila e meiga, e estava sorrindo para Chany.

“Olha só! Você ouviu meu conselho.”

O enfermeiro disse.

“Já estava na hora.”

Chany sorriu, e se assustou com a própria voz.

Seu corpo parecia ter sido moído, em cada milímetro uma dor aguda e insistente.

“Você é sensacional, garoto! Na verdade é um herói.”

O enfermeiro sentou-se a seu lado e começou a examina-lo.

“Não sou nada disso, sou só um idiota que foi atropelado.”

“Você é muito mais que isso, posso ver em seus olhos.”

Os dois se encaram por um momento, em silêncio.

“E, aliás, sou Baekhyun, mas pode me chamar de Baek.”

O enfermeiro se apresentou pegando com firmeza a mão de Chany.

“Obrigada por cuidar de mim Baek, senti sua presença.”

Chany disse agradecido, e até um pouco apegado, ao se lembrar da voz de Baek em sua mente, o dizendo pra ser forte e voltar à vida.

Baek sorriu lindamente e saiu do quarto para chamar a família e amigos de Chany, que estavam ansiosos por sua recuperação.

“Você ficou em coma por três meses, e você acorda de repente, como se nada tivesse acontecido. Isso é sensacional.”

“Estou ansioso pra me atrasar para o serviço com você.”

“Nada de atrasos, ele está se recuperando, mas vou mandar um carro buscar vocês, quando Chany estiver melhor.”

“Você está muito bem Chany.”

“Chany eu vim te visitar várias vezes, fiquei muito preocupada. Você é lindo.

Todos ficaram surpresos com a recuperação repentina de Chany, e ele mesmo não acreditava que tivesse força suficiente, pois não se sentia vivo antes, e agora as coisas pareciam começar a mudar. Finalmente uma luz brilhava no fim do túnel.

Dia a dia Chany fazia alguns exercícios físicos ao lado de Baek, que não desgrudava do garoto em momento algum, ele estava se tornando mais do que um enfermeiro, e gerava em Chany um sentimento além de amizade.

“Você precisa se animar, falta pouco pra voltar pra casa.”

“Talvez eu não queira voltar para casa.”

Chany disse, uma insinuação evidente para Baek. Ele não acreditava que estava dizendo aquilo, mas era a verdade.

Era difícil pensar em se afastar de Baek, ele se apegou tão rápido, e foi tão fácil pensar no enfermeiro além do normal.

“E que motivos você teria para não querer ir pra casa?”

Baek perguntou, um sorriso escancarado no rosto.

Durante o tempo que passaram juntos Chany conheceu todos os detalhes de Baek, das qualidades aos defeitos. Compartilhou o gosto pela música, e o amor por conhecer novos lugares. Eles completavam o pensamento um do outro. Faziam piquenique no jardim do hospital nos dias livres de Baek. E Chany ria do senso de humor bruto de Baek. Era fácil se esquecer de que estava em um hospital.

“Porque não quero ficar longe de você.”

Chany confessou. E levemente tocou o rosto de Baek que ficou sério.

“Eu também não quero, mas você pode continuar me vendo depois que sair daqui.”

Baek pegou as mãos de Chany e as colocou sobre seu peito.

“Você promete?”

“Prometo.”

E cumpriu. Depois que Chany voltou para sua rotina normal, passou a se encontrar praticamente todas as noite com Baek. Eles iam a shows de grupos pop, jantavam em restaurantes de comida típica, e cantavam. As duas vozes tinham uma boa combinação, e já planejavam fazer uma apresentação juntos.

¤

“Está quase na hora.”

Baek segurou a mão de Chany.

Os dois estavam ansiosos para a apresentação que fariam em alguns minutos. Era a primeira vez que os dois subiam juntos em um palco. A sensação era muito boa.

“Estou feliz por ter você aqui.”

Chany disse, levando a mão de Baek até os lábios.

Baek o olhou nos olhos por um instante, e depois o puxou para o camarim, e trancou a porta.

“O que está fazendo? Já vamos ser chamados.”

Chany disse assustado.

“Eu preciso fazer uma coisa primeiro.”

Baek empurrou Chany até a parede com suavidade, e depois colou seu corpo contra o do garoto, que ficou vermelho no ato.

“Você significa muito pra mim.”

Baek disse ao pé do ouvido, fazendo o corpo de Chany se arrepiar. E, nossa, que sensação divina.

“Você é meu sol Baek.”

Chany disse abraçando o enfermeiro com força.

Baek não perdeu tempo, acariciou o rosto de Chany e logo começou a beija-lo com selos leves, e em seguida suas línguas se contorciam em sintonia perfeita.

E naquele momento Chany soube que nunca mais se sentiria vazio, nunca mais teria que chorar. Ele havia encontrado seu sol, sua luz. A parte que lhe faltava.

De mãos dadas os dois subiram no palco, e já arrancaram do publico um salve de palmas,  ao fim da apresentação todos ovacionaram a dupla. E assim nascia Baekyeol. Juntos Chany e Baek construíram uma carreira artística de sucesso e prestígio, foram capas de revista e símbolo da liberdade de amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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