POV MALU

Gui havia monitorado todos os nossos passos. Camila e Bruno eram os primeiros a ensaiarem, depois Ivan e Melissa, e por ultimo, claro, eu e Miguel. Nas paradas de 5 minutos, Melissa corria até mim,pra falar como era dançar com o Ivan: "Preciso falar com o Gui. Não suporto aquele menino! Além de ser chato é mandão! tô odiando dançar com ele...!" Ouvia tudo calada, não estava com paciência pra discutir com ela. Tirando o fato do garoto ser muito metido, ele não parecia ser tão ruim.

A minha coreografia havia sido substituída, então atenção era dividida com Melissa e o loirinho, que era o casal que faria nós vencedores.

O ensaio havia sido mais puxado do que da ultima vez. Eu estava pior que o normal, tinha até medo de passar por uma planta, e ser acusada de desmatamento. Precisava de um banho urgente,não aguentaria esperar chegar em casa. Esperei todos ir embora, quando percebi que só restara eu, peguei minhas coisas,e corri em disparada pelos corredores. Entrei no vestiário que não indicava pra que sexo servia, e tive o azar de saber que a não tinha fechadura na porta.

Tinha que ser a mais rápida possível. Entrei e sai de baixo do chuveiro em dois minutos, não era um banho que eu me orgulhasse , mas era o que dava no momento.

Enquanto me trocava ouvi um barulho dentro do vestiário, o que não me agradou nem um pouco. Tentei me vestir rapidamente, e sai dali na mesma velocidade, mas a minha blusa estava brincando de se esconder comigo. O barulho havia virado em passos. Ainda procurando minha blusa, fiz o máximo não fazer barulho.

Depois de alguns segundos tentando achar a peça de roupa, e tentar não ser descoberta, avistei a blusa do outro lado do vestiário.

Havia um banco de cimento que ficava posicionado no meio do local. Se fosse dá a volta, seria capaz da pessoa que estava ali, além de mim, me ver. Então corri pra conseguir ganhar impulso, mas a besta aqui, não conseguiu o impulso suficiente, o que resultou ter uma canela dolorida. Sem pensar dei um grito, que calei com a mão. Ouvi passos rápidos cada vez mais se aproximando. Tentei me levantar, mas daria outro grito com a dor que eu iria ter.

Fechei os olhos, a dor era muito forte. Senti uma mão tocar no meu ombro- Pedi a Deus que não fosse um tarado. Então ouvi uma voz conhecida me perguntar se eu estava bem. Involuntariamente abri os olhos.

Olhos azuis me fitavam preocupados. Pela primeira vez eu estava realmente reparando ele. Miguel era um moreno de pele clara,alto, com uma boca rosada,que faria qualquer garota querer beija-lo. Sai do transe quando ele novamente me perguntou se eu estava bem, respondi um sim com a cabeça.

–O que aconteceu?- ele perguntou atencioso, o que me fez admira-lo ainda mais.

Quando abri a boca pra responder, uma voz ecoou pelo vestiário.

–MIGUEL!- imediatamente eu e Miguel olhamos na direção aonde vinha a voz.

–Estou aqui!- respondeu

–Cara aonde você se mete...? UoU! Me desculpem, não queria atrapalhar nada!- franzi a testa. Ivan me lançou um olhar malicioso, então percebi que eu ainda estava sem a blusa. - O que tá acontecen..? Não respondam! Pelo jeito que vocês estão, devo imaginar.

Eu estava sentada no chão com um perna esticada e a outra dobrada, enquanto Miguel estava com a mão na minha perna, e eu, claro sem roupa na parte de cima. Corei violentamente.

–Não é o que tá pensando.- explicou Miguel, revirando os olhos com o tipo de pensamento do loirinho.

–Sei... mas se vocês quiserem, eu posso deixar vocês sozinhos!- brincou o loirinho dando uma piscadela pra mim.

–Deixa de ser besta moleque! Eu machuquei a minha perna só isso!

–E você achou que tirar a blusa seria uma ótima ideia pra melhorar?!

–O que você tá insinuando?- perguntei tentando me levantar, mas a dor me fez desistir.

–O que aconteceu?- o moreno perguntou voltando a olhar pra mim. Contei tudo menos a parte da idiotice de tentar pular por cima do banco. Então tive que inventar outra coisa.

Quando terminei de contar, Miguel me ajudou a me levantar. E posso dizer que o garoto tem força. A minha sorte, que minha calça não era muito justa. Ele levantou um pouco, e pude ver a aparência da minha canela.

–Vai ficar muito feio isso.- Ivan comentou com cara de desgosto.

–Vai ficar muito feio? VAI FICAR MUITO FEIO?! GAROTO JÁ TÁ MUITO FEIO!- exclamei. Minha canela estava com um tom de roxo esverdeado. Sentia a dor da pancada, só de ver como tinha ficado.

–É melhor levar você ao medico!- Miguel opinou.

–Não, eu vou pra casa, não é nada sério.- falei, e os dois me olharam negando.

–Menina você mal consegue andar!- Ivan comentou olhando pro chão

–Não vamos te levar contra a sua vontade .- o moreno avisou , e o loirinho bufou.

–Espera ai! O que vocês estão fazendo aqui?- me lembrei, que eu havia esperado todo mundo ir embora pra ir tomar banho.

–Te ajudando- o loirinho respondeu

–Isso eu sei! Mas eu pensei que todo mundo já tinha ido embora.

–Quando o ensaio acabou, Melissa ficou lá fora te esperando, mas você demorou então ela foi até a sala de ensaio, mas você não estava lá. Então ela pediu a nossa ajuda pra te encontrar.- explicou o moreno.

–E aonde ela ta?- perguntei

–Ela foi embora, e deixou a gente sozinhos aqui, te procurando!- o loirinho resmungou ainda olhando pro chão.

–O que você ta procurando?- perguntei

–Algo que possa te cobrir.- respondeu.Imediatamente corei. Miguel pareceu nem ligar com o fato de eu ainda estar só de sutiã e calça. Ao contrario de Ivan que parecia ter medo de olhar pra mim.

–Minha blusa ta ali!- apontei pro canto do vestiário, que aonde se localiza a minha peça de roupa. Ivan me entregou e vesti.

–Vai ao médico, ou pra casa?- Miguel perguntou cauteloso enquanto o loirinho bufava com o tom de voz do amigo.

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–Uou!- o moreno exclamou- sua casa é muito linda!

–Obrigado.- estranhei. Minha casa era realmente linda, mas não chegava aos pés da casa do Math e do Austin.

–Ai meu Deus! Malu o que houve?! Você tá bem?! Precisa de algo?!

–Vanda uma pergunta de cada vez.- falei- Eu to bem. Bati a minha canela. E só preciso descansar!

Miguel e Ivan me levaram pro meu quarto, enquanto Vanda tentava lembrar de alguma mandinga pra amenizar a dor. Agradeci aos meninos, enquanto Vanda me forçava a ficar deitada.

Vanda levou os garotos até a porta, e quando voltou me deu um olhar de reprovação

–Você deveria ter ligado! Fiquei preocupada!

–Não exagera Vanda. Eu to bem!- Vanda se aproximou e continuou ajeitar os travesseiros- Cadê o resto do povo desta casa?

–Ally saiu pra procurar emprego,de novo, e Austin saiu mas não disse pra onde ia.

–Ok. Eu preciso dormir Vanda. Você pode voltar mais tarde?

–Claro. Mas antes quero te pedir, que quando Austin chegar você vá falar com ele.

–Vanda..

–Nem vem Malu! Ele é seu primo ,e a três anos que ele não vinha aqui. Então trate de se acertarem! Ele é seu primo Malu!

–Pois esse primo fez eu passar a maior vergonha. Eu espero isso dos meus pais, mas não dele!

–O que ele fez?

–Ele brigou com a Ally, eu acho que foi por causa do filme. Eles começaram a se xingar, e depois começaram a gritar um com outro. Quase machucaram uma pessoa lá! E eu que não estava participando, tive que aguentar os olhares das pessoas que estavam no local! Ou seja, eles fizeram um escândalo!

–Mas ele é seu primo!

–Isso não ajuda Vanda! Na verdade só piora.

–Mas ele é seu primo, Malu!

–Vanda você vai ficar usando esse argumento que ele é meu primo toda hora?! Eu sei que ele é meu primo, o que faz eu ficar ainda mais chateada!

–Por favor fale com ele. Tente se acertar. Ele realmente está pra baixo.

Ela não me deixaria nem tão cedo,até eu dizer que iria conversar com ele. Depois de hesitar duas vezes, balancei minha cabeça com um sim. Ela deu um largo sorriso, e me avisou que me acordaria na hora do jantar. Assenti e me deitei.

POV AUSTIN

–Cheguei- anunciei

–Ha que bom!-Vanda falou parecendo aflita- Malu machucou a pern..- Não deixei Vanda terminar a frase, e subi pro quarto da minha prima. Bati calmamente três vezes na porta, mas ninguém respondeu. Entrei devagar,sem fazer barulho.

Malu estava deitada de barriga pra cima,seu braço cobria seus olhos,sua canela estava com uma bolsa de gelo, que naquele momento não era mais gelo. Me aproximei e fiquei de joelhos na beira de sua cama. Dormia serena, sua respiração era pesada. Tirei uma mecha de cabelo de seu rosto, o que fez ela se mexer um pouco. Ela tirou o braço do rosto e se virou pra mim.

–Oi- falei quase em um sussurro.

–Oi- ela ficou sentada na cama,com um cara de dor, devido a sua perna- Senta, quero falar com você.- sentei ao seu lado. Ela tinha uma expressão calma,o que me assustou um pouco.

–Como você machucou a sua perna?

–Não é sobre a minha perna que quero falar com você.- engoli em seco. Era nessa hora que eu fico de joelhos e peço perdão. Mas não funcionaria com Malu,como na minha mãe.

–Me desc...

–Eu sei o que você vai dizer! Já ouvi ontem, e hoje de manhã, e não quero ouvir de novo. Só quero que você me explique o porquê de você implicar tanto com a Ally?!

–Você fala como se eu fosse o culpado!

–Ela só te trata, como você a trata. Quando ela chegou, ela foi educada e simpática, mas você retrucou com grosseria. E isso não faz o seu típico.- ela falava severa,o que me fez ficar mais desconfortável.

–Eu não suporto ela, e ela não me suporta. Não posso fazer nada, se a gente não se entende!

–Você só pode ta brincando comigo.- ela falou com um tom de impaciência na voz. Ela esfregou os olhos, e tentou tirar a bolsa de sua perna, mas não teve sucesso. Mal conseguiu chegar a bolsa, e deu um gemido de dor. Imediatamente tirei a bolsa, mas me arrependi. A mancha estava quase pela canela toda, dando a volta pela panturrilha, e a cor já estava em tom muito escuro, e inchada.

–Acho que o gelo não está ajudando!- falei e Malu me deu um olhar do tipo:Jura?

–Vamos deixar a minha perna por um momento. Você ainda não me contou o que eu quero saber!

–A única coisa que posso, e tenho, a dizer é que eu e o "Se.." ELA, estamos tentando nos dar bem.

–Mas vocês mal se olham!

–Já pra a tentativa não ser em vão!

–Olha, eu não vou forçar a vocês a se entenderem, então podem voltar a se xingar, falar como antes, mas tentem não discutir quando estivermos em público por favor! Agora por favor, chame Vanda, preciso falar com ela.

Me levantei e fui em direção a porta do quarto.

–Você me desculpa?-perguntei antes de sair do quarto

–Eu pensei que tinha deixado bem claro.-ela me olhou séria. Aquilo parecia um não, um não bem rigoroso. Senti minha garganta queimar,como se eu tivesse comido brasa.

Fui pro quarto da Vanda que era o ultimo no corredor. Bati, e tive a resposta de entrar. Vanda estava sentada em uma mesinha costurando algo.

–Ha Austin! Então como foi? Vocês se entenderam?

–Eu acho que não.. Ela ta te chamando parece urgente.-falei sem ânimo.Ela deu um aceno de cabeça e correu pro quarto da minha prima.

Fui pra sala de Tv. Tirei minha jaqueta,e joguei em qualquer canto da sala, e me joguei no sofá. Fechei os olhos, talvez por dois minutos ou um pouco mais. Ouvi uma voz me chamar, parecia estar longe. Tentei ignorar, mas foi substituída por cutucadas.

Abri os olhos, e pude ver quem estava me usando como touch screen. O "Ser" me olhava irritada.

– O que foi garota?!

–Vanda ta te chamando já faz um tempão, e você ai, dormindo!-me levantei bufando. Passei por ela e senti um leve aroma de lavanda.

Subi pro quarto da Malu. Minha prima parecia dormir, enquanto Vanda tentava achar algo desesperada.

–O que houve?-perguntei meio atônito

–Precisamos levar a Malu pro Hospital!

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Com Malu nos braços,corri pra garagem, o "Ser" veio atrás, segurando minha chave. Ela abriu a porta e soltou um "UaU!" Na garagem tinha uma Lamborghini, uma Ferrari, e o meu. Ela me perguntou qual era o meu, respondi que era a BMW.

Coloquei a Malu,ainda desacordada,no banco de trás do lado da Vanda. E ao meu lado,ninguém mais do que o "Ser", que mesmo na situação estava admirada pelos carros.Ela é realmente estranha. Math tem carros melhores, com certeza ela já viu.

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Chegamos no Hospital em menos de meia hora. Fomos atendidos rapidamente pelo um cara grisalho,alto e branco. Enquanto estávamos esperando por noticias da minha prima, me convenci a falar de novo com o "Ser". Respirei fundo, e sentei ao seu lado.

–A gente pode conversar?

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POV MALU

Abri os olhos,que estavam pesados. Olhei ao redor, eu estava no Hospital. Lembrei de ter peço a Vanda que me levasse ao medico, porque a minha perna tinha começado a ficar dormente, mas a dor era constante. Então apaguei.

No quarto, ao meu lado na cama estava Vanda,que tinha uma expressão de preocupada,os olhos marejados, e seu rosto com um tom de vermelho.

–Querida como você está? Quer que eu chame o médico? Ta sentindo dor?- Vanda e seu famoso jeito materno– Você me assustou querida, pensei que você iria... - ela deu uma pausa e uma lágrima caiu

–Vanda para de drama, estou bem. Não precisa chorar- falei meio mole. Parecia que eu havia sido chapada

Eles exageraram na dose!– pensei

–Você pode chamar o Bobo?-Vanda deu um largo sorriso, e balançou a cabeça rapidamente com um sim. Vanda saiu e logo o Bobo apareceu na porta

Ele parecia perdido,então resolvi ajuda-lo:

–Você entra, fecha a porta, senta, e me pergunta como estou!- falei, e foi o que ele fez- Eu to bem. Diferente de Vanda.

–Malu você assusto a gente. Três colegas seus estão na sala de espera,preocupados com você!

–E você como está?-perguntei ainda grogue, o fazendo sorrir.

–Preocupado, mas estou bem.- ele deu uma pausa- Por que você me chamou?

–E por que eu não te chamaria?

–Porque você ainda ta chateada comigo!

–Quem te disse?!

–Você! Eu te perguntei se você me desculpava e você falo qu..

–Que tinha pensado que tinha deixado claro- o cortei- Bobo, eu havia te desculpado

–Você tem uma estranha maneira de mostrar isso.- falou dando um largo sorriso.

–E você e a Ally, já discutiram muito?

–A gente já discutiu... Mas conversamos, e estamos tentando nos entender. Demos até um apelido um pro outro!

–Qual?- fiquei com medo da resposta. Ele me contou e fiquei sem o que falar- É sério?

–Você disse que a gente podia voltar a se falar normalmente, mas tínhamos que chamar um ao outro pelo nome.

–Bem.. SerAlly e NojAustin..- (N/W.G: Apelidos dados por Mônica Sousa Menezes. Te adoro Mô!!).. não é exatamente o nome de vocês... mas já é alguma coisa!

–Desculpe, mas ela precisa descansar.- um médico e uma enfermeira entraram. A enfermeira se aproximou de mim, e injetou algo na mangueira que ligava com o meu sangue. Senti meu corpo ficar leve, e meus olhos ficarem pesados. A sensação era maravilhosa. Antes de fechar os olhos por completo,olhei pra enfermeira e perguntei:

–Você pode me dá um pouco disso antes de eu ir embora?-ela deu um sorriso e eu apaguei.

POV AUSTIN

Malu iria passar a noite no hospital. Vanda nos aconselhou a ir pra casa, ela iria ficar com a Malu, mas logo de manhã estaria em casa. Sai do local junto com SerAlly, para o meu prazer- só se for pra joga-la pra fora do carro.

–Posso?- ela perguntou quando entramos no estacionamento.

–Pode o quê?

–Dirigir!

–O quê? Meu carro?! Só se você me der outro, e mesmo assim não!-respondi achando aquilo um absurdo.

–Por que?- ela parou na frente da Chelly, cruzando os braços.

–Porque você não tem coordenação motora.

–O que você disse?!

–Que você não tem coordenação motora!

Ela resmungou algo como "idiota", e entrou no banco do passageiro, batendo com a porta do carro, fazendo ecoar pelo local. Me segurei pra não mata-la

–Se vai quebrar vai ter que consertar depois!

POV ALLY

Desci as escadas calmamente, pra não tropeçar nos meus próprios pés,devido ao meu sono. Ouvi um barulho de tiros e rapidamente me abaixei atordoada. Os tiros eram baixos, mas próximos.

A sala de TV estava pouco iluminada. Abri as portas, a Tv estava ligada em um filme qualquer de ação, o chão estava sujo de pipoca, salgados,e embalagens de balas e chocolates. No sofá estava o loirinho nojento, estirado no sofá de qualquer jeito, na sua mão tinha uma garrafa,de um litro, de cerveja que estava vazia.

Que garoto nojento!–pensei

O cabelo loiro estava em seus olhos, a boca entre - aberta,que de vez em quando falava algo que mal dava pra entender. Me peguei o observando, balancei minha cabeça pra espantar qualquer pensamento estranho da minha mente. Subi as escadas rapidamente, mas sem acordar o nojento que estava dormindo feito um bebê na sala de TV. Peguei meu estojo de maquiagem e desci pra cumprir meu trabalho.