O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 36
Confissões em um diário - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bulma resolve colocar em dia as fofocas a serem contadas para seu diário... O que ela escreveu?

Uma pequena homenagem à fanfic "O diário de Bulma", de Leda Verônica... Uma pena que não tenha ela no Nyah...



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Nossa, Diário, há quanto tempo...! Já faz dias que nem te abro pra escrever, não é mesmo? Tá, eu sei, seu sei! Você se sentiu muito abandonado, não é, meu confidente? Mas tudo tem uma explicação, até mesmo esses meses em que não escrevi nada. Você nem faz ideia do quanto minha vida está corrida ultimamente... Só agora consegui uma folguinha pra te contar tudo!

Eu precisava de um tempinho pra fazer isso...

Ah, o que foi que escrevi por último?

Ah, sim... Eu tinha discutido com o Vegeta porque ele estava destruindo a nave e que me dava trabalho demais pra consertá-la. Na verdade, ela estava bem precária e precisaria de uma “senhora” reforma por causa do seu estado. Discutimos, porque aquele teimosão queria que tudo ficasse pronto na hora – pra variar. E tudo o que eu podia fazer naquele momento era uma manutenção paliativa para que a nave aguentasse até que eu fizesse os projetos da reforma geral.

Eu fiquei irritada com ele e já ia saindo de lá da nave. Só de pirraça eu não iria ficar pra consertar nada com um saiyajin chato reclamando na minha orelha. O Vegeta conseguiu ser mais rápido (ele sempre consegue) e não me deixou sair. Acabou me desarmando com aquele beijo que só ele sabe dar... Aiai... Eu me derreti toda naquele dia, só com aquilo...

Bom, deixa eu parar de suspirar aqui. Voltando ao assunto, agora vou te contar sobre as (várias) novidades.

Depois daquilo eu fiz mais uma série de manutenções na nave para que ela suportasse os treinos do Vegeta... Pelo menos até eu ter um projeto pronto de reforma. Sentei diante da prancheta de desenho e comecei a rabiscar alguma coisa, mas fui pegar mais alguns instrumentos e também o projeto original da Cápsula 3 pra dar uma avaliada.

Só que, de repente, ouvi um grande estrondo, e dos fortes, que quase me fez cair. Quando fui descobrir, era justamente a nave que tinha explodido. Sem prensar em mais nada saí correndo, já imaginando o que poderia acontecido ao Vegeta. Eu já imaginava que ele estava todo ferido em meio aos escombros da nave, mal podendo se mexer... Como na primeira vez em que isso aconteceu. Quando cheguei já encontrei meus pais, além de muita poeira. Todos nós estávamos tossindo por causa dela. Quando a poeira baixou, pude ver e ouvir alguém também tossindo muito.

Era Vegeta... Ileso!

Ao mesmo tempo em que eu parava de me preocupar com ele, começava a ficar desolada ao olhar para a nave e para o estado em que ela ficou. Ela estava bastante danificada e parcialmente destruída. E aquele saiyajin irritante ainda cobrava para que eu consertasse logo a nave...! Ah, como eu fiquei irritada com aquilo! E ele, com toda aquela arrogância, ainda disse: “Se vira, você não é quadrada”!

Eu fiquei pra explodir, Diário!! E ele nem ligou e entrou em casa...

Mas quando as coisas se acalmaram e eu estava mexendo nos projetos, comecei a relembrar a cena da explosão e aí percebi que o Vegeta não estava tão sarcástico como sempre. Ele parecia chateado. E aquilo não saía da minha cabeça. Foi quando resolvi sair do laboratório e ver como ele estava. Afinal, ele estava realmente chateado com alguma coisa. Eu sabia que havia algo errado. Se aquela explosão tivesse sido por causa de uma transformação em Super Saiyajin, ele estaria todo convencido... Estaria insuportável e louco pra enfrentar o Goku mais uma vez... A sua maior obsessão.

Fui até o quarto dele e vi a porta entreaberta, fazendo com que uma brecha de luz saísse para o corredor. Abri bem devagar pra não fazer barulho e não encontrei ninguém dentro. Entrei e fechei a porta com cuidado. Minha intuição dizia que ele estava lá, e ela não costuma errar com facilidade. Cheguei de fininho até a sacada e vi que ele estava sentado sobre a balaustrada, como de costume. Ele ainda não havia notado a minha presença, parecia muito desapontado e seu olhar era distante. Ouvi um suspiro desanimado vindo dele.

“O que ainda me falta para poder me transformar em um Super Saiyajin?”, ele se perguntou. “Será possível que nunca vou alcançar esse poder?”

Ele realmente estava com um ar bem decepcionado. Nunca o tinha visto assim. Vegeta sempre foi um mestre em esconder dos outros o que sente e faz isso usando seu sarcasmo e seu orgulho. Mas vi quem era aquele homem por trás daquele príncipe saiyajin ambicioso e orgulhoso. Era alguém que parecia buscar um lugar ao sol, provando a si mesmo e aos outros que era capaz de se superar.

Não deu outra... Acabei ficando com pena dele. Por mais que ele tente, não consegue chegar ao que quer. Eu ainda não consigo entender por que ele ainda não conseguiu alcançar o poder de Super Saiyajin mesmo com tanto treino, tanto esforço, extrapolando os limites do seu próprio corpo.

Eu acabei respondendo à pergunta que ele havia feito:

“Não, se você não tentar de novo, Vegeta.”

Ele não gostou muito de eu ter entrado, mas também não me enxotou de lá. Bom, não de forma direta, mas ele realmente não queria ser incomodado. Às vezes ele age como uma criança pirracenta. Quando eu estava falando sobre o fato de que eu também já tinha me sentido decepcionada ele veio com aquele sarcasmo ridículo.

“Já me aconteceu de estar muito decepcionada comigo mesma.”, eu disse.

“Porque não se maquiou direito?”, ele perguntou com aquela ironia irritante.

Diário, foi então que eu não me controlei e dei um tabefe na cara dele pra ver se acordava. E depois eu disse:

“Deixa de ser infantil, Vegeta! Cresce de novo! Eu tô falando de coisa séria e você fica falando asneiras com esse seu sarcasmo irritante! Depois diz que Goku é retardado e imaturo!”

Confesso que depois dessa eu logo me arrependi, achei que ele me mataria. Mas pelo jeito acabou funcionando, porque ele voltou a ser adulto. Tanto é que resolveu falar que estava decepcionado porque não conseguia se transformar em Super Saiyajin e sentia que estava ficando para trás. Depois de falarmos sobre isso, ele pareceu meio animado.

Mas...

De repente, ele estava um pouco diferente. E isso me deixou surpresa porque ele logo mudou de assunto por causa disso.

O que... O que é isso...? O que é isso que estou sentindo toda vez que te vejo ou estou perto de você?, ele perguntou.

Confesso que fui pega de surpresa. Mas a minha maior surpresa foi que, por fim, eu descobri que ele me queria. Aquilo foi a coisa mais surpreendente que aconteceu!

Por que, Bulma...? Por que não consigo ter ódio de você, mesmo te achando irritante e insolente? Por que não consigo odiar você?

Eu nunca havia imaginado que um dia ele iria desabafar... E pra mim...! Eu não estava acreditando no que eu via e ouvia, mas... Eu sabia que era verdade, mesmo não acreditando. O meu coração dizia isso. E simplesmente sussurrei em seu ouvido aquilo que o meu coração dizia:

Porque, querendo ou não, você gosta de mim... E eu, de você... E você sabe disso muito bem...

Depois disso a gente se beijou. Foi tão maravilhoso... O beijo, as mãos fortes dele começando a percorrer o meu corpo... Tudo, tudo mesmo...

Uau, que noite foi aquela...!

Cá entre nós aqui, Diário... Eu prometi não contar esse segredo pra ninguém, mas te abro uma exceção...

Sabia que o Vegeta era virgem? Eu logo descobri, mas prometi guardar esse “segredinho” dele... Mas confio em você, até porque você não conta pra ninguém!

Por um tempo, eu e ele tivemos os nossos “encontros secretos” quase todo dia. Mas... Acabamos parando, porque por vários dias eu me senti bastante indisposta. Tonturas, enjoos, moleza, menstruação atrasada... Fui me consultar com a Dra. Yuuki, que me mandou fazer alguns exames. Quando voltei, a descoberta: eu estava grávida. Mas logo fiquei preocupada. Cheguei a me recriminar por causa disso. Pensava em como eu havia sido descuidada em me entregar assim, e logo a um alienígena! Passava a ter medo de contar o que havia acontecido àqueles que convivem comigo.

Medo bobo? Depende do ponto de vista e de quem você tem medo. E eu tinha muito medo principalmente da reação do Vegeta. Eu sempre disse que ele é imprevisível e isso é verdade. E eu temia por alguma reação mais agressiva da parte dele. Tanto medo eu tinha que até pulei de susto quando dei de cara com ele logo que voltei da consulta. E, pra variar, ele insistia em saber o que estava acontecendo comigo. Nesses dias ele estava assim, querendo me interrogar sobre isso. Mas na hora eu estava totalmente insegura. Durante todo o tempo minha cabeça ia a mil, procurando uma forma de contar a ele sobre minha gravidez. Subi ao meu quarto pra descansar um pouco e pensar em como eu daria essa notícia.

Depois de descansar um pouco, fui à cozinha. Meus enjoos haviam melhorado, então tive apetite pra comer alguma coisa. Foi o momento certo para contar aos meus pais sobre minha gravidez. A reação foi esperada. Eles ficaram muito empolgados! Até mais do que eu...! Já fazia tempo que eles falavam do sonho de ter netos. Alívio temporário pra mim... Mas logo voltei a ficar apreensiva. Ainda faltava bolar uma maneira de dizer ao Vegeta que eu estava grávida. Já cheguei até mesmo a pensar em esconder isso dele, mas acho que poderia ser pior.

De toda forma eu teria que enfrentar qualquer consequência.

À noite, eu estava no quarto me olhando no espelho quando vi o reflexo dele. Não sei por quanto tempo ele estava lá, mas acho que o suficiente para ver o que eu estava fazendo.

“Você é muito estranha.”, ele comentou como sempre.

“E então?”, ele me perguntou usando o seu olhar penetrante. “Me diga... O que você anda escondendo?”

Fiquei muito insegura. Mordi o meu lábio pensando já no pior. Mas ergui a cabeça e o encarei:

“Como sabe se estou escondendo alguma coisa?”

“Eu apenas sei.”

“Tudo bem, você venceu, Vegeta... Eu tentava arranjar outro modo de te dizer isso, mas...”

“Mas o quê?”

“Mas já vi que não tem jeito... Bom...”, eu respirei fundo. “Eu... Eu estou esperando um filho seu. É isso. Eu estou grávida... Você vai ser pai.”

Ele ficou um pouco surpreso, mas a reação foi diferente da que eu esperava. Eu esperava que ele fosse brigar comigo, berrar, surtar, ou até mesmo me agredir, mas... Nada disso aconteceu.

“Então...”, ele disse. “Então é por isso que eu sentia que seu ki estava diferente depois daquele dia. Não era apenas um ki... São dois!”

Foi quando ele me explicou que sentia um ki saiyajin dentro de mim. E que já imaginava que seria dele.

Mas confesso que preferia que ele surtasse...


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Notas finais do capítulo

Gente, minha internet voltou mais rápido do que o esperado! Por isso, vou postar logo o próximo capítulo! Espero que tenham gostado deste capítulo!



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