O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 26
Uma conversa no banheiro e um desabafo de Yamcha




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― Cadê o Vegeta?!

Bulma não encontrou nem sinal do saiyajin. Ao seu lado estava apenas a montanha de sacolas que ele havia largado no chão. Olhou para todos os lados, mas não havia ficado nem a mínima pista de onde ele fora parar.

― E agora...? – perguntou inconformada. – O que faço com essa montanha de sacolas que ficou no meio do shopping?

Tudo o que restou à pobre cientista foi levar tudo para perto de uma das mesas da praça de alimentação ali perto, de duas em duas sacolas, e esperar pacientemente que ele reaparecesse.

 

*

 

Yamcha fugia da grande multidão feminina que corria logo atrás dele. Eram centenas e centenas de “tietes” correndo atrás dele, gritando coisas como “lindo”, “bonitão”, “gostoso”, entre outros adjetivos típicos de fãs malucas... No entanto, sentiu um ki. Mas não era um ki qualquer, o que significava que não era o único a estar fugindo daquela manada de mulheres malucas. Enquanto corria, sentia sua espinha gelar. Atreveu-se a olhar de onde vinha o ki – logo à sua esquerda – e ouviu uma voz esbravejar:

― O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

Foi quando teve a surpresa.

― V-V-VE... VEGETA...?!

Ele nada respondeu. Havia sido pego de surpresa e arrastado sem querer para toda aquela confusão. Poderia muito bem sair voando, mas não estava totalmente recuperado dos ferimentos e não tinha a mínima vontade de chamar a atenção de todo aquele mulherio.

― É melhor me seguir! – Yamcha disse retomando seu autocontrole. – Sei de um lugar onde elas não vão correr atrás de nós!

O príncipe achou melhor segui-lo até que chegaram ao local indicado pelo ex-ladrão: um banheiro masculino.

― Quer dizer que aqui aquele monte de loucas não entra?

― Claro que não, Vegeta. – Yamcha respondeu enquanto se encostava aliviado na porta. – Aqui é um banheiro masculino.

― Sei.

― Ô Vegeta, a propósito... O que você faz aqui num shopping? Pensei que você não gostasse dessas coisas de terráqueos.

― E não gosto. Acontece que eu perdi uma aposta.

― Ah, tá... Bom, eu precisava mesmo falar com você.

― Comigo?

― É.

― E por quê?

― Porque fazia tempo que eu queria te dizer algo.

― Desembucha.

― É sobre a Bulma.

― O que faz você pensar que eu tenho alguma coisa a ver com ela?

― Você gosta dela. – Yamcha foi direto ao ponto.

― Como tem tanta certeza?

― Você quase me matou quando eu machuquei a Bulma sem querer. E seu ki aumentou muito.

Vegeta não respondeu nada. Apenas se recordou de tudo o que havia acontecido naquele dia.

― Não vou ficar brigando com você por causa da Bulma. – o lobo do deserto prosseguiu. – Até porque não tenho chance. Naquele dia percebi exatamente o que estava acontecendo entre vocês dois.

O saiyajin continuava mudo. Ainda estava tentando processar o que havia acabado de ouvir.

― Não sinto mais nenhum ki, Vegeta. Vamos lá! Acho que a Bulma deve estar te esperando... E preciso falar com ela também.

Os dois guerreiros saíram do banheiro bem de fininho, procurando sentir algum ki que viesse a se aproximar deles.

― Sentiu algum ki, Vegeta? – Yamcha perguntou.

― Não, verme! – o saiyajin respondeu. – O ki desses terráqueos é difícil de se sentir!

― Tem razão.

Os dois percorriam os corredores do shopping, de fininho, como se fossem bandidos fugindo da polícia. O príncipe saiyajin achava tudo aquilo ridículo, mas não tinha a menor vontade de dar de cara mais uma vez com uma manada de mulheres ensandecidas que tinham – segundo ele – um péssimo gosto. Por fim, conseguiram chegar até a praça de alimentação e encontraram uma Bulma bastante surpresa com o que via. Por que Vegeta e Yamcha apareceriam juntos?

― Oi, Bulma... – o ex-ladrão cumprimentou, meio sem jeito. – Eu quero ter uma conversa rápida com você... Posso?

― Pode... Sobre o que você quer falar?

― Bom... Sobre aquele dia lá na sua casa...

Bulma já previa alguma confusão entre ele e Vegeta, mas... Vendo melhor, eles pareciam ter dado alguma trégua, pois não se encaravam com olhares assassinos ou coisas do gênero.

― Tá... Tudo bem, então... – ela disse ainda meio confusa.

― Conversem em particular. – Vegeta falou e deu as costas aos outros dois, indo pedir alguma coisa para comer.

Apesar de ter ouvido o que Vegeta havia dito, Yamcha ainda se sentia bastante desconfortável. Não via Bulma desde aquele incidente no laboratório e havia se acovardado por tempo demais.

― Pode relaxar, Yamcha. Pelo o que vi, parece que Vegeta resolveu te poupar.

O ex-ladrão deu uma risada forçada e nervosa. Respirou fundo e tomou coragem:

― Bulma, eu gostaria de te pedir desculpas por aquele dia... Eu realmente não queria te machucar, mas naquela hora eu estava com muita raiva e nem medi as consequências do que eu fiz...

Pausou e tomou fôlego. Mas antes que a cientista se manifestasse, ele prosseguiu:

― Eu não penso em pedir pra você voltar comigo, Bulma. Percebi claramente que não tenho chance alguma de te reconquistar. Eu tive muitas chances pra não te perder e não soube aproveitar. Demorou muito, mas agora sei que não sou o melhor homem pra você. Eu fracassaria em te proteger.

― Por que você tá falando isso pra mim, Yamcha?

― Bom... É porque não posso superar o meu rival, Bulma... E tá na cara que você tá caidinha pelo Vegeta.

― Como você tem tanta certeza?

― Só um cego não enxergaria isso, não é? Só tive um pouco mais de trabalho pra perceber que o Vegeta gosta de você tanto quanto você gosta dele.

― Hã?

― Tá, eu explico... Naquele dia, quando aquela estante caiu em cima de você e te fez desmaiar, o Vegeta ficou muito furioso depois que ele te viu sangrando. Confesso que nunca vi ele tão furioso em toda a minha vida! Se não tivesse se controlado, com certeza ele me faria em pedaços! Depois que fugi, voltei pra ver como você estava, mas não tive coragem de entrar na sua casa. Apenas olhei pela sacada do seu quarto e vi que ele estava lá perto de você. Acho que isso já é o bastante pra saber o quanto ele se preocupou com você naquele dia.

Bulma viu sinceridade no olhar de Yamcha. Sorriu.

― Yamcha, eu te perdoo... Apesar de tudo, você é uma boa pessoa.

― Obrigado, Bulma... Você me ajudou a tirar um peso enorme da minha consciência. – ele disse, começando a se afastar. – Mas, mesmo assim, podemos ser amigos?

― Claro!

― Bom, agora nada mais me prende aqui... Vou ao deserto treinar forte pra ajudar a enfrentar os androides.

― Não se iluda. Quando você aparecer lá, não vai sobrar nada deles. – era a voz confiante de Vegeta.

― Bom, não vou comentar, Vegeta. A nossa “trégua” acaba por aqui. Mas vê se cuida da Bulma.  – o ex-ladrão disse e foi embora.

 

*

 

Piccolo estava sobre um dos arranha-céus da Capital do Oeste, observando o que se passava logo abaixo do prédio. Na verdade, não estava vendo, mas ouvindo o que acontecia alguns metros abaixo.

― AAAAAIIIII!!! QUE FRIIIIIIIIIIIOOOO...!!

Piccolo tomou um susto ao sentir aquele ki aparecer do nada.

― GOKU, SEU MIOLO MOLE! PARA DE APARECER COM ESSE MALDITO TELETRANSPORTE!

― Ah, desculpa, Piccolo... É que eu queria saber como é que estão as coisas entre a Bulma e o Vegeta, e acabei esquecendo a minha blusa de frio...!

― O Yamcha vai ficar longe da Bulma. – Piccolo disse já recomposto do susto. – Ele já percebeu que há alguma coisa entre ela e o Vegeta. Agora ele vai treinar no deserto.

― Ah, é?

― É.

O namek e o saiyajin ficaram um longo tempo em silêncio, até que Piccolo perguntou:

― Goku... Quando é que o Trunks vai nascer? Ele tem que nascer pelo menos um ano antes dos androides chegarem.

― Tem razão, Piccolo. Mas não se preocupe, deve sair conforme o Trunks nos disse... Eu acho.

― Tomara.

Nisso, os dois olharam mais uma vez para o shopping antes de irem embora. Goku usou o teletransporte para voltarem à montanha Paoz. Mas havia ainda mais uma coisa que intrigava o namekuseijin, coisa essa que preferia perguntar no tempo oportuno.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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