“Eu deveria me lembrar... Lembrar-me de tudo, lembrar quem eu sou...

Eu deveria estar sorrindo, estar correndo e sendo a pessoa mais legal do mundo, mas isso eu nunca consegui.

Quem sou eu? Você pode me dizer?”

Sarah acordou em um quarto com paredes brancas, uma pequena Televisão em sua frente ao lado da porta de madeira e um grande guarda-roupa ao lado da cama. Uma janela redonda com uma cortina vermelha, que não combinava nada com o quarto.

Sarah estava com uma grande ânsia de vomito e quando viu que não tinha nenhum banheiro por perto vomitou ali mesmo, perto de seu guarda-roupa.

Ela se viu chorando, e perdida naquele lugar e pensou: “Onde estou? Estou com tanto medo...”, ela tentou ficar em pé, mas sentiu tontura logo em seguida.

Sarah então decidiu dormir, e colocar sua cabeça no lugar.

[...]

Assim que Sarah acordou, ela viu uma menina que espiava pela porta, segurando um pano de chão. Sarah se assustou, e se cobriu imediatamente com vergonha de estar vestindo um pijama.

A menina logo entrou, sem dizer nada. Sarah observava cada passo que a garota dava, ela então se dirigiu ao vomito que estava no chão, e o limpou ainda sem dizer nada. Sarah sentiu uma vontade enorme de quebrar o silêncio, mas não sabia como começar uma conversa.

A garota se dirigiu a porta depois que o chão estava limpo, ela se virou para a Sarah antes de ir, a garota olhou bem no fundo dos olhos de Sarah e por fim deu um grande sorriso.

Sarah ainda estava tonta e caiu no sono outra vez.

[...]

Quando finalmente Sarah acordou, viu algumas roupas em sua cama com um pequeno bilhete.

“Quando você finalmente acordar, saia de seu quarto já vestida com essa roupa e vire a esquerda. Irei contar tudo sobre o seu passado. E estou grata por vim mais uma paciente nova, com você já são 7. Seja Bem-Vinda!!

Assinado: Diretora. “

Sarah se arrumou correndo, saiu do quarto e virou à esquerda.

Sarah se deparou em uma sala, com várias pessoas sentadas em um sofá e algumas pessoas em pé. Sarah viu uma senhora do coque, e vestindo um vestido rosa, e com uma sapatilha fofa. Ela sorriu assim que viu Sarah, e deu-lhe um grande abraço, um abraço que nunca iria esquecer...

– Seja bem-vinda! – Disse a senhora com um grande sorriso no rosto. – Como esta suas lembranças?

– E... – Eu não sabia como responde-la.

– Entendo... – Ela disse – Em breve elas irão se encaixar. – A senhora deu-lhe um leve sorriso. – Veja todas essas pessoas, cada uma teve um passado difícil, é este hospital ajuda a esquecê-lo.

Eu olhei cada pessoa, algumas estavam segurando a tristeza no colo, algumas com a raiva, com a culpa, com a solidão. Naquele momento, eu senti falta de alguém, senti meu peito apertar, senti falta do passado.

– Querida, você deve estar perdida, vamos para a minha sala esclarecer tudo. – Disse a diretora colocando sua mão em minhas costas, me fazendo virar...

[...]

– Hey pessoal, o que acharam da novata? – Dizia uma garota de cabelos brancos, seu nome era Rosalya.

– Muda de mais. – Disse outra garota de cabelos brancos, chamada Chloe.

– Eu achei ela legal... – Disse uma garota de cabelos vermelhos. – Mas o ruim foi ter que limpar o vomito dela...

Todos disseram “eca” e com uma cara desagradável.

– Hey Alice, qual é a experiência? É tipo ‘wow’, ou é ‘nojento’? – Perguntou um garoto de cabelos pretos.

– Bem Leo... Não sei como dizer isto... – Disse Alice. – Eu apenas limpei sem falar nada.

– Eu e o Emerson vamos escutar a conversa da diretora com a novata, quem quer ir junto? – Disse Victor, e ao seu lado um garoto com pouco maior que ele chamado Emerson.

– Eu acho melhor vocês não irem... E se pegarem vocês? – Disse Viviane.

– Relaxa Vi, o Misso corre mais do que um coelho, qualquer coisa e só eu me pendurar nas costas dele é... – Emerson o interrompeu.

– Como se eu fosse forte o bastante para carregar um... – Ele ficou quieto por um momento – Esquece o que eu falei. Vamos logo...

[...]

– Sarah... Sarah Pearce. Esse é o seu nome. – Disse a diretora vendo algumas papeladas. – 17 anos, signo Aquário. – A Diretora ficou em silencio por alguns minutos. – Senhorita Sarah, por acaso você se lembra de ter uma irmã ou irmão?

– Bem eu... – Sarah congelou...

Memoria de Sarah: Juntas para sempre...

– Vamos Sarah! Vamos brincar! – Dizia uma garota de cabelos pretos correndo para o jardim, em forma de labirinto.

– Espere Bia! – Sarah corria o mais rápido possível para alcançar sua irmã.

– Sarah, vamos! Vamos! – Bia fazia gestos com a mão.

Alguns minutos ambas entraram no jardim em forma de labirinto. Sarah ficou com medo de se perder e segurou a mão de sua irmã.

– Bia, não me deixe sozinha, estou ficando com medo... – Bia sorriu.

– Não se preocupe Sarah, como irmã mais velha eu estarei sempre ao seu lado! Então, não desgrude de mim! Vamos! – Sarah segurou o mais forte que podia na mão de sua irmã, e começaram a procurar a saída do labirinto.

Quando menos esperavam a noite caiu, e elas ainda não conseguiram encontrar a saída do labirinto. Ambas com medo tentaram voltar, mas sem saída, elas estavam presas naquele local. A mais nova Sarah estava caindo no choro, enquanto sua irmã aflita procurava uma saída.

Beatriz pisou em falso e acabou caindo em um buraco no meio do labirinto, levando consigo sua irmã, Sarah.

Sarah acabou caindo em cima de sua irmã, e sua irmã ficou quieta.

– Bia... Você esta bem? – Sarah saiu de cima de sua irmã.

– Sarah você largou sua mão, por favor, pegue-a outra vez, estou com tanto medo...

– De... Desculpe. – Sarah pegou a mão de sua irmã, e Bia a abraçou fortemente dizendo:

– Vamos ficar juntas, juntas para sempre! Não se esqueça disso, por favor...

Fim da memoria de Sarah...

– Sim... Eu me lembro... Eu tinha uma irmã chama Beatriz, mas... Eu não me lembro o que aconteceu com ela...

– Ah, sim eu entendo... – Disse a Diretora – Nossa conversa acaba por aqui, irei mostrar seu quarto e dai por diante você vai se virar sozinha ok? Se precisar de ajuda é só me constatar, ou falar com o meu assistente. Seus remédios estarão no seu quarto e os tome na hora certa tudo bem?

Então a senhora se dirigiu para a porta me obrigando a ir também, assim que abrimos a porta encontramos dois garotos ouvindo nossa conversa, a Diretora apenas respirou fundo e deixou os dois garotos irem. Ambos saíram correndo, mas o mais alto era o mais rápido.

Nos saímos do hospital e entramos em uma casa maior do que as comuns.

Aquele local não era um hospital normal, era um daqueles que nunca tinha visto antes.

Passamos em um grande corredor para em fim chegar nos quartos.

– Este é seu quarto, senhorita. – Disse a senhora abrindo a porta. – Por favor, quando entrar, não tenha medo.

Eu apenas concordei com a cabeça.

Assim que pude entrar no quarto, eu vi um garoto, ele tinha cabelos claros, usava luvas e o mais engraçado era que ele não tinha olhos...