Fragmentos de Lembranças escrita por Yume Celestia


Capítulo 38
Hospício


Notas iniciais do capítulo

Oi, olá. Como vai vocês? Espero do fundo do meu pequeno coração que estejam bem. Primeiramente, desculpem por estar mais de dois meses (ou mais) sem postar capítulo novo. Juro que tentei cerca de três vezes postar esse capítulo, mas sempre alguma coisa atrapalhava. Segundamente, quero declarar que não abandonei, e nem pretendo abandonar essa fanfic. Venho elaborando ela desde 2013 e pretendo revelar todos os mistérios em breve. Chega de enrolação, não é mesmo? Curiosos? Então aí vai...



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03h14 AM. - Hospital Psiquiátrico Municipal

Nem quente, nem frio. Era o que costumo chamar de neutro, aquela noite estava neutra. Não haviam estrelas, ou lua, apenas o céu negro. Anabell inconsciente, foi jogada dentro de um carro, e levada até o Hospital Psiquiátrico de Ternure. Sebastian, como um robô manipulado, carregou o corpo mole da menina em seu colo e levou-a até a recepcionista daquele imenso lugar que lembrava uma prisão. Deitou-a em um dos bancos gélidos, e teve uma breve conversa com a moça de cabelos negros e pele caucasiana.

– Qual o motivo? - Ela perguntou puxando uma das diversas fichas em branco e posicionando uma caneta de tinta azul para preencher o papel.

– Diz conversar com um homem misterioso do qual apenas ela vê. Está completamente insana. - Sebastian explicou.

– Você é o responsável por ela? - Ela perguntou novamente, anotando as observações do mordomo.

– Exatamente. - Ele afirmou.

– O senhor pode assinar aqui. - Ela indicou com a caneta. - E a paciente Anabell Moore recebera um tratamento psiquiátrico adequado para seu estado de sanidade. - A moça disse. Sebastian assinou sem delongas. Sorriu estranho enquanto encarava o corpo adormecido de Anabell no banco. A moça chamou por enfermeiros, que carregaram, junto da companhia de Sebastian, o corpo de Anabell até um quarto.

A ruiva, agora despertada, porém ainda sem entender o que havia acontecido, perguntava-se aonde estava, e principalmente, como foi parar ali. Deitada na cama de lençóis brancos, viu pelas brechas da porta, seu fiel mordomo abondando-a em um quarto de um hospício.

– Sebastian! - Ela gritou com a voz falhada. Mas era tarde de mais, a porta se fechou. - Droga. - Ela terminou de gritar, desta vez com mais força em sua voz. Jogou o travesseiro que se encontrava ao seu lado contra a parede, crente de que aquilo aliviaria sua raiva naquele momento, mas foi um completo vão. Anabell estava tão furiosa, que ninguém à reconheceria naquele momento.

– Ele está realmente pedindo guerra. - Sussurrou para si.

–-XX--

Eric acordou no meio da noite com gritos de sua prima. Gritos altos que passavam a dor e o desespero. Luíza acordou no mesmo momento. Os dois correram rapidamente até o quarto de Caroline, e lá estava ela: em pé na beira de sua cama, e o chão molhado de sua bolsa que havia acabado de estourar.

– Está na hora. - Ela disse. - O bebê vai nascer. - Ela gritou em meio aos gemidos.

– De pressa, Eric. Vá atrás de um táxi enquanto eu pego as coisas. Rápido. - Luíza gritava também desesperada, afinal de contas, seu primeiro neto estava por vir à vida.

Eric correu até o telefone, e discou o número todo atrapalhado. Estava nervoso, tremulo, mal conseguia manter o telefone parado em suas mãos. Finalmente conseguirá discar os números e chamar por um táxi com a maior das urgências.

Em menos de dez minutos, o táxi chegou ao endereço. Luíza com todo o cuidado do mundo, desceu Caroline, que aos gritos, avisava a vizinhança que seu bebê estava pra nascer. Eric ainda não sabia o que fazer naquela situação, mas tentava ser o mais útil possível. Ajudou sua tia a carregar Caroline até o táxi, junto da mochila que contia todas as coisas que Luíza julgou ser necessário para o nascimento da criança. Os três entraram no táxi, e aflito, Eric pediu para que o senhor de cabelos grisalhos pisasse fundo até o hospital mais próximo. Ao mesmo tempo que ouvia os gritos de medo de Caroline, Eric tentava comunicar sua namorada da novidade, mas o número discado só dava ocupado. Eric ficou ainda mais preocupado, Anabell sempre atendia suas ligações, não importava o horário delas.

Ao chegarem ao hospital, Caroline em uma cadeira de rodas, foi levada até um dos quartos, com a companhia de Luíza e duas enfermeiras. Eric permaneceu na sala de espera, preocupado com Anabell que não atendia suas ligações. Andava de um lado para o outro com o celular pendurado em seu ouvido.

– Vai dar tudo certo, rapaz. É seu primeiro filho? - Uma moça de cabelos negros perguntou, notando a preocupação do menino.

– Filho? - Ele perguntou confuso.

– Sim. A moça que foi para a sala de parto não era sua namorada? - Ela perguntou novamente.

– Não. - Ele riu. - Era minha prima.

– Oh, desculpe. - Ela riu também. - Mesmo assim, da pra sentir sua aflição de longe. Acalme-se um pouco, tome um copo d’água.

– Estou muito preocupado. - Ele suspirou. - Obrigado pela dica. - Ele sorriu.

– Vai dar tudo certo. - Ela disse, retribuindo o sorriso.

–-XX--

Sebastian carregava uma cesta farta de bolos, tortas, e todos os petiscos que um dia ele aprenderá a fazer. Junto da cesta, uma enorme carta pedindo desculpas por ter internado sua eterna ama em um hospital psiquiátrico, do qual ela permaneceria pelos próximos três meses, segundo o contrato que ele mesmo assinou. Entrou na recepção, educado, dava bom dia a todos. Pediu educadamente para que pudesse ver a paciente Anabell, e a moça pediu para que ele aguardasse mais quinze minutos, pois o horário de visita ainda não havia chegado.

Sebastian aguardava impaciente os quinze minutos que para ele, pareciam ser quinze horas. Batia o pé no chão aceleradamente, como sinal de sua pressa para ver a menina de cabelos ruivos e face angelical. Finalmente a moça anunciou que o horário de visitas estava aberto, e o mais rápido que puderá, perguntou o caminho para o quarto 82, onde a menina estava por um determinado tempo.

Sebastian acelerou os passos, e dirigiu-se ao quarto, contente por finalmente poder ver Anabell. Ao abrir a porta, encontrou-a completamente descabelada, e com olheiras de quem não dormia à dois dias. Anabell, ao ver Sebastian, correu para abraça-lo, e o abraçou o mais apertado que um dia puderá abraçar.

– Vou acabar enlouquecendo de verdade nesse lugar. - Ela disse enquanto o abraçava.

– Me desculpa, me perdoe. Eu estava sendo manipulado, ele estava me obrigando a..

– Eu sei, eu sei, não precisa se desculpar. - Ela disse, não dando oportunidade de seu mordomo terminar a frase. - Ele quer me deixar louca. Eu, Eric, todos a minha volta.

– Por favor, não deixe que ele consiga isso. - Sebastian falou.

– Estou tentando. Tentando muito. - Ela respondeu, um tanto decepcionada. - Por favor, não diga ao Eric que estou aqui. - Ela implorou.

– Ela vai notar sua ausência. O que digo à ele?

– Que fui viajar à Londres para resolver assuntos familiares. Que fui passar um tempo com Alice em Paris, mas por favor, não diga que estou em um hospital psiquiátrico.

– Não irei dizer. - Ele abraçou-a novamente. - E mais uma vez, me perdoe por deixa-la presa aqui.

– Vou arrumar um jeito de sair daqui antes desses malditos três meses. - Ele disse furiosa.

– É impossível quebrar o contrato, e fugir também me parece ser bem difícil. Vou fazer o que puder para tentar tirá-la daqui o quanto antes. Prometo visita-la sempre, todos os dias. Me avise sempre que precisar de algo, e principalmente, se estão te tratando bem aqui. - Sebastian disse preocupado.

– Pode deixar, Sebastian. - Ela disse abraçando-o pela ultima vez naquele dia.

–-XX--

Os dias naquela imensa casa sem sua ama pareciam ser infinitos, as horas pareciam não passar, Sebastian sentia falta de Anabell como um asmático sentia falta de ar. Todos os cômodos de todos os andares estavam limpos, sem rastros nenhum de poeira, as flores estavam regadas, tudo estava em ordem. Não havia à quem ele pudesse cozinhar, senão ele mesmo. Mas qual seria a graça?

Sebastian regava mais uma vez as flores de Anabell, quando ouviu a campainha tocar. Correu imediatamente para atender, em mente que era Anabell, já que esperava a fuga da mesma. Surpreendeu-se ao ver Eric.

– Boa tarde. - Desejou um tanto decepcionado.

– Boa tarde. Pode chamar Anabell pra mim? Preciso muito falar com ela. - Eric disse.

– Anabell não está. - Sebastian respondeu imediatamente.

– E aonde está? - Eric perguntou confuso.

– Em Londres. - Sebastian respondeu confiante, realizando a ordem de Anabell. - Recebeu uma ligação importante e teve que viajar com urgência.

– Isso é sério? Você não é do tipo que brinca..

– Sim, é sério.

– E porque ela não me avisou nada? Porque não atende os telefonemas?

– Saiu as pressas e esqueceu o celular aqui. Foi tudo tão repentino, peço por ela desculpas.

– E tem algum modo de manter contato com ela enquanto ela não volta? Ela vai voltar, certo? - Eric perguntou de olhos arregalados. - Certo? - Usou ênfase.

– Certo. Só não tem data prevista. Prometo avisa-lo quando ela estiver pra voltar.

Eric deu meia volta, e ainda confuso, retornou a seu caminho de volta para casa. Estava animado para contar as novidades à namorada, mas se deparou com um imprevisto. Sabia que Sebastian não haveria motivos pra mentir, mesmo assim, aquela história ainda era suspeita para ele.

–-XX--

Feito um rabo de cavalo com algumas mechas soltas, meio bagunçado, olheiras mais que visíveis, sua boca ressecada, seus dedos machucados devido o uso da violência contras as paredes do quarto, era assim que Anabell se encontrava naquele hospital. Sua aparência estava péssima, os dias naquele lugar estava deixando-a realmente fora de si. Ela esforçava-se para manter-se calma, e focava apenas em um jeito de sair de lá o mais rápido possível.

Caminhava pelos corredores usando roupas brancas, pensativa, sem se importar se iria ou não esbarrar em algo ou alguém. E foi justamente o que aconteceu. Anabell esbarrou em um menino alto, não era magro, nem gordo, tinha um físico perfeito. Pele caucasiana, seu cabelo era castanho claro e seus olhos verdes. Os dois encararam-se por um tempo, até que Anabell resolveu dizer algo.

– Quem é você? - Perguntou por impulso.

– Eu vim te tirar daqui. - Ele respondeu com um sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só :( E sim, tem novo personagem vindo. Será ele do bem? Será ele do mau? Descubram em breve. Espero que tenham gostado, e desculpem qualquer erro ortográfico meu.
Até a próxima!
xoxo, YC.



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