Fragmentos de Lembranças escrita por Yume Celestia


Capítulo 24
Bilhetes Anônimos


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vai você leitor(a)? Espero que bem. Aqui estou eu depois de um mês (e com motivos, claro). Avisei nas notas de um capítulo que iria viajar e que iria ficar sem postar até que voltasse, certo? Enfim, viajei e infelizmente estou de volta :( Mas a boa notícia é que a fic também esta de volta o/ Boa leitura à todos (:



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Eric, você está aí. Quem era na campainha? - Ela perguntou assim que notou minha presença.

– Uma criança travessa. - Respondi.

– Crianças nessa vizinhança? - Ela questionou.

– É, talvez esteja de visita à algum parente. - Tentei explicar. - Quem é esse Richard? - Perguntei de uma vez.

– Richard? Que Richard? - Ela dizia nervosa.

– Aquele com quem você gritava ao telefone.

– Ah, sim. É aquele que comentei antes, a companhia desagradável. Richard quer me visitar, mas não acho que seja uma boa ideia. - Ela respondeu mais calma.

– E porque não aceita logo essa visita? Talvez assim ele pare de te encher.

– Porque sei que não vai terminar bem. - Ela respondeu. - Eric, não quero falar sobre isso. Por favor, vamos apenas esquecer Richard, e voltar a fazer o que estávamos fazendo. - Falou enquanto tirava o avental de jardinagem. Se aproximava mais e mais, até que ficou poucos centímetros próxima de meu corpo. - Ou podemos fazer algo melhor. - Ela completou. Logo em seguida me beijou, distraindo completamente qualquer pensamento meu.

–-x--

Não fazia o menor sentindo aquele bilhete, mas apesar de parecer uma ideia absurda, o que levaria uma pessoa a mandar algo como aquilo? Eu queria deixar de pensar naquelas palavras e viver o momento, aproveitar que as coisas estavam voltando a se encaixar, e o mundo girar a meu favor, mas era impossível. Não era só aquilo que me intrigava, aquele homem misterioso do quarto do hospital não me saia da cabeça, e agora esse tal de Richard surge.

Anabell sempre dava um jeito de me fazer esquecer o momento presente e me focar apenas nela. Como se quando ela estivesse por perto, um feitiço se lançasse e a única coisa que eu pensasse fosse nela, e somente nela. Mas quando ela estava longe, e eu começava a pensar nas coisas ao meu redor, o mundo deixava de fazer sentido, as peças não se encaixavam mais, e eu tinha mil pensamentos fora de ordem. Ela era minha droga. Não há como uma garota tão frágil e sensível como Anabell oferecer algum tipo de perigo.

Minha decisão mais concreta foi fingir que nada tinha acontecido, e assim como ela pediu, esquecer o tal do Richard. No dia seguinte, porém, me veio a mais possível identidade do bilhete. Apesar de estar compromissada, Victória ainda deixava evidente sua rivalidade com Anabell. Ela, só poderia ser ela.

Esperei que Anabell se afastasse um momento para finalmente poder ter uma conversa séria com Victória. A puxei pelo braço até um canto reservado, ela se deixava levar sem nem ao menos questionar.

– Finalmente abriu os olhos e resolveu deixar a ruivinha idiota e sem sal? - Ela perguntou.

– Não, eu nunca à deixaria. - Respondi seco.

– Então o que quer me puxando de canto? - Ela revirou os olhos e perguntou.

– Só quero saber o porque do bilhete anônimo. Sério mesmo, Victória, não tem nada melhor para fazer?

– Bilhete anônimo? Do que está falando, Eric? - Ela perguntou confusa.

– Não se faça de tonta. - Falei lhe entregando o bilhete amaçado. Ela o pegou e o leu com calma.

– Perigosa? A Anabell? Nem mesmo em outra vida. - Ela debochou gargalhando. - Não fui eu quem escreveu esse bilhete, e está na cara que quem o fez não estava em boas condições mentais, porque dizer que Anabell é perigosa só pode indicar que a pessoa é retardada.

– Se não foi você quem foi?

– Já disse, um doente mental. - Ela respondeu. - Era só isso que queria? Tem certeza de que não quer mais nada além disso? - Ela perguntou aproximando seu rosto do meu.

– Posso saber o que está acontecendo aqui? - Uma voz conhecida perguntou. Victória virou seu corpo em direção da voz da qual eu já sabia à quem pertencia.

– Perigosa? Jamais. Agora estraga prazeres, com toda a certeza. - Victória disse se afastando. - Tchau, Eric. A gente se tromba por aí. - Falou fazendo bico, e logo em seguida mandando beijo no ar.

– Eu posso explicar, eu só..

– Não precisa. - Ela disse me interrompendo. Olhava atentamente com seus olhos cerrados para as grades que impediam a saída dos alunos. Ainda focada nas grades, sem que percebesse ia se aproximando cada vez mais. Olhei para a mesma direção que ela, e acabei vendo o que ela também via. Era um homem de óculos e roupas escuras.

– Não acredito. - Ela murmurou.

– Quem é aquele, Anabell? É o Richard? - Perguntei desconfiado.

– O que? Eric, por favor, fique longe daquele homem. - Ela disse séria. - Por favor, prometa que vai ficar longe dele. - Falou me encarando.

– Tá, tá legal. Eu prometo.

– Assim está melhor. - Ela sorriu calma. - Vamos, temos que voltar para a aula. - Ela completou.

– Certo. Vai indo na frente, vou pegar as coisas que deixei na arquibancada.

Ela foi na frente, como pedi. Dava passos lentos até a arquibancada, quando um papel amaçado quase me atingiu. Olhei para todos os lados antes de pega-lo, não havia quase ninguém por perto. O desamassei com cuidado, até que finalmente pude lê-lo.

– "Não adianta fingir que não leu. O que falei no bilhete não passava de verdades. Tome cuidado com quem anda ao teu lado, Eric" – Dizia o bilhete.

– É ele. - Falei em voz alta. - O tal do Richard é quem está mandando os bilhetes.

–-x--

Até o momento em que eu não sabia quem enviou o bilhete, a preocupação nem chegava a me atingir. Depois que passei a desconfiar do homem que talvez fosse Richard, as coisas mudaram. Anabell me fez prometer ficar longe dele, mas eu precisava saber o porque dos bilhetes, era um risco que eu teria que correr.

Infelizmente eu não sabia de nada sobre ele, e perguntar para Anabell só iria piorar ainda mais as coisas. Eu precisava encontra-lo para esclarecer a história dos bilhetes, mas não tinha certeza sobre seu nome, onde ele morava, ou se a pessoa perigosa na verdade era ele. A única certeza de que eu tinha, era de que tinha algo muito errado nessa história.

Esperei por outros bilhetes no dia seguinte. Tentei ficar atento as pessoas que andavam por perto na esperança de encontrar o homem que vi anteriormente, mas foi um completo vão. Eu não o enxerguei com clareza, e ele cobria seus olhos com óculos escuros, não seria diferente se eu o encontrasse novamente.

Ao anoitecer, Sebastian buzinou frente minha casa para que assim Anabell pudesse descer e voltar à sua casa. Ela despediu-se calorosamente, assim me deixando com saudades de seus beijos. Eu à levei até a porta, e com um último beijo nos despedimos. Esperei o carro partir com ela, e antes que virasse a esquina, acenei sorrindo. Virei-me de costas para entrar novamente, e a chave escapou de minhas mãos caindo no chão. Me agachei no chão para pega-lo, e perante as brechas das aberturas que minhas pernas formavam, vi o homem a alguns centímetros. Ele jogou um papel semelhante aos outros em minha direção, e entrou em um carro logo em seguida.

Aquele carro estava estacionado frente minha casa à horas, e isso era o mais estranho. Ele estava lá o tempo todo. Me aproximei com medo do papel, e devagar o abri. Desta vez, ele ofereceu o que eu queria.

– "Se quiser saber mais sobre ela, me encontre em uma praça perto do colégio onde estuda. Por favor, venha sozinho e não deixe que Anabell saiba desse encontro" - Eram as palavras escritas novamente em tinta preta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e até a próxima.
xoxo, YC



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