Fragmentos de Lembranças escrita por Yume Celestia


Capítulo 12
Memória Falhada


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, e desculpe qualquer erro. (:



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A família Portinatt ficou um tanto distante depois do início de meu relacionamento com Anabell, e o relacionamento de Caroline com Josh. O que deixou Tia Luíza sozinha. Caroline quase não parava em casa, e eu também, quer dizer, na maioria das vezes eu trago Anabell para casa, mas ficamos no meu quarto e apenas isso, enquanto Caroline fazia sabe-se lá o que na casa de Josh.

Em um início de tarde de um domingo qualquer quente e calmo, Anabell saiu com Alice e Alexander, e Josh viajou com o time de basebol do colégio para um campeonato, o que deixou eu e Caroline sem ter o que fazer ou para onde ir naquele tedioso domingo. Tia Luíza preparava o almoço e Caroline mandava seguidas mensagens para Josh que no momento estava a ignorando.

– ... Aquele desgraçado não me responde, ele vai ver só. - Bufava furiosa com seus olhos fixos na tela do celular.

– Calma! Ele deve ter deixado o celular de lado por um tempo para treinar para os jogos. Você se estressa à toa. - Falei tentando acalma-la. Foi em vão. Caroline estressou-se mais ainda com meu comentário.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Colocou um sorriso torto em seu rosto, olhava meio irônica, e finalmente disse:

– Falar é fácil, né Eric? Aposto que se você estivesse no meu lugar, e Anabell tivesse parado de te responder assim do nada, você também ficaria do mesmo jeito. Temos o mesmo sangue. - Fez careta.

– Já chega vocês dois. Caroline larga esse celular e ponha a mesa, e Eric me ajude com essa panelas. - Tia Luíza disse. Até então não tinha dito uma só palavra, talvez estivesse brava com algo.

Meros minutos depois, a mesa estava pronta e o almoço servido. O silêncio, como sempre marcava sua presença. Dava para ouvir o barulho dos talheres se chocando com os pratos, a respiração de todos presentes naquela cozinha e o barulho do celular de Caroline que vibrava sem parar. Josh respondeu. Ela estava impaciente, louca para terminar o almoço e responder instantaneamente as mensagens. Aquele era o momento perfeito para eu ter a autorização de Tia Luíza para a viajem.

– Tia Luíza, eu preciso falar algo sério com você.. na verdade, eu preciso pedir algo para você. - Falei fazendo careta. Ela respirou fundo, largou seu garfo e:

– O que é dessa vez, Eric? - Perguntou desconfiada.

– Vou ser direto. Eu quero que você me de a sua abençoada autorização para eu viajar para Paris com Anabell.

– O que? Pra que? - Ela gritou.

– A tia dela vai se casar e quer que eu seja padrinho, e é claro, Anabell a madrinha, mas o casamento vai ser em Paris e pra isso acontecer eu preciso viajar.

– Você está louco? Não vou deixar. Viajar para outro pais, não mesmo!

– Mas porque? Vai ser apenas uma semana.

– Pra começar, é em outro pais, eu sou responsável por você, e se algo acontecer com você, Heloísa nunca me perdoaria, e por último não posso bancar sua passagens e despesas.

– Não se esqueça que já viajei para Paris antes, lembra? E nada vai me acontecer porque estou em uma maré de sorte, e eu mesmo pago as passagens sem problema. A única coisa que precisa fazer é me autorizar porque infelizmente ainda sou menor de idade e blah blah blah.. - Falei revirando os olhos.

– Pagar com que dinheiro? Não me diga que você pretende usar o dinheiro que seus pais deixaram pra você.

– Claro que não. Eu venho juntado um dinheiro a um tempo, tenho certeza de que tem o suficiente. Vamos tia Luíza, por favor.

– E quanto ao colégio?

– Prometo recuperar tudo que eu perder durante a semana que eu estiver fora, Anabell é um gênio, ela pode me ajudar em algumas coisas. E então, tenho sua autorização? - Perguntei bordando um sorriso de orelha à orelha em meu rosto.

– Tudo bem, você venceu. Se passar de uma semana, mando policiais, FBI e a CIA atrás de você, entendeu bem mocinho? E quero que me ligue todos os dias, sem exceção. - Falou com aquele seu ar de mãe preocupada, mas com um sorriso feliz no rosto.

–-x--

Odeio ter que mentir tão descaradamente, principalmente para tia Luíza que é como uma mãe para mim e faz de tudo para me ver bem, mas foi necessário. Infelizmente todo o dinheiro que eu tinha era o que meus pais deixaram para mim, e teria que usa-lo para comprar as passagens e bancar minhas despesas. O dinheiro estava guardado em um banco no meu nome, Tia Luíza também tinha acesso como responsável, mas não ficava conferindo o tempo todo para ver se não tirei dinheiro, ela confiava em mim.

No dia seguinte, avisei Anabell e Alice que eu iria fazer parte do casamento, e logo em seguida fui ao banco para retirar o dinheiro e comprar as passagens. O banco era bastante reservado, e ficava distante o suficiente de casa para que ninguém me visse entrando ou saindo de lá. Me certifiquei de que tinha tudo o que precisava para confirmar que sou realmente dono da conta, respirei fundo e entrei. A maioria das pessoas que estava lá eram de idade, havia alguns seguranças enormes e funcionários dispostos.

Me aproximei de uma moça uniformizada, certamente ela trabalhava ali.

– Posso ajuda-lo, senhor? - Ela perguntou. Tinha uma voz suave e juvenil apesar da aparência de esgotada.

– Sim. Eu gostaria de retirar dinheiro de uma conta.

– Preciso de sua identidade e registro do seu cadastro no banco, senhor. - Ela disse. Entreguei-lhe minha identidade e o cartão que certificava de que eu realmente tinha uma conta naquele banco.

– De quanto o senhor precisa?

– R$4500 dólares. - Respondi instantaneamente. Antes de colocar meus pés naquele banco, fiz as contas do quanto eu precisaria. As passagens de ida e volta não passariam de dois ou três mil, e e o resto eu usaria para diversão.

Alguns minutos depois a moça voltou com o dinheiro em um saco de cor marrom. Rapidamente coloquei-o na mochila que carregava e fiz minha última pergunta.

– Você poderia me informar quantos dólares eu ainda tenho na conta?

– Claro, senhor. Só um instante. - Ela falou levantando de sua cadeira, e aproximando-se de uma sala.

Eu estava impaciente, nervoso e a culpa me dominava. Tia Luíza nunca mais iria confiar em mim de novo se descobrisse que usei aquele dinheiro.

– Ainda há dezenove mil e quinhentos dólares em seu conta, senhor. - Ela disse fazendo com que eu me concentrasse novamente no momento presente.

– O que? Tinha quase trinta mil dólares nessa conta. Eu só retirei quatro mil e quinhentos. Tem certeza de que tem apenas isso?

– Absoluta senhor. Cerca de seis mil dólares foi retirado de sua conta alguns meses atrás. - Ela revelou.

– E você poderia me informar no nome de quem esse dinheiro foi retirado? - Perguntei nervoso, quase gritando. A moça fitou meu rosto e assim ficou por um tempo, até que resolveu responder.

– Foi você mesmo quem retirou o dinheiro, senhor. Me lembro bem, foi eu quem te atendeu naquele dia. Se quiser ter certeza, eu tenho o registro. - Ela falava ainda fitando meu rosto.

– Eu? Tem certeza? Nunca retirei dinheiro antes em meu nome, essa é a primeira vez. Talvez alguém tenha tirado usando meu nome.

– Quando o dinheiro é retirado por terceiros, é obrigatório que o nome seja registrado. O único nome que consta aqui é o seu, senhor Eric. Veja. - Ela disse me mostrando o papel. Realmente tinha meu nome registrado.

– Tenho certeza de que era você. Estava um pouco diferente de agora, mas era você.

– E você se lembra se eu comentei algo sobre no que eu usaria aquele dinheiro? - Perguntei confuso e assustado.

– Não. O senhor apenas retirou o dinheiro e foi embora, não comentou nada, pelo menos não comigo.

– Estranho. - Falei virando-me de costas. - Obrigada pelas informações, você foi muito útil.. - Virei de volta para ela e tentei achar seu nome no crachá. - Ursula. - Falei quando finalmente achei. - Obrigada, Ursula.

Era pra ser uma única pergunta, e no final acabou sendo um turbilhão. Deixei o banco com quatro mil e quinhentos dólares e com o pensamento mais do que confuso. Não me lembro de ter tirado dinheiro, eu tinha absoluta certeza de que nunca retirei dinheiro daquele banco antes. Porque aquela funcionária inventaria que eu já estive lá antes? E o mais intrigante, o meu nome estava registrado. Eu não me lembro, não consigo lembrar.

Comecei a me preocupar, talvez eu tenha tido outro ataque, retirei o dinheiro e esqueci que fiz isso e o que fiz com o dinheiro. Era comum que isso acontecesse, mas nunca chegou a esse ponto. O pior era que eu não poderia falar sobre o assunto com Tia Luíza, pois fiz isso escondido dela, e para piorar a situação, menti. Mas era melhor assim, se ela soubesse que isso aconteceu, ela seria capaz de cancelar a viajem e me obrigar a voltar a frequentar o psicologo. E isso é tudo o que eu não quero.


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Notas finais do capítulo

Não sei se é assim que funciona os bancos, mas sei lá né KKKK Desculpem qualquer erro. Enfim, aí está o segundo mistério de muitos outros, quem será que retirou o dinheiro da conta? Será que foi Eric? Será que foi Luíza? Será que foi alguém se passando por ele? Será que ele se esqueceu? Descubra isso continuando a ler *o*
xoxo, YC



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