01 de julho de 2014

Assim que cheguei ao hotel fui até a recepção, fiz o chek-in e subi para o quarto o mais rápido possível para tirar aquela roupa e tomar um banho. O quarto tinha três paredes brancas e uma única azul, a cama era grande e bem confortável, testei antes do banho, e havia também um closet pequeno, mas compacto.

Depois de um bom banho, coloquei um short jeans e uma blusinha de cetim bem leve, peguei minha bolsa e parti para a rua. Apesar de ter passado a noite e a madrugada inteira viajando e só ter conseguido dormir por uma hora, eu não me sentia cansada, acho que é a adrenalina. Assim que pisei do lado de fora do hotel e senti o ar nova-iorquino, um sorriso se formou no meu rosto. Era real, eu estava ali, eu estava em New York.

Sai andando sem um rumo definido e quando vi estava já andando pelos arredores do Central Park. Deus, como é mágico andar pelo parque que você só via em filmes, parque que por sinal estava lotado por causa do verão, todo mundo lutando pelas brisas raras que sopravam e por um espaço nas fontes do parque. Havia crianças correndo, pessoas sentadas e muitas das vezes deitadas na grama.

Depois de mais de uma hora andando pelo parque eu estava perdida, onde ficava a saída? Andei mais um pouco e avistei alguns caminhões de comidas, comprei um donut, meu primeiro donut, e aproveitei para perguntar como eu fazia para chegar na Times Square.

***

Após andar pelo caminho ensinado pela moça do donut que, aliás, era muito gostoso, consegui sair do Central Park e depois de um tempo dar de cara com a Times. Minha vontade era sair pulando e cantando como em filmes de Hollywood, mas me contive e apenas sorri, sorri até minhas bochechas doerem.

Após tirar várias fotos, resolvi começar as compras e parei logo na Forever 21. Que sonho, as roupas estavam lindas e com preços maravilhosos, a loja faz jus a fama, parei na H&M e também em uma loja de eletrônicos, mas acabei não comprando o notebook que eu desejava porque lembrei que precisava passar na escola onde eu faria o curso de inglês e já estava um pouco atrasada.

Como a escola ficava perto da Times, joguei o endereço no gps do celular e fui andando. Já estava começando a ficar cansada quando finalmente vi o prédio do curso. Subi até o quarto andar e fui até a recepção.

– Boa tarde, eu gostaria de falar com a coordenadora Kaya Avery. – a moça da recepção pediu para eu esperar alguns minutos, pois ela estava em uma reunião.

Depois de alguns minutos a coordenadora saiu da tal reunião e veio direto me atender.

–Olá Aurora, como foi sua viajem? – Ela era jovem e muito bonita, tinha olhos azuis e cabelo preto e era muito sorridente, fui logo com a cara dela.

–Foi ótima, ainda nem acredito que estou aqui. – ela sorriu e pediu para que eu a seguisse. Na sala dela ela falou tudo sobre o curso, algumas coisas que eu já sabia e outras regras do local que eu deveria respeitar.

–Bem Aurora, por enquanto é isso, suas aulas começam amanhã e espero que você aproveite muito o curso, a viajem as compras. – ela falou apontando para minhas sacolas.

–Muito obrigada, e pode deixar que irei aproveitar as compras sim. – nós rimos e nos despedimos.

Após sair do prédio, parei na Starbucks e matei o que estava me matando, a fome. Depois de comer fui até uma loja de eletrônicos e finalmente comprei o meu notebook e mais alguns equipamentos fotográficos.

***

Depois de ter voltado para o hotel e descansado resolvi que iria jantar em algum restaurante nas proximidades do hotel. Tomei um banho, coloquei um dos vestidos que eu havia comprado na Forever 21 e antes de sair pedi na recepção dicas de restaurantes próximos.

Acabei indo ao Tavern on the Green, já havia ouvido falar e como os recepcionistas também haviam indicado, resolvi investir um pouco mais no meu primeiro jantar em NY.

Apesar do restaurante não ser tão longe, acabei pegando um taxi e aproveitei para tirar algumas fotos durante o caminho. Não demorou muito para chegarmos ao restaurante que estava l-o-t-a-d-o, mas resolvi esperar... E 40 minutos depois eu finalmente tinha uma mesa e poderia jantar.

Pedi um Prato de salada “Red Endive with Caramelized Anchovy, Roasted Garlic, Buttermilk and Parmesan” e enquanto a comida não chegava pedi uma água foi quando de repente um cara, muito bonito por sinal, sentou-se à mesa.

–Boa noite.

–Boa noite... Desculpa, mas eu te conheço? – socorro, tem um desconhecido sentado na minha mesa.

–Não, mas não tem problema, eu me apresento, Cristopher Homell.

–Muito prazer, mas saber seu nome não é bem lhe conhecer, então será que você poderia se retirar. – o encarei por mais alguns segundos esperando o momento que ele iria dizer desculpa e se retirar, mas ele só ficava com um sorriso torto que eu tenho que admitir, era sexy.

–Bem, o restaurante está lotado e eu estou com fome, então eu vi você, tão bonita e sozinha, porque não fazer companhia? Disse ao recepcionista que eu estava com a garota de vestido florido e cabelo ondulado.

–Muito interessante essa sua história, mas bem, você mentiu, então, por favor, saia da minha mesa e vá para a fila esperar assim como todos. – ele continuou me encarando sem tirar aquele sorriso lindo/sexy que já estava me irritando do rosto.

–Você tem certeza que não vai querer a presença de um cara lindo como eu? Não é todo dia que isso acontece na vida.

–Você tem razão, não é todo dia que eu tenho que aguentar um cara mal educado e muito convencido. – o garçom chegou com a minha salada e perguntou se o meu acompanhante desejaria fazer o seu pedido e antes mesmo que eu dissesse que ele não era meu acompanhante e estava de partida ela já estava pedindo.

–Uma taça do seu melhor vinho e o mesmo que a senhorita. – ele piscou para mim e endireitou-se na cadeira.

–Então, eu já disse meu nome, como é o seu? – comecei a comer a minha salada sem dar atenção ao que ele dizia, eu iria terminar a comida deixar o dinheiro em cima da mesa e ir embora.

–Que feio não responder, só quero ser gentil.

–Nossa muito gentil se meter no jantar das pessoas. – falei sarcasticamente e voltei a ocupar a minha boca com a salada que apesar de gostosa teria que ser ingerida rapidamente.

Alguns minutos depois minha salada acabou e a dele chegou, coloquei o dinheiro certo em cima da mesa e me levantei.

–Onde você vai? – ele perguntou também se levantando e segurando minha mão.

–Primeiro: não te interessa e segundo: não te interessa.

–Nossa você é mal educada viu?! – eu ia dar naquele cara. Ele senta na minha mesa sem ser convidado e ainda diz que eu sou mal educada?

–Como? Você que sentou na minha mesa sem ser convidado e ainda foi super convencido e eu sou a mal educada?

–Desculpe então, mas você poderia só me dizer seu nome, gosto de saber o nome das mulheres bonitas? – não queria dizer, eu não ia dizer, mas simplesmente saiu, como se uma parte rebelde de mim quisesse que ele soubesse meu nome.

–Aurora, meu nome é Aurora. – puxei minha mão da dele e fui embora e dessa vez sem impedimentos.