31 days in New York escrita por Beatriz


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Dia 15 de julho, tem encontrinho de Cris e Aurora e desculpa de Kaya.



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15 de Julho

Aquela manhã foi como todas as outras. Acordei, tomei banho, comprei alguma coisa para beber no Starbucks, peguei o metro e fui para aula. Aquela manhã só não era igual às outras pelo simples fato de eu estar morrendo de medo de dar de cara com Kaya. Não era medo, era... Sei lá, uma coisa que estava me incomodando.

Assim que passei pela recepção Ava, a recepcionista chamou pelo meu nome.

–Sim Ava? – eu sabia que viria algo do tipo “Kaya quer falar com você agora mesmo.”

–A diretora Kaya pediu que você fosse à sala dela no fim da aula. Ela disse que é urgente e que, por favor, você vá.

–Tudo bem, diga a ela que estarei lá.

Fui para sala de aula rezando para não dar de cara com Kaya. Se teria que falar com ela que fosse só na hora combinada, não antes.

***

–O que vamos comer hoje? – perguntou Gale mais direcionando a pergunta a Verena do que a todas nós.

–Descobri um restaurante que fica a uns 5 minutos daqui... Vamos casalzinho? – disse Yoko se infiltrando entre Verena e Gale.

Comemos no tal restaurante que Yoko havia falado. A comida era um delicia e o ambiente super tranquilo. Conversamos e eles tentaram descobrir o que havia acontecido ontem que eu sai tão irritada da sala da diretora e mais uma vez eu disse que era um assunto que não pertencia a mim então eu não podia falar.

Voltamos para aula. A professora passou um filme e pediu que fizéssemos pesquisas sobre ele, em inglês claro. Sai da aula com a mão suando, estava na hora de encontrar Kaya, mas se ela achava que iria me tratar mal mais uma vez ou qualquer outra coisa ela estava enganada.

Bati na porta e ela me mandou entrar. Ela estava no telefone e começou a tentar encerra a ligação, mas a pessoa da outra linha parecia não querer desligar. Ela indicou que eu sentasse e pediu para eu esperar um minuto.

–Me desculpe, era um fornecedor de material didático. – disse que tudo bem e ela sentou-se do meu lado.

–Bem, eu gostaria de falar sobre o acontecido de ontem. Mil desculpas Aurora, eu perdi a cabeça e falei bobagens, uma grande bobagem. As pessoas em sua grande maioria se aproximam de mim e do Cristopher por causa do nosso dinheiro e principalmente com ele que vive saindo para bares e boates e bebendo de uma forma que no dia seguinte não lembra nada.

Ela estava se segurando para não chorar, mas vi quando uma lágrima escorreu do seu olho esquerdo e ela logo correu a mão para enxugá-la.

–Kaya, eu realmente fiquei muito magoada com o que você falou, ofendida na verdade. Você insinuou que eu era... uma... Uma prostituta. Minha mãe não me criou para dar golpes nas pessoas e realmente gosto do Cristopher, por isso sou amiga dele.

–Eu sei, nós vemos no seu rosto que você não é uma mulher dessas. Eu perdi a cabeça, me perdoe. – ela parecia sincera e no fundo eu sentia pena dela assim como sentia de Cristopher.

–Vamos fingir que nunca aconteceu, é melhor assim, mas agora eu preciso ir, eu tenho um compromisso.

–Com o Cris? – perguntou ela sorrindo levemente.

–Sim, é com ele, vamos turistar um pouco.

–Você faz bem para ele.

–Bem, pelo menos ele diminuiu as saídas à noite, acho que não foi por minha causa apesar de ele dizer que foi.

–Estou sabendo e sim, acho que é por sua causa... Pode não parecer, mas uma coisa que conheço do meu irmão são seus sentimentos. Eu já o vi feliz, triste, muito triste e acredite até apaixonado quando ele tinha uns 14 anos e se apaixonou por uma menina da escola dele. Eu era ainda sou, afastada dele, mas observava suas ações.

–Como você sabe que ele diminui as saídas e porque se você o conhece tão bem não tenta conversar com ele.

–Sobre as saídas: eu estou afastada dele, não morta, dou meu jeito de sempre saber o que faz ou deixa de fazer. Eu sei do acidente, mas quando cheguei no hospital soube que ele estava com uma acompanhante, não sabia que era você, mas agora penso que era.

–Sim, era. - ela deu um sorriso e prosseguiu.

–E sobre conversar com ele você acha que eu nunca tentei? Ele nem responde sequer um email de “Só queria saber como você está.”.

–Eu sinto muito Kaya. – ela abaixou a cabeça e respirou fundo, já devia está cansada da luta de tentar se reaproximar de Crsitopher.

–Eu realmente preciso ir agora, já estou atrasada.

Ela me deu um abraço que realmente me surpreendi, era como um obrigado por finalmente alguém ter a ouvido desabafar. Retribui o abraço e fui embora.

Assim que sai do prédio avistei Cristopher.

–Não combinamos de nos encontrar um pouco afastado daqui? – perguntei quando ele se aproximou e de surpresa me abraçou.

–O que foi, amigos se abraçam não é?

–É... – ele riu e apertou minha bochecha me chamando de bebe. Sério?

–Sim, combinamos, mas você está 20 minutos atrasada, fiquei preocupado.

–Desculpe, eu tive uma reunião com a Kaya.

–Hum. – ele fechou a cara e começou a andar sem nem falar nada.

–Cristopher, você vai ficar chateado? Ela pe minha diretora e nós precisamos conversar. – ele parou e olhou nos meus olhos.

–Olha, não quero falar sobre a minha irmã, nem hoje, nem amanhã e nem no último dia da minha vida. Será que a gente pode fingir que você não tocou o nome dela e fazer o que havíamos programado. – eu precisava falar com Cristopher sobre Kaya, mas sabia que agora não era a hora, então concordei.

Almoçamos em um restaurante brasileiro. Cristopher disse que nunca havia comido lá, mas havia pesquisado bons restaurantes brasileiros em NY e aquele estava no topo da lista.

Enquanto comíamos ele contou sobre suas inúmeras viagens. Como não estudava ele viajava sempre que dava na telha, ô vida boa. Mas ele acabou revelando ter um sonho, ele queria fazer engenharia, construir prédios grandes e bonitos, ele disse ter esse sonhos desde criança.

–Então porque você não volta a estudar?

–Quem sabe, mas e você, como é sua vida no Brasil, o que você faz?

Saímos do restaurante comigo ainda falando sobre minha vida, minha faculdade e minha família. Nesse momento ele pareceu ficar meio mexido.

–Você quer mudar de assunto.

–Não, não, é bom falar sobre assuntos normais e não conversas de bêbados. – concordei, mas tentei falar um pouco menos da minha família para não deixa-lo triste.

Iriamos ao Brooklyn, que eu ainda não havia conhecido, mas eu nem sabia o que iramos fazer lá.

–Cris, o que vamos fazer no Brooklyn?

–Conhecer a ponte do Brooklyn que é um ponto turístico, vamos andar no Brooklyn Bridge Park, mas depois vamos voltar, pois tenho uma surpresa.

–Surpresa?

–É, mas é melhor nem tentar saber o que é.

–Odeio isso, fico curiosa. – ele riu e mandou eu me controlar, pois ele não ia dizer nem sobe tortura.

Assim que passei pela ponte tirei várias fotos e Cris disse que em um determinado ponto da cidade dava para tirar fotos usando a ponte como plano de fundo.

Passamos o dia fazendo as coisas que Cristopher havia programado, mas quando deu 17:00 em ponto ele disse que precisávamos voltar.

–Mas já, por quê?

–Lembra-se da minha surpresa? Então, ela fica lá no Rio Hudson, a agente precisa ir.

Quando chegamos lá fomos direto para o píer e havia um hiate nos esperando.

–Pode entrar.

–Mas o que é isso.

–Um hiate, não é meu, eu aluguei, mas vamos, se não iremos perder.

–O que?

–O acender das luzes da cidade. Você já assistiu do Rockefeller, mas não daqui, dizem ser até mais bonito do que assistir de lá.

Entrei no hiate e ele me levou até a parte da frente. Lá havia uma mesa com dois lugares e velas.

–Pode sentar-se.

Ele puxou a cadeira e eu me sentei. Um garçom chegou e serviu água para nós dois e perguntou se queríamos mais alguma coisa, eu respondi que não, mas Cristopher pediu para ele trazer alguns aperitivos.

–Para que tudo isso?

–Para você observar o por do sol e vê como sou um gentleman.

–Ah, claro... Mas Cristopher, não precisava disso, é demais.

–Pare de reclamar, que coisa.

Continuamos a conversar e quando o dia começou a escurecer ficamos observando o sol se por e as luzes acenderem. Era lindo.

Uns 30 minutos depois o garçom serviu o jantar e logo depois a sobremesa. Quando terminamos o hiate voltou para o píer e Cristopher me levou para o hotel.

–Entregue.

–Muito obrigado, não só por me deixar em casa, mas pelo dia todo, foi muito bom.

–Fico feliz que você tenha gostado, vou levar você para conhecer Coney Island da próxima vez. - e assim que disse isso se aproximou mais de mim.

O ar estava muito pouco, Cristopher estava roubando o ar que eu estava respirando de tão perto que estava.

–É, Cristopher... Você está... – e então ele me beijou.

Eu não reagi, enquanto ele me beijava eu apenas fiquei lá, parada. Sempre diziam que o primeiro beijo não era como se esperava e tinham razão. Eu não sabia o que fazer ou como fazer. Quando ele viu que eu não estava retribuindo o beijo ele parou e se afastou.

–Desculpe-me, eu sei que você não gosta de mim desse jeito. Eu devia ter deicado como estava.

–Cristopher...

–Não está tudo bem, é melhor eu ir embora. Tchau Aurora.

Ele entrou no carro e foi embora. Assim que cheguei no meu quarto tentei falar com as minhas amigas do Brasil, mas nenhuma delas estava online, tentei Yoko e Verena, mas elas também não atendiam meus telefonemas ou respondiam minhas mensagens. Troquei de roupa e fui dormir e naquela noite sonhei com Cristopher.


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Notas finais do capítulo

E aí... Será que agora vai? Apesar que Aurora não mostrou reação nenhuma... Ai Deus.
P.S. Gente, minha amiga Mari tem uma fic aqui no Nyah chamada Dois Lados, leiam, vale a pena. Beijos Mari! Link da história - http://fanfiction.com.br/historia/367108/Dois_Lados/



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