31 days in New York escrita por Beatriz


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo de quarta



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09 de julho

POV Aurora

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Eu não lembrava onde eu estava muito bem, só lembrava de Cristopher me salvado do cara que tentou me violentar em um beco e depois de acordar no meio da noite, mas Cristopher me deu um remédio e eu voltei a dormir.

Olhei para os lados procurando alguma informação de onde eu estava e foi quando vi Cristopher sentado em uma poltrona dormindo.

Levantei-me da cama e fui até ele. Comecei a chamar o seu nome e a toca-lo de leve tentando acorda-lo.

–O que? Aonde? - ele acordou assustado e esfregando os olhos.

–Oi, calma, tá tudo bem, sou eu. – Disse me afastando enquanto ele se levantava.

–Hey, você está melhor? A dor de cabeça passou? – ele perguntou tocando nos meus braços e eu recuei assustada com o toque.

–Desculpe, é que depois do que aconteceu ontem eu fiquei assustada.

–Tudo bem, vamos descer e comer alguma coisa.

Ele foi na frente e eu fui seguindo-o, foi quando notei que não estava com a mesma blusa do dia anterior.

–Cristopher?

–Sim.

–Como minha blusa estampada de alcinha se tornou uma camiseta dos Yankees? – ele continuou andando até a cozinha sem falar nada. Quando abriu a geladeira foi que finalmente respondeu.

–Olha, não se irrite, mas é que sua blusa estava rasgada e suja de sangue, então eu a tirei e coloquei uma blusa limpa minha.

Fiquei em silencio pensando naquilo. Eu poderia gritar e bater nele, mas eu não faria isso. Ele havia me salvado e trocou a minha blusa com boa intenção, pelo menos é o que eu espero.

–Tudo bem.

–Você não vai me bater?

–Não dessa vez, mas não ache que isso quer dizer que você pode sair tirando minha blusa quando quiser.

–Vou tentar lembrar essa regrinha. – fiz cara feia para ele e me sentei em um banco que tinha perto da bancada.

–Então, sobre ontem... Como você está se sentindo com relação a tudo?

–Suja... aquele cara queria me agarra a força sabe, eu me sinto mal só de lembrar. Acho que terei pesadelos pelos próximos 100 anos. – ele sentou em um banco de frente para mim e em cima da mesa colocou duas tigelas, cereais, leite, iogurte, queijo.

–Quem diria que você teria comida em casa.

–E por a caso eu me alimento só de água? – ele perguntou enquanto colocava cereal e leite na tigela dele.

–Não, é que na maioria das vezes, pessoas que passam a noite fora bebendo quase não tem comida em casa. – ele riu e depois ficou sério.

–Voltando ao nosso assunto. Não se sinta suja, ele que deve se sentir. Ele é que faz aquilo com pessoas inocentes, se eu achar aquele cara eu juro que o quebro em dois.

Fiquei encarando meu cereal com iogurte sem falar nada. Graças a Deus, Cristopher chegou na hora e nada mais sério aconteceu. Além dos socos, dos puxões de cabelo, do tapa e da roupa rasgada nada mais grave havia acontecido. Eu estava viva e ele não tinha abusado sexualmente de mim.

–Cris, muito, muito obrigada. Não sem o que teria acontecido se você não tivesse chego a tempo.

–Está tudo bem. E calma, você me chamou de Cris?

–Amigos chamam um ao outro pelo apelido não é?

–Amigos?

–Porque, voltou atrás, não quer ser mais meu amigo?

–Não eu não voltei atrás, amigos... Por enquanto. – ele deu um sorrisinho de lado, aquele sorrisinho sexy dele e depois voltou a comer o cereal. Será que nada nunca iria estar 100% certo com Cristopher?

***

Depois do café da manhã tomei um banho bem demorado. Cris me deu uma toalha limpa e um sabonete, segundo ele, “novinho em folha”. Ele disse que havia uma loja de roupas femininas ali perto e que enquanto eu tomava banho ele iria comprar alguma roupa para mim.

Terminei o banho e chamei pelo nome de Cristopher da escada, mas ele ainda não havia chego. Sente na cama enrolada na toalha tentando esquecer as cenas da noite anterior, foi quando me veio na cabeça “o que Cristopher estava fazendo ali perto, como ele sabia que eu estava naquele beco?”

Alguns minutos depois alguém bateu na porta do quarto.

–Cheguei com a roupa, espero que sirva.

Abri a brecha da porta e coloquei metade do corpo para fora. E estendi o braço para pegar a sacola.

–Sabe, está muito calor lá fora, seria melhor se você tirasse a toalha e ficasse como veio ao mundo.

–CRISTOPHER!

–Desculpa, desculpa, foi mal, força do hábito. Toma, espero que sirva e que você goste. - Peguei a sacola e tranqueia a porta rodando a chave até não dá mais.

Dentro da sacola tinha um vestido muito fofo. Ele tinha uma alça fininha e era cheio de flores. Quando coloquei no corpo simplesmente amei. El ficou certinho no meu corpo. Quando olhei no espelho me senti perfeita vestida nele. Cristopher tinha bom gosto.

Penteei o cabelo e dobrei a blusa de Cristopher, coloquei minha sapatilha e desci para sala onde Cristopher estava sentado assistindo a algum programa de TV.

–Aqui está sua camisa, obrigada.

–Por nada, você ficou ótima no vestido. – ele disse enquanto pegava a camisa.

Enquanto eu trocava de roupa, Cristopher deve ter tomado banho, pois estava com o cabelo molhado e só vestia uma calça jeans. Não pude deixar de olhar para o seu abdômen e que era totalmente definido. Cristopher não era aqueles cara super fortes e tal, mas tinha o corpo bem definido, na medida certa.

–Obrigada. Como você acertou o tamanho.

–Quando estou com você passou 2/3 do tempo prestando atenção no seu corpo.

Peguei o primeiro objeto que vi, um travesseiro infelizmente, e joguei nele.

–Calma, calma, só uma brincadeira.

–Sempre é uma brincadeira.

–Porque, você quer que se torne real?

–Cris, cala a boca.

Sentei no sofá ao lado dele e fiquei assistindo ao filme. Era com Ashton Kutcher e Natalie Portman.

–Como é o nome desse filme?

–No Strings Attached (Sexo sem Compromisso).

–Sério que nós vamos assistir a esse filme?

–O que, tem medo de se inspirar e querer ter comigo uma relação com a deles? Uma amizade colorida?

–Deus, será que por um momento você não pode deixar de pensar nessas coisas?

Ele ficou calado, mas não mudou de canal.

–Eu acho que vou embora.

–Por causa do filme, eu mudo.

–Não, não é isso. É melhor eu ir, já perdi a aula mesmo.

–Então eu te levo.

–Não precisa, você já fez demais por mim, sério, não precisa.

–Tudo bem, mas eu dou o dinheiro para o taxi e você não pode negar. - Ele pegou duas notas na carteira e me deu.

–Eu já ia esquecendo, ontem você deixou sua bolsa jogada lá no chão...

–Droga, meus documentos, meus cartões.

–Calma, eu vi e peguei, desculpa, havia esquecido. – ele subiu as escadas e voltou 2 minutos depois com minha bolsa na mão.

–Obrigada. Seu eu perdesse meus documentos seria uma tremenda confusão. Como será que vou recompensar você por tudo que você fez?

–Irei pensar em uma maneira, não se preocupe, eu sempre cobro as minhas dividas. – ele piscou o olho e abriu a porta do elevador para mim.

–Só mais uma coisa Cris, como você sabia onde eu estava, como você me viu naquele beco?

Ele passou a mão no cabelo e pensou por alguns segundos.

–Eu estava em um bar próximo dali, eu vi quando você passou e fui atrás. Por alguns minutos eu ter perdi de vista e foi quando escutei um grito de ajuda. No início não reconheci sua voz, mas quando já ele saiu de cima de você eu pude ver um pouco do seu rosto.

–Você me viu e então resolveu me seguir?

–Sim, queria conversar.

–Hum. Ok então... Tchau, até logo.

–Já disse que gosto disso de até logo. – quando ele terminou a frase as portas do elevador fecharam.

***

Passei o dia deitada, dormi e acordei umas duas vezes e quando já passavam das 21h recebi um telefonema de Yoko.

–Onde você está? Porque não foi para aula?

–Oi para você também Yoko, eu estou no meu hotel e não fui para aula hoje porque aconteceram umas coisas ontem a noite e não pude ir hoje.

–Coisas? Que coisas? O Cristopher tá no meio disso?

–Sim.

–Ai meu Deus, vocês...

–Não Yoko, não, meu Deus, não, ele me ajudou com uma coisa... Não dá para contar por telefone, amanhã depois da aula a gente conversa, preciso dormir agora.

–Ok, mas quero saber de tudo.

–Pode deixar.

Desliguei o telefone e fui até o espelho olhar os machucados. O tom roxo já estava começando a aparecer. Coloquei um remédio que havia trazido do Brasil e uma pomada para que o roxo não demorasse a sair. Tomei um remédio para dor de cabeça e mais uma vez dormi.


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Notas finais do capítulo

Não sei se irei postar o de hoje, hoje, mas prometo que amanhã posto tudo, deixo tudo em dia.



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