Segunda-feira

P.V.O. Beterraba

Aqui estou eu! No corredor principal da escola, com meus livros a mão caminhando lentamente e observando aqueles que me observavam, mas então, do nada, todos começam a rir e rir cada vez mais, eu começo a correr, querendo fugir dali e der repente me deparo com um espelho enorme e nele avia meu reflexo com “NOVATA” escrito em minha testa, eu quebro o espelho e continuo correndo descontroladamente até esbarrar em uma porta de madeira, e sem saída, eu abro-a e dela jorra água! Espera... Água?

_Aaaah_ acordo gritando e tossindo_ O que é isso?_ gritei apavorada.

_Esta na hora de acordar!_ cantarolou minha mãe_ Anda! Você vai se atrasar_ ela falou seria.

Levantei ainda com sono e esfregando os olhos, e fui em direção do banheiro tomei banho, coloquei minhas lentes de contato, e sai do banheiro. No meu quarto, enquanto escolhia uma roupa, olhei a hora no meu celular que marcava 6:50AM.

_Mãe!_gritei _ De que horas o carro da escola chega?_perguntei.

_As 8:30_ela gritou_ você já se aprontou?_perguntou, ou melhor, gritou.

_To quase!

Já despreocupada com a hora vesti minha roupa, penteei meu cabelo e o prendi em dois totós baixos. Com as malas a mãos desci as escadas, deixei as malas na sala, e fui em direção a cozinha onde minha mãe estava preparando meu café: sanduíche de queijo com presunto, e café com leite.

Minha mãe como sempre, não perdia uma oportunidade.

_Animada para seu 1° dia de aula?_perguntou com um sorriso de canto.

_E isso é pergunta que se faça?_falei com cara de tédio.

_Por que você nunca gosta dos lugares em que ficamos?_perguntou erguendo o corpo com as duas mãos na mesa, e com um tom de raiva.

_Porque nunca “FICAMOS” _gritei também erguendo o corpo com as duas mãos na mesa, me levantei da cadeira, e segui para sala com minha mãe me seguindo.

_Beterraba _ela falou com um tom mais calmo_ Já conversamos sobre isso _ela disse cabisbaixa, neste momento a buzina do carro do lado de fora da casa soou _ Você tem que ir._ela deu um beijo na minha testa _Boa sorte!_ ela disse acenando enquanto o carro saia. Eu apenas acenei com a mão.

Não tirei os olhos da janela do carro, vendo, observando, apenas olhando o longo caminho. Já perto da escola coloquei a mão na minha bolsa e retirei o cartão-chave do meu quarto, nele tinha:

Quarto 237 ala C corredor feminino.

Olhando fixamente para o cartão-chave dei um suspiro longo, mas o motorista me interrompeu.

_Chegamos Srta.Donovan! _ele disse.

Olhei pela janela e vi um colégio simplesmente gigante! Depois de descer do carro, e pegar minhas malas, eu paralisei na frente da porta principal, já tinha feito isso 10000 de vezes, mas dessa vez sentia que iria dar algo muito errado. Respirei fundo, ignorei o sinal de meus sentidos, e segui em frente, caminhando lentamente pelo corredor, observando aqueles que me observavam, “igual a o meu sonho” lembrei, mas não dei ouvidos os meus pensamentos e continuei andando, mas não por muito tempo! Tropecei, e rapidamente fui ao chão, olhei para meus pés e vi cabelo... cabelo?

_Ai mil desculpas!_uma menina loira, dona dos cabelos acho, se aproximou apanhando seu cabelo do chão _Cuidar dessa cabeleira toda não é nada fácil!_exclamou entre risos.

_Não, não! Ta tudo bem._disse enquanto ela ma ajudava a levantar.

_Nova por aqui? _perguntou.

_Sim! _falei e consenti com a cabeça_ E por falar nisso, você sabe onde fica a ala C?

_Claro! É só seguir, e entrar na próxima à direita, as alas vão estar penduradas nas paredes _ela respondeu.

Apenas consenti com a cabeça, peguei minhas malas, e segui como ela falou, entrei à direita, e vi: ala A, ala B, achei! Ala C, agora quarto 237.

Achei o meu quarto e entrei, tinha três camas com placas identificando seus donos, coloquei minhas malas na que tinha meu nome e as ajeitei no guarda-roupa. Isso me fez lembrar, tenho que falar com a diretora sobre essa questão de meu nome. Sai de meu quarto, e fui à busca da diretora, em pouco tempo quase esbarrei em uma mulher, pela aparência dava para ver que não era uma aluna.

_Desculpe! _disse chamando sua atenção_ Sabe onde encontro a diretora?_perguntei.

_O que quer falar com a diretora tão cedo?_a mulher me perguntou com cara de pensativa.

_Nada de mais! Só queria falar com ela sobre um assunto _falei com um pouco de medo. Porque medo? Eu sei lá!

_Pois bem, pode falar_ ele disse com um sorriso irônico, não entendi o porquê, mas deixa.

_Ah, a senhora é a diretora _falei com cara de abestalhada_ Eu sou a beterraba! Senhora?

_Por favor, senhorita, Srta. Tinwolf, e não me lembro de nem uma Beterraba _ela disse folheando a prancheta que tinha em mãos.

_É por que meu nome na verdade é_ cochichei meu nome no seu ouvido.

_Ah!_ela disse com um sorriso forçado _Agora entendo seu sigilo.

_Pois é! Por isso peso que quando for me anunciar, por algum motivo, dirija-se a mim como Beterraba, e o mesmo para os professores.

_Bom... Não vejo porque não. Vou ver o que faço por você.

Ela sai mexendo em sua prancheta, e eu fiz o mesmo, dei meia volta e fui em direção ao jardim da escola.

Quando cheguei ao jardim (enorme por sinal) caminhei ate uma macieira, linda, jovem, e enorme (o que não me admira), sentei-me em um banco que tinha em baixo dela, retirei um livro de minha bolsa, e me pus a ler. Muito concentrada, mas não por muito tempo, fui interrompida por uma folha que caiu na pagina em que eu estava lendo, mas não liguei e retirei a folha, mas parece que ela não veio sozinha, pois mais duas folhas caíram em meu livro, não liguei novamente e retirei-as, mas não teve jeito e mais quatro caíram.

_Ta de brincadeira!_Exclamei, melhor, gritei erguendo as mãos na altura da cabeça e levantando-a levemente para cima.

Quando me deparei com indos olhos azuis, mas não tão lindos como o rosto que os alojava, que fazia par perfeito com seus cabelos cor de neve, o dono de tal beleza estava de cabeça para baixo, e me observava.

_Já Le disseram que você fica linda distraída?_ele disse descendo da arvore com um sorriso sagaz.

_Isso foi uma cantada?_falei erguendo as sobrancelhas.

_Isso foi uma observação! Mas se quiser interpretar desse jeito _ele disse querendo mudar de tática_ Você não é da que.

_Não, não sou!_respondi fria.

_Não foi uma pergunta _ele deu um sorriso irônico.

Nossa conversa foi rapidamente interrompida pelo toque de recolher, sem dizer uma só palavra, fechei o livro, levantei e simplesmente sai em direção a meu quarto.

Chegando ao quarto abri a porta rápido, sem lembrar que eu ia dividir o quarto com mais duas meninas, e (para mau azar) assim que abri a porta me deparei com a juba vermelha e sua dona de olhos azuis, estava sentada conversando com a dona dos gigantes cabelos loiros, elas já estavam de pijama e prontas para dormir (não percebi que era tão tarde), andei rapidinho ate meu guarda-roupa peguei meu pijama e, praticamente, corri ate o banheiro, e fechei a porta rápido, escorreguei devagar pela porta me sentando no chão do banheiro, sem ter a mínima coragem para continuar, me levantei e me encarei no espelho, sem poder fazer nada apenas respirei fundo, tomei meu banho, vesti meu pijama, e sai do banheiro de cabeça (erguida? Não) baixa e andei rapidinho ate minha cama, aonde deitei, virei para o lado oposto e a ultima coisa que escutei foi um cochicho da ruiva me chamando de “Patty”, só desejo que:

O dia de amanhã seja melhor do que o de hoje.

Terça-feira

Acordei por impulso na manhã do dia seguinte, “o fuso-horário da Suíça” pensei. Sentei na cama e vi q o relógio marcava 07h20min, devido à hora, me levantei e me dirigi ao banheiro para tomar banho.

P.V.O. (especial)Rapunzel.

Acordei com o barulho incessante do despertador, desliguei-o e me sentei na cama, dei um giro com os olhos (para checar tudo) Merida ainda dormia, “porque isso não me admira?” pensei, levantei da cama e, agora que eu vim me tocar... a cama da menina nova estava vazia, nesse mesmo momento ouvi o som da água batendo no chão, “ta explicado! Mas como ela acorda tão cedo”pensei, vou acordar a Merida se não ela n se levanta hoje!

_Merida, Merida!_ chamei balançando ela na cama.

_Que é?_ela respondeu (não) gemeu!

_Você tem que acordar, vai!_falei ainda balançando ela.

_Ta! Já acordei, já acordei!_ela disse sentando na cama e esfregando os olhos.

Nesse momento a menina nova sai do banheiro, e eu adorei roupa que ela estava usando, que combinou com seu rabo de cavalo!

_Patty!_ouvi Merida resmungar, dei um lave tapa no braço dela._Que é?_ela perguntou com uma cara de “falsa santinha”.

Apenas fui em direção a meu guarda-roupa, escolhi uma roupa, e fui para o banheiro.

P.V.O. Beterraba.

Quando eu sai do banheiro as duas já tinham acordado e instantaneamente olharam para mim. E pude ouvir a ruiva me chamando de Patty. Então abaixei a cabeça a segui calada para o criado mudo onde estava minha bolsa (inseparável), enquanto isso a loira ajeitava suas coisas em seu guarda-roupa e depois foi para o banheiro, “lua cheia que me guarde, vou ficar sozinha com a maquina mortífera” pensei “só não faça movimentos bruscos” penei, e nesse momento comecei a rir baixinho.

_Ta rindo de que?_ela perguntou com uma cara de “maluca”.

_Não! Nada _respondi rapidamente _Então..._tentei puxar conversa _Posso saber seu nome?

_Porque quer saber meu nome?_ela perguntou com cara de “em?”.

_Por nada! É só que... Vamos ser colegas de quarto então... Pensei que deveria saber como devo chamar você.

Antes que pudesse responder ela foi interrompida pela loira que saio do banheiro no mesmo momento.

_Se chama Merida _ela disse com um sorriso de canto_ E eu me chamo Rapunzel _disse estendendo a mão e se aproximando.

_Prazer!_falei apertando sua mão_ Me chamo... Bom, me chamam de Beterraba.

_Ta mais como é seu nome?_Merida perguntou se levantando de sua cama e indo para seu guarda-roupa.

_Eu não gosto do meu nome, prefiro que me chamem de Beterraba!_respondi, e ela deu de ombros e foi para o banheiro._Rapunzel, quando vão entregar o horário de aulas? E aonde nos inscrevemos nos clubes?

_1° me chama de Punze, 2° os horários são entregues juntos com os livros e 3°eu não sei, todo ano muda, mas a diretora avisa quando for para se escrever.

_Ok! Entendido! E agora?_perguntei com cara de abestalhada. Ela rio um pouco.

_Agora... _ela foi interrompida pelo auto-falante.

_Todos os alunos compareçam ao pátio principal para a entrega dos uniformes_

_É melhor irmos!_Merida disse na porta do banheiro vestida com uma roupa que me chamou a atenção.

_Ai que susto Merida!_eu e Punze dissemos juntas.

Entreolhamos-nos e começamos a rir descontroladamente, indo em direção do pátio principal. “finalmente estava me enturmando” pensei, e então sorri assim do nada, apenas sorri.

Quando chegamos ao pátio tinha duas filas, uma feminina e uma masculina, e entramos na fila Merida, Punze e eu por ultimo, nessa seqüência. Quando (finalmente) chegou a minha vez, o homem que estava atrás do balcão me explicou:

_Os uniformes são todos iguais, a única coisa que muda é a cor do detalhes que você pode escolher, temos azul, vermelho, verde, amarelo a branco _ele disse_ qual você quer?

Observei bem todos, não me interessava nem um, por impulso olhei para o chão e vi em uma caixa com uniformes dentro, e uma coisa que me chamou a atenção.

_O que são aqueles?_perguntei apontando para a caixa no chão.

_Aqueles? São uniformes com defeito, que vem por engano._ele respondeu.

_Mas e aquele ali? Não parece defeituoso para mim! _indaguei.

_Você tem razão, defeito ele não tem _ele disse coçando a cabeça_ Mas é que ele veio com a tonalidade errada, veio com um tom de...

_Tom de beterraba _interrompi_ Posso ficar com ele?

_Não vejo por que não!_ele disse dando e ombros, e me entregando os uniformes.

Pequei os uniformes e sai da fila, “que ironia” pensei, quando olhei em volta as meninas tinham sumido, continuei girando feita louca ate bater um alguém, quando olhei.

_Soluço?_perguntei assustada _O que ta fazendo aqui?

_Eu estudo aqui esqueceu?_ele disse entre risos _E você? Porque não me disse que ia estudar aqui?

_Dããããã, eu não sabia!_falei com cara de “não é obvio?!”. Ele me ajudou a levantar (Soluço, sempre tão cavalheiro!).

_Eae? Já arrumou uma turma?_ele perguntou, parecia animado.

_Na verdade não, eu acho, fiz amizade com as meninas que dormem no mesmo quarto que eu, mas... elas me deixaram para traz.

_Sei como é!_ele disse tentando ser gentil _Hei, porque não vem comigo? Eu vou à biblioteca re-ver minha Tuma do ano passado, posso apresentar você para eles e quem sabe você não entra para o bando?_perguntou piscando o olho.

_Ta pode ser_ dei de ombros, mas por dentro eu tava comemorando_ Mas porque na biblioteca?_ perguntei curiosa.

_É que a primeira vez que a Tuma se conheceu foi na biblioteca, e desde então marcamos lá, ano após ano_ ele respondeu enquanto andávamos_ E também, sempre somos os primeiros a pegar os livros assim.

Nos dois caímos na risada e seguimos ate a biblioteca, sempre falando e rindo. Quando chegamos lá não acreditei no que vi!

_Merida, Rapunzel e o albino são “sua turma”?_ perguntei surpresa.

_Já os conhece?_ele perguntou mais surpreso ainda_ E porque chamou as meninas pelos nomes e chamou a Jack de albino?

_Por que as meninas são minhas colegas de quarto, e o tal de Jack eu só vi uma vez _Falei sorrindo. Ele deu de ombros, e seguimos ate eles.

Quando estávamos chegando todos olharam para nos fiquei me perguntando o porquê de tantos olhares... Mas eles não olhavam para nossos rostos, olhavam mais para baixo, então olhei também, e... Estávamos... Eu e Soluço estávamos de mãos dadas, eu nem percebi enquanto conversávamos e rimos, e agora o que eu faço? Se eu soltar o Soluço vai achar que eu não gosto dele! E se eu não soltar vão achar que eu to dando em cima dele.

E agora o que eu faço?