Say my name escrita por Sparkles
Notas iniciais do capítulo
Tomara que você goste (ou que pelo menos não seja uma perda de tempo total). Mentira, não é não, pode ler. Ainda mais agora que você chegou até aqui, you brave little soldier.
Feliz leitura!
– Olá, Dean. – Cas apareceu na cozinha de um hotel de beira de estrada, onde Sam e Dean estavam instalados.
– Apareceu a Margarida! – Dean ironizou – Sabe há quanto tempo estou te chamando?
– Perdão – Cas falou, um pouco sem jeito – O tempo na Terra passa rápido demais, eu venho sempre que você ou Sam chamam.
– Sei...
– Você não acredita em mim? – Castiel perguntou e Dean apenas fechou os olhos e respirou fundo. Já estava cansado de ser ignorado pelo anjo. – Afinal, por que me chamou?
– Sam está preso no terceiro milênio. – Cas arregalou os olhos – É, eu sei, eu explico depois, mas será que agora você poderia fazer a sua mágica de anjo e trazê-lo de volta?
O anjo assentiu e estalou os dedos. O irmão mais novo de Dean se materializou na cozinha.
– Cara, mochilas a jato, mochilas a jato em todo lugar. – Sam relatava, meio perturbado. – E os golfinhos, eles...
– Calma, Sam, respira fundo. – Dean tentou acalmar o irmão.
Castiel pousou dois dedos sobre a testa de Sam, fazendo-o cair em sono profundo.
– Não vai se lembrar de nada do que viu quando acordar, mas vai estar mais calmo.
– Porra, Cas!
– Desculpe, Dean, ele não está pronto para saber sobre o terceiro milênio. – Cas disse e Dean assentiu. Ficaram sem assunto depois. – Então...
– Então.
– Então eu vou indo e se vocês precisarem de mim de novo, chamem.
– Certo. – Dean riu.
– Não ria, é uma promessa, Dean Winchester. Só basta dizer o meu nome e eu virei. – Cas falou em um tom sério e desapareceu. Dean deu de ombros e foi pegar uma cerveja na geladeira, cantarolando um “say my name, say my name”.
***
– E então o Cas... – Dean explicava para Sam o que tinha acontecido noite passada.
– Olá, Dean. – Castiel apareceu entre os dois.
– Olá. – Dean olhou com estranheza e continuou sua conversa com Sam. – E então o Cas apareceu e apagou suas lembranças do futuro. Fim.
– Nossa, eu podia jurar que era só uma dor de cabeça comum, de ressaca ou algo assim. – Sam falou, levando a mão a testa.
– Pois é, parece que a mágica de anjo foi superefetiva. – Dean comentou, levantando-se da cama e posicionando o braço em torno de Castiel – Não é não, Cas? Cas, Cas, Cas... O que o traz aqui?
– Você me traz aqui. Você chamou meu nome.
Dean arqueou uma das sobrancelhas.
– Não, não chamei.
– Na verdade, Dean – Sam falou – você mencionou sim o nome do Cas na nossa conversa.
– Então não tem nada pra eu fazer por aqui?
– Desculpe. – Sam falou – Mas se você quiser ficar pro café da manhã...
Cas não sentia fome, mas não queria que sua visita fosse em vão, então aceitou. Sentou-se na mesa com Dean e Sam, que ficaram encarando-o profundamente.
– O que foi, vocês querem que eu cozinhe? – Cas perguntou. Sam sorriu e Dean desviou o olhar para o teto. – Certo. – estalou os dedos e um café da manhã completo se materializou na mesa dos Winchester.
***
– Achou alguma coisa, Sammy?
– Não, só umas revistas de fofoca e um cd do Stevie Wonder extremamente suspeito.
– Stevie Wonder, que coisa de mulherzinha!
– Bem, ela é uma mulherzinha. – Sam falou, mas logo se arrependeu do ‘inha’, se recordando da moça em questão.
– Dá isso aqui. – Dean falou, guardando o cd no bolso interno do paletó – Olha debaixo da cama.
– Mas eu já olhei lá!
– Só estou pedindo para você olhar de novo, okay?
– Esqueça, Dean, ela é uma mulher completamente normal.
– Você só diz isso porque está interessado.
– Eu não gosto da Cassie!
E em menos de um segundo, Castiel apareceu na casa escura, fazendo os irmãos gritarem.
– Olá, gente.
– Castiel, eu juro que vou... – Dean respirou fundo – Nunca mais faça isso, tá?
– Perdão, é que vocês me chamaram e...
– Não chamamos.
– Tem certeza?
– Sim, Cas – Sam era o mais calmo dali – Eu disse Cassie.
– Quem é Cassie?
– A namorada do Sam. Agora some, estamos no meio de algo importante. – disse Dean, impaciente. Cas não gostava quando Dean perdia a paciência com ele ou o tratava como criança.
– E eu não posso ajudar com isso?
– Não, agora vai, woosh woosh.
E então Cas fez woosh woosh e sumiu.
– Wow, você está mesmo irritado essa semana, deve ser aquela época do mês. – Sam falou.
– Rude. – Dean respondeu.
***
Dean esperou a banheira de água morna encher. Era muito raro ele e Sam ficarem em hotéis legais o bastante para ter uma banheira, mas daquela vez deram sorte.
Aproveitou que Sam tinha saído e colocou o cd do Stevie Wonder (“porque era o único cd que tinha e só por isso”, Dean dizia para si mesmo) no grande aparelho de som (“eu amo esse hotel”), largou sua roupa em qualquer lugar e entrou na espuma.
Pensou consigo mesmo que Sam tinha razão, estava mesmo muito irritado naquela semana. Não só preocupado, com sentimento infinito de culpa, arrasado e vingativo como de costume. Puramente irritado. Foi até capaz de gritar com Cas, que era a criatura mais amável que existia.
Mas aquilo já ia passar, porque agora ele estava na espuma e uma música do cd que ele “por um acaso da vida sabia mais ou menos como era a letra” começou a tocar.
– OVER TIME – Dean começou a cantar alto e performar – I’VE BEEN BULDING MY CAAAASTLE OF LOVE!
– Olá, Dean.
O barulho que Dean fez não foi humano.
– CASTIEL, FILHO DE UMA VACA, O QUE... – Dean parou parar recuperar o fôlego e o clima zen de antes.
– Não grite comigo, você me chamou e eu vim. - Cas olhava para todos os lados, sem entender por que estar ali onde estava era inconveniente e estranho para eles dois. Era a segunda vez naquela semana que Dean gritava com ele.
– Eu não te chamei, eu estava cantando.
– Cantando sobre mim?
– NÃO! Eu falei “Castle”, não “Castiel”. Castle, castelo! I’ve been bulding my CASTLE of love.
– Eu entendo inglês, Dean, não precisa falar desse jeito. – Cas parecia confuso – Você estava construindo seu castelo do amor? É com isso que quer ajuda?
– É só uma música, tá? Uma música boba, não é pra levar a sério. – não queria gritar de novo com Cas – É melhor você ir embora, eu não tenho andado muito bem.
– Algo que eu possa ajudar?
– Pode ajudar saindo...
Castiel então desapareceu antes mesmo que Dean terminasse a frase. O caçador então voltou a concentrar-se no banho.
Quando pensou que aquele hotel não poderia ficar melhor, encontrou um botão na banheira que dizia “hidromassagem”. Apertou-o e a sensação foi orgástica. Dean queria se casar com aquela banheira.
Mas não estava tudo bem. Havia algo perturbando o seu sossego. Era Cas. A carinha que ele fez antes de sumir foi de cortar o coração, Dean pensava. Não sabia por que estava magoando tanto o amigo.
A banheira de hidromassagem ia com força total.
– Ah, Cas... – Dean falou sem querer e o anjo logo apareceu.
– Arrá! Agora você precisa de mim!
Dean ficou desconcertado e a irritação voltou a consumi-lo.
– Eu desisto! – o caçador esbravejou, levantando-se da banheira, em direção a suas calças jogadas no chão – E não se atreva em olhar pra baixo!
***
– Ele esteve aqui hoje? – Sam perguntou, fechando a porta e jogando a chave numa mesinha.
Dean respondeu um sim abafado, pois estava deitado com a cara enfiada no travesseiro.
– Você não acha estranho que ele esteja aparecendo assim o tempo todo? É como se ele não tivesse outra coisa pra fazer. – Sam comentou, enquanto tirava a tampinha da cerveja.
– Será que tem algo que ele não está nos contando? – Dean ergueu-se e sentou na cama – Essa não, o C... você-sabe-quem com problemas e eu gritando com ele. Eu devo ser a pior pessoa do mundo.
– Ah, não diga isso... No fundo, ele entende que você está de TPM. – Sam riu da própria piada.
– Muito engraçado, Bozo. – Dean tacou o travesseiro em Sam. – Como foi o encontro com Cassie?
– Bem, ela não tentou me matar nem nada, então é, foi legal.
– Não sei não, Sam. Se eu fosse você eu me prepararia emocionalmente para precisar arrancar a cabeça dela a qualquer momento.
– Que romântico você.
– Espera só...
– Espera só o quê? Até a gente chegar na terceira base pra ver o que ela faz comigo? Dean, faça-me o favor...
– Não, Sam, espera só... Você viu o que aconteceu? – o irmão mais novo de Dean coçou a cabeça – Eu falei Cassie e o Cas não apareceu.
– Sim! – Sam exclamou – E agora você falou Cas e o Cas não apareceu.
– Caaaaas! – Dean gritou – Agora eu estou te chamando de verdade, aparece Cas!
Esperaram uns segundos e nada aconteceu.
– Tudo bem, vamos pegar as coisas e fazer o ritual para atrai-lo. – Sam sugeriu, mas foi inútil, pois bem na frente dele, Dean desapareceu do quarto de hotel sem nenhum aviso prévio. – Ou isso. – suspirou e deu um gole na cerveja.
***
Quando deu por si, Dean estava num daqueles pula-pulas infláveis e coloridos, junto com uma meia dúzia de crianças que não paravam quietas.
– Mas que porra é essa?! – ele exclamou.
– Olha, ele falou palavrão! - todas as crianças pararam de pular na mesma hora.
Dean aproveitou para sair de lá de dentro. Foi meio constrangedor.
Do lado de fora, Castiel o aguardava com um sorriso no rosto, que foi se esvaindo à medida que o punho de Dean ia de encontro a sua face.
Minutos depois, os dois estavam sentados num banco de praça próximo ao pula-pula inflável (em forma de castelo, como Dean pode perceber depois). Dean segurava um cubo de gelo (que tinha conseguido com o sorveteiro da praça) sobre o olho de Cas, enquanto o anjo tirava uma a uma as pétalas de uma margarida.
– Se você tivesse especificado melhor o tipo de castelo – o anjo começou a conversa – nada disso teria acontecido.
– Eu não pedi um castelo! – Dean gritou.
– Pare de ser rude, Dean! – Castiel cruzou os braços - Eu prometi que não ia mais ignorá-lo e é isso que estou fazendo. Mas agora, você só grita comigo e me ignora também.
Dean abriu a boca para se defender, mas desistiu. Pensou mais um pouco no que ia falar, mas nada era bom o suficiente. Viu que Cas tinha alguma razão.
– Ok, desculpa – finalmente falou – Eu entendo que você tinha boas intenções, mas porra, Cas, não se atrapalha o banho de um homem.
Cas deu uma risadinha e Dean revirou os olhos, com um sorriso saindo pelo canto da boca.
– Então, o castelo – Dean fez um sinal com a cabeça em direção ao pula-pula – Tá a fim de pular lá dentro?
– Sério?
– Seríssimo.
– Mas eu achei que você não tinha gostado. – Castiel estava surpreso.
– Eu gostei, mas prefiro quando não tem nenhuma criança em volta.
– Entendo você. Elas também me atrapalham a pular.
Aproveitando que já estava escuro e as crianças não estavam mais lá, levantaram e foram em direção ao brinquedo. Passaram o resto da noite pulando e rindo um para o outro. E por um momento, tudo estava feliz.
(Exceto por Sam, que acabou descobrindo que Cassie era sim um monstro e por isso, teve que passar o resto do dia pesquisando os ingredientes de um feitiço que a mataria. No fim, a pesquisa foi inútil, porque ela apareceu no seu quarto de hotel e no calor do momento, ele decidiu arrancar a cabeça dela, o que milagrosamente funcionou também. E tudo isso enquanto Dean e Cas se divertiam. Que otário.)
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Pobre Sam... hahaha
P.S.: A Cassie não é aquela Cassie da primeira temporada, é só uma pessoa aleatória.
Well, well, well... Que tal está? Deixe um review com opiniões, eu vou apreciar bastante.
Beijos e obrigada por ter lido! ♥