Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 22
Capitulo vinte um: Bem maior




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Capitulo vinte um: Bem maior

Bella

    Jake e eu estávamos deitados na cama e Sunny brincava com algumas pelúcias pelo quarto de hospedes dos Cullens.

- Dormiu? – Jake perguntou quase sussurrando.

- Não. – respondi com um sorriso na voz.

- Posso saber no que está pensando? – Jake puxou meu rosto pelo queixo para que eu pudesse olhar em seus olhos.

- Sim. Estou pensando que mesmo com as coisas ruins como estão pelo menos eu tenho você e tudo parece “menos pior” quando estou com você. – ele abriu um sorriso, o meu sorriso, e me beijou com muita calma.

- Mãe... – Sunny reclamou quando nos viu se beijando.

- Ai, mas que ciumentinha. – Jake a puxou para cama balançando-a no ar fazendo com que ela dobrasse a gargalhada.

- Mais. – ela gritou ainda rindo e sendo agitada no ar.

- Mais vômito no papai que vai ser já já. – eu tentei brigar, mas vê-la rindo me fazia rir também.

- Xii, mamãe não gostou. – Jake parou de sacudi-la e ela veio tonta na minha direção.

- Viu só! – eu falei alto quando ela caiu sentada no meu colo.

- Ela gostou. – Jake continuava rindo e eu acertei um travesseiro nele.

- Chato. – me dei por derrotada enquanto os dois riam sem parar.

    Passei toda tarde no quarto com Jake. Ele e Sunny se entendiam tão bem que pareciam ter vivido juntos sempre. Queria que meu mundo fosse ali, dentro daquele quarto. Um pedacinho de paraíso onde nossos problemas não nos atormentavam.

- Toc toc. – mas como a paz não pode durar para sempre, logo Edward bateu na porta. – Desculpe incomodar, mas Esme insiste em que vocês desçam para jantar. – mesmo chateada com a invasão ao meu pequeno sonho, sorri com a simpatia que Edward falava.

- Papai! – gelei quando vi Sunny quase cair da beirada da cama se jogando para Edward.

    Ele e Jake se encararam por alguns instantes e Jake quebrou o olhar primeiro.

- Eu preciso de um banho. – Jake se levantou e foi para o banheiro do quarto fechando a porta atrás de si.

- Eu sinto muito. – Edward falou com Sunny em seu colo.

- Isso é culpa minha, não sua. - enterrei o rosto nas mãos e senti o toque gelado de Edward em meu cabelo.

- Isso não é culpa de ninguém e...

- É minha culpa sim! Você não é pai dela e eu nunca deveria tê-la deixado te ver assim! - gritei descontando em Edward a raiva que eu tinha de mim.

- Eu sei que eu não sou o pai dela. Sinto muito, não queria atrapalhar. – Edward passou Sunny para o meu colo que veio reclamando. – Desculpe.

- Edward, não... – quando tentei chamá-lo ele já tinha sumido porta a fora. – Edward! – chamei do topo da escada e Rose surgiu em minha direção.

- Ele está lá fora, perto do lago. Posso? – Rose me pediu Sunny como se eu nunca tivesse deixado-a segurar minha filha antes.

- Pode, claro que pode! – respondi mais irritada comigo mesmo. – Eu ando fazendo vocês pensarem que não podem ficar perto dela? – eu sabia a resposta dessa pergunta, mas queria ouvir da Rose.

- Sim. Tem feito isso bastante. Estamos procurando entender... Depois de tudo que você passou é normal que queria um tempo exclusivo para sua família. – Rose segurava Sunny com carinho e eu sabia que se ela pudesse estaria chorando.

- Vocês são minha família. – eu chorava por nós duas me sentindo uma bruxa por fazê-los pensar diferente disso.

- Agora você tem o Jake...

- E isso não muda nada! Vocês são minha família, vampiros ou lobos não me importa, nada disso importa, nunca importou! Eu nunca acharia ninguém no mundo que amasse a mim e a minha filha como vocês e isso, independente da sua espécie, é o que defini família. Eu não acredito que fiz alguma coisa que fez com que pensassem que eu ia gostar menos de vocês só por estar de novo com o Jake. – Sunny estava fazendo biquinho de choro por me ver chorando e eu fiz uma pausa para respirar e me acalmar. – Rose, me desculpe? Na verdade eu tenho que pedir desculpas para todos vocês. Eu sou uma idiota.

- Mas você é a graça da família Belinha, te amamos assim mesmo. – Emmett gritou do primeiro andar e isso só me fez cair aos prantos.

- Cala a boca, Emm. – Rose gritou enquanto me abraçava. – Desculpas aceitas, mas poderia controlar seu humor de vez em quando? Você é mais bipolar que a Alice.

- Hey, eu estou ouvindo isso. – Alice gritou irritada e ouvi gargalhadas no andar de baixo.

- Vou tentar. – eu e Rose nos abraçamos, mas logo fomos separadas por Sunny que reclamou por estar espremida no meio.

- Devia conversar com ele. – me arrepiei quando ouvi a voz de Jake.

- Eu preciso falar com você primeiro. – me virei para ele enquanto falava.

- Melhor conversar com o frio primeiro. – Jake me deu as costas e quando tentei ir em sua direção Leah passou no meu caminho.

- O Jake tem razão. Deveria falar com Edward, eu falo com ele. – que eu me lembre essa foi a primeira vez que Leah não chamou Edward de frio, sanguessuga ou algo pejorativo.

- Tudo bem. – concordei a contragosto e a vi entrar no quarto com Harry no colo antes de me virar e descer.

   Rose me levou para baixo em sua velocidade e se dirigiu para sala. Sai da casa e Edward estava a poucos metros de mim. Ele encarava o céu com um olhar perdido. Fiquei com medo de me aproximar e ouvir a sessão de grosserias que eu merecia, mas ao invés de concretizar meus medos Edward me olhou com um sorriso de lado no rosto e me chamou para que eu me aproximasse.

- O céu está lindo hoje. Amanhã vai fazer sol. – ele mexeu no cabelo sem jeito. E começou a andar de volta para mansão.

- Edward, espera! – o segurei pelo braço antes que ele saísse do meu alcance.

- Bella, você não me deve explicação alguma e...

- Devo sim e eu vou explicar! Eu sinto muito mesmo ter dito aquilo para você daquela forma. Eu sei que você não é o pai da Sunny, você também sabe que não. Mas na cabecinha dela você é a única figura paterna que ela conhece. Durante minha gravidez e esse ano todo que moramos perto um do outro você sempre esteve lá sendo o melhor amigo que eu poderia querer e tudo que eu fiz foi agir como uma vaca com você. Eu sinto muito mesmo por tudo que disse hoje e por outras coisas que tenho feito. A Sunny não é sua filha, mas você é muito importante na vida dela e eu não vou tirar isso de vocês. – meu rosto já estava banhado de lágrimas quando terminei de falar e Edward me puxou para si me abraçando.

- É sua família. Você só estava defendendo o seu espaço. – sem querer fiz um biquinho e vi Edward rindo de mim.

- Impressionante! Anos te conhecendo e só agora descobri a origem dos biquinhos da Sunny. – mesmo chorando sorri quando ele disse isso.

- Desculpa. – sussurrei escondendo meu rosto em seu peito.

- Tudo bem. As coisas acabaram nesse ponto porque eu também me deixei levar pelo meu apego pela Sunny. Eu nunca vou ser pai e não posso querer tomar o lugar do Jake. – me senti triste com o tom de voz dele e separei o abraço para olhar em seus olhos.

   Há muito tempo não via Edward tão triste. Ele parecia realmente infeliz, infeliz como quando o encontrei na Itália. Só que agora eu não poderia ser o raio de luz em sua vida.

- Você e Tânia podem adotar, assim como Esme e Carlisle.

- Não acho que Tânia vá ter interesse em fazer nada comigo. – franzi o cenho sem entender. – Tânia me deixou. – ele disse por fim.

- Eu sinto muito. – como se não bastasse sofrer por perder a companheira eu ainda tinha o feito sofrer com a minha língua enorme.

- Tudo bem.  A Tânia com o tempo percebeu que eu sou bem apegado a algumas coisas humanas. – Edward sorriu de lado tentando disfarçar a tristeza.

   Suspirei me sentindo mal por ele. O que ele sentia falta agora era mais do que qualquer pessoa no mundo poderia dar.

- Vem... Vamos entrar. – Edward me conduziu pela mão de volta a mansão.

    Quando entramos Emmett nos olhou fazendo várias caretas sugestivas e levou um tapa de Rose por isso. Sunny estava na sala rabiscando o sofá de couro IMPORTADO da Esme e a dona do sofá ria achando lindo aquela arte.

   Eu ia abrir minha boca para brigar, mas quando a vi passando a caneta no rosto de Alice e todos rindo e brincando com ela vi que não era hora de me meter. Muito menos de me meter com sete vampiros sedentos por mimar meu bebê. Só quando os vi com ela me dei conta de quanto os estava privando disso. A Sunny foi criada 90% do tempo com eles, eu fui cruel em querer cortar isso pela raiz como se fosse nada.

- Vem para cá. – Alice me chamou com a cara toda pintada de caneta.

- Eu tenho que falar com Jake. – eu tentei não encarar a pintura de caneta no rosto de Alice, mas não obtive sucesso.

- Isso é um coração. Pare de encarar. – ela disse com ar de artista e voltou a brincar com Sunny que agora já estava esparramada no colo de Edward.

   Parei um momento observando a cena da família Cullen bancando os palhaços de uma menina de um ano... Definitivamente aquilo fazia parte do meu pedaço de paraíso.

Jake

   Eu estava sentado na cama pensando em tudo que tinha acabado de acontecer nos últimos minutos quando Leah entrou. Ela estava com Harry nos braços que como sempre abriu um enorme sorriso assim que me viu.

   A Lee me conhecia e sem dizer nada apenas sentou do meu lado e ficou me esperando falar. Mas dessa vez eu não queria falar nada. Eu não tinha argumentos nem mesmo para ficar com raiva da Bella. Eu a ouvi se culpando por essa situação, mas na verdade a culpa era minha por ter ficado longe tanto tempo.

- Não foi culpa de ninguém. – Lee falou assobiando para o alto como se pudesse ler minha mente.

- Esquisita. – falei batendo meu ombro no dela.

- Imbecil. – ela retrucou me dando língua. – Mas eu ainda gosto de você... Um pouco. – nós dois rimos e acabei recostando minha cabeça em seu ombro. – Me arrependo de não ter mordido a bunda dessa branquela quando tive chance.

- Lee. – eu falei tentando parecer serio.

- Desculpa, escapou assim sem nem sentir.

- Não sei quando você trocou o grossa infinitamente por debochada infinitamente.

- Faz tempo! Gostou?

- Não. – Lee fingiu um biquinho triste e conseguiu me arrancar um sorriso.

- Viu? Agora eu te faço rir antes eu só te fazia bufar. – ela disse cheia de si.

  Olhei minha beta e melhor amiga me sentindo culpado. Ela era mais uma vitima do meu turbilhão de problemas pessoais dos quais eu não sabia sair sozinho.

- Desculpa por bagunçar sua vida com a minha. – Lee segurava Harry que estava tentando ficar de pé no chão.

- Você não bagunçou nada. Sabe do que eu estava lembrando esses dias? – ela deu um sorriso travesso quando perguntou.

- Não, mas você vai me contar.

- Estava lembrando como você insistia em dizer que o Embry era um cara legal. Eu quase taquei uma árvore em você por causa disso.

- Lee... Você tacou uma árvore em mim por causa disso.

   Nós dois rimos e ela me abraçou de lado.

- Eu não mudaria nada. Então não precisa se desculpar. Agora você só tem que conquistar aquela garotinha linda que é sua filha e lembrar de deixar espaço para as “pessoas” que ajudaram ela a nascer e crescer. – Lee fez um bico estranho quando disse pessoas.

- Você acabou de chamar os Cullens de pessoas? – perguntei segurando o riso.

- Pessoas, seres, gente diferente de vivo, vermes, parasitas, fedorentos... Tá parei! – ela simulou um zíper passando em sua boca o que me fez gargalhar.

     Enquanto ainda ria ouvi os passos de Bella se aproximando do quarto.

- Acho que é agora que eu saio. – Lee se levantou e me deu um beijo no rosto. – Boa sorte. – ela sussurrou no meu ouvido, pegou Harry e saiu do quarto.

    Depois de alguns segundos Bella apareceu na porta. As mãos estavam enterradas nos bolsos de uma calça de moletom e os ombros baixos, parecia àquela menina deprimida que me pediu para ensiná-la a andar de moto.

- Posso entrar? – ela pediu medindo as palavras.

- Claro. – lhe estendi a mão e a puxei para o meu colo.

- Desculpe pela cena. Eu deveria ter ensinado a Sunny a não chamar ele de pai e... Eu sei que não tem perdão, sinto muito. – Bella abaixou a cabeça e eu pude ver as lágrimas caindo do seu queixo.

- Todos são culpados. Eu por não estar lá, ele por se aproximar demais, você por deixá-lo se aproximar demais... Ninguém se exime de culpa. Vamos tentar contornar essa situação pensando dessa vez na Sunny e não em nós mesmo. Não quero ser um choque na vida dela, Bells. Quero ser pai dela. – ainda chorando Bella assentiu sem dizer nenhuma palavra.

    Passei a mão de leve sobre seu rosto tentando secar as lágrimas que não paravam de rolar. Eu me sentia mil vezes pior quando sabia que ela chorava por algo em que eu tivesse a mínima parcela de culpa.

- Jake eu preciso escutar de você que vai dar certo. – Bella levantou a cabeça e falou tão rápido que eu fiquei sem entender. – Diz que vamos dar certo. Eu preciso que acredite nisso também porque fica sempre dando alguma coisa errada e eu não vou conseguir se estiver acreditando sozinha. – Bella chorava compulsivamente.

- Vai dar certo. – falei a abraçando com a maior força que podia usar sem machucá-la.

- Eu te amo. – Bella sussurrou no meu ouvido.

- Eu te amo mais. – senti meu coração apertar quando disse isso.

   Sabia que não era porque eu não sentia exatamente isso, mas sentia como se algo ruim se aproximasse.

   Alguns instantes depois a causa da minha sensação ruim começou a berrar na entrada.

- Eu quero ver o Jake agora! – a voz de Maika fazia eco por toda casa e mesmo sem ter super audição era bem fácil ouvi-la.

- Eu não acredito nisso! – Bella levantou do meu colo em fúria e desceu. – O que você está fazendo aqui?

- Não é da sua conta.

   Respirei fundo antes de encarar a discussão das duas. Eu tinha que acabar com isso, mas como?

   Desci as escadas e senti meu sangue ferver quando vi Sam parado na entrada assistindo Bella e Maika quase estapeando.

- Chega! – gritei do meio da escada e as duas pararam.

- Jake, eu... – Maika veio cheia de amor para mim, mas meu olhar frio a deteve.

- Você vai para casa, agora. E assim que eu puder irei até você para conversarmos.

- Jake não é assim...

- Agora vai ser assim e ponto final! – Lee e Embry se afastaram um pouco quando gritei e senti Sam se incomodar também. Mesmo sem querer usei o tom de alfa com Maika. – Vá para casa! – falei mais calmo e ela saiu chorando da mansão.

- Jake...

- Bella, depois. – cortei Bella que também me deu um olhar de choro, mas agora minha conversa seria com outra pessoa.

   Puxei Sam para fora da mansão e vi Leah vindo atrás de nós prevendo uma briga.

- Por quê? Eu não entendo mesmo. Você salvou a Bella, foi meu padrinho de casamento e agora isso... Eu realmente só queria saber se você mesmo sabe o por que. – eu não conseguia entender essa mudança brusca do Sam. Nós éramos amigos, eu me lembro disso. Mas parece uma memória tão distante.

- Eu tenho os meus motivos, isso que importa. – Sam disse entre os dentes.

   Eu pensei em partir para cima dele, mas enquanto eu pensava Lee já havia avançado e lhe acertado um soco.

- Você tem é inveja do Jake! Você não foi homem o bastante para lutar contra o imprinting e ainda fez a merda que fez com a Emy. Você é um lixo, Sam e o Jake nunca se rebaixaria ao seu nível. Esse é o motivo para todo esse circo, todo esse apoio a essa biscate fingida, tudo! Eu agradeço aos anciões pelo dia em que você saiu da minha, se eu tivesse realmente conseguido ficar com você e agora descobrisse o crápula que você é... Eu não sei qual seria minha reação. – eu segurava Leah pela cintura, mas cada palavra que ela dizia parecia um soco que acertava Sam.

- Você não...

- Cala a boca! – ela berrou quando ele tentou argumentar.

- Você não sabe de nada! Eu tentei sim Lee, eu tentei ficar com você! Eu sempre te amei! – Lee ficou mole em meus braços e eu mesmo perdi as forças para segurá-la quando ele disse isso. – Você não entende! Eu queria que alguém tivesse sido cruel comigo como eu sou com o Jake. Eu não teria feito a estupidez que fiz com a Emy e não teria que viver com duas coisas horríveis: a culpa e a perda.

- Você é um canalha, um cretino, um merda... – conforme vi Lee gritando voltei a segurá-la – Jake, me solta que eu vou quebrar a cara desse troço.

- Não adianta Lee. Você pode me bater à vontade, mas a verdade é que eu fui mais homem que o Jake. Eu não fugi das minhas responsabilidades nunca! Eu não fugi quando tive que ficar com a Emy, não fugi quando tive que assumir a responsabilidade de ser líder, nunca fugi.

- Cretino! – eu segurava Lee com tanta força que senti uma de suas costelas quase partir.

- Sam, vai embora! – gritando ainda tentando apartar a briga.

- Eu vou. Mas saiba que eu não estou errado e não há meios para você viver essa vida de ilusão com a Bella. A Maika foi feita para você e querendo ou não esse é seu destino. É nele que você vai viver!

- Tudo que você quer é que o Jake sofra tudo que você sofreu. Na verdade você quer que ela sofra mais! Me diz uma coisa seu babaca, algum dia você realmente foi amigo da gente? Ou era tudo fingimento? Responde!  - a Lee estava descontrolada se debatendo em meus braços.

- Eu nunca menti quando disse que sentia muito por te deixar, nem menti quando disse que te amava. – antes de deixar Lee falar mais alguma coisa Sam entrou no carro onde Maika estava e foi embora.

- Ele tem inveja de você! Isso é pura inveja, ciúme, sei lá. Devia ter me deixado bater nele e...

- Leah, chega! – gritei quando ela continuou a berrar mesmo após a saída de Sam.

    Olhei para entrada da mansão e Bella estava ao lado de Edward que carregava Sunny sem seus braços. Embry encarava Lee num misto de ciúme e preocupação, no fundo ele também sempre achou que Sam sentisse algo por ela. Todos me encaravam como se esperassem uma decisão, esperavam que eu tomasse o controle daquilo... Mas agora eu só era tomado pelo dor, e eu sabia que não era minha dor. Era a dor dela.

    Eles já deviam estar longe dali, mas eu ainda ouvia seu choro claramente. Se eu fechasse meus olhos podia vê-la encolhida no banco do carro aos prantos. A dor dela sempre seria a minha. Por mais que eu sentisse a dor da Bella era para Maika que eu queria correr, era a Maika que eu queria consolar, era a dor dela que eu precisava fazer passar porque ela era minha responsabilidade.

    Mas com a mesma intensidade que os cabos me puxavam para Maika meus pés queriam caminhar em direção a Bella. Queria tomá-la em meus braços e dizer que tudo ia ficar bem. Que teríamos nossa família de volta e que seriamos felizes porque ela era a única mulher que me completava totalmente.

Matchbox Twenty - Bent

- Eu não agüento mais isso. – falei em voz alta o que se passava na minha cabeça.

     A frase: Não há fim para o imprinting; impregnava minha mente. Tinha um fim, eu precisava de um fim. Só assim eu iria parar de causar dor a mulher que eu amo e a menina que eu deveria amar. Só assim eu vou parar de me sentir rasgando ao meio a cada dia e a cada momento. Só assim a minha filha vai poder ter um pai de verdade, mesmo que esse pai não seja eu.

     Dei as costas para todos e entrei na floresta, senti Lee me seguindo e me transformei tentando despistá-la sem sucesso.  Logo um pequeno borrão cinza me ultrapassou e parou a minha frente.

- Vai aonde? – ela perguntou ofegante ainda como loba.

- Resolver isso. – ela viu em minha mente o que eu iria fazer e se plantou na minha frente.

- Eu não vou deixar. – ela gritou voltando a forma humana.

    Voltei a minha forma humana e caminhei até ela. Segurei seu rosto entre minhas mãos e pronunciei cada palavra com firmeza e cuidado.

- Vai sim! Vai deixar e vai voltar para casa agora. Vai viver muito feliz com a sua família e vai tomar conta da Sunny para mim... É uma ordem. – as lágrimas rolavam por seu rosto sem que ela emitisse um som.

- Eu vou atrás de você.

- Não vai. Porque eu não vou deixar. Está proibida de me seguir.

- Jake, por favor... – levantei o rosto de Lee quando vi que suas pernas não iriam conseguir mantê-la de pé por muito mais tempo.

- Você vai voltar para mansão, não vai me seguir e não vai dar coordenada nenhuma para onde eu fui. Não pense para o lado que me viu correr, não quero que Edward leia sua mente.

- Mas, Jake... Por favor. Não pode nos deixar assim. Já lutamos tanto e...

- E eu não venci Lee. Vocês não vão mais sofrer por minha causa e eu vou fazer alguma coisa útil antes de acabar com isso de vez.

- E se ele te matar antes... E se... Não vai! – ela implorou uma última vez.

- Você foi à melhor amiga que eu poderia ter tido. Diga a Bella e a Sunny que eu as amo. – depositei um beijo em sua testa, eu sabia que seria o último.

- Jake... Jake...

    Escutei os gritos de Lee ao longe enquanto corria em forma de lobo. Eu sabia qual seria o fim dessa historia desde o início. Se eu tivesse tomado essa decisão antes muita coisa poderia não ter acontecido, o Sam não teria revelado seu pior, Bella não estaria sendo perseguida por um vampiro de novo, Sue não teria se separado de Charlie e Maika não estaria sofrendo também.

   Era uma decisão tardia, mas era o melhor para todos. Eu prometi que iria acabar com Felix e isso que vou fazer. Vou acabar com ele e com o imprinting. Vou dar o único fim que o imprinting pode ter... A morte.


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Notas finais do capítulo

N/A: Ok, ok, respirem antes de me apedrejar. A fic está acabando então fortes emoções vão rondar os próximos caps. Eu sei que não estou no direito de pedir nada, mas vou pedir assim mesmo para vocês darem o ar da graça em Unchained rsrsrs To abandonada lá.
Bjks, e lembrem-se: Respirem...rsrsrsrs
Katy Clearwater