True Genius escrita por Brigith


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas maravilhosas do meu coração!!
Desculpem, desculpem, desculpem por essa demora. Espero que este capítulo compense toda a paciência que vocês precisaram ter...



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GARCIA’S POV

Hotch estava nervoso, era óbvio. Mesmo com sua costumeira expressão séria, ele não conseguia esconder.

– Ele não disse mais nada mesmo? – perguntou Morgan pela milionésima vez, enquanto nos encaminhávamos para o quarto de Reid.

Hotch negou.

– Continuar perguntando não vai mudar a resposta, Derek – disse Rossi, parecendo cansado.

Antes que alguém pudesse bater na porta, ela se abriu, revelando uma imagem no mínimo perturbadora.

– Entrem – disse Reid calmamente – Estava esperando.

Arregalei os olhos.

– Wow – murmurei, sem conseguir me mover – Você está... Está muito GATO, Sweet Cheeks! – exclamei, examinando Reid de cima a baixo.

Ele usava uma calça jeans normal, juntamente com uma blusa branca justa e uma jaqueta azul-médio de couro, arregaçada até os cotovelos. No pulso esquerdo, usava um relógio redondo e, aparentemente, caro. Mas não eram só as roupas que estavam diferentes – menos “geeks”- ele estava diferente. A postura, reparei, emanava segurança, bem como o olhar – misterioso, profundo.

Spencer deu um sorrisinho de lado que quase fez meu coração parar. Quem era aquele homem e o que fizera com o inocente-sorriso aberto Spencer Reid?

– Obrigada, Garcia – agradeceu, fazendo sinal para eu entrar atrás dos outros, que já estavam todos sentados nos dois sofás do quarto. Em frente a eles estava uma cadeira. Em cima da cama estava um laptop de última geração que fez minha boca salivar. Ok, pensei comigo mesma, onde estava meu “Doutor da Idade das Trevas?”.

– Pode sentar Penelope – disse ele, apontando para o sofá e sentando-se na cadeira vazia.

Reid respirou fundo, olhando para cada um com uma expressão indecifrável. Franzi o cenho. Desde quando ele deixara de ser um livro aberto?

– E então? – perguntei, sem aguentar a tensão – O que você queria nos dizer?

– É Pretty Boy – completou Morgan, aflito – Pode começar a falar.

Spencer sorriu. Novamente, aquele sorriso não familiar, fechado.

– Para falar a verdade, Derek – disse ele, calmamente – Não sei por onde começar.

Hotch tomou a palavra, parecendo levemente irritado.

– Comece pelo por que tem andado tão estranho desde que esse caso começou – disse ele – E seja sincero.

Spencer assentiu levemente com a cabeça, parecendo pensativo. Então olhou para JJ, que mordia o lábio nervosamente.

– Antes de mais nada – disse ele, desviando o olhar da loira – eu sinto muito.

– Pelo o que? – pediu Blake, exasperada – Pelo amor de deus, Spencer, desembuche!

Eu não podia concordar mais. O suspense estava me matando.

– Sinto muito por ter mentido – respondeu ele, encarando Alex – E por muitas outras coisas. Não sou ingênuo ao ponto de pensar que mereço seu perdão, mas ainda assim...

Ele pausou, suspirando.

– Bem, comecemos pelo início. – disse – Khrabros, a máfia russsa. Organizada por uma hierarquia fechada dentro da empresa fachada P.T. Company. Os trabalhadores dos escalões mais baixos pouco sabem sobre o crime organizado, os que realmente importam são os chamados “Capitães”. Apenas capitães são tatuados com o símbolo e são eles que realmente comandam todas as atividades. Ao todo, eram cinco, agora quatro, com a morte de Franceska. Um é o CEO, é claro, mas não é ele o mais importante, é apenas um fantoche. O mais importante é Rafe... Rafe Carmichael.

– Como... Como sabe de tudo isso? – perguntou Rossi, cautelosamente.

Reid então tirou algo de seu bolso e ergueu na altura do rosto. Era uma carteira de identidade com a foto dele. Demorei um segundo para perceber o erro, mas logo entendi.

– Você... – comecei, mas minha voz foi abafada pela voz muito irritada de Hotch.

– Explique – demandou.

Spencer, ou Rafe, como dizia na identidade que segurava, assentiu, deixando de lado o cartãozinho e puxando a blusa branca um pouco para baixo da clavícula, revelando uma tatuagem preta de uma estrela de cinco pontas – exatamente igual a das vítimas.

– Sou um Capitão Khrabros. – disse ele, calmamente, como se estivesse falando do tempo – Dentro da empresa eles me conhecem por Rafe Carmichael, o disfarce que estabeleci a quase oito anos atrás, enquanto trabalhava para derrubar o esquema sujo da empresa.

Senti uma leve tontura. Aquilo tudo era tão surreal!

– O que você quer dizer... Disfarce? Trabalhava para derrubar o esquema da empresa? – perguntou Morgan, trincando os dentes – A oito anos atrás você já trabalhava para a BAU!

Spencer, ou fosse o que fosse, anuiu.

– Sim, eu trabalhava, para me proteger – disse.

Hotch suspirou, impaciente, pronto para perguntar algo, quando Reid continuou.

– Rafe Carmichael é um disfarce, assim como... – ele pausou – Assim como Spencer Reid. Poucas pessoas sabem quem eu realmente sou. Gideon, Emily, agentes do alto escalão do FBI, meus verdadeiros chefes e, é claro, JJ.

Virei-me automaticamente para ela, assim como todos os outros. A loira assentiu, sem pronunciar uma palavra.

– Quem é você? – perguntou Morgan, encarando Reid de maneira triste e ultrajada.

O homem suspirou.

– Meu nome verdadeiro é Matthew Gray – disse ele, suspirando.

Hotch o encarava impassivo.

– Antes você disse “meus verdadeiros chefes”, que seriam...? – perguntou ele.

“Matthew” o encarou de volta.

– Não é óbvio? - questionou.

Engoli em seco, eu me sentia traída.

– Você trabalha para a CIA, não é? – perguntei, relutante.

Ele assentiu.

– Desde os dezoito anos. – disse – Disfarçado de analista, o que não era meu trabalho nem de longe.

– E qual é seu verdadeiro trabalho? – questionou Blake, parecendo magoada – Por que profiler você não é.

Spencer, como eu sempre o chamara, a encarou. Imaginei o que ele estava sentindo, mas seu rosto demonstrava tanta emoção quanto uma pedra. Eu quis chorar.

– Meu trabalho é... complicado – respondeu – Digamos que eu sou um faz tudo no ramo da inteligência. Tanto é assim que, dois anos após o início de uma operação para desmantelar os khrabos, que na época tentavam me matar, eu consegui atingir meu objetivo. O crime organizado russo na cidade de Las Vegas é completamente controlado pelos capitães e os capitães, além de mim mesmo, são todos agentes da CIA e da NSA.

Sequei uma lágrima que escorrera por meu rosto. Era como se eu não conhecesse mais o garoto sentado a minha frente.

– Você está dizendo que o crime organizado russo – começou Hotch – é controlado pelo governo americano?

Ele assentiu.

– Exatamente. Tudo é controlado por nós – afirmou – E, finalmente respondendo sua pergunta, Aaron, o motivo de eu estar agindo estranho desde o começo deste caso é que, desde o começo deste caso, eu estava com medo de estragar meu disfarce, o que de fato acabou de acontecer.

Todos ficaram em silêncio por um momento, absorvendo tantas informações, antes de David perguntar:

– E o que você sabe sobre Sasha Kuneztsov?

Reid trincou os dentes.

– Sasha Kuneztsov era uma terrorista – disse ele – Enquanto estávamos reorganizando os khrabros, percebemos que havia algo estranho sobre os horários de entrada e saída da mecânica. A princípio, achávamos que fosse Dimitri, mas era Sasha e outros capangas. Um de meus agentes conseguiu se infiltrar no grupo e descobriu que eles planejavam um ataque terrorista em pontos importantes dos EUA, usando bombas e agentes biológicos. Eles se referiam ao ataque como White Plan.

Como ninguém falou nada, Spencer continuou.

– Quando descobri o que estava acontecendo, eu tive de agir – ele pausou, suspirando – Tiro triplo na testa, tão próximos que são quase imperceptíveis... É o meu M.O.

– Como é? – perguntou Morgan, com a voz esganiçada – Você está dizendo que...

– Morgan – pediu ele, o encarando – Não está claro o suficiente? Eu disse que meu trabalho era complicado, mas se você precisa que eu soletre, ótimo: Eu sou um mercenário, um assassino, eu vou atrás de quem a Agência me manda ir e, embora eu faça mais do que só matar, essa é uma parte importante do meu currículo.

Derek empalideceu e eu tinha certeza de que eu também estava branca. Aquilo não podia ser real.

– O fato é: Dimitri sabe que eu matei sua esposa, mas ele não sabe quem ela realmente era, acha que a máfia russa, no caso eu, a confundiu com alguém e a matou a sangue frio. Ele está indo atrás dos importantes e, depois que passar por Mikhail, ele virá atrás de mim.

– E você está com medo, Reid? – perguntou Hotch, sarcástico.

Spencer sorriu de lado, aparentando cansaço.

– Não – disse ele – Por que é assim que pegaremos esse filho da mãe.


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Notas finais do capítulo

E então, e então, o que acharam?
Honestamente, eu não sei o que pensar deste capítulo. Acho que poderia ser melhor, mas ainda assim não consegui produzir nada além disto, então... Espero que tenham gostado!
Beijos, beijos e até a próxima!