Caçadora de Asas escrita por Chang Mei


Capítulo 25
Quanto Tempo?


Notas iniciais do capítulo

Yo minna, eu de novo. Uma pergunta: O que vocês acham do Marco? Depois do capítulo vocês me respondem...



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– Anjo - eu já havia me acalmado, apenas estava abraçada a ele - está melhor? - afirmei com a cabeça - Não precisa me contar o que aconteceu agora, mas sem saber o motivo não posso te ajudar.

– Me desculpe - falei baixo.

– Não se desculpe, não sei o que está acontecendo, mas tudo vai dar certo. O tempo resolve tudo - falou sereno acarriciando meus cabelos - quando quiser eu estarei aqui para escutar, ok?

– Ok.

– Vamos sair para esfriar a cabeça?

– Claro, só deixa eu avisar para John que vou sair.

– Não precisa já falei com ele, por mensagem. Você entrou no carro e ficou aqui, ele mandou um sms e eu falei que sairíamos.

Fomos ao cinema ver Hobbit 3, o que não me fez muito sentido. Tentei ver os dois outros Hobbits antes de ver este, mas o problema era que ia assistir com Marco, que resultava em pequenos trechos assistidos. Deu para ver o diálogo nada esclarecedor que Gandalf tem com o Bilbo:

"-Bom dia!

–O que quer dizer? está me desejando um bom dia ou é um bom dia eu querendo ou não? ou talvez queira me dizer que se sente bem nesse dia ou então este é um bom dia para se estar bem?

–...Tudo isso de uma vez eu acho..."

Tirando o fato de não ter visto os dois filmes anteriores o Hobbit 3 foi ótimo. Consegui me distrair, depois do cinema saímos da cidade e seguimos em direção ao monte que tinha próximo a ela. Avisei a Jonathan que passaria a noite fora, ele respondera juízo e desejou uma boa noite. Chegando no monte paramos e Marco retirou um coleção inflável de dentro de sua Ranger.

– Ela ficou com você depois que seu pai viajou?

– Ah sim, claro. Ele me deixou como pagamento por ter viajado de última hora, até que ela me ajuda.

– Por quê?

– Como ela não tem divisão entre os bancos consigo ficar mais perto de você.

– Engraçadinho - respondi o empurrando um pouco - o que viemos fazer aqui?

– Eu vim ver como ele é lindo.

– Ele?

– O céu estrelado reflitido em seus olhos. E você?

– Vim por que você está aqui - sorri e o abracei, indo de encontro com o colchão que estava pouco murcho para nos acomodar melhor.

Ficamos quase que a noite todas olhando as estrelas. Marco me explicava cada constelação, apesar de não entender como que viam um escorpião, em outro lugar viam um cisnei. Semprei achei lindo o céu estrelado, mas nunca entendi o desenho das constelações. Ele me contou a história delas de sua origem o por quê de existirem.

No tempo antigo, aproximadamente 30.000 anos os povos faziam mapas celestes para identificar as épocas do ano. Algumas constelações foram extintas, como se seus desenhos fossem desfeitos, Andrômeda e Pégasus por exemplo.

Eu já admirava as estrelas, mas sabendo que elas estão a milhões de anos lá e tão distantes, mesmo assim conseguem ajudar os humanos, me fez admirá-las mais. Deitei sobre o peito de Marco e ele me abraçou.

– Eu te amo - disse calma contra o tórax dele.

– Eu também - riu um pouco e logo voltou a falar - sabia que é a primeira vez que me diz isso?

– Certeza?

– Sim, com essa sinceridade no olhar. Mas eu não me importo, eu te amo por você ser apenas você, não me importo com nada que aconteceu no seu passado e nem o que você não quer me contar. Só me importo com você e que eu possa ficar ao seu lado com t...

Selei nossas bocas com um beijo sereno, mas que demonstrava todo amor que eu sentia por ele. Marco também expressou seu amor por mim neste beijo, no fim desse eu me deitei novamente sobre o tórax dele e dormi com cafunés.

A melhor noite de sono que tive, desde o começo dos incidentes. Eu estava protegida, Marco estava do meu lado, fazendo com que tudo que pudesse me ferir ou me atormentar fosse embora. Apenas a sua presença me bastava.

Acordei dentro de uma barraca que cobria o colchão de casal inflável, Marco já não estava do meu lado e vinha um ótimo cheiro de café do lado de fora.

– Bom dia - disse saido e olhando Marco ao lado de uma fogueira sem camisa e um suporte e chaleira esquentando água.

– Bom dia anjo - respondeu com um sorriso preguiçoso - como passou a noite?

– Melhor impossível.

– Não diga isso, podia ter sido melhor - ele riu e eu também - quer se arrumar, ou fazer alguma outra coisa? Tem tudo na Ranger, se não tiver na cabine está na carroceria dentro de um cooler azul.

– Uau! Como você fez tudo isso? - perguntei meio confusa, aliás nada fazia muito sentido para mim naquele momento.

– Lembra no dia da formatura que a minha tia me ligou quando estávamos na porta da sua casa?

– Sim, aí você saiu e foi embora.

– Isso, depois diz que não gosta de formaturas...

– Não gosto, mas o que que tem o telefonema?

– Era para isso, ela queria ver as coisas para o acampamento.

– Mas como você trouxe ontem as coisas sem saber se eu vinha?

– Eu iria te convidar, na porta da sua casa, mas ai achei melhor fazer uma surpresa. Convenci John a deixar você vir, afinal estamos fazendo aniversário de 7 meses de namoro.

– Hoje já é dia 09 de dezembro?

– Sim, mas não se preocupe, sua cabeça está a mil, já tem muita preocupação.

– Mesmo assim, não podia esquecer desta data, mas por que comemorar o sétimo mês e não o sexto?

– Sete é o número perfeito, para os cristãos é o número de elementos mais as três divindades, o pai, o filho e o espírito santo. Para mim sete é o total de partes que ligam o mundo. Bem, mal, água, terra, fogo, ar e alma. Por isso do sétimo mês.

– Que lindo seu pensamento, um pena você não seguir seu dom de escritor.

– Mas eu vou escrever, mesmo que meu pai tenha dito para fazer letras ou literatura para me aperfeiçoar que ele me banca até eu fazer sucesso. Não quero depender dele por tanto tempo, também amo arquitetura e posso fazer os dois.

– Você é tão fofo quando fala de forma responsável.

– Você fica tão fofa quando dorme - respondeu ele e eu corei um pouco - e quando fica corada também.

– Ok, me deu o troco, mas ainda acho que você deve escrever.

– Vou pensar, mas prefiro fazer arquitetura.

– A vida é sua, você quem decide.

– Chateou? O que você vai fazer então, digo agora que já se formou?

– Vou tentar fazer advocacia, apesar da fama dos advogados eu posso ser uma de boa índole.

– Vai seguir os passos do Jonathan, seu pai não aprovou muito a ideia de ter um filho advogado.

– Agora ele vai ter dois - ri um pouco com o pensamento dele fingindo estar bravo - o grande Guilherme supera essa.

Ficamos conversando por um longo tempo sobre o futuro, fazendo planos, criando espectativas, que talvez nunca se realize, mas me fez bem em pensar que um dia o tempo organizará tudo. Uma hora o tempo resolverá os problemas, a questão era: quanto tempo?


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Notas finais do capítulo

Eu perguntei ao meu irmão o que ele acha do Marco, resposta foi Babaca, concordam ou não?
Beijos Mei



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