Caçadora de Asas escrita por Chang Mei


Capítulo 18
Intervenção contra a escuridão


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado aos amigos que nos trazem para a realidade, no meu caso sou eu que trago o povo pro chão, mas todos temos aquele amigo que não deixa a gente surtar, não que funcione sempre... Ok, parei.
Agora leiam com carinho.



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Passei uma semana seguindo os Foices Negra sem ser notada, Marco passou doente essa semana, parecia estar com virose. Copiava a matéria para ele e ia cuidar dele nas tardes depois das aulas. Eu precisava de alguma brecha para separá-los e se possível enganá-los para que se matassem.

– Mei posso falar com você - perguntou em tom preocupado - antes de você ir ver Marco?

– Claro, Ana - respondi animada juntando o material - onde você quer conversar?

Ela simplesmente se virou e eu a segui até a sala dos representantes, como ela fazia parte do comitê podia usar fora dos horários escolares, ela estava com olhar preocupado e aéreo.

– O que você tem a me dizer?

– Sei o que você está fazendo e acho que não está certo.

– Fazendo o que? - perguntei cinicamente.

– Não se faça de tonta - respondeu nervosa - está observando aqueles estranhos, acha que eu não sei que eles são akumas e que você teve alguma coisa a ver com a morte de Lucien.

– E daí? - não me incomodava as perguntas, tudo que ela sabia foi dito por mim.

– Você está obcecada! Está se tornando como eles! - Ana estava exaltada e muito nervosa.

– Você já pensou em por que existem herois? - respondia tranquilamente, tinha certeza do que falava. Ana negou incrédula - Para salvar aqueles que não podem se defender.

– E você é uma? A defensora dos incapazes?

– Você já parou para pensar se uma pessoa tem habilidades e força para impedir o mal de prosseguir, por que não faz?

– Não, não sei Mei, mas o que importa isso?

– Tudo, eles não o faz por serem covardes, por não quererem mudar. Não há motivos para sair da zona de conforto.

– Não fazem por que há policiais que são direcionados a isso.

– E para os akumas - bati a mão na mesa, eu havia perdido a calma - quem pode os proteger? Ninguém perto de mim morreu, mas eu não vou deixar isso acontecer.

– Matar os possíveis criminosos não é ser um pouco severa? Você quer ser um deles?

– Não estou sendo severa, só não quero que outra criança igual a Dan fique sem sua família por causa de cede de poder - sentia algumas lágrimas no rosto - ninguém merece isso.

– Matar não é a solução, impeça os crimes não mate os criminosos - respondeu Ana serena - ele também tem família.

Eu já havia desabado nestas frases, Ana estava certa matar não é correto, eu estava querendo eliminá-los por meus ideais e eles matam pelos deles. Eu havia me tornado uma assassina, um da mesma estirpe* que eles, que eu odiava. Chorei por um tempo até me acalmar, não podia matar os FN por serem assim, devia tentar persuadi-los e não destruí-los.

Quando me acalmei fiz uma carta para Thiago, pedindo desculpa por ter feito a última carta e esclarecendo os fatos que inventei e mostrando os que constatei. Coloquei no armário dele como nos outros dias e me direcionei a casa do Marco.

– Oi anjo, você está bem? - Marco estava um pouco abatido, talvez anêmico - Parece um pouco abatida.

– Estou sim - forcei um sorriso que tentava ser sincero - e você melhorou?

– Isso depende - Marco me deu um sorriso malicioso.

– Depende do que?

– Se eu estiver melhor você continua cuidando de mim?

– Cuido sim bobinho -só ele conseguiu retirar um sorriso - mas então está melhor?

– Acho que não - disse se inclinando para deitar na cama - estou sentindo falta de ar. Será que você pode fazer respiração boca a boca?

– Se está falando ainda da tempo para ligar a um enfermeiro, que tal?

– Não, eu to sem ar - sorriu novamente e eu não resisti ao pedido.

Passei o restante da tarde na casa dele, cuidando, verificando a temperatura e fazendo respirações boca a boca, se fosse real Marco teria asma de tanto que sentia falta de ar.

– Boa noite Marco - disse uma voz grave na entrada - vou fazer a janta o que quer? Temos... Boa noite Mei - se interrompeu - como está este paciente mimado hoje?

– Boa noite sr. Lich, está manhoso injeção é uma boa - respondi rindo.

– Claro porque não me dar injeção - resmungou Marco - estou muito doente, 'cof cof.

– Hoje você será minha convidada de honra não aceito recusa ao meu convite para o jantar.

– Sim senhor, só vou avisar meu irmão.

– Claro, tenho que comunicar algo à vocês.

Liguei para John e a única coisa que me disse foi para chegar em casa até às 23 horas e para não estar casada neste meio tempo, sempre alegre. Ajudei o pai de Marco a arrumar a mesa e por a janta, no meio do jantar veio o pronunciamento.

– Crianças - Marco o encarou com repreendimento - Pessoas, ainda são crianças para mim tá? Bom, eu vou me mudar para Oceânia por causa da empresa em que trabalho, mas Marco vai ficar.

– Sério? - perguntou eufórico.

– Sim e sua tia vem ficar com você, mas do que justo você recebê-la aos pulos.

– Claro, amo minha tia, ela cuidou de mim quando nasci. Mas não queria que você fosse embora, gosto de você me atormentado.

– Também sentirei sua falta - o sr. Lich estava quase chorando - e sua também Mei, uma menina tão boa e carinhosa, sentirei sua falta.

Terminamos o jantar e me despedi do pai do Marco, não o veria mais. Fui para casa no horário limite, Jonathan não se incomodaria se eu chegasse um pouco atrasada. Cheguei em casa e o portão estava amassado, entrei querendo saber o ocorrido.

Na sala tudo estava quebrado, no corredor John estava amarrado com cortes pelo corpo, estava sem camisa, vendado, de costas e no chão. Em suas costas estava cravado à sangue as letras FN, eu fui descoberta e John pagou a conta por mim. Eu havia prometido a Ana que não me meteria mais com eles, mas esta promessa eu não me arrependeria de quebrar.

Cuidei de Jonathan que estava desacordado, liguei para a polícia e fiz um B.O., se Ana queria que seguisse a lei eu fiz, mas os culpados seriam marcados com minha lâmina.


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Notas finais do capítulo

*estirpe - definição semelhante a raça, mas usada para bactérias.
Lógica dos Foices Negra: se ela matou um dos nossos podemos marcar um dos dela.
Espero que tenham gostado. Prometo que a Mei voltará a ser doce, ou pelo menos sem manchas de sangue no caminho.
Beijos Mei ^^



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