Caçadora de Asas escrita por Chang Mei


Capítulo 11
Recusa e decepção


Notas iniciais do capítulo

Olá, não postei por motivos complicados, os mais simples são provas, trabalhos e reuniões...



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Sorri meio que sem graça e ele também, mas quando fui falar algo o pai de Marco chegou e gritava com ele. A única coisa que deu tempo de dizer foi um tchau de longe, eu só consegui entender que algo havia acontecido. Dormi como um anjo este dia, mas eu não havia recebido nenhuma mensagem dele depois disso, nem domingo ou segunda de manhã.

Entrei na minha van afim de vê-lo, mas ele não estava lá, nenhum recado. Durante a aula também não o vi, liguei para ele, mas sempre dava que estava fora da área de cobertura. Minhas mensagens não eram respondidas, pensei a princípio que ele estava apenas me devolvendo o que tinha feito, ou que ele havia se arrependido novamente. Fiquei preocupada, angustiada e desesperançosa, ele não gostava de mim, uma vez que ele se comportou estranhamente depois de nos beijarmos.

Passou-se uma semana e Marco não apareceu, mas um ataque contra um akuma ocorreu perto de casa. Por sorte quando um semelhante está em perigo ele consegue pedir ajuda a outros usando seu protetor. Como eu havia prometido a mim que não deixaria nenhum akuma morrer perto de mim, ou em quanto eu puder fazer algo.

Peguei minha katana e coloquei dentro de uma capa velha de taco de basebol, eu não poderia sair com uma katana à vista de todos e também mostrar a minha cara. Então peguei um casaco que cobria quase todo o rosto, mas por se adequar bem ao meu rosto não atrapalhava minha visão.

Coloquei o gorro e fui à procura da vítima, ela estava a cinco quarteirões de casa. Era um homem de mais idade, estava jogado no chão se defendendo da espada com sua bengala. De pé ao lado dele, empunhando uma adaga, um akuma que se parecia muito com Eliot. O akuma que estava no chão no havia retirado seu protetor para se proteger, como eles não haviam me visto eu pude retirar a katana.

Enfrentei o akuma que estava em pé, o senhor que se defendia com a bengala me agradeceu e fugiu se deixar vestígios, me deixando com aquele akuma que poderia ser da minha escola. Eu o ataquei, mas ele desviou, seus movimentos pareciam muito com os do Eliot, apesar de ter lutado apenas uma vez com ele, era difícil esquecer do seu estilo sanguinário.

Depois de observá-lo, percebi que todas as vezes que atacava e chegava perto de seu relógio de pulso ele ficava apreensivo, assustado e nervoso. Cheguei à conclusão de que este era seu protetor, comecei a mirar somente em seu relógio, quando o acertei vi as asas de Eliot se formarem, e neste instante tive certeza que era ele.

Seu relógio estava na ponta da minha espada e ele tentou o tomar de volta, foi em vão, eu já havia o vencido antes de saber que ele era um caçador sanguinário, ou seja, antes de odiá-lo. Joguei o protetor perto de onde estava a capa de basebol e a bainha da katana. Consegui o ferir na asa direita, quando o mesmo tentou recuperar o relógio, mas não tinha sangue em sua asa, só na minha espada e no protetor.

Desesperado com sua asa ferida Eliot fugiu voando torto pelo céu escuro daquele dia, eu peguei um retalho que tinha no chão e limpei a ponta da katana e fui verificar os objetos que eu havia deixado mais atrás. O relógio sangrava um pouco, o meu protetor estava avermelhado como no último dia que tive com Eliot. O relógio pingou sangue por três dias, e durante eles não havia sinal de seu dono.

Depois dos três dias surgiu um cheiro insuportável de sangue por todos os lados, meu colar estava vermelho por completo e nenhum sinal de Eliot, também não tinha como ele andar com suas asas amostra. No dia seguinte apareceu no jornal local que um aluno morreu por ataque cardíaco depois de fugir de casa, era ele. Eu não sabia se a culpa foi minha, ou foi dele próprio; Se eu contribui para a sua morte, ou acelerei o processo. Contudo a culpa me consumiu, para mim, era obvio que eu contribui diretamente ou indiretamente para a sua morte. Fiquei em estado de choque por dois dias, ficando em casa, sem ir para a escola, e com o consentimento do meu irmão.

Durante esses dias que eu estive ausente na escola eu passei na cama, minha febre era de 40*C, não conseguia se quer olhar para o celular, pois qualquer claridade me doía os olhos, portanto Jonathan respondia as para mim. Marco havia me mandado uma mensagem com um pedido de desculpas, por não ter dado sinal de vida nesta semana. Sua justificativa foi de um parente, um primo próximo, sofrera um acidente e ele teve que visitá-lo.

Este primo morava em uma cidade do interior, restando em praticamente sinal zero para a telefonia. Pedi para John responder que estava tudo bem e que depois conversaríamos. Na segunda que se seguiu eu já estava melhor, eu havia percebido que se eu o matei ou não, não mudaria a minha opinião sobre quem eu sou ou sobre o que eu queria fazer com aqueles que julgam suas vidas mais importantes que as dos outros akumas, os perseguirei e de alguma forma os impedirei de matar mais alguém.

Apesar de não saber como iria impedi-los eu faria o máximo para não cometer uma injustiça, mas também não deixar impune aquele que violam a justiça não somente dos humanos normais, mas também os akumas. Nós não tínhamos um defensor, um julgador, e nada me impedia de ser uma justiceira já que nada nos protegia eu tomaria este cargo.

Não me convenci muito com a história de Marco, mas resolvi escutá-lo, ele abriu porta da van, como sempre, retirou a minha mochila das minhas costas e se ajoelhou, falando:

–Me perdoe por não ter dado notícias, meu primo sofreu um acidente e foi para a UTI, com sério risco de perder a vida, por isso todos queriam vê-lo pela possível, última vez.

–Entendo, mas porquê você está ajoelhado na van? O motorista está com pressa de nos levar a escola.

–Eu queria te fazer um pedido de desculpas formal e te entregar isso.

Ele colocou a mão em seu bolso direito da calça e pegou uma pequena caixa com o desenho do Yin e Yang nela. Marco me entregou abrindo a caixa, nela tinha dois colares e estava escrito:

“Eu te escolho para passar a eternidade comigo. Você aceita passá-la junta a mim?".

–E então - ele me disse - aceita?

Eu fiquei desnorteada, minhas pernas estavam tremendo e tinha a sensação de que meus olhos estavam mudando de cor. Verei meu rosto sem dizer uma resposta, então ele disse:

– Seus olhos, são...

Eu não consegui pensar direito, ele havia percebido que algo tinha mudado em relação à coloração dos meus olhos.

Em um golpe seco acertei seu rosto com um tapa.

–Lindos - completou ele - Ai, não pensei que teria essa reação.

O motorista estava olhando para trás e sorriu com a resposta e eu respondi:

– Não! Quero dizer sim! Ahm. Eu aceito o seu pedido, só que estou meio confusa, meio zonza por ter ficado doente e surpresa. Não o esperava, apesar de ter muitas afinidades não pensei que seria tão cedo.

–Que bom, digo, se não estiver pronta tudo bem. Eu espero até você tomar uma decisão, mesmo não sendo imediata.

– Eu aceito, não tenho que pensar mais.

O motorista acenou para nós sentamos e fomos buscar os outros era meio difícil não saberem que estava acontecendo algo até estranharam. Metade da semana Marco faltara, a outra metade eu faltei e depois nós dois estávamos sentados um do lado do outro se entre olhando com cara de bobo.

Na escola havia alguns que não tinham se acostumado que eu era uma esgrimista. O grupo estranho de garotos, com que Eliot andava, estavam indiferentes com a morte do amigo. O cabeça do grupo era Nick, o aparente braço direito era Thiago, o outro era Lucien o novato a turma. Depois dele ter morrido, eu comecei a observar seu antigo grupo, se um podia ser akuma os outros também poderiam ser. Não aguentaria viver com essa dúvida, mas não tinha como os seguir sem ser vista, então os observava de longe, Marco nunca me questionou do por que eu os olhar, sua confiança em mim era tão fofa e também já o vi olhando para eles.

Duas semanas se passaram e Gust começou a me tratar mal, me respondia com frieza e desprezo, pensei ser por causa do Marco e do nosso relacionamento, mas não poderia ser. Gust sempre me falava sobre Annie, à garota mais fofa da escola segundo ele, fazendo eu ficar sem resposta dele me ignorar. Marco se sentia mal, para ele a culpa era sua, não adiantava eu dizer nada eu não consegui mudar da sua opinião, antes do namoro os três sempre andavam juntos. Contudo essa semana não foi totalmente ruim, o jornal da escola abriu uma vaga e eu preenchi o cargo.

Minha função seria de fazer um perfil de cada aluno que entrou na escola nos últimos dois anos, felizmente os participantes do grupo de Eliot haviam chegado a escola no ano passado e para a minha surpresa Marcos também. Eram somente 39 alunos, levando em consideração que eram somente do terceiro ano e que no total eram 176 alunos. Minha desculpa para observar e descobrir a verdade estava pronta, para fazer esta perfil eu podia ter acesso a informações sobre os alunos, quais eram suas atividades extra curriculares, participações em campeonatos, numero de detenções, freqüência escolar e notas.

Eu obtive licença das atividades não obrigatórias para fazer os perfis, foi pratico fazê-los, eu tinha que colocar o nível de cada um como aluno (excelente, bom, regular e péssimos), quem tivesse a pior colocação deveria passar por um exame particular e depois eles conversariam com os pais. Eu não poderia "salvar" alguém, pois 3 outros alunos fariam essa avaliação de perfis, tendo então de ser o mais sérios possível correndo o risco de ser punida se não o fizesse assim. Com isso consegui fazer a pesquisa de 34 alunos, deixando Nick, Thiago, Lucien, Eliot e Marco por ultimo, o curioso era que a escoa ainda queria o relatório sobre Eliot, mesmo morto.

Conversei com todos para ver se descobria algo sobre eles, mas encontrei nada. Tive que segui-los novamente, mas agora eu teria um desculpa, consegui ver que todos tinham uma tatuagem no braço esquerdo, e esta era de uma asa, mas ela não era muito grande, a não ser por algumas. No canto de cima as penas eram brancas e no canto inferior eram penas pretas. Nick tinha o maior numero e penas, tendo a maior asa dos 3. Tirei uma foto de cada tatuagem, para mim todo detalhe e necessário.

Ninguém parecia ter afinidade no grupo, todos se olhavam com ódio, mas quando Nick chegava todos se calavam e o olhavam, suas expressões eram de medo, agiam como se ao um descuido teriam suas cabeças cortadas. Todos tinham facas consigo e dois anéis. Esses eram ligados com uma pequena corrente, Nick usava os dois no dedo indicado, Thiago e Lucien usava um no indicador e o outro no dedo médio. Os anéis de Nick eram iguais e os que estavam nos outros dedos indicadores também eram iguais.

Passei a perguntar para os colegas de classe deles se havia algo estranho neles, mas uma resposta me intrigou. Tereza do 3º gama me disse:

–Pergunte para o seu namorado, vocês não são o casalzinho perfeito? Se perguntar com certeza ele ira de dizer, agora volte para ele e pergunte se não gostar da resposta à culpa não e minha.

Sai meio confusa da sala, um simples não teria sido melhor. Fui falar com Ana que finalmente assumiu se relacionamento com Juan, este foi logo depois deu ter começado a namorar. Ela me disse:

–Marco andava e chegou junto a eles, mas antes do fim do ano letivo passado eles tiveram uma briga e Marco se separou do grupo. Depois que ele se separou deles ele ficou doente, anêmico, e faltou por duas semanas, o grupinho de Nick eram chamados de cinco foices e depois da saída de Marco ele se ato denominava apenas de foices negras (FN).

–Mas e depois - perguntei - o que ouve com eles?

–Marco melhorou e voltou para a escola como uma nova pessoa, mais comunicativo e mais alegre. Parecia que as FN’s tiravam um pouco da vida dele. Estranho né?

– Sim – respondi com duvida – obrigada por ter me respondido. E então como vai o seu namoro com Juan?

Ela começou a me contar sobre os dois nada que não fosse novidade para mim, ambos estavam iguais ao que eram antes de assumir o namoro. Eu realmente não sabia muito sobre o passado de Marco, somente de seu presente, o que lhe aconteceu neste ano.

Marco sempre teve um ar misterioso, assim como eu, e nós respeitávamos o nosso sigilo. Eu até gostava deste lado misterioso dele, mas não saber as coisas que o cercara não era muito agradável. Não comentei nada com Marco, ele podia querer apagar esse passado.

Achei Marco observando as Foices, depois da conversa de Ana, perguntei:

– O que você está olhando?

– Alguns amigos antigos que me trazem más recordações, mas deixa isso para lá. Vamos sair hoje?

Ele me disse me abraçando e virando meu corpo para trás, fomos para uma sorveteria ele estava distante, talvez por eu tê-lo visto olhando para as foices. Quando eu entrei para escola nós já tiamos os encontrado, só que o grupo era maior, e Marco se sentira desconfortável no dia e eu também, mas não dei muita importância. Eu senti que havia algo errado com eles, devia ser por serem akumas, mas não havia a certeza.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, logo terminarei a fic.



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