Um Amor Além Dos Sonhos... escrita por Miih Santos


Capítulo 11
O Adeus A Uma Bracho


Notas iniciais do capítulo

Sexta-Feira Chegou E É Dia De Postar Cap... Uhuu ! Só Tenho Motivos Pra Comemorar, Além De Chegar O FDS, Ainda Tive Mais Duas Coisas Que Fizeram Minha Sexta-Feira Ainda Mais Feliz, A Primeira é Que Cheguei Aos 50 Comentários, Isso é Muito Significante Pra Mim, Pois Mostra Que Vocês Se Interessam e Participam De Verdade, e a Segunda é Que Recebi Mais Uma RECOMENDAÇÃO, Com Uma Descrição Muito Perfeita e Carinhosa da História De NiniPartrllario, Obrigada Flor, Como Agradecimento e Já Aproveitando Pra Tirar Suas Dúvidas, Este Capítulo Vai Para Você! Leitoras, Espero Que Gostem Também, Apesar De Ainda Estar Num Momento Muito Triste...



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*Narração Carlos Daniel*

Caí num sono super profundo, eu estava realmente dormindo como uma pedra, e queria mais do que tudo me manter assim, mas fui interrompido por batidas insistentes na porta, logo em seguida ouvindo os chamados de Adelina para me acordar:

– Seu Carlos, senhor acorde por favor, preciso falar contigo urgente! - Ela chamava dando-me leves balanços em meus braços

Fui despertando muito lentamente, meus olhos pareciam pesar toneladas, e meu corpo parecia gelatina de tão mole e preguiçoso que eu estava. Quando finalmente consegui abri-los, senti um ardor pela claridade da qual o quarto já se encontrava, e demorei alguns instantes pra minha visão se normalizar. Só depois de tudo isso conseguir responder Adelina:

– O que tem pra falar comigo, já sei que tenho de cuidar do velório de vovó, mas não queria ser incomodado tão cedo. - Reclamei com a voz rouca

– Desculpe senhor, mas foi necessário e também não é só sobre isso que queria falar com o senhor - Disse e pude sentir seu tom soar misterioso, também com um pouco de nervosismo.

– Está bem Adelina, me espere daqui a 1 hora na biblioteca. Rodrigo e Patrícia ainda estão aqui? - Perguntei já me levantando da cama.

– Sim senhor, passaram a noite aqui, e também querem falar com o senhor lá na sala.

– Que horas são?

– Quinze pras nove senhor, tive que acordá-lo, porque sei que há mutas coisas pra resolver hoje sobre... - marejou - vovó, pelo o que a Dona Leda me falou, e por isso pediu para chamá-lo aqui.

– Certo diga a eles que me esperem, já descerei.

– Como quiser, com licença senhor. - Saiu rapidamente do meu quarto, ela também estava abalada com o falecimento de vovó, era uma grande amiga dela e não era por menos, sempre foram muito unidas e confidentes uma a outra.

Tomei meu banho, escovei meus dentes e me arrumei pra depois descer e saber o que me esperava lá embaixo depois de tudo. Sinceramente se pudesse desapareceria dali, mas em consideração a memória de minha avó, ela não merecia que eu lhe fizesse tamanha covardia.

Cheguei à sala e lá estavam todos reunidos novamente, ainda me esperavam e assim Rodrigo tomou a palavra:

– Carlos Daniel, Leda nos contou que hoje mesmo já cuidaríamos da velação do corpo de vovó, e estávamos pensando se não seria melhor fazermos tudo somente com nós familiares, amigos próximos e alguns funcionários da fábrica, agora precisamos saber se está de acordo?

– Sim, estou. - Respondi brevemente, estava ainda muito abalado para discutir qualquer coisa que fosse

– Bom, então precisamos passar no hospital e pegar a documentação do IML da vovó, pra depois contratarmos uma funerária, e assim cuidarmos do velório e do enterro. - Esclareceu Leda

– Enquanto vocês vão pro hospital, eu e Willy cuidamos da funerária, Patrícia e Estephanie ficam responsáveis por ligar para as pessoas que vão estar presentes. - Recomendou Rodrigo

– Certo então vamos tomar café e logo em seguida vamos - Chamou Willy levantando-se do sofá e todos fizeram o mesmo

Durante a nossa refeição matinal, senti os olhares constantes de Estephanie sobre mim, percebia-se de longe o quanto me olhava raivosa cheia de ódio e rancor. Se manteve em silêncio o tempo inteiro, enquanto me olhava e ao mesmo tempo comia, sabia disso porque a olhava de canto, não me arrisquei a encará-la e mais uma confusão se formar ali.
Terminamos e todos foram fazer suas funções, Leda e eu fomos ao
hospital e acertamos tudo com o doutor Torres a quem agradeci após tudo acontecer e logo voltamos à mansão, onde Patrícia e Estephanie já tinham terminado de chamar os convidados para o velório.
Me dirigi a biblioteca onde Adelina já me esperava a mais de uma hora e a desculpei pelo atraso:

– Desculpe-me Adelina, ter lhe feito esperar esse tempo todo, sabe que tive de resolver sobre a documentação de vovó... - disse tomando meu lugar sobre a poltrona principal

– Não se preocupe seu Carlos, eu entendo, sei que ainda é difícil de acreditar, todos nós os empregados estamos muito mal e sob luto é claro. - Ela sentava de frente para mim e ainda parecia muito tensa

– Sim, pra nós ainda é mais difícil, aliás tenho boa culpa de tudo isso...

– Claro que não senhor, por favor não fale mais assim.- pediu
interrompendo o que eu falava - Bom, vou direto ao assunto... Er, seu Carlos, antes de vovó partir....ela me pediu pra lhe entregar isto - tirou um objeto do bolso de seu casaco que até então de primeiro momento não soube identificar, mas logo depois que Adelina o esticou sobre a mão para eu mirá-la melhor, percebi que se tratava
de um colar, então a questionei:

– Mas... como assim, antes de partir, por acaso sabia que ela iria morrer Adelina?

– Não, juro por Deus que não sabia, mas ontem quando discutiram, fui procurá-la no quarto, e confesso que a achei bem estranha, mas nem passou pela minha cabeça que tudo isso poderia acontecer, longe de mim, senhor.

– Ok, prossiga.

– Ela estava olhando o álbum da família e parecia emocionada, triste, então a perguntei do porque de tudo aquilo, e ela me dizia que não era nada, depois me entregou o colar e.... e mais nada, só o colar.

– Tem certeza que foi só isso Adelina? - A olhei desconfiado

– S-sim senhor, absoluta, ela pediu pra lhe dar só um recado sobre o colar.

– O que ela disse?

– Disse que era pro senhor colocá-lo e com ele, encontraria o amor de sua vida, pediu que pelo menos desta vez acreditasse nela, porque aquilo era totalmente verdade. Agora, não me pergunte como seu Carlos que isso vai acontecer, ela só me garantiu isso. Aqui está senhor - Entregou em minhas mãos o colar

Ela já se levantava para sair, quando a chamei, pois percebi algo naquele objeto que me chamou ainda mais atenção:

– Adelina, espere!

– Diga seu Carlos. - virou-se em direção a mim

– Que iniciais são essas aqui no verso desse colar ?

– Ah, D-desculpe senhor, esqueci de lhe dizer que estas iniciais que estão aí são justamente da pessoa que vai ser o seu... seu amor!

*Narração Paulina*

– Quem era no telefone Célia? Por acaso já arrumou um namorado? - ri -

– Ay sua bobinha, eu não arranjei namorado ainda, mas você...Está prestes a arrumar, só vai depender da sua resposta - me sorriu -

– Não estou entendendo, pode ser mais clara? Não gosto nada disso...

– Ok, então se prepara, uma pessoa muito especial acabou de ligar pra mim e disse que hoje mesmo vira pra cá, sabe por que?

– Eu não sei nem quem é, imagine por que, anda Célia, desembucha!

– Tá, tá, que curiosa meu Deus, foi o meu primo, Osvaldo! Isso não é maravilhoso Lina, ontem mesmo falava dele e hoje, me liga dizendo que virá pra cá, agora tente adivinhar porque?

– Osvaldo aqui? Não faço a mínima ideia do que venha fazer aqui...

– Poxa Lina, achei que fosse mais inteligente - gargalhou - ele vai vir aqui pra te pedir em namoro! Aaah, não é demais amiga? Ele vai cumprir com o que prometeu, que lindo!

– Celinha, ele já se formou, lá no exterior?

– Bom tia, se vai vir, é porque com certeza já deve ter se formado, não me contou detalhes, acho que quando chegar aqui nos contará...E então Lina, o que me diz dessa notícia maravilhosa?

– Olha, sinceramente não sei... com licença, preciso ficar sozinha - me levantei e saí praticamente correndo da casa de minha madrinha

– O que deu nela? - perguntou Célia, logo quando parti

– Deixa ela, é tudo uma novidade pra ela, logo ela volta.

– Tá bom né... - Respondeu dando de ombros

Fiquei caminhando pela praia pensando sobre tudo o que me ocorreu ultimamente. Eu não sabia dizer se estava ou não feliz por Osvaldo voltar, não consigo explicar, mas me sinto confusa, foi aí que me lembrei das palavras de Célia e minha madrinha ontem:

"...Você precisa de um emprego adequado, que seja fixo na carteira, para melhorar suas condições financeiras, constituir uma família com alguém, quem sabe, aliás filha, você sempre me dizia que teu sonho era casar quando mais novinha, e o de Paula era ter netos quando viva, que Deus a tenha, por que não arranja alguém especial e realiza estes sonhos? Já pensou como sua mãe iria ficar orgulhosa de você? E não é isso que quer, dar orgulho a ela?"

"...Me lembro de quando éramos adolescentes, e meu primo Osvaldo era gamadinho na Lina, mas ela nunca teve coragem de ficar com ele, sempre morria de vergonha, e o coitado foi pro exterior estudar, dizendo que quando voltasse formado, teria condições melhores de vida e assim casaria com a Lina, até uma casa na capital ele disse que ia comprar pros dois morarem juntinhos..."

Depois de pensar sobre tudo o que me falaram, decidi a minha resposta para Osvaldo quando ele chegasse.

*Narração Carlos Daniel*

Fiquei na biblioteca olhando para aquele colar que agora pousava sobre minha mão, estava confuso em relação ao que vovó mandou dizer sobre ele, "Será que deveria colocá-lo", não posso negar que era bem bonito, de boa qualidade, apesar do pingente favorecer ao lado feminino, a corrente era masculina, por ser um pouco mais grossa e larga. Olhava para as iniciais dele e tentava imaginar se realmente haveria alguém esperando por mim, mesmo não sabendo quem sou, e como essa pessoa estaria pensando em me encontrar, "Vovó sabia quem era ela?", muitas dúvidas surgiram à minha cabeça, mas como ela me pediu um último voto de confiança, eu iria colocá-lo, devia isso a ela por ter sido tão incrédulo, se ainda havia uma esperança, então esse colar seria ela. O guardei na gaveta da escrivaninha, o pegaria depois, tinha que preparar o velório de vovó.

*Narração Paulina*

Encontrei com minha madrinha quase em frente à sua casa e a mesma me disse preocupada:

– Filha onde estava? Célia e eu ficamos com medo de que tivesse ficado nervosa de repente e por isso saiu daquele jeito, o que aconteceu?

– Nada madrinha, estou bem, só precisava pensar um pouco, essa notícia da volta do Osvaldo me fez refletir sobre muitas coisas... - Esclareci pensativa.

– Menos mal filha, agora se justifique com Celinha, porque a coitada está quase tendo um ataque do coração de tanto remorso. Ela ficou apavorada pensando que você tinha se magoado com ela. Bom, vou indo, te espero no quiosque - Se despediu com um beijo em minha testa.

– Está bem madrinha, não demoro. - Confirmei entrando em sua casa

Mal fechei a porta, e Célia veio diretamente me abraçar forte, parecia até chorar, tratei logo de acalmá-la:

– Minha amiga, calma! - Sorri lhe passando confiança, olhando-a - A madrinha me contou tudo, não estou chateada, nem magoada com você - Saí de seu abraço.

– Ay Lina... Sabe, é que fiquei muito preocupada com a sua reação sobre a notícia de Osvaldo, achei que não era nada, pois a tia Filó disse que logo você voltaria, mas depois o tempo passou e comecei a pensar que tinha se magoado comigo e...

– Hey olha, eu estou aqui! Já esclareci tudo, esquece isso - A interrompi e limpei suas finas lágrimas que já se faziam presente em seu rosto.

– Obrigada por me entender amiga! Te adoro muitão! - Agradeceu sorrindo aliviada e pegando em minhas mãos. - Mas então me explique, por que saiu lá pra fora de repente, quando lhe falei tudo?

– Eu precisava pensar sobre essa volta do Osvaldo, sobre minha vida, sobre meus sonhos, enfim e acho que talvez ele seja um caminho para tudo começar a acontecer... - Expliquei sentando-me no pequeno sofá.

– Então isso quer dizer que...

– Sim, eu vou aceitar o pedido de namoro dele, mas não quero que fale nada por favor, deixa que eu converso com ele. - disse naturalmente, sem animações.

– Tá certo amiga, pode deixar. - Sentou-se ao meu lado. - Lina, esqueci de te contar que estarei essa primeira semana do ano de folga da boate, e pensei em aproveitá-la aqui com você e tia Filó, conversarei com ela e ficarei dormindo daqui durante esse tempo.

– Ah que ótimo, sinto tanto a sua falta quando não está aqui, és minha única amiga, uma irmã praticamente e sem você me sinto um pouco sozinha, apesar de ter minha madrinha...

– Awwn eu sei que você me ama. - me abraçou - Mas Lina, sabe que foi necessário eu fazer isso, preciso ter a minha vida e também condições melhores pra viver, aqui na praia quase não se tem, como consegue se manter amiga?

– Bom, às vezes me dão caixinha no quiosque, sempre há um engraçadinho pra me paquerar, e assim consigo alguma grana extra, e também a madrinha vende bem e tem bastante cliente.

– Também, com uma beleza dessas - Começamos a rir - Lina, ér... me empresta uma roupa e toalha para eu me trocar, estou com essa roupa desde ontem, e quando Osvaldinho chegar peço a ele pra me levar em casa e pegar umas coisinhas pra eu passar essa semana aqui, inclusive biquini.

– Sim claro, vamos lá então. - Nos levantamos e saímos para ir até minha casa.

*Narração Carlos Daniel*

Já estava de saída, quando Rodrigo entrou me chamando para organizarmos tudo, pois o velório seria hoje no começo da tarde, e no final o enterro, então tínhamos que nos apressar. Guardei o colar na gaveta sem meu irmão perceber e saí junto a ele da biblioteca.

O pessoal da funerária chegou e preparou a sala para a decoração do velório e depois de tudo pronto, só faltava o caixão chegar e os convidados também. Rodrigo me informou que tudo seria agora, pois foi de acordo com o que Patrícia e Estephanie marcaram para os convidados, nem todos poderiam vir pois estavam viajando de férias, mas os que vieram já era o suficiente.

O velório seria às uma da tarde, e terminaria às três, e da mansão iríamos direto para o cemitério principal da cidade, onde seria feito por fim o enterro. Quando o caixão chegou já haviam convidados, e assim que foi posto em seu lugar, Estephanie foi a primeira a se aproximar:

– Vovó, por que teve de partir? Sabe o quanto precisávamos da senhora, eu não posso me conformar com isso, não posso, ainda mais sabendo quem foi o culpado por tudo, quem lhe atormentou, e te deu desgosto, mas eu juro que ele vai pagar por cada dor que a senhora sofreu, e por causar sua partida... Te amo vovó, Te amo muito! - Se apoiou chorando ao caixão que estava fechado, mas se via a face dela através de uma abertura coberta de vidro na tampa.

Depois foi a vez de Rodrigo se aproximar e por último eu:

– Sei que já me perdoou, mas nunca vou cansar de lhe pedir isso, porque como Estephanie disse, levarei essa culpa pra sempre dentro de mim, e se pudesse voltar no tempo, pediria a Deus para ir em seu lugar. Agora vou acreditar em ti, mesmo sendo tarde pra isso, mas prometo que vou seguir os teus conselhos e buscarei fazer tudo como sempre quis... Vá com Deus vovó, te amo. - Desabafei já não contendo minhas lágrimas e logo acariciei onde estava seu rosto coberto pelo vidro, depois saí.

Todos foram pouco a pouco se aproximando dela para darem o seu adeus e por último fizemos uma oração encerrando o velório. O caixão dela foi levado pelo carro da funerária que contratamos, e os convidados seguiram até lá junto conosco, ficando apenas os seguranças na casa.

Chegamos lá exatamente às três e assim demos início para o grande e pior momento, agora este seria ainda mais difícil, mas tínhamos que ser fortes e encarar. Fizemos questão de enterrá-la ao lado da lápide de meu falecido avô, era um desejo dela também, e isso contribuía para que descansasse ainda mais em paz.

Choramos muito, principalmente Estephanie, que chegou a desmaiar e Willy teve que levá-la embora. Jogamos as flores e rosas, haviam bastante coroas também, foi uma grande cerimônia, por fim recebemos a oração de um padre que chamamos também para mais uma vez encerrar, e assim vovó se foi.

Voltamos pra casa em completo silêncio e nem tínhamos fome para jantar. Lembrei-me do colar que estava na biblioteca e fui pegá-lo, depois me dirigi ao meu quarto. Chegue e tomei outro banho bem quente, precisava relaxar assim demorei uns 20 minutos para terminá-lo. Botei apenas uma cueca, estava com calor e fui pentear os cabelos, me perfumar pra depois dormir, e ali estava o colar sobre a penteadeira. Tomei coragem e antes de colocá-lo no pescoço o segurando nas mãos frente a mim, e olhando meu reflexo falei:

– Agora colocarei este colar, e assim vai nascer uma esperança de que mesmo com todos os problemas, encontrarei a luz que me guiará para felicidade.- O coloquei e em seguida fui me deitar.


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Notas finais do capítulo

Viu Como Fui Boazinha, Fiz Um Capítulo Grandão Pra Vocês, Como Forma De Agradecimento Por Colaborarem :D

Próximo Capítulo, O Primeiro "Encontro", Vai Rolar Beijo hehe >:D, Comentem Bastante e Se Quiserem Podem Opinar Como Vai Ser ... Bjs da Miih e Hasta La Vista :*