Eu queria sair logo da aula e olhar de novo para os olhos dourados dela. Os olhos dourados da garota que involuntariamente tinha virado o centro do meu universo particular.

O Professor Zac passava a formula da altura de um triângulo, mas eu não prestava atenção.

O final da aula veio com o barulho ensurdecedor do sinal. Sai correndo da sala de geometria e em menos de um minuto, cheguei à porta da sala de Artes.

Rosalie estava saindo devagar.

- Hey Rose! – murmurei quando ela parou na minha frente.

- Venha comigo! – ela disse me puxando.

Nós andamos pelo meio da multidão de alunos que estavam aglomerados no corredor e fomos até um corredor deserto. Quando chegamos lá ela disse:

- Nós não podemos ser vistos juntos em público!

- Por quê? – perguntei confuso. Por que não podíamos ser vistos juntos em público? Isso era tão estranho.

- Porque não é seguro para você. – ela respondeu parecendo triste.

- Como assim?

- Bem... Eu não sou a melhor companhia pra você.

- Ah Rose, que bobagem.

- Não é nenhuma bobagem Emmett. Por favor, faça o que eu estou pedindo, olha, é só por um tempo tudo bem? Prometo que depois eu paro de coisas para você. Eu só te peço isso e peço que não faça nada de imprudente.

- Ta, não vou fazer nada de imprudente e não vou aparecer em público junto com você, mas eu não vou desistir de você! – respondi de má vontade. O que será que ela quis dizer com “Não faça nada de imprudente.”? Eu sabia me defender muito bem sozinho de qualquer pessoa que mexesse comigo, do que ela tinha medo?

Ela sorriu e eu retribui. Talvez ela gostasse da idéia de ter um amor proibido.

Olhei em volta de nós, o corredor estava vazio. Sorri maliciosamente para ela, e ela entendeu minha idéia.

- Emmett nã... – Eu a interrompi com um beijo um pouco selvagem demais.

Fechei um braço como aço em volta de sua cintura e o outro estava em suas costas prensando seu corpo contra o meu.

Seu hálito era gelado e refrescante, lembrava algo como morango com baunilha, era o melhor gosto que eu já sentira em toda a minha vida. Tudo nela era extremamente delicioso. Seu olhar que era brilhante, sedutor e misterioso, seu cheiro doce, o gosto de seu beijo extremamente refrescante e viciante, seu corpo escultural que qualquer modelo daria a vida para ter. Tudo. Ela era perfeita.

Ela soltou-se de meus braços e fitou meu rosto. Analisei suas feições pálidas e perfeitas. Sua pele branca, lisa, gelada e perfeita como mármore, seus lábios vermelhos vivos, levemente cheios, úmidos, tão convidativos, sua testa parcialmente coberta por mechas de seus brilhosos cabelos dourados, seu sorriso que deixava todos seus perfeitos dentes brancos á mostra. Deixei os olhos para o final, sabendo que quando eu olhasse diretamente para eles, eu perderia o fio do pensamento. Eles eram dourados, grandes, calorosos, brilhantes, como ouro líquido. Olhar para eles fazia com que eu me sentisse fraco, como se meus ossos tivessem derretido.

- Eu... Preciso voltar para aula! – ela disse afastando um cacho dourado de cabelo que caía sobre seus olhos 

- Tudo bem... Nós podemos nos encontrar mais tarde? – perguntei meio atordoado por causa do gosto de seu beijo.

- Acho que sim. Passe em minha casa ás três horas! – ela respondeu com um meio sorriso.

Eu assenti e ela foi em direção a saída do prédio.

Eu sentia um aperto enorme no peito de vê-la partir, parecia que eu não podia viver sem ela. Que bobagem, é claro que eu podia, ela não era o centro do universo.

Talvez ela fosse o centro do meu universo, e talvez eu realmente não pudesse viver sem ela. Não depois de tê-la em meus braços. Perdê-la não era uma opção.