Aquela Camisa Azul - 16° Desafio Sherlolly escrita por Nana Castro


Capítulo 1
Aquela Camisa Azul


Notas iniciais do capítulo

Todas nós temos aquela camisa preferida do Sherlock né? Umas gostam da camisa roxa do amor ou da camisa preta da sedução. Eu gosto da camisa azul, do jeito que ela combina com Sherlock. E nessa fic, a Molly também gosta. XD

Musica para acompanhar:
http://grooveshark.com/s/I+Like+That+Shirt/3uodKs?src=5



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519273/chapter/1

Ele abria os botões lentamente. Aquela camisa azul parecia fazer com que seu tórax se sobressaísse ainda mais. E combinava com seus olhos azuis. Como combinava! A medida que os botões saiam de suas casas, sendo retirados por dedos hábeis, a visão daquela pele branca se tornava mais frequente… Ele e ela apenas. O fim da linha de botões. Um braço, depois o outro. Aquela mão com dedos compridos vindo na direção do seu rosto, gentilmente. O calor do peito já descoberto...

- Sai da frente, moça!

O grito dos carregadores tirou Molly do transe. Não sabia já há quanto tempo estava parada em frente daquela vitrine, admirando o manequim que vestia aquela camisa azul. Haviam colocado uma peruca cacheada nele. Pra que complicar a vida daquele jeito?

Sherlock já tinha uma daquela e esse era o motivo de Molly estar tão fascinada. Quando chegava ao laboratório e lá estava Sherlock vestindo-a, sentia como se estivesse fazendo mil sessões de corrente russa ao mesmo tempo. E a vez em que ele ficou em mangas de camisa, sem o blazer, ela teve que se segurar para não cair da banqueta. A coisa piorou quando John e Mary acharam que seria uma boa ideia fazer um amigo secreto no natal que se aproximava. Talvez para evitar o constrangimento que a viram passar no ultimo em que estiveram todos juntos. Dessa vez, havia até uma criança. Seria tudo diferente. E ela orou e orou para tirar a pequena Louise no sorteio, mas não. Como se o destino jogasse na cara dela que ela não tinha saída nessa vida, o seu amigo secreto era Sherlock Holmes. E o que dar a Sherlock Holmes?

“Eu daria eu mesma.” Pensou, sinceramente, quando leu o nome no pequeno pedaço de papel, mas essa opção não contava. Ela já era dele, mesmo que ele não soubesse. Então, incontrolável, seu pensamento voou para Sherlock e aquela camisa azul. E lá ele ficou.

Havia encontrado o presente. Afinal, camisas, principalmente aquela camisa azul, nunca eram demais.

...

Sherlock descobriu rapidamente quem havia tirado quem. Mal piscou. Os semblantes e olhares mal disfarçados, denunciavam. Estava contente. Havia tirado a pequena Louise. Não fazia ideia do que dar a um bebê, mas não faria muita diferença perguntar a John e Mary o que ela precisava. Louise com certeza, não se importaria. Mas o que Sherlock queria mesmo era ter tirado Molly. Há um bom tempo tentava achar maneiras de se aproximar dela, de provocá-la, de estar com ela. Sentia-se cada vez mais atraído e, depois dos dois anos longe, prometera a si mesmo que tentaria, que daria uma chance aos dois. Mas aí veio Tom, Magnussen e aquele maldito vídeo com Jim Moriarty, coisas que fizeram com que Molly acabasse em segundo plano. Mas agora não. Ele tiraria uma folga da vida atribulada. Nesse natal ela seria seu foco, estava decidido. E o Amigo Secreto seria uma ótima oportunidade para começar. Tentou até manipular o resultado do sorteio, para que ela fosse sua amiga. Prestou atenção em como Mary escrevera o nome de Molly no papel, o formato em que ele fora cortado e como ele fora dobrado. Tentou manter a trilha dele dentro do saquinho, o que provou ser bem inútil quando Mary fez o favor de chacolhar o bendito. Tentou descobrir no tato, mas percebeu que não era tao fácil assim. Sequer possível. Mas, a cada um que tirava o seu amigo, Sherlock via que o destino estava a seu favor. Não que acreditasse muito nisso, mas... Molly suspirou e sua cabeça virou-se levemente para a direção onde Sherlock estava. Quase imperceptível para os outros, mas completamente visível para ele. Molly estava com seu nome. E ele daria um presente a Molly, mesmo por fora das regras. Mesmo fazendo o jogo ao contrário.

“Mary W: Vamos falar do amigo secreto!”

Era a primeira mensagem que se via na janela do chat de Molly:

“Molly H: Mary, oi. Não podemos falar… a ideia é essa!

Mary W: Eu tenho palpites para todos. Tenho certeza que sei quem tirou quem! E vc? Vamos, Molly! Eu sei quem você tirou!

Molly H: Duvido que saiba! Aposto uma caixa de bombons com vc.

Mary W: Você tirou Sherlock!!! hahahaha

Molly H: ¬¬'

Mary W: O que isso significa? Que estou certa, não é?

Molly H: É! Como você sabia

Mary W: Eu manipulei o sorteio, para você sair com ele! :P

Molly H: Mary! Não acredito!

Mary W: Por que você acha que te deixei por último? O papel com o nome dele ficou na minha mão o tempo todo. E quando Mrs. Hudson, falando como uma matraca, pegou o dela, eu coloquei o nome dele disfarçadamente no saquinho e entreguei a você. Sou uma máquina do mal!

Molly H: Ah! Mas por quê? Ele é o cara mais difícil de se agradar,

Mary W: Não quando o presente vem de você. Você não tem percebido, não é Molly?

Molly H: Percebido o quê?

Mary W: Tá aí.

Molly H: Mary, para!

Mary W: Ok. E o que você vai dar pra ele? Aquela camisa azul que vc vive babando em cima? HAHAHAHAHA

Molly H: Tchau, Mary! Eu nem sei como vc sabe dessas coisas!

Mary W: Eu observo! :P

Molly H: Eu não mereço! Dois Sherlocks na minha vida agora!

Mary W: Ah! Fala sério! Você iria amar dois Sherlocks. Um pela f…

Molly H: MARY! Tchau!"



Vermelha e constrangida, mas com um sorriso no rosto, Molly saiu do Facebook.

...

- Vamos começar com esse amigo secreto então! - Disse Mary, animada, chamando todos para se reunirem na sua sala.

A festa de natal corria bem, sem nada fora do comum. A não ser o comportamento de Sherlock. Mas como ele era meio esquisito, ninguém se importou muito. Molly reparou que algo estava diferente. E sentia que ela era o motivo. Sherlock não saia do seu lado. A rodeava o tempo todo, parecia querer ouvir suas conversas com as outras pessoas, descobrir alguma coisa. E ele queria mesmo. Queria saber o que ia ganhar e como usaria isso para se aproximar mais. Espiava por cima do ombro de Lestrade, Molly pegando seu pacote e indo para a sala quando sentiu, um tapinha nas costas:

- É uma camisa azul. - Disse Mary.

- O quê?

- Camisa azul. É isso que ela vai te dar.

- Como…?

- Eu tenho os meus meios. E você sabe, eu não sou o John.. sei quando você está enrolando. Agora trate de pensar em alguma coisa, fale com ela de verdade quando a brincadeira acabar. Pare de ficar em volta dela como uma mariposa na lâmpada… ela já percebeu.

- Certo.

- Ah! Mais uma dica, Sherlock. Ela gosta muito do caimento daquela camisa azul sabe…

E assim Mary afastou-se e, a troca de presentes começou. John deu um empurrão em Sherlock e fez com que ele fosse o primeiro:

- Meu amigo secreto é pequeno, baba e não fala… ainda.

- Ótima descrição, Sherlock. - Disse John e todos riram. Sherlock então estendeu um pequeno pacote para Louise, que estava no colo de Mary. A garotinha rasgou o papel de uma vez e se encantou com a bonequinha que encontrou.

- Bem, como Louise não fala, fato bem pontuado por Sherlock, eu farei as honras - Disse Mary, levantando-se com a bebê. - O amigo de Louise cuidou do pai dela em várias ocasiões… Alimentando-o muito bem!

Todos bateram palmas quando Mrs. Hudson se levantou para pegar seu presente.

E assim continuou. Mrs. Hudson tirou John, John tirou Lestrade. Lestrade tirou Mary e Mary tirou Molly.

“Certeza que ela manipulou isso também.” Pensou Molly ao pegar seu pacote e, ao apertá-lo um pouco, descobrir que Mary havia entregue um chicote.

- Você vai precisar disso daqui uns dias. - Mary sussurrou ao ouvido da amiga, ao abraçá-la. Molly ficou vermelha como um pimentão.



E chegara o fatídico momento, onde Molly entregaria seu presente. Ela nem precisou fazer suspense, já que todos agora sabiam quem era o seu amigo secreto. Sherlock estava de pé a sua frente e sorria. Ela estendeu o presente. Ele pegou e a beijou no rosto:

- Obrigada, Molly.

E ali estava a eletricidade novamente. Se Sherlock tivesse esperado só mais um pouquinho, ele sentiria também. Então ele se afastou com o pacote na mão e uma ideia na cabeça.

- Aposto 5 libras que Sherlock vai aprontar alguma coisa. - Disse Mary, com um sorriso malandro no rosto. - Aposto 10 se for algo mais, você sabe... Por que ele tá com cara de que vai aprontar.

John olhou para Sherlock, que estava na mesma posição, sentado no sofá, há uns cinco minutos.

- Você acha que… ele vai, finalmente… Eu vejo que ele está com aquela cara de quando tá preparando alguma coisa, mas são tantos anos e ele nunca… Okay. Está apostado! - Disse John - Vamos ver! Mas ela não é tão fácil quanto parece, Mary. Você vai ganhar só 5 libras. Se ganhar!

- Veremos, marido.

...

Molly pediu licença a Mrs. Hudson, precisava lavar as mãos, sujas de bolo. No caminho até o lavabo, Sherlock apareceu a sua frente:

- Sherlock!

- Molly, oi. Eu queria agradecer novamente pelo presente. Muito obrigada. É uma camisa muito bonita.

- Imagina! É só uma lembrança. Sei que você tem várias delas, mas eu queria dar algo útil.

- Camisas são sempre bem vindas. - Respondeu Sherlock.

Fez-se silencio. Os dois olharam para o chão, até que Molly disse:

- Eu preciso… lavar as mãos.

- Ah, ok.

Ela ia entrando no lavabo quando Sherlock chamou:

- Molly, você pode ir ao quarto de hospedes quando terminar. Eu quero experimentar a camisa e quero sua opinião.

Molly engoliu em seco.

- Claro, por que não! - E sorriu.

“Mary, Mary! Você me paga!”

Minutos depois Molly se via abrindo a porta do quarto de hospedes. Sherlock estava de costas para a porta e já vestia a camisa azul. E ela caía bem. Molly admirou o desenho que as costas de Sherlock tinham naquela camisa. Ela queria estender a mão e tocar tudo aquilo. Nesse momento Sherlock se virou e mais uma vez, Molly pode sentir aquela eletricidade decorrente das mil sessões de corrente-russa. Os botões da camisa não se comportavam direito, parecendo que iam estourar a qualquer momento. O tórax de Sherlock delineado e o azul combinando perfeitamente com seus olhos e o tom de sua pele. Molly suspirou, fazendo Sherlock sorrir:

- O que acha, Molly?

- Está ótima! Disse, olhando para o chão, tentando evitar o olhar de Sherlock. Ouviu os passos dele vindo em sua direção e sua mente foi inundada pelos devaneios, como os que tinha olhando a camisa na vitrine. Mas o que ele pretendia? Os sonhos viram realidade desse jeito?

Parecia que sim.

Sherlock estava parado a dois passos dela. Molly diminuiu a distancia, para poder fechar a porta atrás de si. Então, extremamente e estranhamente próxima de Sherlock, como nunca havia ficado antes, fechou os olhos e esperou. Sentiu o calor da respiração e das mãos dele que se aproximavam do seu rosto. E sentiu o beijo em seus lábios.

“Fogos.”

No segundo seguinte, retribuía o beijo com intensidade, agarrada nos cabelos de Sherlock. Os dois rolaram pelas paredes de todo o quarto. Sherlock a segurava bem perto de si, como se dissesse que, a partir daquele momento, não a deixaria nunca mais.

Quando conseguiu se desvincilhar e respirar, Molly disse, segurando o colarinho da camisa de Sherlock:

- Devemos ir. Vão perceber… vão perguntar.

- Não, não vão. - Disse Sherlock, tocando o rosto de Molly com o nariz, a provocando por mais um beijo - E se perceberem, temos uma fada madrinha para nos dar cobertura.

- Mary.

- Mary.

E sorriram.

- Se ela não tivesse me falado que você gostava do caimento dessa camisa, acho que eu ainda estaria pensando num jeito de me aproximar e conseguir isso tudo.

- Me convidar para tomar uma café poderia ter sido uma alternativa menos trabalhosa, Sherlock.

- É, pode ser. Mas assim foi bem divertido. - E beijou Molly novamente, afastando-se logo em seguida.

Molly mal podia acreditar, quando o viu desabotoando a camisa. Queria fazer o sinal da cruz, se benzer para poder se afastar da tentação. Não seria possível que ele já estivesse pensando em ir mais fundo com isso. Tinham acabado de se encontrar. A ideia não era ruim, mas...:

- Sherlock, o que você está fazendo?

- Tirando a camisa, oras!

- Mas aqui, agora?

- Você queria o quê, Molly?

- Poderíamos esperar até chegar no seu flat ou no meu.

- Acho que seria meio tarde.

“Tarde?”

Sherlock percebeu a confusão no rosto de Molly e

rindo, se explicou:

- Só vou colocar a camisa com a qual eu cheguei. Acalme-se. Para as outras coisas teremos tempo.

Molly sorriu, envergonhada e o fez parar antes que ele tirasse a camisa azul por completo:

- Okay. Você está certo. Não vão perguntar. - Disse, puxando-o pela camisa aberta. Não queria mais afastar a tentação. - Só mais cinco minutos.

Molly saiu na frente, com o cabelo despenteado e ajeitando o vestido. Sherlock saiu logo em seguida, fechando o botão do blazer. Ninguém pareceu reparar. Outros convidados haviam chegado para festa de natal e Mrs. Hudson e Lestrade pareciam distraídos. Mas Mary e John estavam atentos. Olhavam para a porta já fazia alguns minutos e viraram a cabeça para o outro lado de uma vez, tentando disfarçar:

- E aí, marido?

- Ok. Algo aconteceu. É só olhar pros cabelos dos dois e o sorriso frouxo no rosto de Molly. Mas pelo tempo que passou não foi nada muito... você sabe... Não daria tempo, daria?

- Eu é que não sei.

- Por falta de provas concretas, esposa, só cincão pra você.

- Obrigada! - Disse Mary, pegando o dinheiro.

- Jesus! Ficamos nessa e esquecemos de Louise! Onde ela está? - Perguntou John preocupado.

- Logo ali.


Mary apontou. Molly segurava Louise, Sherlock ao seu lado. Os dois se olhavam com ternura, enquanto Louise, por sua vez, enfiava os pés da bonequinha que acabara de ganhar na boca. Sem nada para se preocupar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?
Sugestoes e criticas são bem-vindas! XD