Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson
Notas iniciais do capítulo
Heyy! Demorei um pouco menos dessa vez, não? Duas semanas, não foram? Espero que eu continue assim e melhorando! Se por acaso você não se recorda do que aconteceu no capítulo anterior, cá está o link: http://fanfiction.com.br/historia/519261/Bring_Me_Back_To_Reality/capitulo/7/
Releia aí se isso te ajudar a iluminar a cabeça.
Afastei-me vagarosamente do balcão e quase tropecei nos lençóis em que eu estava enrolada.
Fui até o quarto, tentando controlar a respiração. Sentei-me na beirada da cama e cutuquei Oliver no ombro.
– Oliver. Oliver acorde.
Ele reclamou baixo e se virou para mim, abrindo os olhos.
– O que foi amore mio?
– Ele esteve aqui, Oliver. Ele entrou aqui e deixou uma rosa banhada em sangue na cozinha.
Ele se sentou na cama.
– O que?!
– Não sei como ele passou pelos guardas e pelo porteiro, mas ele entrou aqui.
Ele levantou da cama e vestiu a cueca, indo diretamente para a sala. O segui.
Ele foi até o balcão da cozinha e leu o bilhete, amassou-o e jogou com raiva em um canto. Passei a mão por seus ombros, que estavam completamente arranhados. Virou-se para mim e me olhou nos olhos.
– Vou interfonar lá pra baixo. Vá colocar uma roupa.
– Tudo bem.
Ele beijou o topo da minha cabeça.
– Vai ficar tudo bem, ok bella raggazza?
Assenti com a cabeça e fui até o quarto vestir alguma coisa. Coloquei a lingerie de ontem e o primeiro suéter que achei, depois coloquei meias 7/8 de lã e corri para a sala.
Oliver olhou-me de cima abaixo e deu um sorriso fraco. Deu-me um selinho e depois foi até o quarto sem dizer uma palavra.
Ouvi batidas na porta e atendi, recebendo os policiais.
– Onde está? – o mais novo, entre os 22 anos, perguntou.
Apontei para o balcão. Eles foram até lá.
– Considerando a última ameaça essa é até mais poética. E o bilhete?
– No canto da cozinha, amassado. – Oliver disse passando o braço pela minha cintura. Ele havia vestido uma calça de moletom.
– Feliz Dia dos Namorados? – o jovem policial leu alto.
– Exatamente. – confirmei.
– Quem de vocês achou?
– Eu mesma.
– Quando?
– Agora a pouco quando acordei.
Ele limitou-se á afirmar com a cabeça. Vestiu uma luva de látex e pegou a rosa, colocando-a num saco plástico para provas e o bilhete em outro.
– Iremos avisar quando identificarmos o portador do sangue. E iremos reforçar a proteção. Ele furou nossa escolta, embora eu ainda creia que isso não seja possível.
– Obrigado. Nós agradecemos.
– Não há de quê. Tchau. Qualquer coisa suspeita é só nos informar ok?
– Ok.
Eles saíram. Oliver fechou a porta.
Soltei um suspiro pesado.
– Como ele conseguiu fazer isso?
– Se foi realmente ele. – Oliver soltou. Olhei diretamente para ele.
– O que quer dizer?
– Amore, só pense um pouco. Não há como ele furar a segurança desse jeito e nós moramos num apartamento! Não tem como ele invadir nossa casa. E se ele tivesse entrado teria disparado o alarme.
– Não acionamos o alarme ontem.
– Mesmo assim.
– Mas quem é essa pessoa?
– Não sei. Sinceramente, não sei. Mas os policiais vão tentar consertar isso.
– Sim, eles vão... Deus, eu nem sei que dia da semana é!
– É domingo, Sarah.
– O que?! Temos que entregar as redações amanhã!
– Sei disso.
– Vamos escrever então!
– Não quer tomar café primeiro?
O olhei e sorri dando-me por vencida.
– Você realmente sabe como me prender pelo estômago, não?
– Só pelo estômago? – ele perguntou me puxando pela cintura e me prendendo contra seu corpo forte que já estava todo arranhado.
– O que você quer? – perguntei.
– Não aja como se não soubesse. – ele sussurrou ao pé do meu ouvido, me fazendo arrepiar com sua respiração quente em meu pescoço.
– Já? Somos o que agora? Ninfomaníacos?
– Eu diria que somos apaixonados...
– Sua definição para apaixonados são pessoas que transam á todo momento?
– Não. Você sabe que não.
– Ah é? E como sabe que não é só atração?
– Como diria David Levesque: Você sabe que está apaixonado quando vê o mundo nos olhos dela e os olhos dela em todos os cantos do mundo. E outra, estou com você á quase um ano, se eu não estivesse apaixonado por você já teria te largado faz tempo.
– Não sei se te dou um tapa ou te beijo...
– Faça os dois.
Sorri torto e o beijei, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Ele tirou-me o suéter e retomou o beijo antes que eu fizesse alguma objeção.
...
Mais tarde saímos para comprar as coisas para o almoço. Resolvemos caminhar até o mercado, já que era á duas quadras de casa. Estávamos andando com as sacolas na mão e acabamos encontrando uma criança sentada na calçada. Suas roupas estavam sujas e eram finas demais para aquele frio cortante. Ela puxou a barra da minha blusa e eu a olhei. Ela me fitou profundamente nos olhos.
– Tia, você tem alguma coisa para eu comer?
Senti meu coração sendo esmagado e meus olhos arderem em lágrimas. Aquela criança devia ter oito anos no máximo e ela estava ali sentada na calçada me pedindo esmola.
Oliver se ajoelhou olhando-a.
– Quer ir até a padaria e comer alguma coisa, pequena? – ele disse com a voz suave que costumava usar comigo. Dei um sorriso fraco.
A criança afirmou com a cabeça.
Oliver ajudou-a a levantar e a levamos até a padaria do outro lado da calçada. As pessoas nos olharam.
Oliver pediu um chocolate quente e disse para a garotinha escolher qualquer doce ou salgado. Ela pediu um pedaço de bolo e Oliver o comprou. Ele levantou-a e a colocou sentada na banqueta do balcão enquanto ela comia aquele bolo nada pequeno com a maior fome do mundo.
– Não quer mais nada? – perguntou Oliver quando ela terminou.
Ela balançou a cabeça negativamente e abraçou-o pela cintura.
– Obrigada, tio.
Oliver sorriu e a tirou da banqueta.
– Tome cuidado, tudo bem?
– Tudo bem.
Tirei meu casaco e cobri seus ombros. Ele ficava gigante em seu corpo pequeno e magro, mas a esquentaria.
Ela não disse nada, apenas me abraçou sorrindo e depois saiu do estabelecimento.
Pagamos o que a garotinha havia comido. A garota do caixa sorriu para nós.
– Há tempos essa garotinha fica na rua e sempre a damos comida, mas nunca vi alguém prestar atenção no que ela pedia e muito menos trazer ela aqui para comer.
– Vocês não sabem nada sobre ela? – perguntei.
– Ela disse que o nome dela é Rebecka. Não sabemos mais do que isso. Já chamamos o Conselho Tutelar, mas ele nunca vem.
Mordi o lábio.
– Obrigada.
– De nada.
Saímos e fomos embora.
Quando chegamos em casa eu tirei as botas e me joguei no sofá. Oliver colocou as compras no balcão.
– Vou fazer o almoço, tudo bem?
– Uhum. – murmurei em resposta.
– Está tudo bem, bella raggazza?
– Sim. Só estou pensando na garotinha...
Ele caminhou até ficar de frente para mim, se agachou e beijou minha testa.
– Ela vai ficar bem, querida.
– Como você pode saber?
Ele não me respondeu. Levantei do sofá e fui até o quarto batendo a porta.
Oliver entrou no quarto.
– O que eu fiz Sarah?
– Nada.
– Não, eu com certeza devo ter feito alguma coisa pra você estar assim.
– Não, você não fez nada.
– Então o que diabo está acontecendo?
– Nada. Eu não sei, só estou preocupada com a menina.
– E precisa ficar irritada desse jeito?
– Desculpa! Não sei o que está acontecendo. Não vou mais descontar em você, tá?
Ele suspirou.
– Só não aja como se estivesse brava comigo quando não está, tudo bem?
Suspirei.
– Desculpa. – abracei-o.
Ele afagou meu cabelo.
– Está tudo bem.
Assenti.
Ele me soltou e voltou pra cozinha. Suspirei e me sentei na cama, colocando o violão no colo. Passei o dedo pelas cordas e observei-as vibrando. Suspirei fechando os olhos e dei um nó no cabelo, deixando-os num coque com alguns fios caindo pela nuca. Comecei a dedilhar o violão, tocando Starway To Heaven do Led Zeppelin.
Terminei e coloquei o violão no apoio novamente, engatinhei pela cama e me cobri com os lençóis. Encolhi-me e tentei dormir. Só então eu tive consciência que estava tremendo.
Acordei com toque de Oliver pelo meu braço, subindo até o meu pescoço. Abri meus olhos e o fitei.
– Tudo bem, amore mio? – ele perguntou.
Assenti com a cabeça e me sentei na cama.
– Quer comer? –ele me perguntou.
– Não. – eu respondi.
– Tem certeza?
– Tenho.
Ele me abraçou.
– O que você tem?
– Eu não... Eu não faço ideia.
– O que você está sentindo?
Dei de ombros.
– Quer voltar a dormir?
– Não.
– Quer ir à casa da Helena?
– Você me leva lá?
– É claro que levo.
Dei um sorriso fraco e o beijei, subindo em seu colo.
– Mas se você continuar fazendo isso eu não vou poder te deixar ir. – ele disse me puxando forte para mais perto pela cintura.
Tentei sair de seus braços, mas ele apertou mais forte ainda e deitou por cima de mim.
– Amor, você não vai me levar lá? – eu disse.
– Não acha que elas estão almoçando agora?
Sorri.
– Verdade. Você disse isso agora só para não me levar agora e se aproveitar, não é?
– Me aproveitar? Não estou me aproveitando se você disser que sim, e outra, posso ficar com você a praticamente qualquer hora do dia ou da noite.
– E se eu disser que não?
Ele se sentou na cama.
– Então eu paro.
Eu ri.
– Idiota, volta aqui. – o puxei pelo braço e o derrubei ao meu lado na cama.
Tirei sua camiseta e o beijei. Ele se sentou e tirou minha camiseta, jogando-a no canto. Ele abaixou a alça do meu sutiã e beijou meu ombro, indo até o meu pescoço. Abriu o fecho do meu sutiã e o retirou.
Alguém bateu na porta.
– Não. Abra. – eu sussurrei.
Bateram de novo.
– Não vou. – respondeu.
A porta foi aberta. Nosso quarto dava de frente com a sala e a porta estava aberta. Meus pais entraram na minha casa.
– Sarah?! – minha mãe disse do outro lado da casa.
Arregalei os olhos.
– Ah meu Deus! – gritei e Oliver me tirou de seu colo, me cobrindo com o lençol. – Que raios vocês estão fazendo aqui?!
– Viemos ver se você estava bem, mas aparentemente você está. E mais do que devia. – meu pai disse furioso.
– Pelo amor de Deus, saiam daqui! Da próxima vez que vierem, por favor, liguem antes! Agora vão!
Minha mãe puxou meu pai para fora e eles bateram a porta.
Oliver me olhou. Eu sabia que estava muito vermelha e Oliver também estava, embora a barba rala escondesse um pouco. Ele começou a rir descontroladamente.
– Meus pais nos pegaram transando e você ri?
– Você tinha que ver a sua cara!
– Como se você não tivesse se assustado também!
– Seu pai estava junto, eu tinha que me assustar. Eu tinha sérias chances de sair machucado.
– Ok. Mas, meu Deus! Como eles adivinharam a hora?!
– Não sei, mas agora não tem mais clima. Vamos, vou te levar pra casa da Helena.
– Você não vai ficar lá também?
– Não quer passar uma tarde de garotas ou seja lá como vocês chamam isso?
– É, pode ser. Vamos. – tirei o lençol e peguei minhas roupas. Oliver colocou a camiseta.
– Arrume o cabelo antes, viu? – ele disse.
– Tudo bem. – fui até o banheiro e escovei o cabelo. Aproveitei e lavei o rosto e cobri as marcas no meu pescoço com maquiagem.
Fui até a sala e Oliver estava me esperando com as chaves da picape na mão. Minhas rosas azuis estavam em cima do sofá ainda. O vinho estava intacto.
– Não aproveitamos isso na noite passada...
– Podemos aproveitar hoje, mais tarde.
Sorri torto e saí pela porta, me dirigindo para o elevador. Nós entramos e apertamos para o térreo.
Houve um solavanco no meio do caminho e elevador parou. Oliver usou a telefonia para informar que o elevador havia parado, mas até eu podia ouvir o chiado na linha. Até que uma voz distorcida disse, alto o suficiente para eu ouvir também.
“Cuidado com quem vocês deixam entrar em casa.”
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então? Gostaram? Sim, eu estou um pouco safada e zoeira nessa temporada. Espero que estejam gostando! Tchau, Beijão e comenta aí.