Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 11
Capítulo 11: Voando.


Notas iniciais do capítulo

Oi. Sei que demorei muito dessa vez, mas estou passando por alguns tempos difícieis então peço que vocês tenham um pouco de paciência. Caso vocês tenham esquecido os acontecimentos do último capítulo, leiam de novo: http://fanfiction.com.br/historia/519261/Bring_Me_Back_To_Reality/capitulo/11/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519261/chapter/11

Laila gritou, abraçando minha prima e escondendo a face em seus seios. Lágrimas brotaram nos olhos de Helena. Oliver já estava ligando para a polícia. Olhei em volta... Nenhum sinal de bilhete.

– Ele desistiu de escrever cartas? – murmurei.

– Ali. – Helena apontou para um pedaço de papel embaixo do armário.

Fui até lá e peguei. Cordas vocais caíram e dei inúmeros passos para trás.

“Seu amigo está fazendo um ótimo trabalho, não acha?” ouvi alguém sussurrar. Fechei os olhos tremendo e senti os braços de Oliver ao meu redor.

Três batidas na porta ecoaram pela casa.

Por um instante, nenhum de nós quatro nos movemos.

Saí dos braços fortes de Oliver e abri a porta. Deparei-me com Aaron em sua pose de oficial da lei.

– Na cozinha. – eu disse simplesmente, dando espaço para que ele e a perícia entrassem no apartamento da minha prima.

Fechei a porta e apoiei a testa na mesma, esperando que alguém aparecesse e nos enxotasse de lá, assim como fizeram na minha casa.

– Vocês não têm outro lugar para ir? – ouvi Aaron dizer.

– Não. – Oliver respondeu.

– Bem, seu apartamento já foi liberado, mas vamos precisar de um tempo aqui. Creio que as duas possam voltar ao final da tarde.

– Tudo bem, elas ficam em casa até vocês liberarem aqui.

Tentei me acalmar. Eu iria para o psiquiatra no dia seguinte, ele iria me prescrever remédios mais fortes e ficaria tudo bem. Logo esses inúteis da polícia iriam achar o desgraçado do Derek.

Ou será que caberia á eu achá-lo?

– Amore mio? – ouvi Oliver sussurrar no meu ouvido. Me virei ficando cara a cara com ele.

– Nós vamos pra casa?

– Sim, vamos. As garotas vão passar a tarde lá, tudo bem?

– Sim. Você vai me levar à consulta amanhã?

Ele deu um sorriso fraco e acariciou minha bochecha.

– É claro que levo.

Ele levou os lábios à minha testa e pude sentir o cheiro embriagante de seu perfume.

Pude ouvir alguém tossindo.

Olhei e vi Aaron parado na sala junto com a minha prima e a baixinha.

– Vamos? – Lena perguntou.

Fiz que sim. Eu e Oliver recolhemos nossas roupas e às colocamos nas malas. Bem, eu coloquei as minhas na minha mala e Oliver simplesmente jogou as roupas na sua.

Ele pegou as chaves da picape e colocou uma camiseta. Fomos para a sala. Laila estava abraçando Helena, que apoiava o queixo em cima da cabeça turquesa da baixinha.

– Vamos? – perguntei.

Lena assentiu com a cabeça e passou o braço pela cintura de Laila. Saímos e fomos para a rua. Oliver abriu a porta para que eu entrasse e depois para que as outras garotas entrassem. Depois de todas nós estarmos sentadas ele entrou e virou a chave na ignição.

Estava chovendo. O vidro estava embaçado e estava frio. Olhei pelo retrovisor e encontrei com os olhos azuis de Helena. Ela sorriu fraco e me perguntei por um momento como ela lidava com aquilo. Aquele psicopata era seu ex-namorado e agora cunhado e mesmo que os cabelos de Laila fossem tingidos e os olhos fossem castanhos ela lembrava o irmão em alguns traços e ás vezes até na personalidade que ele fingia ter. Por alguns momentos eu não aguentava encarar Laila por muito tempo sem me lembrar de Derek. Como Helena não enlouquecia?

Ela enlouquece. – pensei.

Reprimir tanta dor já deve ter feito-a enlouquecer á muito tempo.

Nós chegamos ao meu apartamento e subimos. Ele estava limpo e arrumado, mas nada me faria esquecer daquela cena. Instintivamente levei meus dedos ao pescoço procurando minha safira. Não a encontrei.

Respirei fundo e fui deixar minha mala no quarto. Os lençóis ainda estavam bagunçados.

Mas o cheiro de sangue havia impregnado todo o lugar.

Fui até a sala.

– Pode fumar se quiser, Ollie. – eu disse.

– Eu não quero. – replicou.

Dei um sorriso fraco e o abracei. Seus dedos se entrelaçaram em meu cabelo e ele beijou o topo da minha cabeça.

– Ei! Seu aniversário é amanhã, não é?! – perguntei-o.

– Sim. Dezenove anos, querida. Estou ficando velho.

– A velhice começa aos vinte e sete, amor. Você ainda tem tempo.

Ele riu.

– Que bom então... – disse.

Virei levemente minha cabeça e me deparei com Laila e Helena sentadas no sofá. Era realmente muito estranho tê-las ali. Era como uma invasão de privacidade. Bem, eu ainda as teria ali até o final da tarde.

– O que querem fazer garotas? – perguntei.

– Algo que não envolva ver/ouvir vocês se pegando. – Laila disse.

– Scusa us. – Oliver disse. Dei um sorriso fraco.

– O quê?

– Desculpe-nos.

– Ei, a sua namorada acha fofo você falando italiano. Eu não entendo droga nenhuma.

– Nossa! Por que ser tão rude?

– Mas eu não fui rude...

Meu namorado se limitou á um suspiro.

...

Oliver havia levado Helena e Laila para casa e eu resolvi ficar em casa sozinha. Porém Oliver estava comigo pelo telefone.

– Você está chegando? – perguntei.

– Estou passando em frente à praia. Estou quase chegando.

– É realmente necessário ficarmos conversando por todo o trajeto? Eu estou bem.

– Ah, é extremamente necessário. Não queria te deixar sozinha pra começo de conversa então pelo menos ficarei falando com você até chegar aí. Quero ter certeza que você está bem.

– Considero isso fofo ou doentio?

– Na nossa situação? Considere uma precaução.

– Tudo bem. Quer me ouvir cozinhando?

– Você vai cozinhar?! – ele não parecia acreditar.

– Pipoca, querido. Você sabe que eu não sei cozinhar. Por que acha que estou morando com você?

– Ah meu Deus, que interesseira! Graças a Deus fui emancipado!

– Eu já teria roubado todo o seu dinheiro.

– Que bom que investi meu dinheiro nesse apartamento. Ah, tente não explodir a casa quando for fazer pipoca.

– Você não confia em mim?

– Em você eu confio. Em você mais o fogão? Não tenho certeza.

Eu havia saído do banho há pouco tempo. Estava de lingerie e com preguiça de colocar qualquer coisa por cima. Fui até a cozinha e comecei a procurar uma pipoca de microondas.

– Engraçadinho. Vou usar o microondas.

– Isso não me deixa mais relaxado.

– Conviva com isso.

Achei ter escutado o rangido da porta, mas como não ouvi mais nada apenas dei de ombros e continuei abrindo os armários.

– Oliver, você ainda está aí?

Senti uma respiração no meu pescoço.

– Sim, estou. – ele sussurrou em meu ouvido. Seus dedos cálidos percorreram minha cintura e meus quadris. Larguei o celular no balcão.

– Como não te ouvi chegar? – perguntei extasiada.

– Creio que você estava ocupada demais procurando... – ele esticou um braço e pegou um pacote de pipoca no armário. – isso.

– Não vale. Você colocou no armário mais alto!

– Pensei que seria divertido te observar procurar, mas aí você resolve fazer isso apenas de lingerie e isso se torna um pouco mais interessante. Principalmente quando você se inclina...

– Caramba Ollie! Você só pensa nisso?!

– Não. Na verdade, estava pensando numa coisa já faz um tempo...

– O quê?

– Está na hora de você aprender a dirigir. Você vai fazer dezenove anos e ainda não tem carteira, Sarah!

– Você vai me ensinar?

– Posso te ensinar agora se quiser.

– Duvido que vá me deixar tocar no volante da picape.

– Ei, ei! Eu confio em você bella raggazza. – beijou meu rosto. – Quer tentar?

– Ok, vamos. Mas vou colocar algo primeiro.

– É uma pena... Mas vai, coloque algo logo.

Fui até o quarto procurando algo para vestir. A primeira coisa que achei foi uma camisa social cinza de Oliver. Decidi que seria aquilo mesmo. Coloquei uma calça de couro e calcei qualquer sapato e voltei para a sala.

Oliver me viu e levantou uma sobrancelha.

– A minha camisa?

– Algum problema?

– Problema nenhum. Mas você vai ficar com cheiro de homem.

Puxei a gola de sua camisa e aspirei o cheiro de seu perfume. Era o melhor cheiro que eu já sentira.

– Não me importo de ficar com o seu cheiro.

Ele deu um sorriso fraco e me entregou minha jaqueta de couro. Pegou as chaves da picape e parou por um instante.

– Quer saber, acho que deveríamos ir para a casa dos meus avós agora. Você pega a picape na estrada. É melhor e mais calmo e eles querem te ver. O que acha?

– Tudo bem. Vamos dormir lá? Não temos aula amanhã?

– Não. Reunião dos professores ou algo do tipo amanhã. Podemos dormir lá.

– Tudo bem. Vu pegar nossas malas. Nem chegamos a desfazê-las mesmo...

Retornei ao quarto e peguei nossas malas. Resolvi pegar In Utero do Nirvana para ouvirmos na estrada também. Me ajudaria a relaxar.

Voltei à sala. Oliver se apressou em pegar nossas malas. Descemos e meu namorado abriu a porta do passageiro para que eu entrasse. Coloquei o cd e Oliver deu a partida.

Quando chegamos ao início da estrada Oliver parou o carro para que eu dirigisse. Precisa confessar: estava nervosa. Minhas mãos suavam e eu estava tremendo.

Afivelei bem o cinto. Implorei para que Oliver fizesse o mesmo e ele riu.

– Ok, dê a partida. – me orientou. – Mude a marcha e vá tirando o pé lentamente da embreagem. Vá pressionando o acelerador... – começamos a andar. Arregalei os olhos e arquejei assustada. – Se acalme amore mio. Mude para a terceira marcha e afunde um pouco mais o pé no acelerador.

– Eu não tenho certeza Oliver...

– A estrada é reta querida, você não vai capotar. – então ele envolveu minha mão no volante e me senti mais segura instantaneamente.

Mudei para a última marcha e fomos realmente rápido, usando todo o motor da picape. Oliver havia me assegurado que eu não afogaria o motor.

Então senti um arrepio me subindo pelo estômago. Parecido com o que Oliver me proporcionava, só que diferente. Adrenalina. Devia ser isso. Foi quando entendi a excitação que todos têm por dirigir rápido.

Eu me sentia voar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!