Segunda Chance escrita por L Batista


Capítulo 1
Capítulo único!


Notas iniciais do capítulo

" O bom é que a vida está cheia de segundas chances - Um Porto Seguro"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519218/chapter/1

O que você faria se perdesse a única oportunidade na vida de ser feliz? Continuaria vivendo procurando alguma outra coisa que cicatrizaria a ferida feita ou tentaria não se culpar pela escolha errada que estaria quase te matando por dentro?

Bem eu estou nesse dilema, à única razão por estar assim era ela, que agora nesse exato momento daria um grande passo na sua vida e me esqueceria de uma vez por todas e eu o que iria fazer além de lamentar? Realmente não sei.

Tudo começou há três anos como sempre estava atrasado para meu emprego no New York Times e não conseguia um táxi sequer para me levar a tempo, a única coisa que me restara era as bicicletas que os ambientalistas tinham implantado no centro de New York para conscientizar os habitantes que seus carros estavam poluindo mais o ar da cidade e consequentemente aumentando o aquecimento global, na verdade não me importava com isso e não me importo àquelas bicicletas foi o começo de tudo, de uma vida melhor para mim. Não porque estava ajudando o planeta, o meio ambiente ou a minha saúde, mas foi porque nesse dia ela apareceu em minha vida toda vestida de verde em seu uniforme ambientalista.

Cecília Forks estava trabalhando pela primeira vez naquela região perturbada da cidade, como o primeiro dia nunca é o dos melhores ela acabara-me enrolando e se enrolando ainda mais com algumas burocracias da agencia. Nada contra, mas para alugar uma bicicleta precisava de tantos papeis e perguntas desnecessárias? Eu acho que não.

Como estava atrasado e meu chefe me mataria se não aparecesse antes dele na redação combinei com Cecília que na volta responderia e assinaria o que ela quisesse afinal eu poderia ser despedido. Ela prontamente aceitou vendo que não poderia esperar, com isso cheguei antes do meu chefe é claro mais desabei cansado em minha mesa no terceiro andar.

Como combinado a encontrei quando fui devolver a bicicleta no final do dia, as perguntas de sua pesquisa sobre o meio ambiente não me chamaram atenção, mas sim seus lindos olhos verdes que combinavam com seu cabelo louro e sua roupa também verde.

–Cecília você quer tomar um café comigo agora? - perguntei quando ela estava acabando de fechar o galpão.

–Ah... Claro Rick! - ela respondeu sorrindo e foi o mais belo sorriso que vira na minha vida.

Fomos conversando ate um café próximo e a partir daquele momento eu soube que estava apaixonado, mas você deve estar se perguntando “O que foi que você fez Rick para perder a mulher de sua vida?" Foi simples, realmente simples, eu a perdi para outro homem. Claro não foi minha intenção abandona-la, pelo contrario eu queria ela na minha vida como queria viver para ela, sim eu estava completamente apaixonado e louco por Cecília.

Nos tornamos amigos, mas nosso relacionamento foi além da amizade nos envolvemos durante dois anos e foram os melhores da minha vida, mas no ultimo ano ele apareceu, um novo biólogo, cientista não sei ao certo qual era a do cara só que Cecília teria se envolvido com pesquisas e eu claro fiquei com ciúmes e foi esse o motivo para que terminássemos.

Não a culpo por ter se apaixonado por um completo idiota como eu, mas me culpo por não ter feito nada para que ela continuasse comigo e feliz, agora estou aqui no meu apartamento juntamente com Byron meu cachorro Husky Siberiano, o único companheiro desde sempre.

–O que poderia fazer Byron? Ela deve ter dito sim naquele altar há essa hora...- Conversava ele como se fosse me responder ou me entender.

–Eu sempre ferro com as coisas cara, mas eu realmente a amo! - Byron abaixou a cabeça como se sentisse minha tristeza.

– É companheiro ficaremos a sós aqui por um bom tempo... - Byron saiu do sofá onde estávamos e correu pelo apartamento, provavelmente foi brincar ou comer alguma coisa.

Deitei descansando minha cabeça no encosto do sofá e então senti Byron pular em cima de mim ele estava agitado e com uma camisa minha na boca.

–Byron! - fiquei bravo com ele fazendo soltar a camisa - Olha isso você a molhou toda Byron - me levantei segurando a peça de roupa na frente dos olhos. Byron começou a latir e pular abanando o rabo incessantemente parecia que queria dizer algo.

–O que foi agora garoto? Quer sair? - perguntei como se fosse responder feito um humano.

Byron mordeu a barra da minha calça me puxando para frente em direção à porta.

–Cara você já saiu hoje - ele se soltou de mim e correu para o quarto.

– Byron não!- gritei correndo atrás do cachorro que agora estava começando a me irritar, Byron mordia alguma coisa alaranjada e veio em minha direção abanando o rabo.

– Me de! – Ordenei, como ele era obediente a maior parte do tempo pelo menos ele cuspiu nos meus pés e pude ver que estava mordendo uma pulseira feminina. Era de Cecília deveria ter ficado aqui depois das noites que passava comigo.

Byron latiu correu ate a porta e voltou insinuando que devesse sair.

– Você quer que devolva a pulseira dela? - perguntei

O cachorro latiu e balançou o rabo se sentando em seguida.

– Ela esta se casando rapaz não posso fazer isso. - abaixei afagando suas orelhas.

Byron se deitou como se tivesse levado uma bronca feia.

– Tudo bem você fica feliz se eu for devolver? - ele se levantou abanando o rabo.

Olhei para o relógio e era quatro da tarde se tivesse sorte a encontraria saindo da igreja recém-casada.

Coloquei meus tênis e uma camisa apresentável, a pulseira de macramê com um amuleto de asas de anjo estava em meu bolso, tranquei o apartamento e sai correndo a procura de um táxi, diferentemente dos outros dias consegui pegar um para ir à igreja quase dois quilômetros dali. Sentado no táxi percebi que estava recebendo conselhos de um cachorro, não tinha lógica, mas agora não poderia voltar a traz.

Não demorou em chegarmos à igreja corri a escadaria chegando à porta fechada da igreja. Coloquei a mão no bolso e senti o medalhão da pulseira.

O que estava fazendo ali? Iria acabar com o sonho da mulher que amo por ser egoísta de mais? Não podia, mas eu a amava e tinha que devolver sua pulseira, por Byron.

Empurrei as pesadas portas de madeira pra dentro da igreja, não foi muito sutil o som que elas fizeram, denunciaram minha presença na hora e todos na igreja se viraram para me olhar inclusive os noivos, senti meu peito se apertar quando seus olhos encontraram os meus, ela estava maravilhosa no vestido branco de frente para o altar queria muito sair correndo dali ou me sentar no ultimo banco e parecer um idiota, mas não fiz nada disso foi como se meu corpo estivesse sendo puxado por uma força invisível e logo estava ao lado de Cecília sendo censurado por seu noivo.

–E-eu só vim te devolver isso! - lhe estendi a pulseira quando parei em sua frente.
Seu olhar sobre mim era indecifrável, mas não ligava para o que estivesse pensando.

–O Byron fez eu lhe trazer ela - confessei sorrindo e a vi sorrir como sempre fazia.

–Cara você esta atrapalhando meu casamento! - seu noivo falou ao meu lado.

–Me desculpe - não me importei com ele, meus olhos estavam em uma conexão com os dela que era inquebrável. -Apenas me perdoe! - comecei a me explicar só que não era pela interrupção. -Eu fui um idiota e agora é tarde de mais para me arrepender... Eu ainda te amo! - declarei antes de ser puxado por alguns padrinhos.

Fui arrastado pela igreja por eles e jogado do lado de fora, então era isso eu estava vazio de agora em diante. Entrei no táxi que ainda me esperava indo para casa.

–É amigo acho que você estava enganado - disse para Byron quando abri a porta do apartamento - Eu não deveria ter feito aquilo. - Fechei a porta para que ele não escapasse e fui para o quarto.

–Aquele cara é um otário, mas se ela esta feliz com ele... - Tirei minhas roupas e fui tomar um banho, queria que a água fria além de me relaxasse tirasse ela de meus pensamentos para eu continuar a viver.

Depois de um longo banho coloquei a calça do meu moletom de Yale cinza e pedi pizza, morava sozinho então cozinhar não era para mim. Depois de desligar o telefone sentei no sofá com as mãos na cabeça, a visão dela naquele perfeito vestido branco não queria sair de minha mente, eu a tinha perdido, para sempre.

A campainha tocou me assustando levantei pegando minha carteira para pagar a pizza e abri a porta.

Não era a pizza, Cecília estava do lado de fora com seu vestido branco sujo de terra e rasgado em certas partes, seu cabelo estava desarrumado e sua
maquiagem escorria derretida pelo rosto.

–Você não atendeu ao telefone!- ela agitou se celular no ar
Não sabia o que dizer vê-la ali era uma surpresa.

–O-o que quer? - perguntei encontrando minha voz

–O que eu quero? Você destrói meu casamento e ainda pergunta o que eu quero? - ela agora não estava mais brava e sim chorando

–Eu pago a despesa só me mandar à conta para o escritório - respondi parecendo simples a decisão.

–Sabe o que achei que iria acontecer hoje Rick, achei que iria ser a mulher mais feliz do mundo... - ela passou por mim entrando em minha sala - Mas olha como estou isso é ser feliz para você?- Ela se virou pra mim e jogou a saia do vestido que ate então segurava no chão.

–Olha Cecília...

–Não Rick... - Ela me interrompeu - Eu não iria ser feliz. Quando você entrou na igreja de repente e disse aquelas três palavras que uma mulher sempre quer ouvir eu soube que estava fazendo a maior burrada da minha vida.

Eu a ouvia atento, mas sem responder quando me perguntava algo.

–Percebi quando me entregou a pulseira - ela balançou seu braço mostrando a pulseira - Que não amava Steven e sim você Rick! - ela soltou o ar que segurava como se removesse um peso de seus ombros.

–Isso é serio?- olhei-a sem reação.

Cecília afirmou balançando a cabeça e chorando, eu não estava acreditando no que tinha acabado de escutar.

Cecília tentava em vão enxugar as lágrimas que não paravam de cair, fui ate ela tomando-a em meus braços, seus soluços ficaram mais altos quando encaixou sua cabeça em meu peito. Byron percebeu a presença de Cecília ali e ficou sentado no sofá nos observando.

–Eu te amo Cecília nunca deveria ter deixado você partir. - ela sorriu ainda soluçando, me desprendi dela levantando seu rosto para que olhasse nos meus olhos, eu sorri e tomei seus lábios com um beijo calmo e apaixonado.

Daquele momento em diante eu teria uma segunda chance de ser feliz e de fazer Cecília feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!