As Histórias de Bella Swan - ShortFic escrita por Paola_B_B


Capítulo 7
Bella a Histérica


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim. Trago hoje o penúltimo capítulo da fic no qual teremos alguns dramas adolescentes com Sirius.



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Bella a histérica

Não enlouqueça. Não enlouqueça. Não enlouqueça!

– Puta que o pariu! – berrei fechando o livro em minhas mãos e o jogando sobre o sofá em seguida.

Minha irritação se devia ao raio da música infernal que tocava ininterruptamente pelas ultimas 48 horas! Caralho! Se ainda fosse uma música descente, mas era a merda de uma música dor de corno que meu querido filho estava escutando no último volume em seu quarto enquanto chorava feito uma adolescente iludida. Droga, ele era um adolescente iludido!

O fato é que Sirius no auge de seus 16 anos acabara de levar um par de chifres da namoradinha da escola. Justamente antes de sairmos para o feriado de Natal. Ele está arrasado, eu entendo, mas isso não quer dizer que eu tenha que curtir essa fossa junto dele.

Respirei fundo três vezes pensando em como eu deveria ajudá-lo, afinal eu o adotara e tinha o dever como mãe de consolar o pobrezinho, aconselhá-lo não só para se tornar um grande bruxo, mas também um grande homem.

– Ok, o quão difícil é consolar um adolescente apaixonado?

Dando de ombros subi as escadas em direção ao quarto do garoto. A música foi aumentando de volume juntamente com o meu mau humor.

Bati na porta repleta de cartazes para que qualquer um se mantivesse afastado. Num deles um homem de bigodes engraçados balançava as mãos como se estivesse enxotando um bicho. Revirei meus olhos. Adolescentes!

– Sirius? – chamei, mas com a música alta ele muito provavelmente não me escutou.

Girei a maçaneta. Trancada.

Alorromora.

Torci o nariz ao sentir o cheiro daquele quarto, Merlin! Estalei os dedos para que a música dos infernos parasse e não pude evitar um suspiro aliviado. Meu alívio não durou muito. Sirius estava disposto a me tirar do sério.

– Eu não te dei permissão para entrar no meu quarto!

– Desculpe, não achei que precisasse de permissão para entrar em qualquer cômodo da minha casa. – ergui uma de minhas sobrancelhas.

Apesar de que aquele cômodo não parecia em nada com a minha casa, principalmente pelo cheiro.

– Algum bicho morreu aqui dentro? – ele ignorou minha pergunta.

– É verdade eu esqueci que sou apenas um estorvo para você, mas só para lembrá-la, você escolheu me adotar! Agora agüenta!

Oh-oh! Então vamos por este lado Sírius? Alguém está testando a minha paciência. Respirei fundo contando hipogrifos pulando uma cerca... Ah! Isso é para insônia. Balancei minha cabeça dispersando meus pensamentos.

Meu filho me olhava magoado e com os braços cruzados. Seu cabelo estava nojento de oleoso, acho que o cheiro vinha dele...

– Olha Sirius, eu sei que está de coração partido, mas isso não lhe dá o direito de me agredir verbalmente. Não esqueça que sou eu quem coloca comida na mesa.

– Você não entende! – gritou choroso se jogando em sua cama bagunçada.

Oh Deus! Dai-me paciência!

Caminhei até sua cama e afastei uma cueca suja antes de me sentar. Olhei irritada pára o meu filho. Ele andava impossível ultimamente. Não sei o que está acontecendo. Idadezinha dos infernos. Mês passado ele e seus cúmplices haviam pendurado o pobre Snape no salgueiro lutador. O coitado ficou lá por horas sem fazer movimentos bruscos.

Fui obrigada a dar uma pequena lição aos garotos sobre algo chamado carma durante a aula de defesa contra a arte das trevas. Levei a turma até o salgueiro lutador e ensinei-os sobre levitação. Foi interessante ver os metidos a valentões gritando desesperados cada vez que eu os fazia voar perto da árvore. Foi engraçado, é uma pena o diretor não ter o mesmo tipo humor que eu.

– Olha Sirius... Logo, logo você encontrará outras vadiazinha para você enfiar o seu...

– Minha nossa! Você não vai entrar nesse assunto vai? Além do mais ela não é nenhuma vadia! Não fale assim dela!

Ué? Não era só nisso que adolescentes pensavam? E como ele consegue defendê-la após levar um par de chifres?

– Ela te traiu Sirius, supere, parte para outra. Tenho certeza que depois que você tomar um banho e pentear esse cabelo direito vai chover bruxinhas em sua horta de aboboras. – sorri feliz comigo mesma, finalmente disse algo de que posso me orgulhar.

Todavia o efeito não foi o que eu esperava e Sirius desatou em chorar. Ia levar minha mão a sua cabeça para afagá-la, mas desisti no meio do caminho. Ele realmente precisava de um xampu.

– Você não entende! Eu a amo e vou amar para sempre! Nunca mais vou conseguir amar outra! Nunca sentirei o mesmo por ninguém! Vou morrer a amando! Eu quero morrer agora!

Até ele se apaixonar de novo, quebrar o coração de novo e fazer o mesmo discurso... De novo.

– Claro, claro... – dei algumas batidinhas em suas costas e imaginei-me lhe entregando uma faca para que ele cortasse de uma vez os pulsos, mas creio que isso não pegaria bem para uma mãe adotiva.

Então uma idéia me surgiu para tirá-lo desta depressãozinha adolescente.

– Tive uma idéia! Que tal irmos ao cinema trouxa? É incrível o que eles conseguem fazer sem usar magia. – sorri brilhante.

– Eu não quero sair. – resmungou com o rosto enfiado no travesseiro.

– Vamos lá Sirius, você precisa se distrair. Aposto que sua ex está se divertindo bastante com o novo namorado.

Meu filho ergueu a cabeça e me fuzilou com seus olhos escuros. Opa, acho que não devia ter falado a última parte, mas nunca admitiria. Fechei minha cara e o olhei seriamente.

– Não falei nenhuma mentira e você tem 30 minutos arrumar esse quarto, lavar esse cabelo e se ajeitar. Estou esperando na sala para um dia divertido em família! – sorri alegre ao final de minha frase de efeito.

– Eu quero morrer. – murmurou Sirius desolado.

Sorri mais largamente.

– Quando voltarmos eu talvez te ajude. – levantei-me e segui para a porta. – 30 minutos Sirius!

[...]

Eu era uma ótima mãe! Sirius olhava fascinado para tudo a nossa volta. Estávamos na fila para comprar pipoca e ele olhava a pipoqueira encantado, não, não estou falando na moça que vendia pipoca, estou falando da máquina mesmo... Eu tinha que trazê-lo mais vezes ao mundo dos trouxas.

Eu estava feliz por proporcionar a ele uma experiência feliz em um momento chatinho de sua vida. Mas se ele soubesse quantas pessoas vi com seus corações destroçados afirmando que nunca mais amariam na vida e depois de pouco tempo já estavam felizes com um novo amor ele talvez não ficaria tão triste. Garanto que é muito pior nunca ter amado a ter um coração partido.

Após a compra da pipoca, do chocolate, do refrigerante e das balas de goma seguimos para a fila para entrar na sala. Foi neste momento que algo me chamou a atenção. Escorado em um poste estava um homem vestindo um grande sobretudo e um chapéu. Ele parecia algum detetive trouxa, mas era um colega auror, logo notei.

– Sirius, acho que você vai assistir ao filme sozinho.

– O que? Eu não acredito nisso! Você me encheu tanto para vir e agora vai simplesmente me deixar aqui sozinho? – me olhou decepcionado. – Eu já devia estar acostumado, você nunca tem tempo para mim.

Eu devia ganhar uma passagem direta para o céu por não arrancar a língua desse garoto atrevido.

– Eu trabalho no mesmo lugar em que você estuda Sirius, nós nos vemos quase todos os dias ao contrário da maioria dos pais dos estudantes de Hogwarts!

– Ver é uma coisa, conviver é outra. Nos finais de semana quando não têm aulas você desaparece.

– Eu ainda sou extremamente requisitada como auror Sirius, os incompetentes do ministério não conseguem se virar sozinhos. A culpa é deles, não minha.

– Ótimo, isso é lindo, colocando seu trabalho na frente de seu filho.

Segurei a minha irritação e dei-lhe as costas indo até o auror detetive.

– É melhor que tenha um ótimo motivo para estar aqui, pois estou perdendo um programa familiar.

– Você lá tem família? – eu mal conseguia enxergar seu rosto com aquela gola erguida e o chapéu tapando metade de seu rosto.

Juro que estava prestes a rosnar. Porque as pessoas têm essa mania de me irritar?

– Comece a falar. – grunhi entre dentes.

O bruxo deu de ombros e começou a me passar informações sobre um idiota que estava dando muito na vista dos trouxas com seus feitiços. Veja bem, quando se escolhe viver entre os trouxas há uma lei não dita que diz que devemos nos manter discretos. Não devemos nos esquecer no episódio das fogueiras. Todavia a quebra dessa lei não era algo tão grave, afinal podíamos facilmente apagar as mentes dos trouxas e todo mundo continua feliz com suas vidinhas medíocres. O problema era que esse trabalho tinha de ser feito de maneira rápida e ao que parece o bruxo não estava se importando em esconder seus poderes.

– Esse é um trabalho simples, porque vieram me chamar?

– Você não está sabendo? Os aurores da ala dos apagadores de mentes estão em greve.

– O que?

– Estão reivindicando melhores salários.

Evitei revirar meus olhos. A incompetência do ministério era patética.

– Me dê logo o endereço, talvez consiga assistir o final do filme.

Não demorou para eu achar um beco desabitado e imediatamente aparatar na lateral da casa do malfeitor.

Eu poderia dizer que a casa era uma como outra qualquer, se não fosse uma imitação barata de um castelo mal assombrado. Na janela superior de uma das quatro torres havia um fantasma com um sorriso travesso acenando para as pessoas que atravessavam a calçada. Ri junto com ele ao vê-la correr assustadas. Ok, era engraçado.

Simpatizando com o humor fantasmagórico segui até a porta dos fundos.

– Alguém em casa? – gritei ao abri-la e me deparar com a cozinha.

Observei os utensílios domésticos trabalhando sozinhos. Algo comum no mundo dos bruxos, nem tanto no dos trouxas. Agradecendo com um aceno a xícara de chá que flutuava até mim como uma boa anfitriã segui meu caminho para a sala principal. Uma vassoura se dedicava em limpar o chão incansavelmente.

Impaciente segui para o andar superior e comecei a rastrear o bruxo. Mas acabei por encontrar o fantasma.

– Não é muito educado invadir a casa alheia. – disse ele em meu ouvido.

– Não gosto de ectoplasma em minhas roupas, então afaste-se. Além do mais também não é educado assustar trouxas.

Ele riu gostosamente antes de afastar-se e rodopiar no ar em minha frente.

– Onde está o bruxo dono da casa?

Pensativo o fantasma torceu os lábios enquanto segurava o queixo de forma teatral. Era só o que me faltava um fantasma ator!

– Creio que ele não esteja em casa neste momento.

– Não me diga? O fato de não vê-lo em lugar algum havia me dado esta dica. Para onde ele foi?

– Ah! Deve estar pelas ruas procurando algum trouxa para realizar um feitiço.

– Que tipo de feitiço ele anda realizando?

– Na verdade é uma pesquisa. Ele quer descobrir o elixir da vida.

Perfeito! Mais um atrás da imortalidade. Se ele soubesse...

– Acha que ele demorará muito a voltar?

– Já faz tempo que ele saiu, então creio que em alguns minutos ele estará de volta.

– Obrigada. – sorri sentando-me na poltrona da sala da torre.

Espero que o fantasma esteja certo caso contrário Sirius ficaria louco. Meu filho tinha certa razão, eu deveria passar mais tempo com ele. Talvez assim ele aprendesse a ser um pouco menos dramático.

A sorte estava a meu favor. Logo escutei um grito feminino pedindo socorro seguido de um grito masculino para que se calasse.

Ora, ora se não temos um valentão.

Despedi-me do fantasma e segui escada abaixo.

– Boa tarde! – desejei com um sorriso perigoso.

O bruxo tinha a pobre jovem presa pelos cabelos e a arrastava pela sala. Ele já tinha bastante idade e pelo visto estava desesperado para recuperar a juventude. A pobre trouxa estava em frangalhos e seu rosto era banhado por lágrimas de medo.

– Ótimo! Mais uma para eu arrancar a juventude.

O quão idiota o bruxo poderia ser?

– É uma pena eu estar com tão pouco tempo hoje, meu filho me espera no cinema, eu gostaria de brincar um pouquinho com um tipinho como o seu.

– Quem é você?

Acho que ele notou minha falta de medo e meu olhar perigoso. Sim, meu querido, eu sou uma bruxa também.

– Bella Swan.

Ele deu um passo para trás assustado e soltou os cabelos da garota. Ela correu desesperada em direção a porta.

– Desculpe querida, mas você vai ter que ficar apavorada por mais alguns minutinhos. – disse ao estender minha mão e fazê-la paralisar.

Voltei meu olhar para o bruxo que tentou me atacar com um feitiço vergonhosamente fraco. Entediada apenas afastei o ataque com um tapinha no ar.

Desta vez que cedeu ao desespero foi o bruxo que correu para o mesmo local que a trouxa. Patético. Paralisei-o da mesma forma para em seguida imobilizá-lo com uma corrente. Em seguida fiz a moça rodar no ar para olhá-la nos olhos.

– Por favor, não me machuque!

– Não se preocupe querida, apenas me agradeça antes.

– Obrigada. – gaguejou trêmula.

– De nada. – sorri para em seguida remover todas as memórias que expunha a vida bruxa.

Ela desmaiou em meus braços e eu a coloquei no sofá.

– Agora meu papo é com você. – olhei para o velho que tremia apavorado.

Revirei meus olhos e segui para a sala da lareira com o bruxo flutuando em minhas costas. Pelo caminho peguei uma folha de papel e uma caneta. Escrevi um recadinho carinhoso para o pessoal do ministério. Dobrei a folha e fiz com que o bruxo a segurasse com a boca. Empurrei-o para dentro da lareira e o mandei para o ministério.

Limpei minhas mãos e segui para aparatar no beco perto do cinema. Corri apressada ao perceber que o filme provavelmente havia acabado e Sirius deveria estar com aquela cara de decepção que fazia eu me sentir um pouquinho mal. Tenho que organizar minha agenda, guardar um espaçozinho para ele.

Qual não foi minha surpresa ao avistá-lo encostado em um pilar em frente ao cinema com uma morena sugando sua língua. Fechei a cara, eu aqui toda preocupada em deixá-lo sozinho e ele desentupindo a boca de uma garota qualquer.

– Sirius! – gritei irritada.

Ele preguiçosamente afastou a boca da garota e me olhou impaciente.

– O que foi mãe?

– Como assim o que foi?!

– Por que está gritando?

– Porque estou gritando? Porque estou gritando? – repeti descontrolada.

– Não percebe que está atrapalhando meu namoro?

– Namoro?! Você só pode estar brincando com a minha cara! Eu agüentei seu drama adolescente por dias! Agüentei aquela droga de música interminável! Agüentei sua má educação! Agüentei seu surto de rebeldia! Agüente seu choro por causa daquela vadiazinha! Agüentei sua falta de banho! E agora você simplesmente se agarra em outra como se nada tivesse acontecendo e ainda reclama que estou atrapalhando seu namoro?!

– Você está histérica. – resmungou.

– Histérica?! Pois você vai ver quem é que está histérica!

Senti braços rodeando minha cintura e percebi que era o bruxo/detetive.

– Bella, você acabou de cuidar de um caso de exposição, não caia no mesmo erro.

Grunhi furiosa me soltando do bruxo e segui a passos largos para longe, caso contrário eu iria catar Sirius pelos cabelos e arrastá-lo para casa. Histérica! Eu ainda tinha que escutar isso! Adolescentes! Adolescentes!!


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Notas finais do capítulo

O próximo cap sai daqui a duas semanas, acompanhem pelo grupo no face que lá deixo a data certinha ;)

E pessoal comecei a postar minha história original no Wattpad, então quem tiver conta lá e vontade de acompanhar aqui vai o link: http://www.wattpad.com/myworks/31667242-a-lenda-da-lua-a-origem