M.A.S - Melhores Amigas para Sempre escrita por MaBlackPotter


Capítulo 2
Capitulo 2- Saudades


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;)



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Querido diário,

Saudades é um sentimento que está sempre comigo. Saudades do mundo em que eu vivia, e que se dispersou. Saudades das pessoas que viviam comigo e saudades de ir para a escola feliz porque sabia que veria as minhas amigas lá, o meu grupo, as pessoas que gostavam de mim.

Ah, prazer. Meu nome é Katherine, tenho cabelos longos, lisos e castanhos, da mesma cor que meus olhos. As pessoas não gostam muito de cabelos castanhos, preferem ser loiras oxigenadas, mas eu gosto bastante de como sou. Não tenho nenhum problema, pelo menos não com a minha aparência. Moro em New York, Estados Unidos. E você é o meu novo diário. O meu antigo foi parar no meio de um lago. Longa história.

Bom, ir para a escola, conversar e passear pela rua costumava ser muito bom, até dois anos atrás. Tudo tinha mais graça com uma boa companhia. Acho que não estou falando nada com nada, não é?

Bom, eu tenho uma amiga chamada Carly. Ela é como uma irmã para mim desde quando éramos muito pequenas. Há dois anos, o pai dela ganhou uma oferta de trabalho em Seattle, e ela teve que se mudar. Agora nada é a mesma coisa.

Você deve estar pensando que eu sou dramática, e talvez tenha razão. Eu acho que estou muito dramática hoje. Mas sempre que falo dela a saudades aperta tanto. Dói. Dói uma dor estranha, uma dor que eu não havia sentido antes. A dor da saudade.

Katherine,

29/06/14

Fechei o diário, o guardei de baixo do colchão (meu esconderijo para tudo que eu não quero que seja encontrado), mas depois mudei de ideia. Não conseguiria dormir com o fantasma do meu diário me atazanando, a saudade apertando. Achei outro lugar: Uma gaveta desolada, que eu guardo um monte de coisas velhas: uma bíblia infantil e umas bugigangas. O lugar perfeito. Aliás, de um jeito ou de outro, não há muitas pessoas que fuçariam meu quarto mesmo, pois não costumo receber visitas, e quando recebo são familiares que nem sequer colocam os pés aqui dentro. Mas não custa prevenir, não é mesmo?

Deitei-me na cama, sabendo que não dormiria tão cedo. Queria dormir, e teria escola mais tarde, mas só de lembrar disso e misturar com o sentimento de saudade que sinto pela Carly, é o suficiente para me manter acordada por horas. Por isso peguei um livro qualquer de poesias, e comecei a lê-lo. Peguei também um livro de mistério, os meus preferidos, e li por um longo tempo. Até prender a minha mente nos assassinos do livro e esquecer da saudade, e então eu dormi.

Acordei bem-disposta, como sempre. Pode cair o mundo, mas se é dia de escola, eu acordo cedinho, pulo da cama, tomo banho, me visto, faço uma maquiagem básica; me arrumo.

A escola nunca teve a mesma graça sem a Carly, mas não perdi o costume. Aliás eu me importo em ir bem e tirar boas notas. Quero ser uma médica, sabia? Só, por favor, não me chame de nerd ou coisa do tipo, não gosto quando as pessoas me chamam assim.

Levantei e, depois de pronta, eu fui para a cozinha tomar café. É o momento em que eu vejo meu pai e minha mãe, e a gente conversa, um horário que eu gosto bastante.

Terminei meu café, peguei minha mala e meu livro. Fiquei lendo enquanto meu pai enrolava conversando com a minha mãe. Depois, quando estava dando a hora, eu o chamei.

– Papy, vamos!! Se não eu vou me atrasar.

As aulas começam 7h30, mas sempre estou lá pelas 7h15. Gosto de chegar cedo. Antes era uma das primeiras, chegava 7 horas em ponto, mas agora as vezes eu atraso um pouco. E também enrolo no banheiro vendo meu cabelo e retocando o batom.

Finalmente cheguei na sala. Olhei para as pessoas que estavam lá. Não eram muitas, na verdade. Afinal, era o último dia de aula. Nem sei porque eu havia ido, mas agora já estava lá. Costumava gostar do último dia, eu e as meninas – Carly e uma amiga chamada Anny – costumávamos combinar os dias que iramos ou não, e ficávamos sempre sabendo que teríamos companhia, que teria alguém para conversar.

Bom, Anny também saiu, e eu não tenho mais um grupo, então estou meio que invadindo o dos outros. Tem um grupo de meninas, que as meninas não gostavam muito, mas foi o grupo que eu consegui me inserir. São quatro garotas, uma delas a qual a Carly tem ódio porque éramos amigas e ela parou de andar com a gente, e que agora é a que mais me acolhe. O nome dela e Ashley. A outra é a Melissa, uma garota que é mais como eu, a inteligente do grupo. Tem também a Emery, a fofinha, que já fez parte de um grupo meu de amigas no sexto e depois se dispersou também. E por fim a Verônica, a que eu menos tenho amizade. Nada me liga a ela, e tem uma coisa que me liga a cada uma das outras.

Bom, nenhuma delas foi, provavelmente combinaram a falta. Sou a intrusa do grupo, por isso as vezes fico meio de lado, mas elas gostam de mim. Quer dizer, gostam, mas se uma delas tentasse andar comigo e as meninas quando éramos um grupo, talvez eu reagisse da mesma forma.

Me sentei, e foi um dia chato. Tenho uma outra amiga, mora em outro mundo e não nos falamos muito, mas ela se senta na minha frente e somos colegas. Eu te daria uma lição da diferença entre colegas e amigas. Basicamente todas são colegas, mas nenhuma é amiga. Mas deixemos para outra hora. Ela se chama Abigail. É legal, mas muito tímida e liga pouco para os estudos. Depois que ela fez eu me atrasar para a aula depois do intervalo, parei de andar com ela definitivamente. Mas ainda somos amigas, conversamos as vezes. Quero dizer, colegas.

Como de costume, li durante as aulas. É o que eu faço quando não tenho ninguém para conversar e está naquela parte da aula que você termina o exercício e fica mofando até a aula acabar. Faço isso sempre. Às vezes me distraio e já cheguei a perder parte de uma explicação, mas normalmente eu fico atenta no livro e no professor ao mesmo tempo, e tento ignorar o barulho da sala.

Mas finalmente acabou. Cheguei em casa, sabendo que estava de férias. Vi um ou dois episódios da minha série preferida e fiquei lendo o resto da tarde. Se eu fosse Carly, sempre criativa, teria ficado escrevendo. Tenho uma série de livros amadores até, mas não sou palha para ela nesse aspecto. Ela é ótima em escrever e tem mais criatividade que eu. Por tanto, prefiro ficar lendo mesmo.

Minha priminha pequena veio em casa, e eu fiquei um tempo assistindo desenhos com ela. Assim eu me distraio, e você pode me julgar, mas as vezes têm uns desenhos de criança que são bem legais! Terminei o dia indo dormir cedo – sabendo que poderia acordar bem tarde no dia seguinte – e planejando uma mensagem que escreveria para Carly por e-mail contando a chegada das férias. Afinal, não é porque estamos longe que eu vou parar de falar com ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!



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