Os saltos da bota branca batiam no piso lustrado e ecoavam pelos corredores. Seu andar era belo e sensual, com o quadril se movimentando casualmente de um lado para o outro, sua pequena capa balançava com o andar. Loira, alta e bela, se vestia toda de branco e com roupas curtas, o que faziam os guardas em posto naquele grande corredor se distraírem com tal beleza. E ela, Emma, adora isso, ter toda a atenção voltada a si.

Acompanhada de dois jovens e belos rapazes, Satânico e recém “apelidado” Ciclope, ela iria fazer uma visitinha para um importante e rico vereador de São Francisco. Os dois garotos estavam vestidos de preto dos pés a cabeça. Scott estava com um enorme sobretudo, calça jeans escuro e uma camisa de alguma banda de rock que desconhecia. Julian, o Satânico, era um pouco mais baixo que o outro, mas era mais musculoso. Usava uma jaqueta de couro desgastada, camiseta colada ao corpo e calça de couro mais justa que a calcinha de sua chefe e os dois usavam botas militares.

Um dos guardas do vereador, cujos todos usavam ternos baratos, abriu uma grande porta de madeira em detalhes de ouro e prata.

– Emma Frost! – Dizia com alegria o homem de meia idade sentado em uma grande mesa no centro da sala oval.

– Vereador Harvey Milk. – A mutante abriu um enorme sorriso ao ver o velho, que estava apenas acompanhado de dois guardas ali dentro.

– Fiquei tão feliz com o comunicado da sua visita, é sempre um prazer recebê-la. – O vereador se afastava um pouco da mesa com sua cadeira. Ao contrario dos seus empregados, ele usava um terno caro, onde mal fechava na grande barriga de bebidas, churrascos e festas em clubes.

Emma driblou a mesa e foi até ao lado do homem, deslizou a sua mão sobre o homem dele e se sentou ao colo do político. – Eu imagino que deve ser um prazer mesmo.

O velho passou sua mão sobre a coxa dela e foi subindo até apertar os peitos da loira, que não fez menção de se importar, e nem os guardas de ambos estranharam tal coisa. Os dois se beijaram na boca e o vereador estava com um fogo visível a todos e para agradar a mutante retribuía e até mesmo lambia o bigode branco dele. – Como anda os preparativos, Harvey? – Ela perguntou quando se livrou da boca do homem.

Ele impaciente colocou sua mão por dentro da saia dela e gemia como um cachorro e ela repetiu a pergunta, sem deixa sua falta de paciência a mostra. – Está indo tudo muito bem, a policia de São Francisco está praticamente toda com a gente. E os homens do poder, apenas o prefeito não está “comprado”.

Emma passou sua mão por cima do evidente volume nas calças do político. – E isso será um problema para mim?

Harvey beijava o pescoço dela de forma enlouquecida, como um homem rico ele poderia ter diversas mulheres, mas a ela era especial, ser sexy era quase como seu terceiro poder. – Claro que não minha Rainha. O que é um homem sozinho contra uma cidade inteira.

Emma deixou sua pele se transformar em diamante e mesmo ela estando agora dura e fria, isso não apagou o fogo do homem, ele continuava a se esfregar na mulher e mostrar sua excitação e ganância. – São Franciso não será mais uma cidade, querido. Será meu reino.

~x~

POV Alex Summers

– Vamos lá cara, pare de chorar! – Pietro dizia enquanto dava leves tapas no meu ombro. Mas não era algo que eu conseguisse controlar, as lagrimas apenas escorriam, uma atrás da outra, tão rápido que seria impossível contar se eu tentasse.

– A culpa não foi sua. Ninguém esperava e quando o vimos não nos defendemos, ficamos atordoadas por ser... você sabe quem. – Jubileu ficou confusa na hora de dizer o seu nome ou quem era, mas todos sabíamos. Já estávamos de volta ao prédio abandonado que usávamos como casa. A garota dos fogos de artifícios já estava melhor, Mercúrio usava uma faixa na cabeça devido a rajada que recebeu e Sammy estava com gelo no rosto por causa dos socos.

– Nós sabemos quem era, Jubileu. Meu irmão, o merda do meu irmão. – Me levantei do sofá, onde eu fiquei o tempo todo desde que voltamos do hospital e enxuguei minhas lagrimas no meu braço. – Temos ir até aquela boate, não sei o que lá do Inferno, deve ser lá que deixaram a Lorna.

– Não, não simplesmente deixaram ela lá. Ela foi capturada pelo pior grupo de mutantes de São Francisco ou do estado de Califórnia, ela não deve estar lá tomando uns drinks e dançando Abba, deve estar cercada de todos os mutantes da gangue. – Jubileu falava desesperada, quase sem respirar e seu medo de ir até lá era evidente.

– Incluindo o meu irmão.

– Ele não sabia e também deve estar seguindo ordens. Ouvi dizer que a dona do local é uma mulher que consegue transformar a pele em diamante. – Sammy dizia abafado pelos sacos de gelo em sua cara.

Dei um soco na parede e alguns velhos quadros que estavam pendurados na parede caíram no chão empoleirado. – Mas quando eu disse que éramos irmãos ele riu e me atacou.

– E você o jogou pela janela, bela maneira de resolver as coisas. – Pietro interpretou a cena, se deixando cair no sofá.

– Não foi minha intenção. – Estava indo para a cozinha pegar um pouco de água quando eu pisei em um dos quadros que deixei cair. Gritei merda e sai andando com raiva.

– Espera aí Alex. – Jubileu estava eufórica e se jogou no chão, perto do quadro que acabei de quebrar. Ela virou o quadro e era de uma mulher de aparentemente 30 anos, usava uma peruca como as da realeza europeia e seus olhos eram brancos. Ela virou ele para baixo de novo e uma ponta do tecido do fundo estava rasgada e ela puxou revelando um caderno dentro dele. – Os antigos donos dessa espelunca deixaram algo.

– Não é uma espelunca, amoreco. É um prédio elegante de arquitetura gótica, acho que servia como uma pensão há anos atrás. – Pietro recitava as palavras com orgulho, como se ele tivesse realmente comprado à propriedade.

– O que é? As historinhas que a vovó contava para os netos?

– Acho que é o diário de uma tal de Irene Adler. – Jubileu procurava entender as escritas, mas tinhas coisas escritas em várias línguas e continha palavras não usadas mais nos dias de hoje.

– Deixe isso para lá, vamos nos concentrar no que fazer em relação à Lorna. – Fui até a cozinha e peguei uma garrafa de água e devorei em grandes goles o liquido. Voltei a sala e a garota havia guardado o diário achado em sua mochila e estavam todos sentados me esperando.

Olhei para cada um deles, Pietro, Jubileu e Sammy. Somos poucos, e pior ainda, somos fracos de mais para enfrentar vários mutantes. Já estava decidido que foi um erro vir atrás do meu irmão, cujo me trouxe mais problemas do que um reencontro digno.

– O que você acha que eles querem com ela?

– Hã? – Pietro quebrou a minha transe em pensamentos com sua pergunta e tive que pedir a ele para repetir. Mas ele poderia fazer mil vezes aquela pergunta que eu não teria a resposta.

– Eu não sei, Pietro, realmente não sei.

~x~

POV Lorna Dane

Minha cabeça doía muito e eu já estava com bastante sono. Mas não poderia dormir, precisava ficar acordada e de olho no que os meus carcereiros faziam e falavam. A algumas horas atrás um garoto cheio de olhos me trouxe comida e refrigerante, comi e bebi tudo, mesmo que pudesse estar com veneno ou drogas, eu estava faminta de mais e poderia ficar muito fraca se não me alimentasse.

Estava tudo muito calmo naquela sala, pelo jeito era uma espécie de escritório da boate que já visitamos quando fomos atrás do tal Satânico. Eu sabia que era a boate por causa da musica e eu podia ver quando abriam a porta, apesar da porta quase nunca ser aberta. Acho que poucos podiam entrar naquela sala, na certo precisavam da autorização da loirona.

Meu guarda estava bocejando, era uma ótima oportunidade para tentar escapar, mas não havia nada de metal naquela sala e não me adiantaria de nada ele estar com solo. A porta se abriu um cara marrento e forte entrou, e o meu guarda saiu. Satânico puxou uma cadeira e se sentou na minha frente e puxou a gravata que impedia de eu falar.

– Olá boneca, aproveitando a estadia?

– Vá para o inferno.

Ele riu, se eu não estivesse com ódio poderia dizer que sua risada era charmosa e atraente. – Aqui é o Clube do Inferno, queridinha.

– O que vocês querem de mim? – Tentei fazer a cara mais de coitadinha o possível no momento.

– Seu momento de ainda irá chegar. Digamos que a rainha branca irá de usar para conquistar seus objetivos, esses negócios de super-vilões. – O garoto colocou sua mão sobre o meu rosto, mas eu não recuei. Percebi que sua mão era maior que a do Alex, mas sua pele era mais áspera. Achei engraçado o fato dele usar um crucifixo e se chamar Satânico, mas eu não estava apenas olhando para o pingente religioso, sua camiseta colada ao corpo realmente chamava atenção, acho que seus peitos eram maiores que os meus!

– Mas o que eu quero de você nesse momento é diferente. – Ele continuou falando e antes que eu percebesse seu rosto estava bem colado ao meu e sua boca grudada na minha.

A boca dele era bem grande, quase me engolia e ele usava a língua como se tivesse muita experiência. Fiquei alguns minutos atordoada com o beijo, mas depois reagi e usei meu magnetismo para puxar o crucifixo dele. Ele puxou o ar e se afasto, mas com um estalo de dedos ele despedaçou o próprio acessório e puxou meus cabelos com força. – Assim eu me apaixono, gata.