Há muito tempo atrás, duas garotas perceberam que eram diferentes das outras pessoas, quando dormiam elas não tinham sonhos muito menos pesadelos, elas apenas viam lindas cores e imagens cristalizadas.
Depois de um tempo elas descobriram que podiam fazer coisas que pessoas normais não conseguiam, como por exemplo pegar os sonhos ou pesadelos das pessoas. Logo perceberam que comidas normais não as satisfaziam e que poderiam se alimentar desses sonhos. A partir dai nasceu a Sociedade dos Sonhos, que visava se alimentar dos pesadelos das pessoas fazendo com que as mesmas tivessem apenas belos sonhos.
Mas infelizmente a vida não é feita somente de coisas boas, ao mesmo tempo que nascia a Sociedade dos Sonhos nascia também a Sociedade dos Pesadelos. Lucy cansada de receber ordens de sua amiga Molly, resolveu se rebelar e abrir sua própria sociedade, a Sociedade dos Pesadelos, onde ao invés de se alimentarem de pesadelos os Apanhadores se alimentavam de belos sonhos fazendo com que as pessoas tivessem apenas terríveis pesadelos.
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–Molly, vamos se levante, você está a duas noites sem se alimentar- Uma gentil voz disse enquanto me balançava de um lado para o outro.
Abri lentamente meus olhos para encarar quem era o ser que resolveu interromper meu descanso.
–Ah, Katrine... Me deixa em paz por favor... Não estou com fome...-Falei com uma voz sonada enquanto fechava lentamente meus olhos.
–Sabe Molly... Os números de pesadelos andam aumentando muito... A gente acha que tem alguma a coisa a ver com a Lucy.-Katrine disse se fingindo de inocente e olhando janela afora.
Assim que ouvi o nome daquela traidora toda a minha preguiça me abandonou, pulei da cama e encarei a tatuagem no meu pulso, um apanhador de sonhos nas cores do arco-íris, fui até a janela onde Katrine estava e coloquei a mão em seu ombro.
–Sabe Katrine, eu já considerei Lucy uma grande amiga... Mas agora não sei o que achar dela...-Minha voz estava carregada de preocupação e sarcasmo.
Peguei uma calça jeans e um suéter qualquer, me dirigi ao banheiro e me encarei no espelho, meus cabelos loiros bagunçados, meus olhos com olheiras gigantes, suspirei. Me troquei o mais rápido que consegui, amarrei meu cabelo em um coque, deixando minha franja livre, coloquei um óculos escuro (mesmo sendo quase meia-noite), um all star roxo e fui a passos lentos até a sala da enorme mansão que eu compartilhava com outros apanhadores. Katrine já estava na porta me esperando, suspirei e a segui até o lado de fora da mansão.
–Hoje Molly nós iremos cuidar de um único bairro, afinal um certo alguém deve estar um pouco enferrujada.-Ah esse sorriso sarcástico e esse olhar que só Katrine consegue usar em mim.
Dei uma leve risada enquanto observava a lua cheia que brilhava majestosa no céu. Então um sombra passa rapidamente pela lua, e um vento gelado começa a cortar meu rosto, uma densa neblina aparece sem mais nem menos e a minha frente uma sombra aparece, ouço risadas cínicas.
–Olha só se não é a patricinha. O que você está fazendo aqui Molly Molenga? Tentando salvar as pessoas dos meus doces pesadelos?-A sombra a minha frente disse enquanto ria, eu reconhecia aquela voz, mas sempre que a ouvia um calafrio percorria toda a minha espinha.
A neblina começou a ficar menos densa e a imagem a minha frente começou a tomar forma.
Os longos cabelos pretos como as trevas,a pele branca que nem porcelana, a jaqueta com estampa camuflada, a calça jeans preta e rasgada nos joelhos, os olhos praticamente vermelhos, o all star preto de cano alto, tudo nela era feito para assustar.
Ela estendeu lentamente a mão, as unhas negras me assustavam (longa história)
–Quanto tempo... Lucy.-Tentei falar da forma mais confiante, mas minha voz me entregava.
Ela sorriu de forma ameaçadora e andou em minha direção...