Comemorando a amizade escrita por Meh_Kiryuu


Capítulo 1
Capítulo Único




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Todos estávamos animados para aquela tarde, Eduardo teve uma boa ideia em construir uma capsula do tempo para ser aberta daqui 10 anos. Nós, os cinco amigos inseparáveis desde o primário. Uma amizade que duraria muito mais tempo. A maioria tinha 20 anos, menos Carol que é irmã de Felipe e tinha 19 anos.

Cheguei na casa de Eduardo, onde enterraríamos a capsula. Todos estavam lá me aguardando e sorriram ao me ver entrando no quintal. Todos tinham algo em mãos, mas ninguém podia contar a ninguém o que era. Olhei para todos que se posicionavam em círculo.

Eduardo era o mais alto, tinha olhos azuis e cabelos loiros, seu físico era bom e por isso escolheu educação física para cursar. Ele carregava em mãos apenas um papel, como se fosse uma carta embrulhada em um saco plástico para que durasse os 10 anos. Ao seu lado estava Carol, ela também tinha olhos e cabelos da mesma cor que o de seu irmão, ela carregava um embrulho maior, uma caixa de sapato, com certeza tinha colocado algumas coisas de significado lá dentro. Em seguida, estava Gabi, a futura médica como brincávamos, nas mãos havia apenas uma carta envolvida em plástico como o de Eduardo. Depois, Lucas que era namorado de Carol, a amizade virou algo maior para eles. Ele carregava uma caixa menos que a de Carol e por último eu, Fernando, que já estava fazendo odontologia e coloquei algo dentro de uma caixa de presentes embrulhada em papelazul com listras vermelhas. ~

Carol sempre foi a melhor com palavras e por isso começou a falar, ela queria ser escritora:

- Fico feliz que todos estejam aqui! Escolhemos essa data e esse dia porque foi o dia em que a maioria se conheceu. No primeiro dia de aula no primário. Podemos assim dizer que é o nosso aniversário de amizade... – todos riram, mas era verdade – Daqui 10 anos, voltaremos aqui e abriremos o lugar sobre a terra e revelaremos o que colocamos. Não importa como estaremos, teremos que voltar aqui e abri-los.

Eduardo abriu um buraco na terra logo em seguida e colocamos tudo em uma caixa maior e a enterramos. Em seguida, nos abraçamos e deixamos o lugar marcado com uma pedra.

10 anos depois...

Era uma tarde ensolarada como naquele dia a 10 anos atrás, peguei o carro junto com minha esposa e deixamos nosso filho com avó materna em casa. Não importa como estaremos daqui 10 anos, voltaríamos ao lugar. Era o combinado.

Carol sentou ao meu lado, no banco passageiro e sorriu para mim. Ela era minha esposa e o amor da minha vida. Eu tinha uma clínica pequena junto com mais dois dentistas e vivia bem, Carol está publicando seu segundo livro que finalizou semana passada e cuidava do nosso filho, Bruno.

Os pais de Carol e Eduardo não viviam mais na casa, então tivemos que pedir autorização para a família que ali morava. Passamos pela lateral da casa e dois rostos nos esperavam ao lado da pedra. Não sabia como estava a vida deles. Fazia muito tempo que não conversávamos, desde o acontecido a 5 anos atrás, quando Eduardo faleceu após dirigir embriagado.

Nos abraçamos e nos posicionamos em volta da pedra. E Carol iniciou suas palavras:

- Aqui estamos, depois de 10 anos. Não imaginamos assim, esperávamos que todos estivessem aqui, mas Eduardo está nos olhando lá de cima e com certeza saberá o que colocamos aqui dentro.

Lucas abriu o antigo buraco que havíamos feito e tirou a caixa de lá. Cada um retirou o seu e Carol ficou com o de seu irmão para ler depois que todos revelassem o que tinham colocado.

Gabi começou com o seu:

- Olá Gabi, fico feliz que esteja aqui depois de 10 anos e que nada te impediu de estar. Fico feliz de encontrar todos estes rostos aqui presentes – e ela derramou uma lágrima, todos sabíamos que era por causa de Eduardo, a morena respirou fundo e continuou – Espero que daqui 10 anos, você esteja sucedida, trabalhando em um belo consultório e seguindo sua especialidade como pediatra – e ela sorri, porque conseguiu realizar o sonho – Espero que daqui 10 anos, você ainda tenha aqueles amigos do primário e que a amizade seja eterna. Espero que esteja casada sem filhos, mas não que não queira os ter, mas pode ser pra outra hora – ela não estava casada, mas namorava um médico – Beijos da Gabi mais jovem.

- Lindo! – exclamou Lucas.

Eu era o próximo, retirei o pequeno embrulho já sem as cores de antes, ele estava todo apagado e o rasguei. E disse antes de abrir:

- Eu não escrevi nada para mim e nem para ninguém. Dentro do meu embrulho eu coloquei algumas coisas que fazia lembrar da nossa infância e adolescência.

Coloquei a mão dentro do embrulho e retiro umdinossaurode brinquedo, todos estampam sorrisos em seu rosto, ele era especial para todos. Adorávamos brincar com ele na caixa de areia naquele mesmo quintal. O brinquedo era de Eduardo, então coloquei o no chão pegando a próxima coisa que vinha. Revelando um pequeno lenço cor de rosa, aquele era de Carol, ela prendia ele em todos os lugares, no cabelo, no pescoço, na calça e riu ao vê-lo. Em seguida, tirei um caderno, era meu, tinha muitas coisas escritas dentro dele e muitos desenhos nossos, era meu caderno de artes do ginásio e todos o foliaram rindo e comentando cada coisa que trazia um significado. Em seguida, veio um aferidor de pressão que era de Gabi, era de brinquedo, mas seu sonho de ser médica sempre esteve em seu sangue. Por último, uma foto onde todos estavam presentes e eram 10 anos mais novos.

Carol foi em seguida, ela trazia uma caixa de sapato. Ela abriu sem dizer nada. Era uma encadernação envolvida num plástico para não se desgastar e ela retirou um bilhete de dentro e começou a ler para nós:

- Esse bilhete não é muito para os meus amigos, mas acredito que eles ficariam feliz como fiquei apenas de vir aqui. O meu objetivo era colocar o meu primeiro livro dentro dessa caixa e esperar 10 anos para publicar e entregar uma cópia para cada um. Pois as palavras escritas aqui são a nossa história. Não modificarem, por mais que aconteça muitas coisas, mas escreverei um fim, porque ainda não o tem.

Todos bateram palmas e esperariam com sinceridade ver o livro dela nas livrarias publicados e com a história completa de cada um. Por último era Lucas, antes de Carol ler a carta de Eduardo. Ele abriu a carta e começou a ler:

- Essa carta não é para mim, mas para uma pessoa especial. Espero que ela esteja ao meu lado durante esses 10 anos que passaram – ele falava de Carol, pois eles eram namorados a 10 anos atrás, mas o destino fez esse fato mudar – Espero que nossa casa esteja cheia de filhos e que eu possa estar trabalhando na empresa de meu pai e você publicando muitos livros. Espero que podemos ficar juntos mais 10 anos e outros 10 e mais 10, que seja para sempre!

Ele ficou vermelho ao terminar, mas não o condenamos por isso. Era para colocar o que estava em seu coração e ele o fez.

- Foi bonito! – comentou Carol – Obrigada pelo carinho.

Ela o abraçou em seguida. E abriu a carta de Eduardo. Respirou fundo e iniciou a leitura:

- Escrevo para os meus queridos amigos, esses 10 anos foram incríveis para todos nós! Não sou muito bom com palavras, mas eu tentei... Espero que todos tem alcançado seus sonhos, porque eu o alcancei. Estarei indo para os Estados Unidos e competir como lutador – ele tinha ido mesmo e vencido a luta – Pretendo fazer projetos sociais com crianças e levar o jiu-jitsu para aqueles que não podem pagar uma aula para fazer. Meu sonho é ver o mundo e poder conhecer cada dia mais um pouco dos meus amigos. Obrigado por estarem aqui hoje e ouvir o que conquistei ou o que estarei a luta ainda.

Todos sorriem entre lágrimas, ele havia conquistados alguns sonhos, a maioria deles e ficamos felizes ao saber disso. Eduardo havia falecido, mas colocado um sorriso em cada criança no projeto que havia criado e que existe até hoje e que carrega seu nome. Tinha lutado nos Estados Unidos e vencido e viajado mais que todos no grupo.

Levantamos e nos abraçamos ao ver que todos foram corajosos em abrir seus presentes, podemos chamar assim: presentes! Porque tinha um pedaço de cada um ali dentro.

FIM


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