Nosso Querido escrita por Sophie Kane


Capítulo 2
Primeiro - Desassombro


Notas iniciais do capítulo

Oi! Aqui está o primeiríssimo capítulo! Espero que gostem!



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A correria no palácio aumentava a cada dia. Criadas corriam de um lado para o outro, arrumando os quartos para nossas hóspedes. Neste pouco tempo eu havia descoberto quartos do palácio que eu jamais encontraria. Mesmo sendo minha casa, a chegada das Selecionadas fazia com que o palácio se transformasse em um lugar completamente diferente.

–Sean, não fique aí parado! – disse minha mãe, quando me viu parado, observando toda aquela confusão. – Você deve ajudar, porque as hóspedes, apesar de tudo, são suas.

–Eu sei, mãe. - eu disse, suspirando. - Mas não acho que toda essa correria seja necessária.

–Você vai ver que tudo isso vale a pena. - afirmou ela, colocando suas mãos em meus ombros. - E, aliás, isso aqui estará muito mais agitado com as garotas. Imagine trinta e cinco vezes a Anna aqui e você terá uma ideia de como será a Seleção.

Nós rimos. Apesar de aparentar estar feliz eu, na verdade, estava muito nervoso e agora ainda mais, pois minha irmã já era muito agitada e eu pressupus que seria um pouco assustador.

–Eu sei que você está nervoso, Sean. - disse minha mãe, depois de um tempo.-Porém você não precisa ficar assim. Fique calmo, que tudo dará certo. E agora, ajude-nos!

Ela deu uma pequena batida em minha cabeça, esticando um pouco o braço, pois eu já era mais alto que ela e seguiu seu caminho. Eu não estava com vontade de ir ajudar. Pra início de conversa, eu considerava a Seleção um evento totalmente desnecessário. Por que eu não podia simplesmente casar-me com uma princesa, ou me apaixonar sozinho?

Meu pai sempre dizia que esse evento aumentava nossa reputação, que o povo passava a gostar mais da Família Real. Eu, por outro lado, pensava que esse era mais um jeito de enganar o povo.

Enfim, eu era obrigado a escolher minha esposa dentre trinta e cinco garotas que eu jamais vira na vida. Esperava, ao menos, que elas fossem agradáveis. Se elas não equivalerem às minhas expectativas, estarei arruinado.

Segui pelo corredor, me dirigindo ao escritório de meu pai. Ele, provavelmente, me ajudaria.

Cheguei ao local e logo vi meu pai e minha irmã, que estavam lendo um livro qualquer, animadamente. A energia vibrante de Anna entusiasmava meu pai, após muitas horas de trabalho, feito que nem minha mãe conseguia. Ela era o brilho do palácio, que talvez fosse ofuscado por nossas hóspedes, ou não.

–Sean, como é bom vê-lo. - disse meu pai, voltando sua atenção para mim. - Como vão os preparativos?

–Pois bem, pai, era sobre isso que queria conversar com você.

–Sente-se. - falou ele, indicando a cadeira em frente à mesa. –Alguma coisa lhe atormenta, filho?

–Sim. – afirmei e logo depois direcionei meu olhar para Anna. - Mas não acho que minha irmãzinha tenha algo a ver com isso.

–Eu nunca sou digna de nenhum assunto!- minha irmã bufou. –Vou ver se sou útil em outro lugar.

Ela pulou do colo de nosso pai, fazendo que seu vestido se levantasse um pouco. Minha outra irmã diria que isso fora deselegante, mas Anna parecia não se importar de estar mostrando mais que deveria do seu corpo. Vendo essa irregularidade, meu pai riu, logo arrumando o vestido da menina. Ela agradeceu com a cabeça e saiu saltitando da sala.

Nós observamos ela sair. Eu me perguntava como ela conseguia ser alegre vinte e quatro horas por dia. Começava a achar que nenhuma Selecionada fosse ocultar o brilho e a glória de Anna.

–Ela lembra muito sua tia. - declarou meu pai, com um sorriso bobo, quando a porta fechou. -Não fisicamente, mas internamente. É espantoso.

Eu, pessoalmente, não enxergava semelhança alguma entre Anna e minha tia. Não sei por que, mas elas eram totalmente diferentes, a meu ver. Apesar de pensar assim, decidi não discutir com meu pai.

–Então, qual é o seu problema?-perguntou meu pai, olhando para mim. –Imagino que seja sobre a Seleção.

–Imaginou certo. – falei, um pouco constrangido por estar perturbado com algo tão fútil, enquanto poderia estar preocupado com o meu País.- Eu sei que isso é um pouco imbecil, mas eu estou nervoso com tudo isso. Não sei se estou pronto.

–Eu entendo sua inquietude. Eu também estava nervoso, pode acreditar. Escolher uma esposa não é tarefa fácil e eleger uma boa esposa requer muita cautela. – ele admitiu, o que me fez ficar aliviado, pois alguém naquele lugar realmente me entendia. - O nervosismo só irá dificultar. E você pode ter certeza de que elas estarão mais nervosas que você.

–E se eu não escolher bem?

–Se é você quem vai escolher, sua decisão será boa em sua perspectiva e é isso que importa. – ele assegurou, levantando-se e indo até a estante de livros. – Nós sempre iremos lhe apoiar, filho.

Da estante de livros ele retirou uma pasta. Não consegui ler a descrição, pois a caligrafia era horrível. Presumi que era algum tipo de registro, já que eu conseguia ver algumas fotos. Talvez fosse o arquivo da Família Real, que constava todas as gerações de nossa família, mas era pouco provável que meu pai mostrasse isso a mim.

–Acho que você deveria saber que sua mãe não era uma das favoritas. - ele disse, pousando o arquivo na mesa e o abrindo. – Eu tinha muitas opções, como você terá. Muitos consideravam sua mãe a candidata menos provável, até meu pai, que não a tolerava. Veja, então, que a escolha foi totalmente minha.

A cada página da pasta uma nova garota fabulosa aparecia. Eram todas lindas. Eu simplesmente não conseguia imaginar tanta gente bonita competindo por mim. Não sei como meu pai conseguiu eliminar qualquer uma delas.

–Pai como o senhor conseguiu eliminar todas essas moças maravilhosas?- questionei, enquanto olhava a foto de uma morena, que eu havia, particularmente, considerado a mais bela delas. – Você foi tão frio assim?

–Beleza não é tudo, meu filho. - esclareceu meu pai. – Muitas delas eram lindas por fora, mas horríveis por dentro. Esteja atento a isso!

–Vai ser difícil. –admito. – Elas irão me seduzir no primeiro olhar.


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Notas finais do capítulo

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